Em Órbita n.º 57 Julho de 2005

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Em Órbita A bordo deste lançamento seguia ainda o veículo OPS 1807 (EHH B17) com uma massa de 60 kg e que tinha como missão obter dados sobre as emissões de radar e rádio soviéticas. Existiam vários veículos deste tipo e os seus detalhes particulares permanecem secretos. O OPS 1807 ficou colocado numa órbita com um apogeu a 484 km de altitude e um perigeu com 446 km de altitude, tendo uma inclinação orbital de 69,6º e um período orbital de 93,9 minutos. O satélite reentrou na atmosfera terrestre a 30 de Outubro de 1970. O último lançamento do Programa POPPY foi levado a cabo a 14 de Dezembro de 1971 (1213UTC) e resultou na colocação em órbita de um quarteto de satélites por um foguetão Thorad SLV-2G Agena-D (568) lançado desde o complexo SLC-1W da Base Aérea de Vandenberg. Os satélites colocados em órbita estão referidos na seguinte tabela bem como os seus parâmetros orbitais: Satélite

Apogeu (km)

Perigeu (km)

Inc. Orbital (º)

Per. Orbital (min.)

OPS 7898 P/L1 (NRL PL171)

999

983

70,0

104,9

OPS 7898 P/L2 (NRL PL172)

999

983

70,0

104,9

OPS 7898 P/L3 (NRL PL 173)

997

982

70,0

104,9

OPS 7898 P/L4 (NRL PL174)

997

981

70,0

104,9

Análise preliminar sobre os satélites POPPY Por Jonathan McDowell3 O NRO desclassificou a existência dos satélites POPPY do NRL. Os POPPY eram provavelmente pequenos satélites esféricos (mais tarde elipsoidais?) derivados das esferas Vanguard utilizadas para o programa predecessor GRAB / DYNO. Os satélites POPPY eram lançados em grupos juntamente com outros pequenos satélites do NRL em foguetões Thor Agena-D. Os satélites POPPY foram lançados entre 1962 e 1971, seguidos pelos ainda secretos satélites do Programa PARCAE que teve início em 1976 e utilizou tripletos para medições de interferometria para localização de sinais. Os satélites GRAB tinham um diâmetro de 0,51 metros tais como os satélites Vanguard. Os satélites POPPY podem ter tido o mesmo tamanho inicialmente, tendo posteriormente 0,61 metros de diâmetro. De facto, os primeiros satélites POPPY podem ter sido veículos GRAB que sobraram do programa, com uma alteração do nome de código devido á transferência da missão dos GRAB do NRL para o NRO em meados de 1962. Apesar da desclassificação dos satélites POPPY, ainda não é claro quais dos satélites colocados em órbita pertenceram de facto a este programa. A situação actual ainda é um pouco confusa com o anúncio do NRO a referir que “um total de sete satélites POPPY foram lançados para o espaço entre 1962 e 1971”. Por enquanto dever-se-á assumir que isto não é verdade e que se deveria ler que “foram realizados um total de sete lançamentos no âmbito do Programa POPPY entre 1962 e 1971”. 3

Jonathan McDowell é um astrofísico do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian em Cambridge, Massachussets. Membro do Chandra X-Ray Center, estuda os buracos-negros, quasars e fontes de raios-X nas galáxias, bem como procede ao desenvolvimento de software para a análise de dados para a comunidade astronómica que estuda os raios-X. McDowell tem um bacharelato em Matemática (1981) e um doutoramento em Astrofísica (1986) pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, tendo previamente trabalhado no Observatório Real de Greenwich, no Observatório de Jodrell Bank e no Centro de Voo Espacial Marshall da NASA. As publicações científicas de Jonathan McDowell incluem o estudo da radiação cosmológica de fundo e a possibilidade de que os buracos negros massivos contribuíram para o problema da matéria negra; as emissões de raios-X provenientes da galáxia Arp 220; e a distribuição energética espectral dos quasars. Ajudou a desenhar a instrumentação CIAO de análise de dados e a infraestrutura de software para os processadores de dados do observatório Chandra. Jonathan McDowell é também o editor do Jonathan Space Report, um boletim grátis disponível na Internet e fundado em 1989 e que fornece detalhes técnicos sobre o lançamento de satélites, e contribui para a revista de astronomia Sky and Telescope. O sítio de Jonathan McDowell fornece a listagem histórica mais detalhada dos lançamentos orbitais desde o Sputnik, levando também a cabo pesquisas históricas sobre o programa espacial tendo como fontes originais a documentação do DoD e publicações russas.

Em Órbita – Vol.5 - N.º 57 / Julho de 2005

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