Litoral em Revista #31

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CAPA

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Confundiram o Povo da Cultura com um ente partidário. Esqueceram que é um ente vivo, pulsante e que não para de crescer. Povo da Cultura não é só quem faz, é quem ama cultura. Não é um segmento ou uma pessoa que se prejudicam com um espaço daquele fechado, é toda uma administração. Administração esta que traz em si um legado de apoio às artes, nas outras cidades Brasil afora e que aqui patina.

Foto: Luis Pavão

Fernando Moreno

O AVCB - ALVARÁ DO CORPO DE BOMBEIROS Segundo o construtor Kailash Pinotti, é comum a necessidade de adaptações para conseguir o AVCB. Pela análise que ele fez, do laudo do corpo de bombeiros, o item mais oneroso, que ficou faltando, é o sistema de exaustão mecânica: “Não vi o projeto, mas ele teria que captar ar de fora do edifício e ter uma exaustão também para fora, da fumaça. E todo o caminho deste ar deve ser resistente a fogo. Para este item acredito não existir outro tipo de solução, a não ser de se inutilizar a área. Ou seja, retirar tudo que tem lá dentro, deixando o acabamento em materiais classe 1, lacrar as portas com alvenaria e entrar com um processo para modificar o projeto aprovado no corpo de bombeiros.” Um outro item que, segundo ele, é preocupante, é o sistema de hidrante que parece que foi executado com diâmetro errado “Por ser um teatro, o diâmetro colocado não passa. Este item tem que ser refeito. Não existe solução paralela. Dependendo do trajeto da tubulação pode ser uma coisa não muito onerosa. O material pode ser cobre ou aço carbono, para o litoral usamos cobre pela resistência à corrosão.” Já os outros itens, ele explica, não são muito onerosos e alguns podem ser resolvidos através de processo administrativo no corpo de bombeiros, colocando justificativas para a divergência de projeto e executado. Para Kailash, o teatro poderia já ter superado esses problemas, mesmo que fosse necessária a colaboração da população. “Poderíamos orçar estas mudanças e fazer uma campanha para levantar dinheiro para pagar a obra. Não acredito que seja algo que ultrapasse os 250 mil reais” explica.

O EMBARGO DO CONDEPHAAT A assessoria de imprensa do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), em nota exclusiva à Litoral em Revista, esclareceu que, de fato, o Teatro encontra-se em área envoltória de bem tombado, que é o Casarão do Porto. Sendo assim, sua construção deveria ter sido submetida à aprovação do Conselho, o que não aconteceu e, portanto, a construção encontra-se irregular junto ao órgão, e que, atualmente, o Condephaat está elaborando uma minuta de Termo de Ajustamento de Conduta para regularizar a construção, mediante o cumprimento de determinadas condicionantes a serem estabelecidas, de forma a resolver o problema e compensar danos e prejuízos já causados. Vale ressaltar que, segundo o órgão, isso não interfere no funcionamento do Teatro. “O tombamento, entretanto, não altera a titularidade de um bem, nem interfere no seu funcionamento ou de sua área envoltória.” Ou seja, esse fator não é um empecilho para o funcionamento do Teatro.


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