Revista Rock Meeting #28

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EDITORIAL Expectativas Mais um ano está indo embora. Boas ações, situações ruins, e os sentimentos se renovam, assim como os votos para o que está por vir. E os mesmo questionamentos são feitos: o que fiz de bom durante um ano? Quer mesmo uma resposta? Enquanto mídia, nós acreditamos que fizemos muitas coisas interessantes. Pela primeira vez, realizamos dois eventos. Pela primeira vez, indicamos uma banda para compor um line-up. Pela primeira vez, mudamos a nossa própria cara, reformulamos drasticamente o design da revista, para que ela, definitivamente, deixe de ser vista como algo não profissional. E sabe qual a resposta? Felicidade. Porque, pela primeira vez, ouvimos coisas que nestes dois anos nunca tínhamos ouvido. A reação foi

indescritível. Imagine uma criança, que gosta tanto de doce, ganhar um pirulito enorme... Imaginou? É bem assim mesmo... Sorrisos de um canto a outro. Sem mais, outros fatos ocorreram, mas nada que nos desmotivasse, nada que tirasse o sono. E nesta mesma perspectiva, nós queremos fortalecer suas forças e dar o nosso apoio: não esmoreça. Já vimos tantas desistências, tantos sonhos acabando em tão pouco tempo. Não seja mais um nas estatísticas. Seja mais um fazendo a diferença. Não existe uma fórmula mágica. Não sabemos ao certo como nasce toda a vontade de querer começar, e depois continuar. Porém, uma vez iniciado, não se pode parar! São estes os nossos votos. Renove os seus, e vamos caminhar juntos para melhorar o que muitos acreditam estar morto.


CONTENTS

05 World Metal 08 B.R.U.T.AL 2011 15 capa - Retrospectiva 21 Conheça: Whipstrike e Farscape 23 Top 5 de 2011 26 Terra Prima 31 Previsão 2012 36 O que estou ouvindo?

EXPEDIENTE

Pei Fon

Direção Geral Pei Fon Revisão Yzza Albuquerque Capa Pei Fon Equipe Daniel Lima Jonas Sutareli Lucas Marques Pei Fon Yzza Albuquerque Colaboradores Breno Airan João Marcelo Cruz

CONTATO Email: contato@rockmeeting.net Facebook: Rock Meeting Twitter: @rockmeeting Veja os nossos outros links: www.meadiciona.com/rockmeeting

Retrospectiva



Municipal Waste: título de novo álbum revelado A banda americana Municipal Waste anunciou a finalização do seu quinto álbum de estúdio, que será lançado ano que vem via Nuclear Blast Records, sob o título de “The Fatal Feast”. O vocalista Tony Foresta comentou: “Estamos chamando o álbum de ‘The Fatal Feast’, e estamos esperando que saia no próximo ano, juntamente com uma dose saudável de turnês. O Waste está realmente ansioso para fornecer a vocês a trilha sonora do fim do mundo em 2012. Cannibal Corpse: baixista comenta sobre novo álbum Em entrevista concedida à Search & Destroy, o baixista da banda Cannibal Corpse, Alex Webster, falou um pouco sobre o novo álbum que o grupo está preparando. “Eu não posso dizer o título do álbum e os nomes das faixas”, disse Alex. “O álbum será um pouco mais parecido com os mais antigos e um pouco menos sutil do que os dois últimos álbuns. Eles foram bastante sutis para os padrões do Cannibal Corpse. As letras nesse álbum são muito bonitas e o título não vai ser um choque enorme

Dream Theater: lançado livro de tablaturas para guitarra A Alfred Publishing anunciou o lançamento do livro de tablaturas para guitarra, contendo as tabs de “A Dramatic Turn Of Events”, o último álbum do Dream Theater. Uma cópia do livro pode ser adquirida neste endereço AQUI O Dream Theater está entre os nomeados para a 54ª edição do Grammy Awards, que será realizada no dia 12 de fevereiro de 2012 no Staples Center em Los Angeles. 05

para ninguém. Tem havido um grande desenvolvimento muito interessante neste disco.” “Eu tinha um outro projeto de gravação, então eu decidi parar de escrever um pouco. No final, Pat escreveu quatro músicas e Rob escreveu três, então há muito mais variedade neste disco. Ainda é o estilo Death Metal do Cannibal Corpse, mas há aspectos diferentes. Rob e Pat são compositores muito talentosos e devem contribuir muito! As canções de Rob são as três melhores músicas que ele escreveu para nós, eu acho.”, continuou o baixista.


Doro Pesch: preparando novo DVD gravado ao vivo Em nota oficial, a lendária vocalista alemã Doro Pesch anunciou que está preparando um novo DVD que conterá o show de encerramento de sua atual turnê, realizado no último domingo, 18, em Hamburgo, na Alemanha. O setlist do show conta com 25 músicas, incluindo uma boa parte da discografia de sua ex-banda Warlock.

Eluveitie: nova música disponível para audição O Eluveitie presenteou os fãs com “Meet The Enemy”, música do novo álbum da banda, “Helvetios”. Chrigel comentou: “Estamos felizes e orgulhosos de apresentar ‘Meet The Enemy’, a faixa 7 de nosso próximo álbum ‘Helvetios’! Fala basicamente sobre o ‘encontro’ que os helvéticos tiveram com legiões romanas 58 anos A.C., um dos pontos cruciais de sua história, pois era, basicamente, quando as guerras gaulesas entravam no ponto culminante. (...) Esperamos que gostem!” Ouça a música “Meet the enemy” AQUI Malefactor: teaser do novo vídeo clipe, “Blood of Sekhmet” No ano de comemoração de seus 20 anos de carreira os soteropolitanos do Malefactor lançam o teaser do novo vídeo clipe “Blood of Sekhmet”. Assista AQUI Amon Amarth: confirmada apresentação no Brasil em 2012 Os suecos do Amon Amarth confirmaram em seu site oficial uma tour pelas Américas do Sul e Central para março e abril de 2012. Mais detalhes serão divulgados em breve. 24.03.2012 (BR) São Paulo/ Carioca Club

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Evanescence: recebendo “Disco de Prata” no Reino Unido Devido às 60 mil cópias vendidas por todo o Reino Unido, o álbum “Evanescence” foi premiado com “Disco de Prata”. Nos Estados Unidos, o álbum vendeu 127 mil cópias na semana do lançamento. No momento, a banda está preparando o seu novo videoclipe para a música “My Heart Is Broken“, que prometem será lançado ainda este ano.

