Atlantis3

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Tiamat – World

Atlantis -03 Gena Showalter

Não podia afastar os olhos dela, mas sabia que tinha que deixá-la logo, ou não poderia fazê-lo para nada. Quanto mais tempo ficasse, mais seu controle lhe escaparia. Já se aferrava precariamente a um sentido de honra que já não estava seguro de possuir mais. Um sentido de honra que verdadeiramente desprezava pela primeira vez em sua existência. Um olhar para Shaye e ela era tudo no que ele pensava, tudo o que desejava ardentemente, procurava. Necessitava. Sai! Agora. Lentamente, tão devagar, ele retrocedeu para fora do alojamento. Seus olhos permaneceram na forma divina dela por tanto tempo quanto foi possível. Quando a renda finalmente bloqueou sua visão, suas mãos se apertaram em punhos. Ele apoiou a testa contra a parede fria. Tenho que conquistá-la. Não posso deixar que outro a possua. Endireitando-se, caminhou de cima a baixo ao longo do hall, esquivando das cadeiras e armaduras. As solas grossas de suas botas batiam contra o piso de ônix. Pela primeira vez em semanas, nenhum membro de seu exército se aproximou dele durante estas horas do crepúsculo. Estavam trancados em seus quartos — ou nos vestíbulos mais à frente — flutuando nas nuvens de êxtase que encontravam apenas nos doces braços de uma mulher. Mesmo Joachim se manteve afastado. Valerian pediu que seu primo que se apaixonasse tanto por suas amantes atuais que se esquecesse completamente de Shaye. Se não... Bom, Valerian mal tinha que pensar em algo que Joachim achasse irresistível. Algo que ele colocasse acima da importância de uma companheira de cama. O quê? Joachim era um bom homem (às vezes), um guerreiro forte, com um (ligeiramente) coração leal. Quais eram as debilidades do homem? As mulheres? Sem nenhuma dúvida. As mulheres eram a debilidade de todos os nymphs. O poder? Definitivamente. As armas? Certamente. Joachim as colecionava. De cada guerreiro que ele matou ou superou, ele tinha tomado suas armas e as pendurou na parede de seu dormitório. O olhar de Valerian se desviou para sua própria espada, descansando contra um peitoral de ônix. A Caveira. Grande, afiada. Letal. Uma das espadas mais finas alguma vez feitas. Não, a mais fina já feita. Elaborada por Hefesto, o ferreiro dos deuses. A arma tinha matado muitos de seus inimigos, cortando-os com lesões irreparáveis. Era única em seu gênero. Sua retorcida forma e a ponta de caveira alongada eram invejadas por cada soldado que a espiou. Ele odiaria desfazer-se dela, mas sua companheira tinha muito mais importância para ele. Mesmo uma companheira que não queria ter nada que 81


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