Bipolaridade
em
idosos
SAI D
RI O
Introdução Nos últimos tempos, muito se fala sobre saúde mental, autocuidado e qualidade de vida, utilizando esses termos quase como se fossem indissociáveis. Porém, não é de hoje que se tem indícios das manifestações de transtornos psicológicos e das consequências ocasionadas por esses. Os transtornos psicológicos são conhecidos como uma desordem no aparelho psíquico que acarreta prejuízos no âmbito familiar, social e pessoal além de interferir no modo como o indivíduo que é acometido por ele lida com si mesmo e com o mundo. Inúmeros fatores possibilitam seu surgimento, sendo hereditariedade, traumas, uso de álcool e/ou outras substâncias, sem necessariamente prescindir de características específicas. O transtorno bipolar, tão comumente referenciado no senso comum em situações onde há mudanças repentinas de humor, é um transtorno psiquiátrico que pode causar grande sofrimento em quem é acometido por ele e em familiares, amigos e cuidadores que convivem constantemente com esse indivíduo. Por isso, é importante manter-se atualizado a respeito da sintomatologia característica do transtorno.
O transtorno Nos últimos tempos, muito se fala sobre saúde mental, autocuidado e qualidade de vida, utilizando esses termos quase como se fossem indissociáveis. Porém, não é de hoje que se tem indícios das manifestações de transtornos psicológicos e das consequências ocasionadas por esses. Os transtornos psicológicos são conhecidos como uma desordem no aparelho psíquico que acarreta prejuízos no âmbito familiar, social e pessoal além de interferir no modo como o indivíduo que é acometido por ele lida com si mesmo e com o mundo. Inúmeros fatores possibilitam seu surgimento, sendo hereditariedade, traumas, uso de álcool e/ou outras substâncias, sem necessariamente prescindir de características específicas. O transtorno bipolar, tão comumente referenciado no senso comum em situações em que há mudanças repentinas de humor, é um transtorno psiquiátrico que pode causar grande sofrimento em quem é acometido por ele e em familiares, amigos e cuidadores que convivem constantemente com esse indivíduo. Por isso, é importante manter-se atualizado a respeito da sintomatologia característica do transtorno.
O diagnóstico ocorre com maior prevalência na adolescência e na fase adulta, e em menor escala em crianças e idosos. Se caracteriza por oscilações de humor, com momentos depressivos e outros de mania ou hipomania . Na mania é observado um estado de humor elevado, expansivo ou irritável, há desorganização e impulsividade do comportamento, podendo levar a um consumo exagerado de álcool, café e cigarro. Pode haver aumento de apetite, verbalização exagerada de muitas ideias, sentimentos de grandiosidade com ou sem presença de delírios, redução do sono e energia sempre em alta. Nestes momentos o indivíduo passa por uma grande perturbação e tende a não ter noção exata de sua condição. Na hipomania é tido um estado de euforia, muita energia e excitabilidade, o que geralmente é observado por terceiros e não pela própria pessoa. A diferença entre o episódio maníaco para o hipomaníaco é que na hipomania os episódios acontecem com menos intensidade e não há presença de sintomas psicóticos. Para que seja observada a hipomania é necessário que os sintomas durem por ao menos 4 dias consecutivos.
Já os episódios depressivos se apresentam através do humor deprimido, da sensação de tristeza, vazio e desesperança, perda do interesse e prazer em suas atividades. Pessoas em estado depressivo podem apresentar diminuição ou aumento de apetite, desregulação do sono, perda de energia, baixa capacidade de manter um pensamento ou se concentrar, sentimento de inutilidade e culpa e até pensamentos de morte. No transtorno bipolar esses episódios tendem a permanecer no mínimo duas semanas. Observa-se este estado em idosos quando o mesmo refere-se a si como inútil ou incapaz, verbaliza pensamentos de morte, perde o prazer em realizar atividades que demonstrava interesse, como por exemplo caminhar, pegar sol, regar as plantas e cozinhar. Os sintomas citados levam ao sofrimento psíquico e afetam o funcionamento social, psicológico, profissional ou em outras áreas da vida do idoso.
Diagnóstico Segundo o manual diagnóstico de transtornos mentais (DSM-5), o transtorno bipolar pode ser do tipo I ou II. No Transtorno bipolar do tipo I, cerca de 1 adulto dentre 100 são acometidos e podem passar por episódios depressivos e de mania, já no tipo II, 4 adultos em 100 tem o transtorno, neste tipo ocorrem episódios de depressão e de hipomania. É necessário que seja feito um diagnóstico preciso para que o tratamento seja eficaz. Estudos apontam que idosos com transtorno bipolar podem apresentar declínio cognitivo mais rápido do que idosos da mesma faixa etária e escolaridade que não possuem o transtorno, logo há maior chance deste idoso ter sua qualidade de vida e funcionamento psicossocial prejudicados, também pode levar a maior dependência de um cuidador. É importante pensarmos nas etapas da vida e como foram vivenciados os episódios da bipolaridade, conhecer suas características, observar a época de maior prevalência, se há uma regularidade, aumento ou diminuição dos sintomas e as medicações utilizadas. Voltar-se a esses pontos ajuda a ter um olhar mais atento e abrangente do que é o transtorno e suas especificidades.
