O MÁRTIR J.T.Parreira
O Martírio de Santo Estêvão Claudio Sousa Pereira
Pedras caem em Estevão
(I)
os olhos caem em Estevão, sujam
(EM SONHO). Poeira crescente,
seu último dia
vejo a multidão concentrada,
que num movimento executa
Pedra nenhuma conhece o silêncio
o homem que fazia prodígios.
em que transita
Aproximo. E o alarido aumenta.
mas desfaz o sangue
de Estevão, o seu riso e o seu corpo, que entrou no chão, veem-no morrer com o coração tranquilo.
Agora, em braços levantados,
aquele em que na única fala resumiu por completo a história; da sua face escorre sangue, e dos seus olhos apiedados
se distende do chão para o alto neste que foi o último esforço. Embora ao meio das pedradas, entre os sujeitos furiosos,
AS PEDRAS QUE ME ATIRAM Júnior Fernandes “E apedrejaram a Estêvão que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito.” – At. 7:59 Todas as pedras que me atiram, não me levarão ao covil da morte. E o espetáculo dantesco da zombaria torna-se em cinzas estilhaçadas, caídas sobre o sangue do meu corpo esmagado neste cenário público, de equívocos e perseguição. Não me levarão ao covil da morte, as pedras que me atiram.
sinto o teu espírito intacto e escuto o que tua voz clama: “—Senhor Jesus, guarda minh’alma, que sejas piedoso com eles,
Senhor, não os leves em conta, e perdoa-lhes deste pecado.” (II) Em meio às pedras viu-se a Glória, e a crença e chama da certeza,
quando fitou os céus abertos através da imensa clareza. Um homem, assim refletido,
prostrou-se ao crime cometido: “—Nós somos o que não queremos, mas fazemos o que nós somos, e a isto feito, não mais tememos.
Pois as cortinas do céu se desfraldaram
Eis aí — a virtude plena —
e a escada da glória se faz esteio para Eternidade.
de nossa miséria terrena.”
48