Farmácia Portuguesa 229

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7 O n.o 7, de 1980, não é apenas monotemático; é de texto único: um extenso estudo da ANF sobre um projecto de portaria destinada a alterar a metodologia de fixação de preços de medicamentos, que na realidade configura um parecer. Pela primeira vez, a Associação usa a revista para tomar posição sobre planos governamentais. Por essa altura, Paulo Braz torna-se uma espécie de coordenador da Farmácia Portuguesa – quase na sombra, dada a saída efectiva de Teodoro. Com o DIFARMA (Departamento de Divulgação e Informação Farmacêutica, criado em 1979) a emergir, o noticiário das suas reuniões ocupa o espaço até então reservado a artigos traduzidos de publicações estrangeiras. A partir do n.o 10 (Novembro-Dezembro de 1980), a coordenação é mesmo confiada ao DIFARMA. João Silveira, que exercia funções interinamente, passa em 1981 a director. No cargo até 1995, é recordista de longevidade. Inicialmente, só tem garantido o apoio da secretária, Fernanda Tavares, que trata da publicidade e da expedição para os associados. Em finais de 1984, o nome de Luís Matias, que acabara de sair da faculdade, passa a figurar na ficha técnica como responsável pelas Relações Públicas e a Publicidade. Com o tempo, tornar-se-á o principal operacional, acompanhando todas as fases, da produção à distribuição. Volvidos 34 anos, Matias recorda a revista como «um veículo para podermos chegar a mais gente com conteúdos profissionais, mas também estratégicos para a ANF». Desses tempos, não esquece o carácter «home-made,

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DIFARMA, CRIADO EM 1979, ASSUMIU A COORDENAÇÃO DA FARMÁCIA PORTUGUESA A PARTIR DO ÚLTIMO NÚMERO DO ANO SEGUINTE

muito amador» e, sobretudo, o «tremendo entusiasmo» que causava. «Era um acontecimento de cada vez que saía. Nunca saía na data prevista, mas saía», diz, desfiando as estórias passadas na gráfica do senhor Balhau, no Dafundo, onde era executada a montagem, linha a linha. A forma como a revista evoluiu agrada-lhe? «Sim e não», responde Luís Matias, sublinhando a dupla vocação. «Teve o seu desenvolvimento, acompanhando as necessidades estratégicas e políticas da ANF. Não há dúvidas de que as opiniões veiculadas são as da Associação, mas sempre procurou ser um elemento agregador das farmácias». A publicação, em 1982, do Plano Director de Informática, projecto-chave da ANF, revela em que medida a revista conquista espaço no seio da organização.

Luís Teodoro apostou na revista para desenvolver a cultura profissional


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