Primal Fear: Áudio dos samples do álbum “Unbreakable” Os samples são todos do próximo lançamento “Unbreakable”, novo álbum do grupo alemão de Power Metal, Primal Fear. Será lançado no dia 24 de janeiro pela Frontiers Records dos EUA. E parte do CD foi gravado nos estúdio Winterbach, na Alemanha com a produção do baixista Mat Sinner e o engenheiro Achum Köhler (Edguy/Masterplan). Ouça os samples: AQUI

Black Sabbath: turnê com Metallica e Slipknot em 2012? O Artisan News apurou que Black Sabbath, Metallica e Slipknot podem embarcar em uma turnê norte-americana no meio do ano que vem. Os rumores são constantes desde que Lars Ulrich se manifestou durante a festa de 30 anos de sua banda (que contou com a presença de Ozzy Osbourne e Geezer Butler em uma das apresentações). De acordo com o baterista, haverá “um grande anúncio em janeiro”. Ao mesmo tempo, Corey Taylor, ao falar sobre a programação do Slipknot para o ano que vem deixou um clima de mistério no ar em relação aos Estados Unidos, declarando apenas que não poderia contar o que estava sendo planejado. Já o Black Sabbath, apesar de ter anunciado uma série de show pela Europa, não tem nada divulgado para a América do Norte ainda. 07


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B.R.U.T.AL A edição deste ano do “Último Thrash de Alagoas” comprova, mais uma vez, o que já sabemos: é somente através da união que a cena vai para a frente


18 de dezembro teve um significado especial para os headbangers alagoanos: a data representou o último show de Metal de 2011 para os frequentadores da cena. Absurdos, Penitência, Raiser e os sergipanos do SenandiomA se uniram para a última performance no estado este ano, que aconteceu no Orákulo, através do já tradicional BRUTAL. Atendendo prontamente à proposta inicial do evento, que é dar espaço a bandas de Thrash que se apresentam predominantemente com material autoral, os quatro grupos fecharam com chave de ouro este que foi um ano marcante para o Metal em Alagoas.


Os primeiros a tocar no evento foram os Absurdos. Apesar do típico atraso, que infelizmente comprometeu o tempo de palco de todos, a banda fez uma apresentação consistente e cativante para um ainda reduzido público. Presença de palco para dar e vender, somada a um som um pouco mais lento que o Thrash clássico, com pegada que às vezes remete ao Pantera, parecem resultar em elementos perfeitos para compor uma bem-sucedida receita. Show realmente divertido de assistir.

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Em seguida, a Penitência subiu ao palco para dar continuidade ao evento. Com a casa mais cheia, a banda nos lembrou por que já foi capa de uma de nossas edições. Com novos membros fazendo parte da família, o nível de entrosamento durante o show era palpável. Conquistando a todos os presentes facilmente, as primeiras rodas começaram a tomar forma enquanto a banda tocava. Ao final do show, já tinha acontecido um pouco de tudo: teve gente se jogando de cima das caixas de som, teve briga, teve dente voando, enfim - animação por parte do público foi o que não faltou. 12


A penúltima banda a se apresentar, Raiser, subiu ao palco para tocar para um público bastante agitado. Com uma abordagem mais técnica, o grupo fez um show muito conciso, daqueles em que algumas pessoas largam os circle pits somente para assistir e prestar atenção aos músicos. Destaque para a escolha da música “Discipline of Hate”, do Korzus, para integrar o já impecável repertório, fato que levou os presentes à loucura.

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Para encerrar a noite, o quarteto sergipano SenandiomA se apresentou pela primeira vez em Maceió de maneira memorável. Com uma pegada bem crua, que vez ou outra lembra o Thrash do Violator, a banda colocou o sangue do público pra correr bem rápido por uma última vez. Tocando faixas de seu recente EP, “Order and Progress... Lies and Death!”, entre outras, o grupo definitivamente impressionou o público alagoano, que agora aguarda ansiosamente por um retorno dos caras. Como de costume, o BRUTAL encerrou as atividades da cena de Metal alagoana com maestria. Fica agora a expectativa para mais um ano de muito Metal em nosso estado. E a você, we wish you a Heavy New Year! 14


Retrospectiva Relembramos o que foi notícia nas páginas da Rock Meeting Por Daniel Lima (@daniellimarm | daniel@rockmeeting.net) Fotos: Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

2012 batendo na porta. 2011 vai ficar apenas na lembrança, já que ele está ficando no passado. Muitas coisas aconteceram, e a Rock Meeting vem relembrar um pouco do que foi notícia durante todo este ano. O primeiro show do ano aconteceu no dia 29 de janeiro, evento que contou com a participação das bandas Caravellus (PE), Cruor (PE), DarkTale (AL) e CODE (AL). Um evento memorável para aqueles que presenciaram... E este foi apenas o pontapé inicial para os meses seguintes. Um pouco mais à frente, necessariamente em março, dois fatos marcaram o mês: show da banda paulista Oficina G3, em Maceió, e a cobertura de um show fora de Alagoas, o da finladesa Tarja Turunen, em Brasília. A banda brasileira concentra um grande público na cidade, e havia grande expectativa, por conta da mudança do vocalista, no entanto, alguns problemas surgiram e o show deu início ainda enquanto o público

