revista república

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Comer na Argentina De São Paulo para o aeroporto Internacional de Buenos Aires, Ezeiza (2 horas e meia de viagem) Churrasco é identidade e churrasquerías são instituições nacionais, mas a gastronomia da Argentina é bem mais rica. Difere do resto da América Latina pela influência espanhola e italiana, além da herança nativo-americana andina e guarani. Carnes, vinhos e empanadas têm grande importância à mesa, mas os sabores argentinos refletem costumes dos quatro cantos do país. A geografia argentina propõe desfrute dos melhores cortes de carne bovina na zona central, dos sabores de origem incaica à base de legumes e grãos ao norte, doces, queijos e chacinados em Córdoba e do verdadeiro sabor das frutas, peixes e frutos secos na zona de Cuyo. A rede de oferta gastronômica está entre as melhores do mundo. Restaurantes requintados preparam comida de padrão internacional enquanto adegas, bares e cantinas apresentam apetitosa proposta de pratos a preços acessíveis. O serviço de almoço termina às 16h e os restaurantes só reabrem para o jantar. Os portenhos jantam tarde, normalmente depois das 21h ou 22h. Gorjetas não são obrigatórias e não são incluídas na conta. As carnes normalmente são acompanhadas por batatas fritas, saladas, provolone ou provoleta. Puchero criolo é uma versão do cozido espanhol com mais carne e menos grão de bico. A carbonada pode adquirir sabor mais adocicado se ao final do preparo forem acrescentados pêssegos, peras ou frutas secas. Com origem na Galícia, as empanadas se resumem a leve massa recheada com carne, cebola, ovos, azeitonas e temperos. A história da culinária argentina tem origem nos Pampas com receitas à base de milho com locro, tamales e humitas, que constituíam a dieta comum dos primeiros habitantes locais e ainda são servidos no norte do país. Tão famosa quanto a carne, a adega argentina tem em Mendoza a de maior prestígio. Quarto produtor vinícola do mundo, a Argentina garante bons cabernets, merlots, malbecs, chablis, sauvignons, chardonnays, e até mesmo o champanhe. Quilmes é marca de cerveja local mais consumida e a erva mate, de tão importante, virou verbo. Todo argentino que se preze tem hora para matear. Na província de Córdoba existe forte aceitação do Fernet, bebida amarga de ervas naturais e álcool que é misturada com cola, e hortelã em alguns casos.

SABORES IMPERDÍVEIS Churrasco e miúdos - É impossível não experimentálos, porque junto com o tango é pura argentinidade. Pizza com faina - Feita com farinha de grãos-de-bico e azeite deve ser acompanhada por copo de moscato. É como estar dentro do tango. Sanduíches de miga - Parte da vida diária dos bares e cafeterias. Pode ser aperitivo ou almoço. Bife de chouriço com batatas fritas - Suculento e acompanhado de batatas fritas, é experiência gastronômica imperdível. Matambre - Rocambole de carne recheado com verduras, ovo cozido e temperos. Costuma ser consumido como entrada fria em fatias, acompanhado de salada de batatas, cenoura, ervilhas, e maionese. É tão importante que o escritor Esteban Echeverría publicou em 1837, a Apologia ao Matambre. Locro - Guisado de origem pré-hispânica e pré-incaica feito com abóbora, milho, feijão, batata, carne e vísceras bovinas e suínas, cebola e temperos. Costuma ser consumido em feriados nacionais. Pelo alto nível calórico é melhor em dias frios. Cozido - Conta Manuel Vicent que o Cozido Valenciano era a comida escolhida para o almoço de Natal no pós-guerra espanhol. A fórmula mágica: muitas carnes, verduras, frios e miúdos cozidos em um único caldeirão. Empanadas - Típicos de bar, os pastéis assados são picantes. Os recheios mais comuns são de carne de boi, ou frango, milho e de queijo com cebola. Doce de leite - Às colheradas ou no coração de alfajores, bolos, roscas e sorvetes, é obrigação para aquele que pisa em solo argentino. Cordeiro patagônico - Dizem que pelo tipo de pastagens que comem e a liberdade com a qual se deslocam, os cordeiros patagônicos são delícia apreciada por turistas nacionais e estrangeiros. Humita - A palha do milho envolve recheio preparado com os grãos de milho ralados, tomates, pimentões e cebola. De origem indígena, nas províncias do norte é obrigatório em festas nacionais.

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