O Instrumentador & Cia - Edição 5

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& Cia Ano 1 - Edição 05 - Abril e Maio de 2019

Deus é Fiel

PV Comunicações

10 perguntas para

Dani Junqueira Instrumentadora Cirúrgica



Expediente

Editorial Prezados profissionais de saúde,

PV Comunicações A revista O Instrumentador & Cia é uma publicação da PV Comunicações e sua distribuição é dirigida e totalmente gratuita. Incluindo depoimentos verídicos de profissionais da instrumentação cirúrgica, enfermagem, medicina, fisioterapia, nutrição, diversas outras áreas da saúde e empresas parceiras. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista e são de total responsabilidade dos seus autores. ‘‘É permitida a reprodução total ou parcial de qualquer matéria sem autorização prévia por escrito desta editora, desde que citada a fonte.’’ Os nossos colaboradores não possuem obrigações de horário ou continuidade, não mantendo vínculo empregatício com esse veículo, em consonância com a lei de imprensa 5250/67. Direção Geral Pedro Paulo Cardoso

depois de problemas relacionados a produção da revista, demos um tempo, passamos por uma grande reestruturação e agora voltamos com novas idéias, novo teor, abrimos espaço para as diversas especialidades da área de saúde, fazendo assim com que tenhamos um desenvolvimento maior e poderemos também levar maior conhecimento a todos os profissionais e estudantes em todas as áreas da saúde. Queremos aqui pedir desculpas pelo tempo de afastamento e ao mesmo tempo agradecer a todos que confiaram em nosso trabalho e que estão ao nosso lado com o intuito de levar o melhor a todos nossos leitores. A partir de agora passamos a ser bimestral, fazendo com que tenhamos mais conteúdo a apresentar e mais tempo de preparar a revista de uma maneira de manter a qualidade e o respeito aos nossos queridos leitores e amigos.

Pedro Paulo Cardoso Revista O Instrumentador & Cia

Direção Comercial Graciléia Cardoso Jornalista Responsável Pedro Paulo Cardoso - Mtb: 38.002/RJ Colaboradores nessa edição Danielle Junqueira - Instrumentadora Cirúrgica Elvis Raul Wendt - Instrumentador Cirúrgico

Telefone 21 97479-8022 / 21 3909-1661

Sumário Óculos para decientes visuais

04

Dez perguntas

05

Oportunidades

06

Terminologia Cirúrgica

7-8

Organização do C.C

08

E-mail revista.oinstrumentador@gmail.com

Elvis Raul

www.revistaoinstrumentadorecia.top

Uma breve história...

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Por dentro das especialidades

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Agradecimentos

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PV Comunicações CNPJ: 13.573.784/0001-99