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adentrava no local da apresentação. Devido a estes e outros problemas externos, o Oficina G3 finalizou seu setlist cedo demais, muito embora o que a banda conseguiu executar foi de bom agrado para o público. Em abril, os alagoanos partiram rumo à Recife para assistir a apresentação de uma das lendas vivas do Heavy Metal mundial. O Iron Maiden desembarcou na capital pernambucana para fazer mais um show da turnê do álbum “The Final Frontier”, que passou por mais algumas capitais brasileiras. Para iniciar, a banda Terra Prima (PE) se apresentou para esquentar o público, que esperava pela Donzela de Ferro, encerrando com um cover de “Enter Sandman”, da banda norteamericana Metallica. Finalmente, o Iron Maiden sobe ao palco tocando ”Satellite 15... The Final Frontier” e, em seguida, clássicos como “Blood Brothers”, “2 Minutes to Midnight”, “The Number of the Beast” e outras obras-primas do Metal.


Banda Cruor (PE) - Túlio, Wilfred, Jairo e Bruno. Kedma Villar (centro) do Code (AL)

No mesmo mês, também aconteceu o Tributo a Chuck Schuldiner (vocalista do Death), evento que homenageou o aniversário de morte de um dos maiores ícones do Death Metal. A banda Goreslave ficou responsável pelo tributo, e tocaram as músicas que marcaram época. Um show muito especial para todos os que se fizeram presentes. Maio foi o mês dos acontecimentos. Um dos festivais alagoanos conhecidos por agrupar bandas alternativas, o Maionese, em sua nona edição, dedicou um dia para o Metal. Trazendo bandas de fora e da cidade, fez uma mistura de estilos que agradou ao público. Apesar de grandes eventos que ocorreram no primeiro semestre, nem tudo foi alegria. Marlus Martins, guitarrista da Raiser, é bastante conhecido do público que frequenta o underground em Maceió. Em maio, ele teve sua casa inundada devido às fortes chuvas do período, perdendo instrumentos, móveis, utensílios e outros itens domésticos. Porém, os amigos não ficaram de braços cruzados e organizaram um show beneficente para ajudá-lo, e as bandas Imdy Project, Raiser, Powerslave, Slayer Cover e Anesthesia se colocaram à disposição para ajudar. Marlus ficou comovido com a presença de todos e agradeceu pelas pessoas terem saído de casa para prestigiar o evento.

Banda Morcegos (AL) apresentando-se no Festival Maionese

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A banda Dead Fish também pisou em solo alagoano para se apresentar no Orákulo, uma grande apresentação que deixou a casa lotada. Quem foi, não se arrependeu do que viu por lá. Iniciando o segundo semestre de 2011, a banda Misantropia fez show para comemorar os 20 anos da banda no Kfofo, com a participação das bandas Zé Caveira, Resistir e Karne Krua. O público foi prestigiar os shows, comprar CDs, livros, zines e material que estava à venda no local. Esta foi uma pequena amostra de que o Punk não está morto e resiste em Maceió. Biquíni Cavadão e Plebe Rude se apresentaram para um numeroso público no Clube Fênix Alagoano. O show começou com a banda Isca Up, e, logo depois, a Biquíni Cavadão suboi ao palco com o primeiro sucesso da banda, que se chama “Tédio”, e, em seguida aquelas que não saem da cabeça, como “Vento Ventania”, “Zé Ninguém” e “Astronauta de Mármore”. Após clássicos, Plebe Rude sobe ao palco, com suas letras politizadas e conscientes, pela primeira vez em solo alagoano. O público já era reduzido, mas não estava menos empolgado. Na plateia, havia pessoas com DVDs, CDs e até vinis da banda. Isso mostra que o legado da banda continua e irá seguir por gerações. A Plebe encerrou a apresentação com a música “Até Quando Esperar”, que o Biquíni Cavadão regravou no DVD intitulado Anos 80. Em setembro, no Banga Bar, aconteceu o show da carioca Confronto, que contou com as participações de ITEP (RN), Adrenaline e Abismo. Neste mesmo mês, o Rock perdeu um guerreiro da cena nacional: Redson, que era vocalista da banda Cólera, faleceu e nos deixou em luto. Também em setembro aconteceu o Rock In Rio IV, evento que aconteceu no Rio de Janeiro e fez muitos alagoanos desembarcarem por lá para assistir aos shows de bandas nacionais e internacionais, como Metallica, Korzus, Slipknot, Red Hot Chili Peppers, Sepultura, Capital Inicial, Guns N’ Roses, System of a Down e outras atrações. 17

Léo - Adrenaline (AL)


Confronto (RJ) em Maceió

Em outubro, rolou o show da banda Reffer no Orákulo. O aniversário de dois anos da revista Rock Meeting trouxe a Maceió o trio pernambucano da Alkymenia (Death/ Thrash), os sergipanos da One Last Sunset (Metal/HC), e a galera que representou Alagoas: Varial, Raiser, Goreslave (Death tribute) e Autopse. O show aconteceu em um lugar diferente do que se está acostumado, o Espaço Cultural Linda Mascarenhas, localizado ao lado do Cepa, no Farol. Para encerrar o mês, aconteceu o Halloween no Churrascore, que foi organizado pela lendária banda alagoana Morcegos. As tambéms alagoanas Life in Black e Damage estavam escaladas para a noite, mas, infelizmente, não tocaram, por razões extra-banda.

