Ruminantes 33

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ECONOMIA

ÍNDICE VL E ÍNDICE VL – ERVA

“URGE ALTERAR A SITUAÇÃO EM QUE SE ENCONTRAM OS PRODUTORES DE LEITE” ANTÓNIO MOITINHO RODRIGUES, DOCENTE/INVESTIGADOR, ESCOLA SUPERIOR AGRÁRIA DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE CASTELO BRANCO CARLOS VOUZELA, DOCENTE/INVESTIGADOR, DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DA UNIVERSIDADE DOS AÇORES/IITAA

A

nalisamos neste número da Ruminantes os Índices VL e VL - ERVA para o período de novembro de 2018 a janeiro de 2019. De acordo com os dados do SIMA-GPP (2019), durante o trimestre em análise, o preço médio do leite pago aos produtores individuais do continente variou entre 0,324 €/kg em novembro e 0,318 €/kg em janeiro. Por sua vez, na Região Autónoma dos Açores o preço médio do leite pago aos produtores individuais variou entre 0,308 €/kg em dezembro e 0,297 €/kg em janeiro. De acordo com dados do MMO (2019), o preço médio do leite pago ao produtor no período de novembro de 2018 e janeiro de 2019 foi, mais uma vez, muito inferior em Portugal (0,3159 €/kg) quando comparado com a média da UE28 (0,3554 €/kg), uma diferença de 3,95 cêntimos/kg que, aplicada a Portugal, contribuiria para o sucesso económico das explorações leiteiras. Salienta-se que

NUNO MARQUES, REVISTA RUMINANTES

em janeiro de 2019, Portugal foi um dos 5 países da UE onde o kg de leite foi pago ao preço mais baixo (Portugal, Bulgária, Letónia, Lituânia e Hungria). Assim, considera-se inaceitável que Portugal continue a ser, desde há vários meses, um dos países da UE28 com preços mais baixos pagos ao produtor de leite. Por isso, há que tomar medidas para inverter esta tendência. Relativamente ao trimestre anterior, com exceção do preço do milho (-1,1%) e do preço do bagaço de soja 44% (-2,6%), o preço médio das outras matériasprimas que entraram na formulação dos alimentos compostos utilizados neste trabalho sofreram um aumento. Destacam-se o bagaço de colza (+10,8%) e o bagaço de girassol (+8,6%). A evolução do preço das matérias-primas e dos alimentos forrageiros provocou um aumento de 0,4% no custo da alimentação da vaca leiteira tipo do continente. Na Região Autónoma dos

ÍNDICE VL DE JULHO DE 2012 A JANEIRO DE 2019

Açores o regime alimentar do trimestre em análise incluiu menor consumo de pastagem e maior consumo de alimento composto e de alimentos conservados. Esta situação provocou um aumentou de 12,2% no custo da alimentação da vaca tipo. A evolução do preço do leite e dos custos da alimentação refletiu-se no Índice VL e no Índice VL - ERVA que em janeiro de 2019 foi, respetivamente, de 1,761 e de 1,767. Refere-se que em janeiro de 2018 o Índice VL havia sido de 1,765 e o Índice VL - ERVA de 1,828. Um índice inferior a 1,5 (valor muito baixo) indica forte ameaça para a rentabilidade da exploração leiteira; um índice entre 1,5 e 2,0 (valor moderado) indica que a produção de leite é um negócio viável; um índice maior do que 2,0 (valor elevado) indica que estamos perante uma situação muito favorável para o sucesso económico da exploração (Schröer-Merker et al., 2012). Durante

Valor do Índice VL

Limiar de rentabilidade

Negócio saudável

Forte ameaça para a rentabilidade da exploração

2,0

1,5

1,0

Julho 2012

Janeiro 2019

O ÍNDICE VL É INFLUENCIADO PELA VARIAÇÃO MENSAL DO PREÇO DO LEITE PAGO AO PRODUTOR NO CONTINENTE E PELAS VARIAÇÕES MENSAIS DOS PREÇOS DOS ALIMENTOS QUE CONSTITUEM O REGIME ALIMENTAR DA VACA LEITEIRA TIPO (CONCENTRADO 9,5 KG/ DIA; SILAGEM DE MILHO 33 KG/ DIA; PALHA DE CEVADA 2 KG/DIA).

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ruminantes abril . maio . junho 2019


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