#30 Poder

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edit Maria Barreiros*

“O poder mais absoluto não está em presidir numa Casa Branca, ou em proceder à abertura de um Parlamento sentada num trono, mas em reinventar o mundo para toda a gente, dando-lhe os sonhos que se queria que ela sonhasse.” Gore Vidal, Império Quando entrei para o curso de arquitectura, na primeira aula de História da Arte Clássica e Contemporânea, Paulo Varela Gomes começou a aula exaltando o papel da arquitectura no início do século XXI. Como já não se via há muito tempo na História Mundial, de novo e em todo o lado, o século - dizianos ele - começava tendo como centro a arquitectura. Actualmente, “a batalha da definição do que é relevante ou não, revela-se completamente arquitectónica”.1 De uma forma ou de outra vemos que tudo se relaciona com arquitectura, não conseguindo delimitar o que a inclui ou o que inclui. O fazer arquitectura, nada mais é além da criação de cenários onde se desenvolve a acção humana e, neste processo, há a possibilidade, diria mesmo o dever, de reinventar e desafiar a posição do homem hoje. Assim, o portfolio do arquitecto não é a obra, mas vai além dela, numa sucessão de escalas. Hoje, a arquitectura tem o poder de ”reinventar o mundo”.2 Ela está no centro das discussões, é fundo de cinema, é cenário de música. Existe em tudo que possamos fazer, e mais importante que isso, temos a consciência de que assim é. *aluna do 3º ano do dARQ, editora da NU #30 Poder.

1 BOUMAN, Ole, “Power Logic”, Volume 7: Architecture of Power Part 3, Archis, 2006 2 VIDAL, Gore, Empire, 1987 [março 2007] 04.05


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