Lume Arquitetura - Ed.132

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Projetos de iluminação:

Projetos de iluminação:

Hotel, Condomínio Residencial, Shopping e Restaurante Entrevista: Cláudia Torres

Hotel, Condomínio Residencial, Shopping e Restaurante Entrevista: Cláudia Torres

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Valorizem a Lume Arquitetura!

No próximo mês de abril, a Lume Arquitetura completa 22 anos de história no mercado brasileiro de iluminação. São mais de duas décadas ininterruptas publicando a cada dois meses uma revista especializada com informação técnica robusta e imagens de qualidade, sempre tendo como base a ética, a credibilidade e o compromisso com a verdade, características essenciais para a prática do bom jornalismo.

Somos a primeira publicação periódica do país a tratar exclusivamente do tema iluminação. Com muita força de vontade, suor derramado e enorme dose de coragem, tivemos a desafiadora tarefa de abrir os caminhos e pavimentar uma estrada jamais percorrida. A cada dois meses, realizamos um trabalho árduo e extremamente cuidadoso para levar ao leitor o que há de melhor e mais inovador em termos de técnica, tecnologia e conceitos do mundo da iluminação.

Durante esses 22 anos, vimos outras publicações surgirem e se aventurarem no mercado brasileiro de iluminação, principalmente depois da revolução dos LEDs, mas nenhuma perdurou. Hoje, a Lume Arquitetura, mesmo sendo pioneira nessa jornada, é a única publicação periódica que se mantém firme e forte. Pode parecer fácil, mas não é.

Apesar de toda a nossa longa e vitoriosa história, em alguns momentos temos a triste percepção que alguns players do mercado brasileiro de iluminação – associações, indústrias e até mesmo profissionais – não enxergam a Lume Arquitetura como parte integrante dessa grande engrenagem.

Sempre ouvimos por onde passamos sobre a ótima qualidade da revista e como é legal e importante aparecer em suas páginas, mas quando existe a oportunidade de investir na publicação ou então tê-la como uma parceira em grandes eventos, quase sempre somos esquecidos ou preteridos até por publicações que jamais abordaram o tema iluminação. Esse editorial é um desabafo e um alerta para o mercado brasileiro de iluminação, porque quanto mais especializado, técnico e nichado é um setor, maior é a importância e a necessidade da disseminação de conhecimento e de informação e qualidade para seu fortalecimento e crescimento. Valorizem a Lume Arquitetura!

Boa leitura!

Ano XXI – no 132 – FEV/MAR 25 lumearquitetura.com.br

Cofundadora

Maria Clara de Maio MTB 19570

Editor Erlei Gobi MTB 54344 erlei@lumearquitetura.com.br

Editor de arte Eduardo Garcia Marques da Costa – pardalcomunicacao.com.br

Revisão Izabel Cristina Lourenço

Publicidade Rubens Campo rubens@lumearquitetura.com.br

Projeto gráfico Marcelo Crelier - crelier.com.br

Colaboraram nesta edição Ciro Férrer Herbster Albuquerque, Hugo Davanso Flores, Lorí Crizel, Maria Regina Soares, Ricardo Honório, Ruy Soares e Silva Maria Carneiro de Campos.

A revista Lume Arquitetura é uma publicação bimestral da Lume Editora e Comunicação , dirigida a arquitetos, lighting designers, decoradores, engenheiros, construtoras, incorporadoras, órgãos públicos ligados à iluminação urbana e viária, fabricantes e lojistas do setor de iluminação. Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios veiculados. Proibida a reprodução parcial ou integral das matérias publicadas sem autorização da Editora.

Projeto

Foto:

capa

Hotel em Recife

Iluminação destaca edifício e proporciona conforto e aconchego aos hóspedes do Novotel Recife Marina

Cláudia Torres

Aposentadoria da UFPB após 33 anos e próximos passos da carreira

Capa
Novotel Recife Marina – Recife (PE)
de iluminação: Marcia Chamixaes/ AVIAR Conceitos Criativos
Társio Alves e Alexandre Albuquerque

EDIÇÃO 131

Ficou ótima, a matéria!! Muito bom mesmo!! Estou muito satisfeito, honrado e feliz de ter um projeto com minha coautoria na revista mais respeitada em iluminação do nosso país!!! Nunca sonhei com isso!!! Muito obrigado pela oportunidade!!

Adriano Barbosa

Espaço da Luz

Passos – MG

Desejo para você e a equipe Lume Arquitetura, um 2025 iluminado. Parabéns pela edição 131 com nossa entrevista. Feliz por apresentar a cada edição assuntos superimportantes para nossa área.

Regina Coeli Barros

Lighting designer Recife – PE

Mais uma linda edição. Parabéns pela condução da revista e pelas pautas muito interessantes.

Cínthia Hecher

Assessora de imprensa

Porto Alegre – RS

Obrigada, linda como sempre!!!

Jovita Torrano Arquiteta

São Paulo – SP

Uma honra contribuir com esse incrível projeto ao lado do grande amigo

Ruy Soares, MSc!!

Sempre incrível e com conteúdos apaixonantes. É um prazer e uma honra estar novamente com vocês!

Carolina Russo

Ficou ótimo. Parabéns!

Lorí Crízel

Carmine D’Amore

HOLOFOTE – CAROLINA RUSSO

Talentosa demais

Parabéns a toda a equipe da revista Lume Arquitetura por mais um ano de muita informação e divulgação!!!

Cláudia Torres Lighting designer Recife – PE

Que continuem com essa qualidade e profissionalismo. Abraço a todos da revista mais top do Brasil.

Idevam Luperini Arquiteto e urbanista Araras – SP

Amei a revista e dei uma boa distribuída entre minhas amigas arquitetas.

Regina P. Markus Professora emérita da USP São Paulo – SP

Uhuuuuullllll Maravilhosa essa revista! Não perco uma edição @marciakemmer.luz

Primorosa edição! @pardalcomunicacao

Thank you for the opportunity to contribute; it was a fun discussion. Nichia remains committed to supporting the Brazilian Lighting market with the most advanced LED technology available!

Erik Swenson

Muito informativo!!!!

@hemillygondim.arq

É muito maravilhosa!

@elisianecazarotto

Ual, que maravilhosa!

@Tammymarcelino

Maravilhosa!

@viviollima

Uaaaaauuuulllllll

@_gimendesz

Espalhando seu brilho!!!! @lighting.regina Que orgulho!!! @fibarbieri

VGALERIA.ART

iluminação e arte. Tudo a ver!

Nereida Eloy

Gabiordahy

Cláudia Torres

Aposentadoria da UFPB após 33 anos

e próximos passos da carreira

Cláudia Torres, arquiTeTa e urbanisTa Com mesTrado, douTorado e pós-doutorado, acaba de se aposentar da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) após 33 anos consecutivos como docente no curso de Arquitetura e Urbanismo da instituição, do qual também foi coordenadora por um longo período. No entanto, muito se engana quem acredita que esta lighting designer experiente e com uma bagagem tão rica está pendurando as chuteiras.