Quanto mais próximo do fim do ano, mais eventos foram acontecendo, e novembro teve bastante conversa para os amantes do Rock. O mês começou com a grande polêmica do vocalista Edu Falaschi (Almah e Angra), acerca da morte do Metal nacional. Isso aconteceu, acontece, ou foi um momento de fúria? Bem, cada um tem a sua opinião, e independente disso a arte de “banguear” continua. Dias depois, para ser mais exato no dia 11 de novembro, o Black Sabbath anuncia a sua volta, com a confirmação de uma nova turnê e álbum de inéditas, depois de 30 anos. No Brasil, Eloy Casagrande é anunciado como novo baterista do Sepultura, após a saída de Jean Dolabela.

Alkymenia (PE) - Sandro (guitarra), Lalo (baixo) e Dennis (bateria)

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Allan Nogueira - Abismo (AL)

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A banda alagoana Autopse anunciou músicas novas no YouTube, e também participou do show do Korzus, banda de Thrash Metal que trouxe a Maceió novas e velhas músicas conhecida dos headbangers. Além da Autopse, que lançou seu primeiro álbum, intitulado “Descontrole Mental”, Abismo também tocou e fez uma apresentação impecável. A nota triste foi a banda Morcegos não ter se apresentado. Para encerrar a maratona 2011 de shows, polêmicas e notícias, Lobão foi entrevistado na Rede Bandeirantes, no programa “Agora É Tarde”, apresentado por Danilo Gentili. Uma grande divulgação, tanto para os filmes pornôs que ele produz, como para a banda Cheiro de Calcinha, e isso gerou muita badalação nas redes sociais, como o Facebook.


Outros alagoanos que ganharam destaque a nível nacional foram os caras da banda Before Christ, que saíram na revista Roadie Crew. Esta foi mais uma vitória do Rock alagoano, mostrando que nosso estado também tem som de qualidade. Outro fato que chamou bastante a atenção do público foi o anúncio de novos integrantes na Morcegos. Com a saída de Fred (bateria) e Junior (baixo), entraram Virgínio Gouveia (Baixo) e Mikhail (bateria). Para encerrar, aconteceu o B.R.U.T.A.L., o último show do ano, e esse vocês podem conferir na matéria que está nesta mesma edição. O fim sempre é triste, menos quando está se falando que um ano está acabando: sinal que, em seguida, outro virá, para deixar as coisas ruins para trás, perpetuando as boas. A Rock Meeting deseja a todos que 2012 seja superior ao ano que passou, e que seja repleto de positividade e Rock and Roll para alimentar a alma. Que venham mais alegrias, notícias, polêmicas, eventos e afins, para animar e discutir entre os amigos os assuntos que interessam a todos que lêem esta revista: ROCK. Até 2012, isto é, se o mundo não acabar, como já foi anunciado em um certo filme.

Penitência (AL) - B.R.U.T.AL 2011

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ROCK MEETING APRESENTA:

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arscape é uma banda carioca de Death/Thrash Metal formada em 1998 por Victor WhipStriker (baixo), Leo WitchCaptor (guitarra/ vocais) e Pedro Skulkrusher (bateria). Inicialmente criada com o propósito de tocar covers de Venom, Motörhead, Tank, Misfits,

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Diamond Head e Kreator, hoje a banda possui uma respeitável discografia de trabalhos autorais, todos sob a influência de nomes de peso, alguns deles sendo Kreator, Slayer, Destruction, Sacrifice, Sadus e Whiplash. Já tendo se apresentado como banda de abertura para grandes nomes do

Metal mundial, como Sodom, Rotting Christ, Desaster, Vulcano, Chakal e Krisiun, o quarteto (Victor Poisonhell, guitarrista, se juntou aos outros três membros em 1999) toca em Maceió pela primeira vez no dia 8 de janeiro, no Kfofo, através da Black Moon Produções.

Discografia “Doctrine Sickness” (2001)

“Killers on the Loose” (2006)

“Demon’s Massacre” (2003) • “Promo 2001” • “Farscape / Vexed” (Slpit - 2002) • Victimizer / Eternal Pain / Betrayed / Farscape (Split - 2005) • “The Horror Can’t Stop” (Split com Sodomizer - 2007) • “For Those Who Love to Kill” (Compilação - 2008) 21


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W

hipstriker é uma banda de Metalpunk carioca formada em 2008 por Victor Whipstriker, baixista da Farscape. Com influências de Motörhead, Venom, Warfare, Tank, Exciter, Black Uniforms e Discharge, a banda já fez uma turnê pela Europa em 2011, e se apresenta em Maceió pela primeira vez junto à

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pace.com

Farscape. Como discografia, o Whipstriker tem alguns lançamentos, entre eles: a demo “Midnight Crust”, de 2010; o EP “Metalpunk’s Not Dead”, que é um Split com a banda americana Iron Fist, também de 2010; “Crude Rock n’ Roll”, primeiro Fulllength, lançado em 2010; e o Split com a sueca Germ Bomb, de 2011.

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“Crude Rock n’ Roll” (2010)


Em ritmo de retrospectiva, a Equipe e os colaboradores da rock Meeting listaram seus cinco álbuns de destaque de 2011. Confira!

