Revista Weekend - Edição 53

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De pai para filho José Pereira é técnico em radiologia há anos. Mas a profissão não é a única paixão de sua vida. Ele conta que convive desde pequeno com coisas antigas. “Meu pai era um apaixonado por lambretas. Mesmo depois que elas perderam espaço no mercado, ele continuou a usá-las”, diz. Os objetos preferidos do técnico estão entre os brinquedos e as motocicletas. “Comecei a colecionar os brinquedos sem perceber. Sempre tive vontade de tê-los. Quando tive condições financeiras, comecei a comprá-los. Quando percebi, já tinha virado uma coleção”, conta. Quem gosta de colecionar não precisa de razões para adquirir os objetos. Mas ele justifica: “Quando eu era criança, os brinquedos eram caros e não eram acessíveis como são hoje.” Sua coleção é formada por brinquedos antigos. Porém todas estão em embalagens originais e, é claro, funcionando. Entre os brinquedos, ele ressalta que alguns são mais do que antigos: são raridades. “O livro piano, os robôs Artur, Percival e Bambo da Estrela; um trem de madeira da década

de 40; a corrida de cavalo da Trol; a jamanta e o bombeiro eletrônicos – também da Estrela - são algumas das peças que eu tenho”, enumera. Como bom colecionador, José comercializa ou troca as peças repetidas, o que faz com que ele conheça outros apaixonados por brinquedos. Hoje, a coleção que começou quase como uma brincadeira, tem cerca de 800 peças. Para chegar a essa quantidade, José conta que gastou cerca de R$ 40 mil, mas afirma que já recuperou todo o valor investido com as vendas dos mesmos. O convívio com as motos é mais antigo do que o com os brinquedos. O técnico diz que há mais de 15 anos investe nas motocicletas. Hoje, o filho mais velho, Ricardo Pereira, é quem toma conta das raridades. “Desde que me conheci por gente vejo as motos ao meu redor. Aprendi a dirigi-las com apenas nove anos”, conta o filho. Com influência do pai e do avô, Ricardo passou a admirar os veículos de duas rodas com o mesmo apreço. “A influência deles foi muito importante para mim. As motos fazem parte da minha vida”, afirma.

Entre a coleção de 23 motocicletas, algumas são raras e merecem destaque. Entre elas, a mais antiga, Triumph Thunderbird 650 cilindradas, ano 1950, Honda CB 350, ano 1972, Honda CB 50, ano 1974, Yamaha RD 350, ano 1974, Suzuki GT 380, ano 1975, Honda CB 750, ano 1975, Honda CB 500 F 1973, e uma que não é tão antiga, mas merece destaque: a BMW 1200C, ano 2001. Durante os anos de colecionadores, os Pereiras contam que mantêm contato com outras pessoas que compartilham da mesma paixão e também transformaram o hobby em negócio. “Não é um comércio fácil porque é um mercado muito seleto. Geralmente, os clientes são experientes nesse segmento, viveram no ano da moto ou simpatizam com os modelos retrôs”, conta. A coleção não é atualizada com frequência definida. Ricardo diz que ele e o pai adquirem uma nova peça de acordo com o dinheiro disponível e oportunidades. Ele diz que neste segmento é mais fácil vender e comprar do que simplesmente fazer trocas. É raro, mas pode acontecer.


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