Nesta entrevista exclusiva, Cláudia conta um pouco de sua trajetória acadêmica e profissional e sobre os próximos passos de sua carreira, como a retomada das atividades nos projetos de iluminação em parceria com a arquiteta e lighting designer Beatriz Esteves e a oferta de cursos de educação continuada para arquitetos e jovens lighting designers.

Fala ainda sobre como como enxerga a evolução do mercado da iluminação durante suas décadas de atuação e a novas gerações de lighting designers brasileiros; do reconhecimento do lighting design nacional em importantes premiações internacionais; e da oferta de produtos no mercado interno. Aborda também a nova ABNT NBR 5101 de Iluminação Viária e a importância da valorização de monumentos históricos por meio da iluminação; além da necessidade da iluminação voltada para o bem-estar e saúde dos usuários; dos cuidados com a poluição luminosa, e muito mais.

Lume Arquitetura: Conte-nos um pouco de sua história no mercado de iluminação. Quando e por quais motivos ingressou nesse universo?

Cláudia Torres: Sou arquiteta e urbanista graduada na Universidade Federal de Pernambuco em 1986 e atuava, desde então, no mercado de projetos de arquitetura. Sempre refleti sobre a prática de uma arquitetura integrada ao clima, à paisagem natural e cultural. Em 1991, ingressei como docente no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba, na área de projeto. Escolhi luz e projeto como tema central de minha capacitação e pesquisa acadêmica. A luz solar me atraía na área de conforto ambiental, e quis aprofundar o estudo através de pós-graduação. Observava também uma carência de conhecimentos na aplicação da luz elétrica que nos anos 90 já apresentava inovações de novas fontes de luz. Com as arquitetas e lighting designers Beatriz Esteves e Márcia Chamixaes criamos a Via Arquitetura Iluminação & Design, coordenada por elas, na qual tive oportunidade de desenvolver projetos da prática profissional.

Lume Arquitetura: Como enxerga a evolução do mercado da iluminação – projetos e produtos – durante essas décadas de atuação?

Cláudia Torres: Da lâmpada incandescente, halógena, vapor metálico para o LED, foi uma transformação incrivelmente rápida que mudou a maneira de pensar o projeto com novas possibilidades de integração, miniaturização e a luz sob controle em quantidade e espectro. Os projetos também evoluíram nos produtos e padrões de apresentação com novos profissionais buscando a capacitação. A técnica evolui, novas ferramentas surgem, mas compreender o ser humano é a base para qualquer projeto, pois podemos considerar a permanência de princípios e conceitos e, ao mesmo tem-

po, entender que as mudanças da tecnologia permitem possibilidades criativas inovadoras e inimagináveis no passado.

Lume Arquitetura: Você acabou de se aposentar da UFPB após 33 anos lecionando. Conte-nos um pouco sobre essa experiência de difundir conhecimentos aos novos profissionais.

Cláudia Torres: Foi uma escolha trabalhar com a educação de novas gerações de arquitetos e urbanistas, uma experiência de ensino e aprendizado constantes, pois os jovens são inquietos, curiosos e questionadores. Ensinar me motivou a aprender cada vez mais. Fiz mestrado e doutorado na Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo e PósDoc no laboratório da Paisagem no

Foi uma escolha trabalhar com a educação de novas gerações de arquitetos e urbanistas, uma experiência de ensino e aprendizado constantes, pois os jovens são inquietos, curiosos e questionadores. Ensinar me motivou a aprender cada vez mais.

MDU/Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento urbano da Universidade Federal de Pernambuco. Fui docente e coordenadora do curso na UFPB e pudemos inserir no PPC – Projeto Político Pedagógico do curso as disciplinas de Iluminação Natural e artificial de forma integrada.

Lume Arquitetura: Como lighting designer e professora por décadas, acredita que um arquiteto recém-formado está apto a desenvolver projetos de iluminação? Por quê?

Cláudia Torres: Acredito que ele pode, a depender do conteúdo do curso, iniciar projetos de baixa complexidade e colaborar com profissionais experientes, pois mesmo para outras áreas do conhecimento mais especializadas,

como conforto acústico, térmico, patrimônio ou mesmo paisagismo, será necessário formação complementar. A educação continuada é importante para os profissionais, incluindo cursos de curta duração, ou cursos stricto sensu, tais quais especializações, mestrados e doutorados. Nas diretrizes curriculares do MEC, a formação do curso de arquitetura e urbanismo é generalista. No caso da UFPB conseguimos implantar as disciplinas de iluminação natural e artificial, integradas ao projeto, com trabalhos de excelente qualidade dos alunos, o que motivou muitos destes a contribuírem nos estágios com este conhecimento; a realizarem trabalhos de conclusões de curso no tema; e a seguirem profissionalmente na área.

Lume Arquitetura: Como uma profissional com pós-doutorado, quais os caminhos que um profissional precisa trilhar para se tornar um lighting designer qualificado?

Cláudia Torres: A qualificação vem do estudo e da experimentação contantes. É importante que as graduações de arquitetura ou cursos afins ofereçam conhecimento básico na área de iluminação, pois esta base curricular é o que define a atribuição junto aos conselhos profissionais. No Brasil, temos cursos de especializações com profissionais qualificados que oferecem capacitação importante para prática profissional. A adoção de aulas remotas online ampliou a inclusão e o alcance do acesso à informação, e vem contribuindo para a capacitação e atualização profissional. Nas universidades, pesquisadores abordam questões da iluminação na arquitetura e urbanismo em programas de mestrado e doutorado, mas é necessário seguir um plano individual de estudos e buscar o conhecimento. A colaboração com profissionais é um caminho de aprendizado pela troca atualizada das questões da prática profissional, considerando

também que a experimentação é parte fundamental no aprendizado do uso e manipulação da luz. Peter Gasper falava desta necessidade e recomendava a prática teatral como experiência de trabalhar a luz como matéria criativa para comunicar e emocionar, dentro de uma narrativa. Eu ainda fui de uma geração praticamente autodidata, buscando conhecimento em publicações, eventos, feiras, palestras, sendo lighting hunter para alguns colegas. As revistas nacionais e internacionais vêm colaborando para o acesso às informações atualizadas do mercado de iluminação, com projetos, produtos e artigos. As feiras nacionais também introduziram seminários expositivos e conteúdo de qualidade voltados para a prática profissional.

Lume Arquitetura: Como vê as novas gerações de lighting designers brasileiros, muitos deles que inclusive ajudou a formar?