Breno Airan

1. Alice Cooper - Welcome 2 My Nightmare 2. Megadeth - Thr1rt3en 3. Anthrax - Worship Music 4. Edguy - Age Of The Joker 5. Mastodon - The Hunter Daniel Lima

1. Sepultura - Kairos 2. Raimundos - Roda Viva 3. Matanza - Odiosa Natureza Humana 4. Iron Maiden - From fear To Eternity - The Best Of 1990-2010 5. O Teatro Mágico - A Sociedade Do Espetáculo

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Destaque também para: Whitesnake - Forevermore Iced Earth - Dystopia


Joรฃo Marcelo Cruz

1. Leptospirose - Aqua Mad Max 2. Foo Fighters - Wasting Light 3. O Inimigo - Imaginรกrio Absoluto 4. TEST - Carne Humana 5. Sublime (with Rome) - Yours Truly

DanielSutareli Jonas Lima

1. Chevelle - Hats off to the bull 2. Bullet Bane - New world broadcast 3. Megadeth - Thr1rt3en 4. Machine Head - Unto the locust 5 . Cavalera Conspiracy - Blunt force trauma

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Pei Fon

1. Nightwish - Imaginaerum 2. Within Temptation - The Unforgiving 3. Evergrey - Glorious Collision 4. Shadowside - Inner Monster Out 5. Slasher - Time To Rise

Destaque também para: Mayan - Quarterpast Iced Earth - Dystopia Amaranthe - Amaranthe Symphony X - Iconoclast Fleshgod Apocalypse - Agony

Yzza Albuquerque

1. Evergrey - Glorious Collision 2. Iced Earth - Dystopia 3. Havok - Time is Up 4. Toxic Holocaust - Conjure and Command 5. Krisiun - The Great Execution

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Destaque também para: Amon Amarth - Surtur Rising HammerFall - Infected Foo Fighters - Wasting Light Red Hot Chili Peppers - I’m with You Matanza - Odiosa Natureza Humana


Entrevista exclusiva com a banda pernambucana que estará no Metal Open Air em São Luís (MA). Acompanhe a entrevista com o vocalista Daniel Pinho. Por Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net) Fotos: Divulgação

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Inicialmente, agradecemos por esta entrevista, e parabenizamos, desde já, pela ida ao Metal Open Air. Em relação ao festival, as negociações já estavam sendo encaminhadas. Como o produtor do MOA chegou a vocês? Inicialmente, somos nós que temos que agradecer. Cada espaço na mídia, seja online ou físico, é uma vitória, em termos de divulgação e reconhecimento do nosso trabalho. Quanto ao MOA, havíamos entrado em contato com a Lamparina Produções na época do show do Blind Guardian. Mandamos uma mensagem via Facebook, falando do Terra Prima, bem como do currículo em festivais, shows variados e da abertura do Iron Maiden. Quando surgiu o evento do Metal Open Air, voltamos a contatálos, nos colocando à disposição, falando novamente da estrada da banda e que o MOA seria justo quando voltaríamos da EuroTour (marcada pra fevereiro de 2012). Enfim... Um belo dia, recebemos a ligação da Lamparina Produções, nos confirmando no festival.

Qual o sentimento geral com o anúncio de que estariam no line-up do primeiro evento brasileiro dedicado ao Metal? É indescritível a felicidade ao ter um reconhecimento desse porte. Cada vitória é um dia de fôlego que se ganha no Heavy Metal nacional. Uma vitória dessas é a comprovação que cada luta, suor e ensaio fazem sentido. É a comprovação de que é a hora de continuar a batalha, e não descansar ou desistir. Afinal, “Essence” (faixa 11 do disco “And Life Begins”, com participação de Rafael Bittencourt, do

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Mirella Cordeiro

Vocês já tinham uma noção da magnitude do evento, ou ficaram sabendo depois? Desde que foi anunciado o festival aqui no Brasil, já era citado que seria algo aos moldes dos grandes festivais europeus, como o Wacken. Então, esperávamos realmente que fosse algo de uma magnitude nunca vista no nosso país, pelo menos não voltada somente para o público do Heavy Metal.


Angra) já diz: “We’re here to stay! We’ll never lose this fight!” (“Estamos aqui para ficar! Nunca perderemos esta luta!”). Pelo fato de o evento ser realizado no Nordeste e vocês serem desta região, chegou a hora da parte de cima do Brasil sentir o verdadeiro sentimento headbanger? Acreditamos (e esperamos) que o pessoal mais ao sul já conheça grande parte das bandas e do calor (não o geográfico, haha) do público do Nordeste. Quem ainda não conhece, vai ter uma bela surpresa, porque nós somos loucos, no melhor sentido da palavra. Amamos a música que fazemos e temos muito a oferecer. Não é a toa que o Cangaço, banda conterrânea nossa, “somente” ganhou o Wacken Metal Battle e foi botar fogo na Alemanha. Temos bandas ótimas, e o público é realmente insano, de uma energia pouco vista no mundo todo. Vai ser incrível! Não é tão cedo para pensar, mas quais as expectativas de vocês para o dia do show? Esperamos um público bastante acolhedor, inspirado para ouvir Heavy Metal. Só temos a pensar que esse evento será um sucesso! Já tem alguma ordem, já sabem o tempo de show? O que pretendem aprontar no MOA? Ainda não temos nem ordem, nem a data ou o tempo de show. Sabemos que festivais demandam um tiro um pouco mais curto do que um show comum da banda, portanto, esperem o melhor do nosso disco. Vai ser um momento mágico. Daremos todo o melhor que pudermos!

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Vocês já tocaram em algumas cidades do Nordeste. São Luís será a primeira vez? Sim, tocamos em algumas cidades do Nordeste. Estamos ansiosos, porque São Luís tem trazido bandas importantes, então imagino que a cena Heavy Metal esteja bem quente por lá. Tocar a primeira vez num lugar que já viu tantas bandas boas é sempre um desafio, e vamos nos doar de toda a alma para fazermos um show inesquecível! Para finalizar, quais bandas vocês estão esperando ver no MOA? Sucesso! Ter bandas como Destruction, Blind Guardian e Anthrax no mesmo festival, só se vê na Europa. Além disso, André Matos e Torture Squad são bandas que já tivemos um contato mais próximo e queremos ver de perto! Estamos torcendo para confirmar o Korzus*, banda do nosso conterrâneo, Antônio Araújo, e dos produtores do nosso disco, 29


Marcello Pompeu e Heros Trench. Estamos lá para a farra total. Se pudermos, vamos ver todos os shows! É uma celebração ao Heavy Metal, e, como tal, merece atenção completa a todas as bandas. Temos certeza de que elas farão shows inspirados e intensos, devido à energia do público mais louco deste planeta: o brasileiro! Como um último pedido aos leitores da Rock Meeting: há 20 bandas nacionais no cast. Deem atenção dobrada a elas. Elas são patrimônio nosso, de cada headbanger brasileiro! Elas são a nossa maior riqueza, dentro desse estilo que ouvimos e amamos tanto! Aguardamos todos vocês no Metal Open Air. Vai ser inesquecível!