9-10

@revistaoinstrumentador @revistaoinstrumentadorecia

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Óculos para deficientes visuais A tecnologia OrCam MyEye oferece mais independência para mais de 1 bilhão de pessoas em todo o planeta Consultor de baixa visão para a OrCam, Bryan Wolynski destacou como esta tecnologia oferece mais autonomia às pessoas com deficiência visual, déficit de leitura, dislexia e síndrome de down. Números da OMS (Organização Mundial da Saúde) revelam o potencial de pessoas que podem ser beneficiadas: 17% da população mundial têm dislexia e 5% sofrem de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Com relação à Síndrome de Down, a OMS aponta que a cada 1.100 crianças nascidas no mundo, uma possui a anomalia genética do cromossomo 21. São 300 mil famílias afetadas no Brasil e 250 mil nos Estados Unidos. Já o número de deficientes visuais no planeta atinge 380 milhões. O aparelho fotografa, escaneia e transforma instantaneamente textos de qualquer superfície em áudio. Isto acontece com livros, jornais, revistas, placas de rua, cardápios de restaurantes, nomes de lojas, mensagens do celular, folhetos etc. Disponível em português e inglês, o dispositivo possui controle de velocidade, possibilitando a leitura de 100 a 250 palavras por minuto; permite escolher entre voz masculina e feminina; e tem comandos para pausar, adiantar ou retroceder a leitura. Tudo isso offline. “Cerca de 80% das atividades que realizamos no dia a dia estão relacionadas à leitura. O OrCam MyEye proporciona, com o poder da visão artificial, a inclusão, ao oferecer acesso à informação disponível aonde a pessoa estiver. Com este dispositivo é possível ler até uma revista de bordo, a 10 mil metros de altura”, explica Doron Sadka, diretor da Mais Autonomia Tecnologia Assistiva, distribuidora exclusiva da OrCam no Brasil. Dotado de uma câmera inteligente intuitiva acoplada à armação dos óculos do usuário, o OrCam MyEye é a única tecnologia que reconhece até 150 produtos previamente cadastrados. Após o reconhecimento, retransmite a informação discretamente no ouvido do usuário. O equipamento conta ainda com uma tecnologia avançada de reconhecimento de faces que auxilia o usuário a identificar as pessoas ao seu redor. É possível cadastrar até 100 rostos. Sempre que o usuário passar por uma pessoa cadastrada, o dispositivo reconhece o nome de maneira instantânea e automática, revelando quem está à sua frente. O OrCam MyEye identifica produtos por meio de códigos de barra; reconhece cores com um simples toque; e, por ser dotado de leds, opera também no escuro. Possui reconhecimento automático de notas de dinheiro (Real e Dólar) e informa a hora e a data sempre que o usuário girar o punho, como se estivesse com um relógio. Sua bateria integrada tem duração contínua de 2 horas e necessita de apenas 20 minutos para o carregamento. Sobre a OrCam A OrCam foi fundada conjuntamente por Amnon Shashua, professor da Universidade de Jerusalém e pelo empreendedor Ziv Aviram. Em 1999, eles idealizaram um carro autônomo, que não causasse acidentes e garantisse segurança ao volante ao criarem a startup Mobileye. Referência no universo da inteligência artificial, a startup foi vendida no início de 2017 por 15,3 bilhões de dólares para a INTEL, valor mais alto já pago na história israelense para uma empresa de tecnologia. Fonte: Revista Hosp

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5- Você acha que existe muita falta de apoio entre os profissionais de Instrumentação Cirúrgica? Resposta: Não posso generalizar, porém, acho que ainda existe uma competição entre alguns profissionais , no entanto a maioria é formada por super amigos. 6- Qual sua especialidade e se essa é a que você queira mesmo? Resposta: Minha especialidade é a ORTOPEDIA e sou apaixonada por ela ...rsrs 7- O que aprendeu na especialidade escolhida? Resposta: Que fazer o bem sem olhar a quem é muito gratificante.

Danielle Junqueira Instrumentadora cirúrgica 1- Quem é Danielle Junqueira? Resposta: Mãe,instrumentadora cirúrgica,amiga,extrovertida,respon sável,um ser humano que ama literalmente ajudar ás pessoas . 2- Quantos anos de profissão e o que cada ano trouxe de bom para você? Resposta: Neste ano de 2019, completo 17 anos de profissão . A cada ano que passa é um ano de muito aprendizado, conquistas e muitas amizades. 3- O que levou você a fazer curso de instrumentação cirúrgica? Resposta: Eu tive um sonho, que estava como uma roupa verde, em um l u g a r d e p a re d e s b r a n c a s e frias...rs...pode parecer engraçado ou sombrio mas foi isso mesmo...e atrás de mim tinha uma luz que iluminava meu caminho. Nessa época morava no interior de São Paulo, Taubaté...e decidi voltar ao Rio e começar a jornada que sigo até hoje. 4- O que é hoje a Instrumentação Cirúrgica pra você? Resposta: O ar que respiro

8- Se não fosse instrumentadora, qual a profissão teria escolhido? Resposta: Instrumentadora Cirúrgica...hahahaha ...brincadeiras a parte...seria ORTOPEDISTA... 9- O que você diria para quem está entrando na profissão agora? Resposta: 9-Lute pelo seu sonho e nunca desista... 10- Espaço aberto para você falar o que tiver vontade. Resposta: Eu amo demais minha profissão, gostaria de coração que fosse melhor remunerada, que tivéssemos realmente o reconhecimento de que também somos parte da equipe, já que não só os 'médicos' fazem parte dela, somos importantes também !! Teve uma época em que eu pensei em deixar a profissão de lado, por causa do baixo movimento de cirurgias, mas não desisti. Pois eu sabia que era ali que eu poderia dar o meu melhor e me sentir útil, doando minha energia, independente de qualquer obstáculo. Não deixe seu sonho de lado, por pior que seja a batalha...acredite em você e siga sempre em frente .Vão haver sim, dias de muita luta, mas também vão ter os dias de glórias, conquistas e orgulhos. Faça seu trabalho com muito amor e respeito ao próximo.