Cláudia Torres: As novas gerações têm mais acesso à informação e capacitação profissional, mas vejo que o mercado ainda precisa se expandir para absorver o crescente número de profissionais. É necessário “popularizar” o trabalho do lighting designer, mostrando sua importância para a qualidade de vida das pessoas e ampliando suas áreas de atuação. Muitos dos profissionais que ajudei a formar na área de iluminação trabalham de forma presencial e/ou remota em escritórios de lighting designers no Brasil; têm seu próprio escritório, muitas vezes integrando iluminação com projetos de arquitetura; atuam em órgãos públicos; ou fizeram mestrado e/ou doutorado, seguindo carreira acadêmica. Todo este cenário sinaliza que já temos no Brasil um corpo de profissionais capacitados, com resultados comprovados nacional e internacionalmente.

Lume Arquitetura: Você fez parte da diretoria da AsBai (Associação Brasileira

da Arquitetura de Iluminação) por alguns anos e ainda continua sendo associada. Qual a importância da associação para o mercado brasileiro e como vê sua atuação atualmente?

Cláudia Torres: A AsBai tem um papel importante, como entidade nacional, na representação dos interesses de seus associados e relação com as demais entidades nacionais e internacionais, abrindo mercado de trabalho e definindo padrões qualitativos na produção dos projetos que assegurem aos clientes um padrão de confiança na contratação de seus associados. Sua atuação atual mostra uma consolidação de seu novo

As novas gerações têm mais acesso à informação e capacitação profissional, mas vejo que o mercado ainda precisa se expandir para absorver o crescente número de profissionais. É necessário “popularizar” o trabalho do lighting Designer [...]

estatuto, onde é mais inclusiva ao mencionar arquitetura de iluminação e não arquitetos de iluminação; a relação com o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) teve continuidade após minha saída como representante da associação no CEAU – Conselho das entidades de Arquitetura e Urbanismo (2012-2017), que serviu para divulgar a atuação profissional de arquitetos de iluminação. Acredito que a força de uma associação pode ser medida pelo número de associados que representam a categoria profissional e este é um grande desafio, além de propiciar debates e encontros regionais e nacionais para discutir questões da formação e prática profissionais, e divulgar produtos e serviços que possam ser compartilhados com a sociedade e nossos parceiros.

Lume Arquitetura: Durante anos, você contribuiu com a Via Arquitetura, realizando muitos projetos. Quais trabalhos considera mais importantes?

Cláudia Torres: No início de minha carreira, tive a grande satisfação de ter colaborado na criação da Via Arquitetura Iluminação & Design, empresa pioneira em Recife na elaboração de projetos de iluminação independente de comercialização e venda de produtos. Foram diversos projetos nos quais tive oportunidade de colaborar, na coordenação de Beatriz Esteves e Márcia Chamixaes. Para citar alguns, o Shopping Paço Alfândega, Shopping Recife, Museu do Homem do Nordeste (premiação Abilux). Após este período, destaco o projeto do Parque Capibaribe, trabalho integrado de pesquisa do INCITI e Universidade Federal de Pernambuco (Jardim do Baobá e Parque das Graças, já implantados), assim como com o Cais do Imperador no bairro do Recife, com abordagem da paisagem noturna. Recentemente, citaria a Associação Brasil América, também premiada pela Abilux.

Lume Arquitetura: Qual a sua opinião sobre o enorme reconhecimento do lighting design brasileiro em importantes premiações internacionais nos últimos anos?

Cláudia Torres: Sem dúvida é uma conquista de extrema relevância que demonstra a qualidade do trabalho dos profissionais brasileiros e potencial possibilidade de mais premiações com participação mais efetiva de nossos lighting designers. O relacionamento com as associações internacionais é um fato importante para divulgação dos trabalhos e acredito que a AsBai tem um papel e contribuição relevante nestas conexões.

Lume Arquitetura: A indústria nacional de iluminação supre atualmente todas as suas necessidades de projeto? Há algo que possa ser melhorado?

Cláudia Torres: A indústria de iluminação no Brasil vem se atualizando de forma mais rápida em relação às inovações internacionais. Temos excelentes fabricantes com qualidade, atendimento competitivos nos prazos e custos compatíveis, além de um serviço pós-venda que oferecem segurança ao especificador. Isto infelizmente não é o espelho da maioria, onde a concorrência por preço dificulta assegurar a qualidade planejada. Esta parceria é fundamental para garantir bons resultados e manter a fidelização dos clientes. A melhoria pode acontecer na constante atualização dos dados e interface nos sites de alguns fabricantes, além de maior oferta para luminárias de uso externo, por exemplo, para nossas cidades com maiores possiblidades de aplicações.

Lume Arquitetura: Em 2024, foi publicada a nova ABNT NBR 5101 de Iluminação Viária com diversas novidades. Acredita que ela é benéfica para a melhoria da qualidade da iluminação das cidades brasileiras?

Cláudia Torres: Acredito que o entendimento da necessidade de controle da luz urbana com requisitos não apenas quantitativos, mas qualitativos está redirecionando a aplicação da iluminação viária, considerando luz não apenas para circulação de veículos, mas para o bem-estar das pessoas e preservação da paisagem noturna, fauna e flora. Então, considero benéfica a revisão da norma, assim como também a realização de experimentos em áreas urbanas e suas diversidades que possa levar aos profissionais e à própria sociedade uma participação mais efetiva no entendimento e decisões mais participativas.

Lume Arquitetura: Durante a sua carreira, projetou a iluminação de alguns monumentos históricos. Qual a sua opinião sobre a valorização desses equipamentos urbanos?

Cláudia Torres: Valorizar com luz monumentos históricos contribui para revelar a paisagem noturna das cidades e suas diversidades culturais, mas deve ser feito em harmonia e diálogo com o conjunto do cenário urbano. É importante ter hierarquias e determinar valores, que podem ser definidos no plano de iluminação urbana. Monumentos históricos iluminados podem atrair as pessoas do local ou visitantes para contemplar e ocupar os espaços, aumentar a sensação de segurança, e criar caminhos iluminados, especialmente no Brasil, em cidades de clima quente onde, à noite, a temperatura fica agradável para estar nas ruas e praças.

Monumentos históricos

iluminados podem atrair as pessoas do local ou visitantes para contemplar e ocupar os espaços, aumentar a sensação de segurança, e criar caminhos iluminados, especialmente no Brasil, em cidades de clima quente onde, à noite, a temperatura fica agradável para estar nas ruas e praças.

Lume Arquitetura: Cada vez mais, fala-se de iluminação voltada para o bem-estar e saúde dos usuários. Qual a sua opinião sobre esse assunto?

Cláudia Torres: Acredito que esta compreensão com base na pesquisa científica é fundamental para a evolução e amadurecimento da prática do lighting designer ao incluir requisitos além dos aspectos visuais. A comprovação do terceiro receptor na retina dos mamíferos, relacionado aos processos bioquímicos que controlam a glândula pineal, demonstram a relação com os efeitos biológicos controlados pelo ciclo claro-escuro. Outro fato importantíssimo

é que a luz solar exerce influência fundamental de orientação do tempo e da paisagem, ou seja, a integração de luz diurna controlada nos projetos, sempre que possível, cria ambientes saudáveis para as pessoas.

