Revista NORDESTE - Edição 73

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Novas aves no tucanato

do amigo que, tendo sido derrotado na capital paulista, ainda poderia encontrar um “caminho para sua carreira” e que “a entrada

Fernando Henrique defende a renovação dos quadros do PSDB

de novos líderes não elimina as antigas lideranças”. Aloysio Nunes, senador tucano paulista, correu em defesa de Serra. “Muitos daqueles que falam da renovação foram os que imploraram para José Serra se candidatar a prefeito de São Paulo”, contou o senador. Mas renovação não é apenas ter novos nomes à frente do partido. E quem defende esta postura de renovação com respeito aos antigos nomes é o jovem deputado pernambucano e líder do PSDB na Câmara Federal Bruno Araújo. Aos 40 anos, o deputado assume a responsabilidade de liderar a bancada do partido na Câmara Federal, e acredita que renovação não é questão de idade. “Renovar tem mais a ver com um discurso sintonizado com as ruas, com o momento político. Não são apenas nomes novos, mas ter ideias alinhadas com a população em geral”, afirmou o deputado, que deu como exemplo o veterano Arthur Virgílio. “Veja ele, por exemplo. Um decano, com experiência comprovadíssima, grande partici-

pação em momentos decisivos do Brasil e sempre com as ideias sendo oxigenadas. Ele é um dos melhores exemplos de renovação em que podemos pensar”, declarou. No Nordeste, a renovação do PSDB começou no último pleito e teve continuidade nas eleições municipais deste ano. Na região, o partido acreditou em três candidatos jovens para concorrerem à prefeitura de capitais importantes. Todos os três eram deputados estaduais com comprovada atuação em prol de seus estados. Rui Palmeira, em Maceió, venceu ainda no primeiro turno o pleito em sua cidade, mostrando que um novo nome era o que a população precisava. Daniel Coelho, em Recife, teve um crescimento rápido e alcançou o segundo lugar, tendo sido derrotado pelo candidato do governador do estado, e Marcos Cals, em Fortaleza, que saiu de uma campanha fraca e conseguiu alcançar bons índices na capital cearense. “Há um ambiente propício para mudanças no partido. E estas mudanças são fundamentais. Aécio vem como timoneiro deste processo, e ele e Sérgio Guerra têm uma participação fundamental neste processo”, concluiu.

33-NOVEMBRO 2012

Pois dentro do discurso tucano de renovação, Aécio tem importância ímpar. Mais forte nome da legenda na atualidade, ele vem pregando a necessidade da criação de novos quadros. “Vamos por no comando do partido uma nova geração”. A ideia de renovação não partiu apenas de Aécio. FHC já teria afirmado que era necessário repensar as lideranças do partido. “Ela é necessária sempre e o Brasil está mostrando isso mais uma vez”, afirmou Fernando Henrique, em artigo publicado logo após as eleições de 2° turno. O candidato derrotado do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, teria confessado a correligionários que não estava feliz com as declarações do ex-presidente. Ele teria afirmado que sua candidatura teria seguido uma indicação do partido, que o via como melhor opção para bater de frente com o novo petista da cidade, e que agora o partido lhe virava as costas. FHC, por sua vez, tentou amenizar a barra

Foto: Divulgação


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