*Na época da entrevista, o Korzus ainda não tinha sido oficialmente no festival. Isso aconteceu pouco tempo depois.

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Previs達o Rock Meeting

O que esperar para 2012?

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Mais um ano chega ao fim. 2011 significou bastante para a cena, mas definitivamente não chegou aos pés do que nos aguarda mais adiante. 2012 carrega consigo uma quantidade incalculável de expectativas e promessas, principalmente para os fãs brasileiros de Metal. A RM resolveu dar uma de vidente e tentar prever o que o novo ano reserva para todos nós. Confira: Festival com espaço para Rock e Metal, em 2012, no Brasil, definitivamente não vai faltar. O maior nome do segmento, a nível nacional, para o ano que se inicia é o SWU - ainda sem atrações confirmadas, mas com um rumor bem pesado, literalmente, circulando por aí: Black Sabbath. E aí, derramou uma lágrima também? Somente no Nordeste, quatro grandes festivais acontecerão: os tradicionais Abril pro Rock, em Recife (PE), Festival de Inverno, em Garanhuns (PE), e Festival do Sol, em Natal (RN), e o novato Metal Open Air, em São Luís (MA). Este último tem sido alvo de muita especulação, debates calorosos em redes sociais e, obviamente, o principal criador de expectativas dentro de cada headbanger do país. Até a data de lançamento desta edição, 24 atrações nacionais e internacionais tinham sido confirmadas oficialmente, entre elas um dos integrantes do famoso Big 4, o Anthrax, e também um dos principais nomes do Thrash Metal alemão, o Destruction. Apesar de algumas gafes cometidas pela organização até o momento, esse festival ainda é o porta-bandeiras da esperança de todo metalhead brasileiro, que tanto sonha em frequentar um festival aos moldes europeus, como Wacken Open Air, Rock Am Ring e Download Festival, sem ter que sair do Brasil. A Rock Meeting estará lá! 32


A

lém de festivais, o ano de 2012, e em particular o primeiro semestre dele, será palco para grandes nomes do Metal internacional, que passarão pelo Brasil (principalmente por Rio de Janeiro e São Paulo) com suas atuais turnês. Todas as bandas nestas duas páginas se apresentarão em nosso país no novo ano. É show pra caramba! Confira:

Eluveitie

Amon Amarth

Lacuna Coil

Hatebreed

Lamb of God Iced Earth

Dying Fetus 33


Amorphis

Within Temptation Six Feet Under

Dimmu Borgir

Opeth Blue Ă–yster Cult

Sodom

Sebastian Bach 34



Rolling Stones Breno Airan (@brenoairan | brenoairan@hotmail.com)

Houve uma época em que a rixa entre os fãs dos Beatles e os Rolling Stones não acabava. Mas quando o sonho da volta dos Fab Four se foi, com a morte de John Lennon, em 8 de dezembro de 1980, a coisa mudou. Os Stones eram a melhor banda de Rock do mundo. Não havia como negar. Com quase 20 anos de banda, o grupo lançou “Tattoo You”, em 1981, tendo uma das turnês mais bem sucedidas da história. Para se ter uma ideia, à época, para concertos em Nova Iorque e Nova Jersey, os integrantes do grupo e os empresários decidiram fazer uma “loteria”. Os ingressos seriam vendidos a quinze dólares e as pessoas teriam de enviar a quantia em dinheiro pelos correios, para assim serem ou não sorteadas para assistir ao megashow. Só os correios de NY receberam mais de um milhão de correspondências; em Nova Jersey, por hora, chegava mais de 800 cartas. Ademais, os “passaportes” para os espetáculos deles sempre valiam mais que barras de ouro – o valor sentimental estava embutido, coisa que só os Stones conseguem, por vezes. Só dessas vendas de ingressos, o grupo - quase

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que uma empresa - faturou cerca de 40 milhões de dólares. A renda bruta foi reforçada com outros 20 milhões de dólares, pelo lucro obtido com broches, bonés, camisas, faixas e, claro, o disco “Tattoo You”. O Long Play (LP) conquistou Disco de Platina quádruplo nos EUA, e o sucesso da tour ganhou registro em película, o “Let’s Spend the Night Together”, dirigido por Hal Ashby. O álbum foi classificado pela revista estadunidense Rolling Stone como o 34º melhor da década de 1980. No entanto, o disco foi feito de um apanhado que já havia na gaveta dos compositores Mick Jagger, à frente dos vocais, e Keith Richards, nas bases rítmicas das guitarras. Com um setlist variado e bem equilibrado, o CD abre com o riff simples de “Start Me Up”, daqueles que levantam multidões. A música iria entrar no “Black And Blue”, de 1975, e seria um Reggae chamado “Never Stop”. Mas a banda optou por dar a pitada Rock and Roll que a canção precisava. Virou hino. Em sequência, temos vários destaques, como “Slave”, com uma nuance envolvente contando ainda com o backing vocal de Pete Townshend -, “Little T&A”, com as frustrações amorosas de Richards, por só passar uma noite com certas mulheres, e a balada que fecha o álbum muito bem, a “Waiting on a Friend”. Uma pepita, cozinhada também por Charlie Watts, nas baquetas, Bill Wyman, no baixo, e Ron Wood, nas seis cordas.


