Ruminantes 8

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PRODUÇÃO

ALIMENTAÇÃO

Muitos estudos têm relacionado a Condição Corporal com os resultados zootécnicos da exploração: A fertilidade das vacas aumenta à medida que a diferença entre o peso máximo e o peso médio, durante a época de reprodução, diminui (Richarson).

Outro estudo que relaciona o peso vivo com a fertilidade: PESO VIVO 90 DIAS PÓS PARTO

Nº DE VACAS

341 - 385 Kg

323

340 Kg

150

386 - 430 Kg

460

431 - 475 Kg

0.568 0.66

0.743

459

475 Kg

FERTILIDADE

0.814

365

0.824

Buck-Morley

Por isso é importante ter um critério sobre que Condição Corporal é necessária em cada estado fisiológico dos animais.

Variação de peso (%)

115 110

105 100 95 90 85 80

1

2

3

4

5

6

7

Meses

8

9 10 11 12 Boquier

Estudámos a relação entre a Condição Corporal ao Parto e a taxa de Fertilidade Parto 1 2 3

4-7 >8

<2 20 23 28 48 37

Condição corporal 2.5

>3

50

84

53 60 72 67

90 90 92 89

Universidade da Flórida - E.U.A.

A condição corporal das vacas ao parto é o fator mais importante que pode ser usado para prever se uma vaca vai ficar gestante durante a época de reprodução. Num estudo em Oklahoma, das vacas que pariram com uma condição corporal de 2,5 apenas 50% voltaram a ficar gestantes; contudo, quando

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a condição corporal ao parto foi de 3,5, cerca de 80% ficaram gestantes. A perda de peso antes da época de reprodução pode reduzir o número de vacas que mostram cios e que ficam gestantes (Rakestraw et al., 1986). A alimentação com suplementos proteicos em vacas pós-parto aumentou o consumo de forragens secas e portanto, a quantidade total de energia na dieta. Se as vacas são alimentadas com grandes quantidades de amido, o consumo de forragem pode ser reduzido e a energia total da dieta pode manter-se igual ou até diminuir; tenhamos em consideração que um dos objetivos de usar um suplemento nas explorações extensivas é maximizar os recursos das herdades. O que interessa são vacas em boa Condição Corporal, não vacas “gordas” suplementadas com altas quantidades de amido que, no fim, vão pôr em risco a função reprodutiva das mesmas. Portanto, a condição corporal ao primeiro parto tem um grande efeito sobre o desempenho reprodutivo. As vacas de primeiro parto têm que parir com uma condição corporal maior (CC = 6) que as vacas adultas, de modo que a maioria exibirá o cio e serão cobertas durante a época reprodutiva de 60 dias. Se as vacas jovens parem com uma condição corporal de 5, menos de 80% estará em cio e haverá menos oportunidade de ficarem gestantes. Se as vacas de primeiro parto parem com uma condição corporal de 4, somente 25% entrarão em cio. Na alimentação da vaca, detetamos dois momentos chave para suplementação, como já apontámos anteriormente, o que chamamos de steaming, a suplementação durante os últimos meses de gestação, e o flushing que é a suplementação durante 90 dias depois do parto; são dois momentos chave para evitar pesos baixos do vitelos ao nascimento e conseguir que a vaca entre em cio dentro dos primeiros 60 dias depois do parto, e para evitar uma mobilização excessiva, e com isso a perda de peso, durante a lactação. No maneio ideal devia ser possível alimentar por lotes, vacas na última fase da gestação, vacas na fase de cobrição/lactação e vacas gestantes; contudo, nos nossos sistemas de exploração é quase impossível trabalhar com lotes; chega portanto o momento de fazer uma suplementação geral da vacada tentando manter uma Condição Corporal da vacada ao menor custo possível. Normalmente, a menos que possamos armazenar fenos, silagens e outros tipos de

Ruminantes • janeiro | fevereiro | março • 2013

forragem em momentos de abundância, optamos por rações complementares, a que chamamos de taco.

O QUE DEVEMOS PROCURAR NUM TACO?

Devemos ter em mente que o taco deve ser “complementar” das bases forrageiras da herdade, seja pasto, feno, palha, etc.. Pelo que, por princípio, devemos optar por empresas de nutrição que tenham uma ampla gama de tacos com distintos níveis de proteína e energia, é diferente complementar um pasto do que uma palha de cevada; do mesmo modo, como vimos anteriormente, as necessidades nutricionais não são as mesmas numa raça Mertolenga que numa raça Limousine. Devemos também estar atentos aos tacos muito ricos em amido que podem limitar o consumo de fibra, que é a base dos recursos da herdade e necessária para o correto funcionamento ruminal. Um outro debate centra-se nos tacos com ou sem ureia; do meu ponto de vista, o uso de ureia é muito positivo para maior digestibilidade e aproveitamento da base fibrosa. O fornecimento de fontes de azoto de alta degradabilidade (a ureia contém fontes de azoto de forma direta) aumenta a atividade da flora celulolítica e, com isso, a capacidade da vaca aumentar a digestibilidade das forragens, logo o aproveitamento das mesmas. Temos também que evitar avaliar o taco pela sua cor, a crença de que a cor branca representa qualidade em detrimento da escura não tem qualquer fundamento nutricional. O melhor taco será sempre aquele que se adapta às necessidades das nossas vacas, aos recursos forrageiros da exploração, que nos permita manter a condição ótima das vacas e obter taxas de fertilidade o mais próximo possível do 100%, com o mínimo custo diário da dieta.

BIBLIOGRAFIA Condicion corporal en el vacuno de carne M.V.Z Saúl E. Tijerina Wolf Efecto de la nutrición en la reproducción Ivette Rubio G.1 & Robert P. Wettemann Facultad De Medicina Veterinaria Y Zootecnia, U.N.A.M. Universidad Estatal De Oklahoma, E.U.A.

Fontes: Nrc Y Inra Fontes: Xv Anembe . Vicente Jimeno Vinatea


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