Lume Arquitetura: A poluição luminosa também tem sido bastante debatida nos últimos anos. Qual a responsabilidade do lighting designer nesse contexto?

Cláudia Torres: Este tema é importantíssimo para um entendimento Ecocêntrico da intervenção humana no planeta com repercussões na qualidade de vida e preservação do ambiente, onde o homem é parte do ecossistema da natureza. A responsabilidade do lighting designer no planejamento da paisagem noturna, contribui para evitar desperdícios e emissão de luz que prejudique o meio ambiente, fauna e flora, ou mesmo o conforto das pessoas. É fundamental propor a luz apenas onde ela é necessária para as atividades de ocupação humana e vivência social.

Lume Arquitetura: Agora, após a aposentadoria da UFPB, quais os próximos passos da sua carreira?

Cláudia Torres: Já retomei as atividades de projetos de iluminação em parceria com a arquiteta e lighting designer Beatriz Esteves. Pretendo criar um espaço de trabalho para experimentação de luz. Devido à experiência de ensino, planejo cursos de educação continuada para arquitetos e jovens lighting designers. Sinto falta de publicações nacionais voltadas para o conteúdo da iluminação que contribuam para o ensino e aprendizagem de conteúdos técnicos e metodológico-projetuais. Por outro caminho, a prática do desenho e da pintura vem somar no exercício de percepção e registro da luz, das sombras e das cores, de forma lúdica e sensível no processo criativo.

Silvia Carneiro é agraciada com o Dark Sky Defender Award

Todos os anos, a DarkSky International reconhece e celebra as incríveis conquistas de indivíduos, grupos e comunidades que estão comprometidos com a missão da entidade de preservar ambientes noturnos em todo o mundo. Em 2024, a lighting designer brasileira e titular do ÍRIS Luminotécnica, Silvia Maria Carneiro de Campos, foi agraciada com o Dark Sky Defender Award South America

Segundo a entidade: “Silvia Maria Carneiro de Campos recebeu o prêmio Dark Sky Defender Award por sua liderança excepcional na promoção de iniciativas de céu escuro no Brasil, onde ela defende efetivamente a legislação e a mudança cultural para combater a poluição luminosa. Sua capacidade de se comunicar em toda a paisagem cultural diversificada do Brasil e suas ações impactantes avançaram significativamente a missão de preservar os céus noturnos em um país com ecossistemas variados”.

Silvia afirmou que ficou supercontente ao ser comunicada sobre a conquista do prêmio: “No entanto, no mesmo dia, me deu uma dorzinha no coração. Na realidade, gostaria mesmo era de ter mais relevância aqui em nosso país. O Brasil está atrasado demais, é de passar vergonha. A gente tem tanto potencial. O que eu não entendo é a falta de capacidade dos nossos governos em tratar com seriedade o que já é política pública no exterior. O mais organizado, eu diria, é o ICMBio, mas, mesmo assim, tem muitas dificuldades pela falta de fiscalização”.

A lighting designer comentou ainda que sempre se interessou pela questão dos impactos da luz artificial, mas foi a partir de 2015 que começou a estudar especificamente a questão da poluição luminosa e os impactos em diferentes espécies: “Em 2020, a Dra. Kellie Pendoley me convidou a participar da DarkSky Association e passei a participar das reuniões, mas foi em 2022 que criei o canal no YouTube e comecei a movimentar melhor o cenário como defensora”.

Além do canal no YouTube, Silvia também atua em outras frentes visando a conscientização do mercado e dos profissionais de iluminação sobre a poluição luminosa: “Temos um grupo no WhatsApp onde nos reunimos para falar sobre o assunto e também sempre que posso dou palestras sobre o tema. Em 2024, a mais relevante foi durante o SIIPE (Simpósio Internacional de Iluminação Pública Eficiente e as Cidades Inteligentes), realizado em Salvador (BA). Através do SIIPE ainda fui convidada pelo Projeto ICMBio Tamar para falar sobre Fotopoluição no Workshop sobre Fotopoluição das Tartatugas Marinhas; também fiz duas apresentações durante a Expolux, no SimpoLED e no Decor Light Show”.

Para saber mais sobre a DarkSky International, acesse darksky.org ou o canal do Youtube DARK SKY BRASIL .

Hotel em Recife

Iluminação destaca edifício e proporciona conforto e aconchego aos hóspedes do Novotel Recife Marina

Por Erlei Gobi
Fotos: Társio Alves e Alexandre Albuquerque

loCalizado no CenTro hisTóriCo do reCife (Pe) e rodeado Por imPorTanTes pontos da cidade, como o Marco Zero e seu Parque das Esculturas, ao norte; Mercado de São José, a oeste; e Fortaleza de São Tiago das Cinco Pontas, ao sul; o Novotel Recife Marina foi inaugurado no final de julho de 2024 com estrutura composta por 300 apartamentos de padrão quatro estrelas, quatro salões para eventos, três restaurantes, academia, spa, kids club, piscina, bar, além de um rooftop.

O edifício de cinco andares foi projetado pelo arquiteto Jerônimo Cunha Lima, titular do JCL Arquitetos, com inclinação de 59 graus de forma a lembrar um transatlântico navegando pelo Oceano Atlântico. Já os projetos de interiores e de paisagismo foram desenvolvidos pelos escritórios Michaelis Arquitetos Associados e Luiz Vieira Arquitetura de Paisagem, respectivamente.

A lighting designer Marcia Chamixaes, titular do AVIAR Conceitos Criativos, foi a responsável pelo projeto de iluminação do Novotel Recife Marina e teve como ponto de partida do seu processo criativo a própria forma da construção. “Com arquitetura contemporânea em concreto, o edifício em si já nos conduziu a gênesis criativa do design da luz. O diálogo próximo com o arquiteto Jerônimo Cunha Lima, entretanto, foi fundamental

para o direcionamento da proposta de valorização dos principais elementos da sua estrutura e a integração com a paisagem do entorno. Iniciamos o trabalho pesquisando referências em outros projetos desenvolvidos em áreas históricas, nas cartas patrimoniais da Unesco, entre outras bibliografias”, explicou Marcia.

Fachadas, entorno e vazios

Toda a base do edifício é composta por uma modulação em concreto que se torna uma grande praça de circulação em seu trecho central, uma esplanada por onde os hóspedes chegam ao hotel. Para iluminar esse grande vão, optou-se por duas luminárias tubulares de 40W/13º a 2700K, com IP67 e IK09, instaladas nas laterais dos arcos centrais em concreto, também realçados no topo

Fachada voltada para a avenida com perfis de LED de 16W/45º a 2700K na base de cada peitoril jogando luz para o teto que se projeta para a via pública.