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OPORTUNIDADES ’’Passam-se os anos e o que ca são as marcas de um tempo vivido, sentido e vencido’’ Cecilia Staln

Karine Santos

Gracilea Silva

Instrumentadora Cirúrgica Coren Ativo

Cuidadora de Idosos

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Terminologia cirúrgica A nomenclatura cirúrgica geralmente é formada por: Prefixos - que indicam o órgão a ser operado, e Sufixos - que indicam o ato cirúrgico. Prefixos Relacionado Adeno ....................Glândula Cisto ...................... Bexiga Cole .......................Vesícula Colo ....................... Cólon Colpo ..................... Vagina Êntero .................... Intestino Gastro .................... Estômago Hístero ................... Útero Nefro ...................... Rim Oftalmo .................. Olhos Ooforo .................... Ovários Orqui ...................... Testículos Ósteo ...................... Osso Oto ......................... Ouvido Procto ..................... Reto Rino ........................ Nariz Salpingo .................Trompa/Tuba Tráqueo .................. Traquéia Principais Sufixos Ectomia: remoção de um órgão ou parte dele. - Apendicectomia – retirada do apêndice Otomia: abertura de um órgão. - Laparotomia – abertura da cavidade abdominal Ostomia: abertura cirúrgica de uma nova “boca”. - Colostomia – abertura do colon através da parede abdominal Principais sufixos Pexia: fixação de um órgão. Histeropexia – suspensão e fixação do útero Plastia: alteração da forma de um órgão. Rinoplastia – plástica do nariz Rafia: sutura 6 - O Instrumentador

Colporrafia – sutura da vagina do útero; Scopia: olhar no interior Cistoscopia – exame sob visão direta Exemplos de Cirurgias com da bexiga Sufixo PLASTIA - RINOPLASTIA - correção cirúrgica do nariz; - MAMOPLASTIA - correção - TORACOTOMIA - Abertura da cirúrgica das mamas; Cavidade Torácica; - RITIDOPLASTIA - cirurgia - COLEDOCOTOMIA - Abertura indicada para corrigir rugas da face; - ABDOMINOPLASTIA - correção do Colédoco; - LAPAROTOMIA - Abertura da cirúrgica do abdôme. cavidade abdominal -URETEROLITOTOMIA Exemplos de Cirurgias com Abertura do ureter para remoção de Sufixo RAFIA cálculo; - CRANIOTOMIA - Abertura do - HERNIORRAFIA - sutura ou correção da hérnia; crânio; - PERINEORRAFIA - Sutura do períneo; Exemplos de Cirurgias com Sufixo STOMIA - COLPORRAFIA - Sutura da parede vaginal. - TRAQUEOSTOMIA - Formação de uma abertura na traquéia; Exemplos de Cirurgias com Sufixo PEXIA - GASTROSTOMIA - Formação de uma abertura no estômago e colocação de uma sonda através da - RETINOPEXIA - Fixação da parede abdominal (geralmente retina descolada; - NEFROPEXIA - Elevação e utilizada para alimentação); fixação do rim; Exemplos de Cirurgias com - CISTOPEXIA - Elevação e fixação Sufixo OSTOMIA da bexiga; - ORQUIOPEXIA - Fixação do - JEJUNOSTOMIA - formação de testículo na bolsa escrotal. uma abertura no jejuno e colocação Exemplos de Cirurgias com de uma sonda através da parede Sufixo SCOPIA abdominal, para desviar o trânsito intestinal; - C O L O S TO M I A - A b e r t u r a - BRONCOSCOPIA Visualização cirúrgica no cólon, através da parede direta dos brônquios; abdominal, para desviar o trânsito - LAPAROSCOPIA - Visualização intestinal; da cavidade abdominal; - CISTOSCOPIA - Visualização da Exemplos de Cirurgias com bexiga. Sufixo ECTOMIA Existem ainda, termos que não - TIREOIDECTOMIA - Extirpação seguem os padrões anteriormente total ou parcial da tireóide; descritos, como - MASTECTOMIA - Retirada da mama; AMPUTAÇÃO - Retirada total ou - GASTRECTOMIA - Extirpação parcial de um membro ou órgão; total ou parcial do estômago; ENXERTO - Inserção de material - C O L E C I S T E C T O M I A - heterogêneo ou sintético para corrigir Remoção da vesícula biliar; falha ou defeito de um órgão; - HISTERECTOMIA - extirpação ARTRODESE - Imobilização Exemplos de Cirurgias com Sufixo OTOMIA

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cirúrgica de articulação; POSTECTOMIA - Excisão do prepúcio para facilitar a exposição da glande; PARACENTESE - Punção de um espaço cheio de líquidos, utilizando agulha ou trocarte, com a finalidade de aspirar o líquido aí contido; TORACOCENTESE Punção/aspiração do espaço intrapleural para remoção de líquidos.

ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO Ÿ História: As primeiras intervenções cirúrgicas foram consequências das

constantes guerras entre os povos antigos (amputações de membros). Ÿ Atividades de enfermagem na época: cuidados aos pacientes, limpeza e

manutenção do ambiente. Ÿ A cirurgia evoluiu a partir de 1846 com a descoberta da anestesia.

Cirurgia: Intervenção, manual ou através de instrumental, no corpo de um paciente. Podem ser classificadas quanto à urgência: Ÿ Cirurgias Eletivas: A realização pode aguardar ocasião mais propícia,

ou seja, pode ser programado. Por exemplo: mamoplastia. Ÿ Cirurgias de Urgência: Tratamento cirúrgico que requer pronta atenção

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e deve ser realizado dentro de 24 a 48 horas. Por exemplo: apendicectomia. Ÿ Cirurgia de Emergência: Tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma situação crítica. Por exemplo: Ferimento por arma de fogo em região precordial, hematoma subdural. Podem ser classificadas quanto à finalidade: Ÿ Cirurgia Curativa: Tem por objetivo extirpar ou corrigir a causa da

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doença, devolvendo a saúde ao paciente. Para essa finalidade é necessário às vezes a retirada parcial ou total de um órgão. Cirurgia Paliativa: Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal, mas não cura a doença. Cirurgia Diagnóstica: Realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença. Cirurgia Reparadora: Reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou traumatismo. Cirurgia Reconstrutora / cosmética / plástica: Realizada com objetivos estéticos ou reparadores, para fins de embelezamento.

Podem ser classificadas quanto ao porte cirúrgico: Ÿ Grande porte: Com grande probabilidade de perda de fluido e sangue.

Por exemplo: cirurgias de emergência, vasculares arteriais. Ÿ Médio Porte: Com média probabilidade de perda de fluido e sangue. Por

Quem não aparece não é lembrado

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exemplo: cabeça e pescoço . Ÿ Pequeno porte: Com pequena probabilidade de perda de fluido e sangue. Por exemplo: plástica mamoplastia e endoscopia Ou ainda de acordo com a duração do procedimento: Asa I (até 1h50m) Asa II (De 1h51mhaté 2h50m) Asa III (De 2h51m a 3h:40m) Asa IV ( Acima de 3h51m) Fonte: SOBECC

Dr. Lima Cirurgião Cardiovascular CRM: 87.130/SP


Elvis Raul Wendt

Instrumentador Cirúrgico Uma breve história da instrumentação cirúrgica e sua importância na atualidade.

A

instrumentação cirúrgica surgiu juntamente com os primeiros atos cirúrgicos e incisões. Se existiu um instrumento criado em função da realização de algum procedimento existiu também a necessidade de realizar a instrumentação do ato operatório, mesmo que de forma individual, sendo realizada pelo próprio cirurgião. E foi assim que ocorreu a instrumentação cirúrgica ao longo da história, de forma individual, porém a necessidade da criação de uma função específica só se evidenciou com o avanço da medicina e complexidade dos procedimentos, que por sua vez alcançaram cada vez mais partes do corpo e partes cada vez mais sensíveis trazendo como benéfico um número maior no tratamento de enfermidades. É claro que esse grande avanço da medicina teve reflexo direto nos instrumentos necessários para a realização do ato operatório, assim foram surgindo um grande número de instrumentos, cada vez mais complexos e precisos, feitos dos mais variados tamanhos e