Tankard Daniel Lima (@daniellimarm | daniel@rockmeeting.net)

Olá, leitores da Rock Meeting! Desta vez, não tive dúvida na escolha do álbum para esta edição. Este álbum é de 2007, em comemoração aos 25 anos da banda alemã Tankard, e se chama “Best Case Scenario: 25 Years in Beers”. Eles afirmam ter inventado um estilo chamado “Alcoholic Metal”, onde estão sempre exaltando e honrando o álcool. Este é um daqueles discos que, após apertar o play, você ouve do começo ao fim sem pular nenhuma faixa. A primeira faixa é a que dá nome ao primeiro álbum da banda, de 1986, que se chama “Zombie Attack”. Esta música demonstra a pancadaria que vem em seguida, com “Maniac Force”, do mesmo álbum. Essas músicas são daquelas que, se rolasse em algum show underground aqui de Maceió, a pancadaria rolaria solta, sem sombra de dúvidas. A terceira faixa é do mesmo disco e se chama “[Empty] Tankard”, outra que não deixa o ouvinte sem bater cabeça. A quarta pancada é “Don’t Panic” do álbum de 1987, “Chemical Invasion”, e o que se pode dizer é que o Thrash continua rolando. A próxima é a título do segundo álbum, “Chemical Invasion”. Em seguida vem “The Morning After”, que é faixa-título do terceiro álbum da banda, e é uma daquelas músicas que começa numa vibe, depois acelera um pouco para que a pancadaria volte a acontecer novamente. “Alien” é a sétima faixa, ela foi lançada originalmente no EP de mesmo nome, em 1989, assim como “666 Packs”, que vem após. ”Beermuda” e “Space Beer” pertencem ao álbum “The Meaning of Life”, de 1990. São mais duas que

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com certeza vale a pena ouvir, assim como todas as faixas anteriores e as que estão por vir. “Space Beer” é numa linha de Thrash mais tradicional, mas não tira o peso do CD. A décima primeira música se chama “Medley (Alcohol, Puke, Mon Cheri, Wonderful Life)”, ela saiu em tantos álbuns do Tankard que prefiro deixar você, meu caro leitor, fazer a pesquisa e descobrir em qual álbum ela foi originalmente lançada. Esta é uma faixa espetacular. “Freibier” é de 1990. do álbum “Stone Cold Sober”, e lembra bastante as músicas dos dois primeiros discos. ”Nation Over Nation” é do sexto disco do Tankard, “Two-Faced”, lançado em 1994, e a faixa-título é a próxima e penúltima música do CD. Para encerrar com chave de ouro, “Minds on the Moon” vem coroar esta coletânea fantástica. Ela foi lançada no álbum “The Tankard”, de 1995. Para quem gosta de Slayer, Sepultura, Soulfly, Obituary, Pantera e coisas do tipo, é uma boa dica, e para você, que não conhece, posso dizer que esta coletânea é perfeita para começar a ouvir Tankard. Não precisa apreciar com moderação, é volume no máximo, e curta com os amigos. Acima estão os títulos dos álbuns, o que facilita a pesquisa, então não tem desculpa. Eles possuem vários outros álbuns, que vocês encontrarão quando estiverem procurando na Internet, e este disco eu considero simplesmente perfeito. Eu gostaria de ver alguma banda daqui de Maceió tocando pelo menos uma música do Tankard, seria muito bom. Fica a dica. Como sempre, para encerrar, este álbum “eu recomendo”.


TEST João Marcelo Cruz (@jota_m | jomarcelo_@hotmail.com)

Imagine um cara chamado João. Ele é roqueiro - mais do que isso, gosta de Rock pesado -, e ele tem uma Kombi; e um amigo chamado Barata, que toca bateria - mais do que isso, ele toca bateria muito rápido. Rápido o suficiente para soar como uma rajada de metralhadora. E o meu xará, além ter uma guitarra e um amplificador, o infeliz ainda tem um gerador. Agora me diz, consegue imaginar o que esses dois caras podem fazer com seus instrumentos, a Kombi e um gerador? Então, eu tô falando do duo paulistano TEST. Eu não sei bem quando a banda surgiu, imagino que não faça muito tempo. Conheci os caras quando lançaram seu primeiro videoclipe, o da música “Ele Morreu Sem Saber o Porquê”, lá pra julho deste ano. E logo de cara eu já fiquei de cara! (sic) Pra quem não entendeu o raciocínio do primeiro parágrafo, essa dupla aí, formada por velhos conhecidos da cena de Punk paulista, João Kombi (Ex – Are you God?) e Thiago Barata (DER) saem tocando com seus aparatos em tudo que é canto, principalmente na rua, e em porta de shows. Muita gente passou a conhecer a banda justamente depois de dois shows surpresa 38

na porta do DRI e do Slayer. Se ligou?! Mesmo os caras tendo um pé no metal, essa atitude é Punk pra caralho. Falando do som, “os maluco” fazem um Crust/Death com várias pegadas de Grind. E por se tratar apenas de guitarra e bateria, isso faz com que o som deles tenha uma pegada bem própria e diferenciada. Como não vou me aprofundar mais tecnicamente, pra situar melhor, as influências passeiam entre clássicos como Napalm Death, Disrupt e Terrorizer, até as brasileiras Facada e HUTT. Então, trutas, até onde eu sei, o TEST já tem nas costas uma demo chamada “Jesus Doom”, um EP intitulado “Carne Humana”, um DVD iradíssimo gravado no MIS (Museu da Imagem e do Som), e vários vídeos tocando pelas ruas e calçadas da vida. Tem tudo no YouTube. Corre lá. Recentemente os caras fecharam o ano com uma mini-tour Norte/Nordeste, passando por Teresina, São Luís e Belém. Agora, é rezar para o anjo caído, para que essa dupla insana volte ao Nordeste e passem por nossa terrinha linda. Estamos precisando da paz que esses homens carregam em seu som.