Para a fachada que pode ser vista por quem passa de barco pela Bacia do Pina, a opção foi pelo uso de embutidos no solo de 15W/28º a 2700K jogando luz no topo das estruturas em concreto, além de arandelas de duplo facho, de 25W/40º a 2700K, aplicadas em todas as varandas.

por projetores orientáveis de 22W/11° a 2700K”. Antes da construção do hotel, essa área era uma antiga fábrica de gelo que estava em ruínas e contava com um muro enorme, então o empreendimento veio descortinar essa paisagem da Bacia do Pina que ninguém conhecia. Nesse contexto, a iluminação precisava ser vibrante e valorizar o ritmo dessa estrutura para convidar as pessoas a explorar o outro lado da orla, mas sem desconsiderar as premissas de respeito tanto à área histórica onde o equipamento foi construído como a proteção ambiental, visto que a Marina está instalada em uma área de estuário, a Bacia do Pina. Neste projeto, tivemos o cuidado de escolher a temperatura de cor de 2200K para os passeios na orla do empreendimento no sentido de mitigar o impacto da iluminação na fauna e na flora”, explicou a lighting designer.

Ainda segundo Marcia, houve o pedido do arquiteto para a valorização dos cheios e vazios das fachadas, tanto do lado da avenida como do lado

da orla. Para a fachada voltada para a avenida, a lighting designer propôs perfis de LED de 16W/45º a 2700K na base de cada peitoril jogando luz para o teto que se projeta para a via pública. “Como a edificação possui uma inclinação, todas as marquises ficam iluminadas de forma indireta e uniforme criando unidade na fachada”, disse a lighting designer.

Já para a fachada que pode ser vista por quem passa de barco pela Bacia do Pina, a opção foi pelo uso de embutidos no solo de 15W/28º a 2700K jogando luz no topo das estruturas em concreto para que o observador à distância pudesse perceber o seu ritmo, além de arandelas de duplo facho, de 25W/40º a 2700K, aplicadas em todas as varandas. “Nossa ideia inicial previa que essa iluminação fosse controlada pelo gerenciamento operacional da hotelaria para manter a conceituação uniforme da outra face da fachada, mas isso não aconteceu. No entanto, como são os hóspedes que contro-

lam o acendimento dessas arandelas, resultou numa solução de iluminação mais dinâmica que remete a de um transatlântico, porque algumas ficam ligadas e outras desligadas conforme a ocupação. Vale ressaltar que, para além do resultado estético, conseguimos atender a questão da proteção ambiental ao reduzir o nível de iluminação nesta fachada”, lembrou Marcia.

Lounge bar, restaurante e whiskeria

Logo após a recepção, o hóspede chega ao lounge, ambiente com pé-direito de nove metros de altura e um bar central. “Precisávamos atingir os 200 lux previstos em norma em um pé-direito elevadíssimo. Como o projeto de interiores previa apenas dois grandes elementos decorativos no forro com ripados de madeira, decidimos aplicar entre essas ripas luminárias lineares de sobrepor de 24,2W a 2700K, com 12 focos de 24º cada, para proporcionar luz difusa e suave. Vale ressaltar que

modelamos no DIALux esses ambientes para garantir o resultado esperado”, detalhou a lighting designer. O balcão do bar, em material translúcido, foi retroiluminado por perfis de LED de 14,4W/m a 2700K, enquanto abajures de pequena dimensão em cima do tampo criam uma ambiência acolhedora ao espaço. O restaurante conta com dois ambientes, um com pé-direito simples e outro com pé-direito bastante elevado. Na área com pé-direito duplo, repetiu-se a solução aplicada no lounge, ou seja, luminárias lineares de sobrepor de 24,2W a 2700K, com 12 focos de 24º cada, aplicadas entre os ripados de madeira. “O projeto de interiores pensou em trazer para o restaurante elementos do mar, então especificou alguns pendentes enormes com formato orgânico para essa área. Utilizamos ainda arandelas de 8W a 2700K com foco a 45° para marcar com luz os arcos do forro elevado”, contou Marcia.

Já para criar ambientes mais acolhedores próximos à fachada e com

Lounge bar iluminado por luminárias lineares de sobrepor de 24,2W a 2700K, com 12 focos de 24º cada, instaladas entre os ripados de madeira dos elementos decorativos no forro. Detalhe para o balcão do bar, em material translúcido, retroiluminado por perfis de LED de 14,4W/m a 2700K.

Arcos centrais da esplanada destacados por luminárias tubulares de 40W/13º a 2700K, com IP67 e IK09, instaladas nas laterais, além de projetores orientáveis de 22W/11° a 2700K em suas partes centrais.

vista para a Bacia do Pina, o Michaelis Arquitetos Associados trouxe os forros com ripados de madeira para um nível de pé-direito simples. “Nessas áreas, utilizamos o mesmo conceito das luminárias entre as ripas, porém de 4,1W a 2700K, e apenas dois focos de 48°. Também optamos por algumas colunas ao lado das mesas para luz mais pessoal. É importante frisar a importância da miniaturização das luminárias para atender à integração com o detalhe da arquitetura de interiores”, lembrou a lighting designer

Para o espaço de pé-direito simples do restaurante, já no conceito da arquitetura de interiores foi pensado um forro em madeira com fechamento em tela tensionada inspirado nos corais. “Aplicamos perfis de LED de 12W/m a 2700K para retroiluminar todo esse forro. A ideia inicial era utilizar fontes de luz RGB e automação para que esse

teto simulasse o fundo do mar, com variação de intensidade de luz e tons de azul. Essa solução ainda não foi implementada, mas será em breve”, afirmou Marcia.

Na whiskeria, o conceito das luminárias entre os ripados do forro de madeira se manteve. “Nesse ambiente, valorizamos um nicho que destaca as garrafas e copos expostos com perfis com fita LED de 7W/m a 4000K, uma estratégia considerando a ausência de aberturas com luz natural no local. Além deste detalhe, as portas da adega retroiluminadas a 2700K produzem luz vertical difusa e confortável no espaço”, lembrou a lighting designer.

Circulações

A iluminação das circulações do hotel se dá por perfis de LED de 19W/m a 2700K sobrepostos no forro, enquan-

to nos halls dos elevadores a opção foi por sobrepostos quadrados de 5W/42º a 2700K demarcando as portas de cada elevador para garantir a segurança dos usuários no acesso as circulações verticais. “Inicialmente, esses forros seriam em madeira e as luminárias ficariam escondidas nele, mas houve mudança no projeto de interiores, deixando as luminárias aparentes, o que não afetou o resultado luminotécnico da proposta”, contou Marcia.

Nos corredores dos quartos, o projeto da arquitetura criou sancas contínuas para gerar a sensação de profundidade e a lighting designer propôs o uso de perfis de LED de 16W/m a 2700K nesses elementos: “Também desenharam paredes curvas revestidas com material vinílico na cor cinza com sanca vertical na lateral das portas dos quartos. Aproveitei esse elemento para aplicar linhas de luz com fitas de LED de 16W/m a 2700K”. Já nos corredores das salas de reuniões e eventos, a opção foi por duas linhas de pendentes

decorativos com iluminação downlight e difusa, além de projetores orientáveis de 4W/22º a 2700K para valorização da vegetação nas jardineiras.