Não existe uma previsibilidade dos episódios depressivos, maníacos e hipomaníacos, porém através de observação pode-se perceber quando há uma maior prevalência do episódio. Algumas pessoas costumam ter um padrão, por exemplo fazem um episódio depressivo após um episódio de hipomania, ou em determinadas épocas do ano costumam apresentar mais episódios depressivos. É importante investigar o que desencadeia o episódio para amparar o idoso nos momentos de oscilação de humor. Podem ser aplicadas algumas estratégias simples para auxiliar no manejo dos episódios, por exemplo: Ex.1- O idoso se encontra irritadiço, falando alto e reclamando sobre determinada coisa, neste momento é importante tranquilizá-lo, perceber se há sons estressantes no ambiente, como Tv alta, ruídos no rádio, panela de pressão ou gotejamentos, oferecer um copo de água ou algo que ele goste, tentar se mostrar calmo e empático ao seu momento de sofrimento. Ex.2 - O idoso apenas quer ficar em sua cama, não se comunica e se recusa a sair de casa para passeios. Nestes períodos se faz importante estimulá-lo a trocar um pouco de ambiente, ir a sala, assistir um programa de seu interesse, levantar assuntos para iniciar uma conversa, oferecer coisas que ele gosta de comer, buscar atividades simples que se possa fazer juntos em casa. Aos poucos esses esforços podem impactar em seu bem-estar e estado de humor.
Conclusão O idoso que muitas vezes é o pai, a mãe, familiar ou amigo, já passou por todas as fases de sua vida e possui em sua vivência, experiências pessoais e compartilhadas, já adquiriu muito conhecimento e sabedoria, passou por situações de amor, raiva, tristeza e alegrias. Com a terceira idade sua rotina passa por modificações, seus hábitos diários não são mais os mesmos, eles se aposentam, alguns tornam-se parcial ou totalmente dependentes de cuidados, podem sofrer de alguma patologia, podem passar pela perda do cônjuge ou de familiares e amigos, tendem a ficar mais isolados. As mudanças são diferentes em cada caso, mas todos os idosos são afetados de alguma maneira neste período da vida, é necessário um olhar mais acolhedor e compreensivo a eles. Com toda essa modificação de rotina é natural que existam comportamentos e atitudes diferentes dos habituais, como agressividade, rispidez, silêncio, mal humor, melancolia, raiva, dentre outros.
Essas variações serão observadas pelo cuidador, e é importante respeitar que não é fácil para o idoso ser acometido de tantas mudanças. Mesmo que a família tenha essa visão empática, sabemos que não torna a tarefa de cuidar mais fácil, não ameniza o sofrimento de ambos. A convivência entre família e idoso é um grande desafio, equilibrar suas emoções enquanto vivencia um momento de fúria ou agressividade do idoso é tarefa árdua. A família e os cuidadores do idoso neste processo também são afetados pelos sintomas, uma vez que participam da rotina e acompanham o decorrer dos episódios. O GRUPO SAID busca ter um olhar humanizado a terceira idade, dedicamos a eles o melhor cuidado para que se sinta amparado e compreendido em todas as instâncias. Estamos sempre dispostos a cooperar para o desenvolvimento dos nossos idosos e a ouvir a família e cuidadores. Conte conosco!
Referências PORCIÚNCULA, L.R.Prevalência de transtorno do humor bipolar em uma amostra de idosos atendidos no programa saúde da família do município de Porto Alegre - Instituto de gerontologia, Pontifícia universidade católica do Rio grande do sul, Porto Alegre, 2015.
SEGMENTO FARMA; ASTRA ZENECA.guia para cuidadores de pessoas com transtorno bipolar, São Paulo, SP: Lesley, 2011. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1DAMPe69tpjNtP7O_mc sAPL8J6aBQUMZ1/view?ts=60a298b8
PEREIRA, Lilian, DIAS, Ana, CAERAN, Juliane, COLLARES, Lucas, PENTEADO, Raquel. Transtorno bipolar: reflexões sobre diagnóstico e tratamento, 05 mar. 2010. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1HWKTX37d7EV90KLxw-gowmyHjalgRmU/view?ts=60a298c2