Folhear edição número 2

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fotos  arquivos pessoais  ilustração  marcos garutti

montados entre empresas, institutos de pesquisa e Finep, coordenados pelo Ministério da Saúde e com base no uso do poder do Sistema Único de Saúde (SUS), mostram que a inovação empresarial pode avançar com base na articulação público-privada. Os resultados já surgiram nas áreas de biofármacos, vacinas, hemoderivados, soros e toxinas com alta tecnologia para atender à população no combate a doenças como câncer, diabetes e artrites, entre outras. Do ponto de vista estrutural, o Plano contribui concretamente para a construção de uma autêntica indústria nacional de fármacos, avançada e de alta tecnologia. Todos esses avanços foram possíveis associados ao esforço para redução de prazos e simplificação de processos. A Finep, por exemplo, lançou o Finep 30 dias, processo em que os projetos de crédito são avaliados no seu mérito em até 30 dias. Essa mudança radical desburocratizando e modernizando processos e procedimentos só foi possível com inserção de inteligência e tecnologia, que contou com a participação de analistas internacionais e nacionais associados à experiência da Finep. Oitenta e seis indicadores de inovação foram criados, o que permite aumentar o rigor e a eficiência do tratamento dos projetos e simplificar e diminuir custos para as empresas. O novo processo, que

fez o tempo de análise de projetos passar de 452 dias em 2010 para 30 dias, é uma verdadeira revolução. Lançado em setembro de 2013, o Finep 30 dias já cadastrou mais de 3 mil empresas e recebeu cerca de 400 projetos de inovação, totalizando aproximadamente R$ 25 bilhões. Diga-se de passagem, o impacto foi tamanho que a simplificação de processos na Finep será feita agora também para as universidades e centros de pesquisa. Ainda neste mês de agosto, o programa Finep 30 dias Pesquisa estará operacional, dando um verdadeiro choque de gestão e de respeito ao contribuinte. Com objetivo de alcançar as micro e pequenas empresas, o Plano Inova Empresa contemplou ainda a descentralização do crédito e da subvenção econômica por meio de dois programas: o Tecnova, descentralização da subvenção econômica, operado pelas fundações de amparo a pesquisa estaduais, e o Inovacred, descentralização do crédito, operado por meio de 14 bancos de fomento estaduais. Apesar das discussões sobre os rumos da economia (fica menos forte), o Brasil hoje dispõe de instrumentos de políticas públicas adequados para impulsionar as empresas inovadoras. Os resultados surpreendentes do Plano Inova Empresa mostram que aumenta o número de firmas que internalizaram a inovação em suas estratégias de crescimento. Com mais de 12 editais já lançados, o Plano recebeu uma demanda total de R$ 98,6 bilhões, envolvendo cerca de 3 mil empresas e mais de 200 instituições de ciência e tecnologia. Até julho de 2014, Finep e BNDES juntos já haviam contratado R$ 18,5 bilhões. Estes dados são a prova de que, quando as instituições públicas apresentam processos eficientes e mecanismos adequados e transparentes de financiamento, a resposta da sociedade é rápida e enérgica, e indicam que o Brasil pode mais e quer mais do seu sistema nacional de inovação. O país tem muito a consertar, mas tem rumo e capacidade de executar e integrar suas políticas, reduzir a burocracia, facilitar o empreendedorismo e melhorar ainda mais a dinâmica das empresas para construir uma economia puxada pela inovação. w Glauco Arbix é presidente da Finep Fernanda Stiebler é mestre em políticas públicas pela UFRJ e analista da Finep bahiaciência | 25


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