materiais com as mais variadas funções. Os primeiros achados que se tem conhecimento datam de 2000 a.C quando no antigo Egito foram encontrados instrumentos de craniotomia, corte e cauterização. Por volta de 500 a.C houve um momento muito importante para a história da instrumentação cirúrgica com as notáveis contribuições de Sushruta Smahita ( texto com referência a medicina tradicional indiana ) que introduziu inúmeras inovações na área da cirurgia, incluindo a descrição de inúmeros instrumentos, descrição de patologias e análises anatômica minuciosas. Dessa forma houve uma sistematização nos procedimentos, criando tempos cirúrgicos específicos. Em seu texto Sushruta descreveu mais de 120 instrumentos e 300 procedimentos cirúrgicos. Em 79 d.C foram encontrados, nas ruínas de Pompeia, instrumentos feitos com uma certa complexidade e de materiais nobres como bronze e prata, os mesmos estavam enterrados e protegidos por um pano. Essa pode ser considerada a era de ouro da instrumentação, pois deu notável evidência a evolução dos instrumentos e procedimentos cirúrgicos. Outro fato importante que contribuiu para o surgimento da profissão de instrumentador cirúrgico foi uma das principais descobertas da área clínica, a descoberta das bactérias, a comprovação de sua existência e multiplicação, e sua relação direta como causadoras de doenças através da contaminação. A comprovação de que patógenos presentes nas superfícies dos instrumentos tinha relação com um maior índice de infecção cirúrgica. Aristóteles no séc. IV a.C já mencionava a importância de se ferver a água para evitar doenças; Joseph Lister utilizou um dispositivo que pulverizava ácido carbônico no campo operatório; William Stewart Halsted instituiu o uso de luvas de borracha na prevenção de infecções. É claro que não podemos deixar de mencionar um fato curioso e importante na história, referente a batalha de Solferino em 1859, no qual houve um personagem de destaque na evolução da instrumentação cirúrgica, ele foi Jean Henri Dunant, que auxiliava os cirurgiões durante o ato operatório, repassando os instrumentos cirúrgicos necessários para a O Instrumentador - 9


realização dos procedimentos. Já em 1901 o Dr. Jonh Allan Wieth, exibiu pela primeira vez os instrumentos cirúrgicos organizados na mesa de forma específica e cronológica com os tempos cirúrgico, ressaltando cada vez mais a importância e necessidade de um instrumentador profissional. Finalmente no séc. XX período de maior crescimento das cirurgias, as primeiras escolas técnicas de instrumental cirúrgico, em Nice, na França, no ano de 1954. O primeiro curso de instrumentação cirúrgica no Brasil surgiu no ano de 1972 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Atualmente no Brasil a profissão é considerada de nível técnico e teve sua regulamentação apenas em 2014. Em seu relatório, o senador Benedito de Lira aponta a importância da regulamentação da profissão e destaca o papel dos instrumentadores cirúrgicos no alcance da qualidade e segurança dos pacientes, na diminuição do risco de infecções hospitalares e na maximização do sucesso das intervenções cirúrgicas. A profissão de instrumentador cirúrgico surgiu da necessidade de alguém qualificado que dominasse técnicas e tempos cirúrgicos, facilitando para o cirurgião em todos os sentidos a realização da cirurgia, visando sempre a redução do tempo cirúrgico. Fornecendo o instrumento certo no tempo certo. Tendo o conhecimento de técnicas específicas de esterilização para cada tipo de material que são feitos e assim diminuindo ao máximo o risco de contaminação do paciente através dos instrumentos mal conservados. E ao final do procedimento ter os cuidados necessários com limpeza esterilização e armazenamento do instrumental. Pois o cirurgião domina o ato de operar e não poderia ser diferente, ele necessita entrar em campo com o máximo de conforto para a realização da técnica escolhida, precisa estar focado em cada movimento que será realizado e por isso a escolha de uma pessoa com um excelente nível de estudo e prática é fundamental, devido a importância e o papel que o instrumentador tem durante a cirurgia. Isso passa para todos os membros da equipe segurança e O Instrumentador - 10