Rooftop

O rooftop do Novotel Recife Marina, batizado de SKAIS Ø Rooftop, abriga um bar e a piscina de borda infinita. “O grande destaque visual desse ambiente são as grandes ‘árvores’ de madeira desenhadas pela arquitetura de interiores. Para realçar esses elementos, mas sempre respeitando a solicitação dos arquitetos de interiores, fizemos uma iluminação perimetral com fitas de LED de 14W/m a 2700K no círculo que se forma no forro”, disse a lighting designer.

A iluminação geral do espaço se dá de forma bastante aconchegante por meio embutidos circulares no forro de madeira de 5W/36º a 2700K. “Essa luminária é ótima porque conta com recuo antiofuscamento e difusor interno, proporcionando luz muito suave e ex-

Perfis de LED de 16W/m a 2700K em sancas geram a sensação de profundidade nos corredores dos quartos, enquanto fitas de LED de 16W/m a 2700K marcam verticalmente as paredes curvas revestidas com material vinílico na cor cinza.

As grandes ‘árvores’ de madeira desenhadas pela arquitetura de interiores no SKAIS Ø Rooftop receberam iluminação perimetral no círculo que se forma no forro com fitas de LED de 14W/m a 2700K. A iluminação geral do espaço se dá por embutidos circulares no forro de madeira de 5W/36º a 2700K.

tremamente confortável para essa área com pé-direito baixo. No final, conforto é o grande segredo para estas áreas de convivência”, explicou Marcia.

O balcão do bar recebeu perfil de LED de 7W/m a 2700K para luz de efeito, enquanto acima do tampo foram instalados diversos pendentes confeccionados com cordas náuticas – de distintas formas, cores e tamanhos –criando um jogo de peças em alturas diferentes.

Academia

O forro da academia é formado por placas acústicas quadradas e retangulares dispostas de forma irregular, criando uma trama no teto. “Em razão dessa característica, aplicamos perfis lineares com tirantes de 16W a 3000K nos vãos entre as placas. Além disso, como há uma grande incidência de luz natural pela pele de vidro da fachada, projetamos uma sanca na parede de fundo com perfis lineares de 14W/m a 3000K para haver um equilíbrio lumínico

no ambiente. Por ser uma academia, até pensamos, a princípio, em utilizar 4000K, o que iria interferir fortemente na iluminação da fachada. Sendo assim, optamos por uma iluminação a 3000K e mantivemos o padrão de luz quente de todo o projeto”, detalhou a lighting designer.

Quartos e Spa

Ainda segundo Marcia, nos quartos a iluminação seguiu o conceito do projeto de interiores: “Temos iluminação perimetral no forro com perfil com fita LED de 14W/m a 2700K que se estende até o cortineiro; iluminação indireta atrás da cabeceira da cama com perfil com fita LED de 7W/m a 2700K; iluminação abaixo da cama com perfil com fita LED de 7W/m a 2700K para transmitir a sensação de leveza a este item do mobiliário, além de abajur e arandela ao lado da cama, uma coluna de piso e pendentes sobre a mesa. Tudo pensado para o maior conforto visual e aconchego do hóspede”.

O Spa segue o mesmo conceito de iluminação do quarto, ou seja, iluminação indireta perimetral no forro com perfil com fita de LED de 14W/m a 2700K além de duas arandelas com lâmpada bolinha LED a 2700K para luz difusa e suave. “Ainda temos uma banheira de hidromassagem com iluminação RGB para cromoterapia”, lembrou a lighting designer.

Marcia finalizou apontando a enorme responsabilidade de assinar um projeto tão complexo: “É preciso pesquisar, ter conhecimento técnico e o cuidado de usar as ferramentas de cálculo. Além disso, é extremamente importante ter confiança no parceiro que vai fornecer as luminárias em um trabalho como esse. A questão da operação para a hotelaria e grandes empreendimentos é fundamental. Não costumo fracionar um projeto desse porte com vários fornecedores. Depois de muitas pesquisas e testes ao longo dos três anos entre o projeto e a implantação, tive a sabedoria de escolher um fornecedor técnico, um fornecedor de área externa e poucos fornecedores de decorativos que atendessem as premissas do projeto de forma a facilitar o gerenciamento pós-implantação”.

Todos os quartos receberam iluminação perimetral no forro com perfil com fita LED de 14W/m a 2700K que se estende até o cortineiro; iluminação indireta atrás da cabeceira da cama com perfil com fita LED de 7W/m a 2700K; iluminação abaixo da cama com perfil com fita LED de 7W/m a 2700K; além de abajur e arandela ao lado da cama, uma coluna de piso e pendentes sobre a mesa.

Projeto de iluminação: Marcia Chamixaes/AVIAR Conceitos Criativos

Colaboradores do projeto de iluminação: Érika Moura, Elisana Dantas, Leila D’Angela e Hemilly Gondim

Projeto de arquitetura: Jerônimo Cunha Lima/JCL Arquitetos

Projeto de arquitetura de interiores: Michaelis Arquitetos Associados

Projeto de paisagismo: Luiz Vieira Arquitetura de Paisagem

Luminárias: LightDesign Exporlux, Soneres, Studio Lamp, Tidelli e Bertolucci

Telas Tensionadas: Lumitenzi/Brasfor

Construção: Tecla Construtora

Ficha técnica

LIT Lighting Design Awards 2024

Da Redação

Brasil novamente é destaque de reconhecido prêmio internacional de iluminação com seus projetos e produtos

em novembro de 2024, o LIT LIghTIng DesIgn AwArDs, uma das premiações mais relevantes do mundo da iluminação, anunciou os vencedores de sua 8ª edição. Um júri de 35 profissionais conceituados, incluindo arquitetos, designers de interiores, acadêmicos e representantes da mídia, avaliou as mais de 800 inscrições de 58 países para escolher os melhores designs de iluminação em diversas categorias.

Em todas as suas edições, o LIT Lighting Design Awards também homenageia um lighting designer visionário com o Lifetime

Achievement Award. Em 2024, a honraria foi concedida a Allen Lee Hughes, pioneiro cuja carreira de cinco décadas influenciou profundamente o lighting design em teatro, ópera e dança. “Com mais de 800 inscrições este ano e nosso 10º aniversário chegando, é emocionante ver como o lighting design continua a transformar espaços e inspirar mudanças. Homenagear Allen Lee Hughes por sua carreira excepcional é uma celebração de sua imensa influência e do impacto duradouro que ele teve na indústria”, afirmou Astrid Hébert, diretora do LIT Lighting Design Awards

Prêmio: Residential Lighting Design

Projeto de iluminação: Marina Makowiecky/ Allume Arquitetura de Iluminação

Local: Florianópolis (SC)

Foto: Joana França

Projetos de iluminação

Como vem ocorrendo nas últimas edições do concurso, os projetos e produtos de iluminação brasileiros tiveram grande destaque em 2024. O país teve cinco projetos de iluminação e três produtos entre os vencedores, e outros seis projetos de iluminação ainda receberam menção honrosa. “Sou jurada do LIT Lighting Design Awards desde sua fundação e tenho a certeza da importância deste prêmio no reconhecimento e divulgação de trabalhos de qualidade da nossa comunidade. Parabéns a todos que participaram e foram premiados. Longa vida ao LIT”, enfatizou Mônica Luz Lobo, membro do corpo de jurados do concurso.

