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NOVAS TECNOLOGIAS, TRABALHO, ESCOLA E FAMÍLIA EM TEMPOS DE RIGIDEZ E FLEXIBILIDADE

Elas estão nas salas de aula, nas famílias, nas conversas de trabalho, nos núcleos e grupos de educação não formal etc. E sua presença não depende do aparelho ligado. Sequer depende de o indivíduo possuir ou não o aparelho (de rádio, de televisão, de vídeo) ou ser assinante do jornal ou de revista. (BACCEGA, apud: KENSKI, 1996, p. 128).

O acesso a tais informações reformula as regras de convivência, gera novos hábitos e formas de pensar e agir, além de traçar um novo perfil de trabalhador com maior escolaridade e cultura mais sofisticada. Neste contexto, mudam o processo de aprendizagem e de interação social, ou seja, não há somente uma mudança tecnológica, mas também uma transformação na organização e interação dos homens e mulheres. Assim sendo, entende-se que novas questões se colocam para o sistema de ensino e que a escola, inserida na sociedade, não pode ficar alheia a essas transformações. Por esta vertente de análise, Soares (2006, p.25) observa que: O avanço tecnológico que atingiu a sociedade nas últimas décadas no mundo e no Brasil caracteriza a mudança de comportamento nas relações interpessoais e do mundo do trabalho alterado em seus processos, incorporando novas rotinas e exigindo uma nova comunicação entre as pessoas e as atividades que as integram, refletindo novas relações de conhecimento individual e coletivo.

Tedesco (1998, p.19) também chama a atenção para o fato de que “as mudanças na sociedade atual estão intimamente vinculadas às novas tecnologias da informação. Essas tecnologias têm um impacto significativo não só na produção de bens e serviços, mas também no conjunto das relações sociais”. Diante das inovações tecnológicas, exige-se, também, trabalho flexível e flexibilização das funções. O trabalho flexível procura reduzir os níveis de divisão e fragmentação do trabalho, ao oportunizar a rotatividade das funções. Assim o trabalhador deverá ser polivalente, desempenhar várias funções e desenvolver diferentes tarefas. Salermo (2001, p.59) afirma que, como polivalente, o trabalhador deverá ser multifuncional que “se caracteriza por operar mais de uma máquina com características semelhantes” e deverá também ser multiqualificado para desenvolver e incorporar diferentes repertórios e habilidades profissionais. [...]seja um operário responsável pela operação de um equipamento flexível, seguindo o princípio da flexibilização esta função abrangerá a execução de várias tarefas tais como: inspeção da qualidade dos produtos fabricados, manutenção preventiva do equipamento, preparação dos serviços, limpeza e ordem do local de trabalho e supervisão geral do processo... a flexibilidade do trabalho também abrange as multifunções que um trabalhador está capacitado a exercer... este aspecto seria representado pela capacidade adquirida pelo operário, ou grupo de operários, de operar diversos equipamentos ao longo do processo de produção saber operar vários tipos de máquinas definiria o grau de polivalência do operário, atributo a ser considerado nos sistemas de avaliação e retribuição da organização (TORRES JUNIOR, 1994, p. 95). 88 | COMUNICAÇÃO - REFLEXÕES, EXPERIÊNCIAS, ENSINO |Curitiba | v. 2| n.2|p77-96| 1° Semestre 2009


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