confiança na atuação do instrumentador. A instrumentação cirúrgica necessita de um aprendizado manual paciente e bem conduzido. Ela vai além de um conjunto de manobras manuais com os instrumentos que auxiliam na cirurgia, é preciso um amplo conhecimento em anatomia, fisiologia, microbiologia e processos de esterilização e até mesmo de aspectos psicológicos do paciente. Aqueles que nasceram com vocação iram dominá-la mais facilmente, enquanto outros necessitarão de maior esforço e paciência para obter um resultado satisfatório. Tenha certeza que a sua atuação é fundamental para o bom resultado da cirurgia. Instrumentador, sua função é de extrema importância para a vida do paciente. Instrumentador bem preparado é sinônimo de cirurgia segura. Esteja sempre focado em renovar seus conhecimentos. O que gera um desempenho superior em qualquer área são as muitas horas de prática e estudo sempre bem direcionadas. Lembre-se que grandes conquistas são para quem está disposto a pagar o preço. Se você, apesar de todos os seus erros e fracassos não se rende, e está disposto a tropeçar e cair, então, necessariamente você terá sucesso. Referências Bibliográficas. Parra M. O.; Saad A. E.; Instrumentação Cirúrgica: Guia de Instrumentação Cirúrgica e de Auxílio Técnico ao Cirurgião; 3ª edição. São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Belo Horizonte; 2006. Deoti B.; Reggiani M.; Instrumentação Cirúrgica: Introdução a Técnica Operatória; 1ª edição. Belo Horizonte; 2015. https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/05/17/reconhecimento-daprofissao-de-instrumentador-cirurgico-e-aprovado-pela-cae https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/reparo-e-funcaodo-instrumentador-cirurgico/16943 http://anic.com.br/a-anic http://www.hospvirt.org.br/enfermagem/port/hist.html

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Guerra da Coreia houve a primeira evacuação aero médica, usando um A primeira ambulância motorizada helicóptero Bell 47. foi usado pela primeira vez em 1899, era um veículo muito pesado se Nesta guerra, estima-se que foram movendo na velocidade de cerca de resgatados mais de 20.000 pacientes, 20 km por hora. No início da Segunda há relatos que a mortalidade caiu Guerra Mundial, os feridos foram para 2,5 óbitos por 100 casos em transportados em ambulâncias comparação com 4,5 durante a puxadas por cavalos, mais tarde, os Segunda Guerra Mundial. UMA BREVE HISTÓRIA franceses adaptaram os táxis SOBRE AS AMBULÂNCIAS p a r i s i e n s e s p a r a u s o n a A experiência adquirida durante a transferência de feridos de guerra e o Guerra da Coreia autorizados a Exército dos EUA empregou veículos desenvolver durante a Guerra do F o rd m o d e l o “ T ” p e r m i t i d o Vietnã um sistema de resgate muito carregar os feridos em macas e eficiente. um soldado ferido seria SOBRE AS AMBULÂNCIAS atingir velocidades de até 75 km por resgatado e transferido para um hospital bem equipado. Afirma-se também que o termo hora em estradas de solo irregular. Ambulância foi criado pelos Reis Fonte: Advanced Emergencias TRANSFERÊNCIA MÉDICA Católicos da Espanha, Fernando e HOSPITALAR Isabel, no final do século XV e eles também atribuída a introdução de ambulâncias e hospitais. Mas A primeira transferência de um qualquer que seja a origem do termo, ferido por ambulância aérea foi feito a história da ambulância remonta pelo serviço aéreo francês, que aos tempos bíblicos. Diversos meios transportou um sérvio do campo de de transportes eram usados naquela batalha para o hospital. época, em redes, nos séculos seguintes redes e carroças entre ATENDIMENTO HOSPITALAR outras formas. Nessa época, a ambulância tinha apenas o propósito Em 1920, na antiga União Soviética, original de transferir o doente para o o serviço de atendimento préANUNCIE AQUI hospital, mas no final do século hospitalar em casa, foi projetado. X V I I I , o c i r u rg i ã o f r a n c ê s TRANSPORTE EM Dominique Jean Larrey, um dos AMBULÂNCIAS líderes dos exércitos de Napoleão mudou o conceito de ambulância, para transformá-lo em um veículo O s a u s t r a l i a n o s , e m 1 9 2 8 , que levava os médicos com suas projetaram uma ambulância aérea instrumentações para o campo de que tinha uma tripulação composta batalha. Antes dessa época, os por um piloto, um médico e uma feridos eram transferidos amarrado enfermeira, e o veículo tinha espaço para colocar um paciente em uma a cavalos, mulas ou camelos. maca; o primeiro caso de um civil ser SERVIÇOS DE AMBULÂNCIAS transportado em ambulância aérea, ocorreu no Reino Unido em 1933 (um paciente com peritonite) Os primeiros serviços de ambulância para o atendimento da população RESGATE AMBULÂNCIA civil começou em 1865 em Cincinnati e em 1869 em Nova York, em veículos puxados por cavalos, mas ainda Em 1945, o primeiro salvamento de possuía alguns equipamentos helicóptero Bell 30, resgatou dois básicos, praticamente limitada à pescadores das águas geladas do transferência de pacientes para o Lago Erie. hospital. Em 04 de agosto de 1950, durante a REMOÇÃO HOSPITALAR