O Allume Arquitetura de Iluminação, da lighting designer Marina Makowiecky, foi o escritório brasileiro de lighting design de maior destaque desta edição ao conquistar dois prêmios: um na categoria Residential Lighting Design, com o projeto da Casa Ponte, e um na categoria Heritage Lighting Design, com a iluminação da Fortaleza São José da Ponta Grossa. “Estamos extremamente

felizes com as premiações! É motivo de grande orgulho integrar a lista de premiados ao lado de tantos profissionais e escritórios de renome mundial, que são referência em nossa área e atuam em contextos econômicos muito diferentes da nossa realidade, com acesso a recursos mais amplos e tecnologias avançadas”, afirmou Marina A titular do Allume Arquitetura de Iluminação ainda lembrou que esta é a segunda vez que o escritório figura entre os agraciados do concurso, além de já ter conquistado menções honrosas em outras duas edições: “Esses reconhecimentos reforçam nossos esforços contínuos para alcançar os melhores resultados em cada projeto, respeitando as particularidades de cada contexto. Sabemos da importância do nosso trabalho e o impacto positivo que ele pode gerar, ao promover uma arquitetura onde a iluminação é cuidadosamente planejada, influenciando diretamente o bem-estar dos usuários desses espaços. Esses prêmios atestam que estamos alinhados com os princípios de uma iluminação de qualidade, capaz de transformar e melhorar a vida das pessoas”.

duas aparições no LIT Lighting Design Awards em 2024 foi o WeLight, do titular Jayme Liande, com uma conquista na categoria Residential Lighting Design, com o projeto da Casa Chidori, e uma menção honrosa pela iluminação da Ornare Milano (Veja aqui a matéria completa sobre esse projeto). “Para o nosso escritório foi uma enorme felicidade e a confirmação do trabalho que vem sendo desenvolvido ao longo da história da empresa, onde, mesmo com todas as adversidades do mercado, conseguimos criar um diferencial projetual único e personalizado, que tem muito a ver com o conceito da WeLight de associar arte, criação e tecnologia. Esse reconhecimento é importantíssimo, pois ratifica que estamos no

Prêmio: Ambient Lighting

Projeto de iluminação: Renata Fongaro/Studio 220V

Local: Campinas (SP)

Foto: Beto Riginik

Prêmio: Residential Lighting Design

Projeto de iluminação: Jayme Liande e Ruy Soares/WeLight

Local: São Paulo (SP)

Foto: Denilson Machado

Loja orit
Casa Chidori

FortaLeza são josé da Ponta Grossa

Prêmio: Heritage Lighting Design

Projeto de iluminação: Marina Makowiecky/ Allume Arquitetura de Iluminação

Local: Florianópolis (SC)

Foto: Fernando Wiladino

caminho certo, aumenta nossa visibilidade e credibilidade junto ao mercado e clientes. Além do mais, massageia o ego, com certeza”, disse Jayme.

Desde a criação do LIT Lighting Design Awards, em 2017, a Mingrone Iluminação, do titular Antonio Carlos Mingrone, esteve presente entre os premiados ou recebeu menção honrosa em todas as edições. Em 2024, a tradição se manteve e o escritório venceu na categoria Residential Lighting Design com o projeto de iluminação para uma Residência em Itacaré (Veja aqui a matéria completa sobre esse projeto). “A sensação de novamente ser agraciado é sempre muito auspiciosa. Consideramos essa premiação uma das mais significativas referências para avaliar a qualidade do nosso trabalho. Virou qua-

residên

Prêmio: Residential Lighting Design

Projeto de iluminação

Antonio Carlos Mingrone/ Mingrone Iluminação

Foto

Prêmio: Menção Honrosa

Projeto de iluminação: Regina Coeli Barros e Mohana Barros/Archidesign

Local: Recife (PE)

Foto: Moura Dubeux Collection/Archidesign Collection

se que uma obsessão ser agraciado, seja na forma de premiação ou como menção honrosa, pois representa uma medida de mensurar a qualidade do trabalho que temos produzido ao longo de cada ano”, emocionou-se Mingrone. Quem também volta a conquistar o LIT Lighting Design Awards depois de ter sido agraciada em 2019 com o projeto para o Bar dos Arcos é a lighting designer Renata Fongaro, titular do Studio 220V, premiada nesta oportunidade na categoria Ambient Lighting com a iluminação da loja Orit. “Receber um prêmio reconhecendo o trabalho é sempre muito gratificante. É uma afirmação de que estamos no caminho certo. Acredito que a maior importância ao conquistar um prêmio internacional é voltar os olhos para nós mesmos, reconhecermo-nos como profissionais qualificados e criativos que somos, assim como outros do mundo”, analisou Renata.

Assim como em edições anteriores, o Archidesign, das titulares Regina Coeli Barros e Mohana Barros, também figurou entre agraciados no LIT Lighting

Prêmio: Menção Honrosa

Projeto de iluminação: Sônia Mendes/Arquitetura e Luz

Local: Belo Horizonte (MG)

Foto:Studio Tertúlia

uLivinG CamPinas

Prêmio: Menção Honrosa

Projeto de iluminação: Ana Paula Laronga/ A Luzia Iluminação e Sentidos

Local: Campinas (SP)

Foto: Davi Realle e Juliana Vasques

honrosa pela iluminação dos edifícios Mirante do Cais e Parque Do Cais. “Para nós, é muito gratificante e inspirador ser agraciado no concurso onde profissionais da iluminação de todo o mundo apresentam projetos de alta qualidade técnica, estética e criativa. O reconhecimento internacional é de bastante importância para o portifólio de uma empresa, pois é o resultado de um grande reconhecimento do trabalho realizado junto a grandes profissionais do planeta. Esse projeto especificamente, demorou quatro anos para ser finalizado e sofreu diversas alterações durante a execução. A finalização e entrega deste belo projeto da arquitetura nos deixou bastante realizadas”, enfatizou Mohana.

Entre os brasileiros debutantes no concurso está a lighting designer Sônia Mendes, titular do Arquitetura e Luz, que recebeu menção honrosa pelo projeto para a ZD Galerie. “Sinto -me muito honrada de ter um projeto

Centro de treinamento ninho do urubu

Prêmio: Menção Honrosa

Projeto de iluminação: Ricardo Lopes e Mariangela Moura/Ricmon

Local: Rio de Janeiro (RJ)

Foto: André Nazareth

luminotécnico assinado pela minha empresa evidenciado de alguma forma entre projetos no meio internacional de iluminação. Um projeto em destaque no LIT Lighting Design Awards coloca o escritório em outro patamar no mercado de lighting design”, afirmou Sônia.