The Bullet Monks

Jonas Sutareli (@xSutarelix | jonas@rockmeeting.net)

Tyler Voxx (vocais e guitarra), “Dangerous” Dan (guitarra solo), Spreace Jackson (baixo) e M.Dogg (bateria) são os Bulletmonks. Os caras são uma banda de Rock de Nürnberg, Alemanha, que alguns intitulam por aí como Hard Rock, mas eu não vejo muita semelhança com o que eu conheço do estilo. Não acho Bulletmonks nem um pouco parecido com Scorpions, Aerosmith ou AC/DC. Mas, bem, classificação aqui é o que menos importa. Eles tiram um som encorpado, marcante, com um vocal grave e firme (o que me agrada bastante e dá um tom de agressividade

no som). É um Rock bem cadenciado, pesado, solto. Bulletmonks é uma banda bem livre no que faz. Percebo um som que não se amarra a uma linha apenas. Várias das músicas têm uma nuance diferente, mas com a mesma pegada. Só conheço apenas um disco deles: “Weapons of Mass Destruction”. A banda é nova, foi formada em 2008, e esse é o primeiro disco, que data de 2009. Destaco a faixa “No Gain, Just Pain”, mas o álbum inteiro é sensacional. Vale muito a pena dar uma conferida. Saca só: http://www.myspace. com/bulletmonks

Whitesnake

Yzza Albuquerque (@yzzie | yzza@rockmeeting.net)

Permitam-me, neste “O que estou ouvindo?”, retornar um pouco às minhas raízes. Quando mais nova, o som que tocava direto em meu quarto era o Hard Rock, e definitivamente uma das bandas que encabeçavam minha lista de favoritas era o Whitesnake. Como não se apaixonar pelos “carões” dos vídeos mais cafonas dos anos 1980? Com o advento do Metal Open Air, acabei entrando em contato novamente com esses coroas por causa de pessoas bacanas que conheci em 39

redes sociais e que curtem esse segmento do Rock. Acho maravilhosa essa sensação de redescoberta, e é com essa mentalidade que tenho encarado meus escolhidos para esta edição. “Slip of the Tongue”, de 1989, é o disco da vez. Alguns dos maiores clássicos da banda se encontram nesse álbum, que é ouvida obrigatória para quem é chegado no estilo. Destaque para as faixas “The Deeper the Love”, “Fool for Your Loving” e “Now You’re Gone”.


Nightwish Pei Fon (@poifang | peifang@rockmeeting.net)

De novo? Sim, de novo. Mas agora por um belo motivo: CD novo. Que tipo de fã seria eu se não comentasse o mais recente trabalho? Tão logo, e ansiosamente, o CD saiu após um hiato de quatro anos sem lançar um álbum de inéditas. Nightwish é o que estou ouvindo, mais uma vez, e “Imaginaerum” é o sétimo álbum do grupo sueco-finlandês de Symphonic Heavy Metal. Nunca um álbum me causou tanto frisson como este. Sentir arrepios não é uma coisa normal (risos). Tenho acompanhado desde a produção, comentários, audição de samples e muitos reviews. Não vou me limitar a resenhar faixa a faixa, farei diferente. Talvez, da forma como gostaria de ler. Porém, concordo com muita coisa que tem saído sobre. Em uma primeira “escutada”, é difícil compreender a proposta do CD quando não se sabe de um detalhe importante: há um filme produzido paralelamente. Após saber disto, você começa a compreender as faixas e “imaginá-las” como seriam distribuídas dentro do filme, que cena seria composta por aquela determinada canção. De fato, mexe com sua imaginação. E é esta a proposta. Inovação. Tuomas Holopainen (tecladista e compositor) sempre é chamado de mestre ou gênio devido a suas composições. E bem à maneira dele, como imaginar uma faixa com uma pegada de Jazz dentro de um álbum de Heavy Metal? Tuomas consegue fazer isso sem que destoe tanto. Nome: “Slow, Love, Slow”. Sensação? De estar num cabaré francês. Outros detalhes importantes e que valem ser 40

mencionados: em “Dark Passion Play”, primeiro álbum com a Anette Olzon, foram utilizadas gaitas de fole de Troy Donockley, até então incrivelmente bem aproveitadas. Ledo engano. Em “Imaginaerum”, é perceptível que a participação de Troy é muito mais satisfatória. Ele se encaixou muito bem na proposta do novo álbum. Pode-se até esquecer o que ele fez anteriormente. Não posso esquecer que, enfim, Tuomas escreveu as músicas para a voz da Anette. Finalmente! Não que “Dark Passion Play” tenha sido um péssimo cartão de visita, mas a áurea do álbum é tão carregada de ódio, ressentimento, culpa e raiva, que Anette não consegue passar o que ela tem para mostrar. Ainda bem que tem o “Imaginaerum”. Ela se mostra mais versátil na voz e faz entender por que Tuomas a escolheu. Não preciso falar dos outros membros da banda, eles estão impecáveis. Mas devo salientar que ouço mais o som do teclado do que em outrora. “Imaginaerum” é, sem sombra de dúvida, um dos melhores CDs do Nightwish. As inspirações que o keyboardist tem para compor as músicas são das mais variadas: Tim Burton, Walt Withman, Hans Zimmer, Salvador Dali... Eu realmente me sinto dentro de um filme. A faixa “Scaretale” parece um flashback, me faz lembrar o filme “Sweeney Todd”. É muito Tim Burton! Tão logo, as músicas que destaco de “Imaginaerum” são “Storytime”, “Ghost River”, “I Want My Tears Back”, “Scaretale”, “Turn Loose the Mermaids” e “The Crow, the Owl and the Dove” e “Imaginaerum”. As demais merecem, sim, destaque, mas estas estão no coração.



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