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Por dentro das especialidades Ortopedia A ortopedia é a especialidade médica que cuida da saúde relacionadas aos elementos do aparelho locomotor, como ossos, músculos, ligamentos e articulações. A traumatologia é a especialidade médica que lida com o trauma do aparelho músculo-esquelético. A ortopedia se disseminou como um ramo da medicina na época romana, onde se desenvolveu métodos cirúrgicos de se consertar fraturas.

seria um fêmur fraturado que rasgasse a pele e aparecesse do lado de fora da perna. Embora a traumatologia ortopédica pareça ser o estudo de todo tipo de trauma, ela lida apenas com as lesões ósseas e musculares tendinosas dos membros superiores, inferiores, bacia e coluna. O trauma abdominal é avaliado pelo cirurgião geral; o trauma craniano pelo neurocirurgião; o trauma de tórax é avaliado pelo cirurgião do trauma ou cirurgião torácico. Erro muito comum é o encaminhamento de vítimas de trauma torácico e facial para o ortopedista, o qual trata do esqueleto axial (coluna) e membros. Se estiver dúvidas, doenças ou fraturas (Ossos e músculos) consulte o médico.

No Brasil as especialidades são unificadas, recebendo o nome de "Ortopedia e Traumatologia" e também a especialidade da odontologia intitulada cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial que, por sua vez, cuida do complexo bucomaxilofacial, propriamente dito. Na Fisioterapia a área de fisioterapia ortopédica é a que cuida da avaliação e tratamento das disfunções envolvendo o Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ortopedia sistema músculo-esquelético. Existem diversas doenças ósseas que independem do trauma, como o câncer ósseo, luxações congênitas e deformidades ósseas que necessitam de tratamento médico. As hérnias de disco, causadoras de dores intensas na coluna, podem ser operadas tanto por ortopedistas como por neurocirurgiões, dependendo de sua formação. O aumento da velocidade de locomoção do ser humano trouxe também o trauma, considerada uma doença, ao contrário do antigo termo utilizado, que era "acidente". Outro importante campo de atuação da especialidade é na área do esporte, onde temos as lesões esportivas com características próprias de cada esporte em particular (um gesto, uma lesão). As lesões decorrentes das atividades esportivas envolvendo o sistema músculo-esquelético de modo geral envolvem os músculos, tendões, cápsula e ligamentos articulares e os ossos nos mais diversos graus de comprometimento, afastando o atleta de suas atividades esportivas por tempo determinado, de acordo com a gravidade da lesão. Um acidente de trânsito terrestre, aéreo ou mesmo doméstico pode acarretar fraturas ósseas complexas, com perdas sanguíneas importantes. As fraturas podem ser "fechadas", isto é, houve uma fratura mas a parte fraturada não se comunicou com a parte externa, sendo por isso considerada uma fratura limpa e que pode ser alinhada e mantida imobilizada com gesso. Outro tipo de fratura é a "exposta", que ocorre quando a fratura tem alguma comunicação com o meio exterior. Um exemplo O Instrumentador - 12


Agradecimento a todos nossos colaboradores na primeira fase da revista Dr. Silvio de Jesus

Dr. Fernando Gomes Pinto Enfermeira Andressa Araújo

Inst. Raquel Nascimento

Inst. Nicolle Rohde

Drª Carolina Curci

Dr. Lima

Dr. Roberto Cabezas

Inst. Silvana Menezes

Inst. Adriana Lima

Dr. Bruno Campos Rodrigues

Dr. Danilo Galente

PV Comunicações Inst. Simone Atalla

Drª Giselle Coelho


PROFISSIONAIS DE SAÚDE Se você quer ter um artigo em nossa revista entre em contato com a gente,pois estamos sempre com as portas abertas para que você mostre a todos o que pensa e escreve sobre sua profissão. Não importa sua especialidade, seja você intrumentador cirúrgico, fisioterapeuta, médico, nutricionista, dentista, coach de saúde e profissionais afins. Venha fazer parte da família PV Comunicações revista.oinstrumentador@gmail.com contato@pvcomunicacoes.top 21 97479-8022

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