Quem também experimentou a sensação de ter seu projeto entre os melhores do mundo pela primeira vez foi Ana Paula Laronga, lighting designer titular do A Luzia Iluminação e Sentidos, que recebeu menção honrosa pela iluminação do Uliving Campinas. “O LIT Lighting Design Awards é uma das principais premiações internacionais do mercado de iluminação e é uma grande honra ter sido agraciada. Sinto-me realizada com o reconhecimento internacional do nosso trabalho. Mostra que estamos no caminho certo de uma longa jornada”, enfatizou Ana Paula.

Prêmio: Menção Honrosa

Projeto de iluminação: Jayme Liande/WeLight

Local: Milão – itália

Foto: Ruy Teixeira

móduLo via max

Prêmio: Track Lighting

Empresa: LightDesign Exporlux

Designer: LightDesign Exporlux

Apesar de já ter conquistado outros prêmios internacionais, a Ricmon, dos titulares Ricardo Lopes e Mariangela Moura, figurou pela primeira vez no LIT Lighting Design Awards em 2024 com menção honrosa pelo projeto de iluminação para o Centro de Treinamento Ninho do Urubu, do Flamengo. “Ser reconhecido pelo LIT Lighting Design Awards é uma grande honra. Este prêmio valida o compromisso contínuo de nossa equipe em entregar projetos que unem inovação, técnica e estética com excelência. Além disso, reforça a nossa trajetória de sucesso no mercado de iluminação. Ele destaca nossa capacidade de atender aos mais altos padrões internacionais, consolidando nossa posição como referência no setor e ampliando o impacto de nossos projetos no cenário global”, ressaltou Mariangela.

Produtos

Nos últimos anos, a indústria brasileira de iluminação vem colecionando troféus de design mundo

afora e manteve a tradição no LIT Lighting Design Awards. A empresa que teve maior destaque na edição 2024 do prêmio foi a LightDesign Exporlux, agraciada em duas oportunidades: na categoria Track Lighting, com o Módulo Via Max, e na categoria Outdoor Spotlights, com o Poste O.

Para Manoel Castro, diretor da LightDesign Exporlux, a conquista demonstra e reforça que a empresa está trilhando o caminho certo para entregar cada vez mais soluções inovadoras, de qualidade, e com as melhores e mais atuais tecnologias disponíveis no mercado: “Ficamos muito orgulhos com esse importante reconhecimento internacional. Essa é uma premiação admirável e acompanhada mundo afora, permitindo assim levar ao conhecimento de muitos outros mercados nossa marca e nossos produtos, que refletem o resultado de um trabalho sério, fruto de muito empenho, pesquisa e dedicação de nossa equipe e dos fortes investimentos em nossa capacidade técnica e industrial aqui no Brasil”.

Quem novamente figurou entre os agraciados do reconhecido prêmio internacional foi a Omega Light, que conquistou o troféu na categoria Ambient Lighting com a luminária Yosegi. “Sermos premiados no LIT Lighting Design Awards é sempre uma validação significativa do nosso compromisso com os pilares de design e inovação. Essa conquista reflete não apenas o reconhecimento global do mercado de iluminação, mas também a nossa dedicação em criar produtos que combinam funcionalidade, estética e sustentabilidade. Cada prêmio é uma conquista em nossa trajetória, fortalecendo nossa posição no mercado e motivando-nos a continuar aprimorando nossos processos e entregando soluções que possam ter alto impacto aos nossos clientes”, afirmou Ricardo Fahl, designer e gerente de produtos da empresa.

YoseGi
Prêmio: Ambient Lighting
Empresa: Omega Light
Designer: Ricardo Fahl
Foto: Caroline Alves
Prêmio: Outdoor Spotlights
Empresa: LightDesign Exporlux
Designer: LightDesign Exporlux

Residencial em São Paulo

Fotos: Pedro Mascaro

Com 244 unidades de alTo Padrão – áreas de 134 a 366 metros quadrados –, o EZ Parque da Cidade é o único condomínio residencial do Parque da Cidade, complexo multifuncional localizado na região da Avenida Chucri Zaidan, Zona

Arquitetura com design do EZ Parque da Cidade é realçada pela iluminação

Sul da capital paulista, que contempla o Shopping Parque da Cidade; o hotel cinco estrelas Four Seasons; o Parque Linear; torres corporativas e uma torre de salas comerciais; além de restaurantes e lojas.

As duas torres do EZ Parque da Cidade são as primeiras do Brasil assinadas pelo UNStudio, fundado em 1988 por Ben van Berkel e Caroline Bos e presente em obras icônicas e extremamente funcionais em mais de 30 países. O grande diferencial do design da arquitetura são os Sky Gardens presentes em cada edifício, ou seja, quatro jardins elevados por torre que apresentam club garden, gym garden, sky bar e sky gourmet, além de paisagismo inspirado nas Bougainvilleas e vistas panorâmicas.

O projeto de iluminação do EZ Parque da Cidade foi assinado pelo lighting designer Antonio Carlos Mingrone, da Mingrone Iluminação, e teve como premissa a busca por soluções que proporcionassem o máximo de conforto aos futuros ocupantes da edificação; respeitassem os critérios de sustentabilidade e trouxessem uma linguagem em termos de tipologia que minimizasse a variação de produtos. “A ideia do projeto se pautou pela tentativa de simplicidade na realização das unidades projetuais, como eu gosto de

chamar, que são as luminárias, entendidas como parte do projeto de luminotécnica. Vale comentar que as decisões em termos de concepção foram sempre submetidas ao escritório UNStudio, de reconhecida fama internacional”, disse Mingrone.

Fachadas

As torres do EZ Parque da Cidade se destacam dos demais edifícios que compõem o complexo multifuncional devido a sua forma diferenciada. “A arquitetura proposta pelo UNStudio tem uma presença, eu diria, bruta, forte, porque advém de pilotis gigantescos, grandes elementos estruturais enquanto pilares, sempre com revestimento de cor branca, conformando arcos de passagem. Eles dão uma expressão quase de gigantismo para o embasamento”, comentou o lighting designer.

Ainda de acordo com Mingrone, o escritório de arquitetura vislumbrava uma iluminação bem determinada no sentido de ressaltar essas poderosas formas da fachada, denominadas “legs”: “Para isso, utilizamos embutidos de piso de 20W/40º

Balizadores de piso de 9W e 19W, ambos de 60º, jogam luz para o forro de madeira dos Sky Gardens, terraços que se espalham por andares variados e criam elementos visuais bastante peculiares na verticalidade das torres.

Salão de festas com iluminação perimetral com fitas de LED de 9,6W/m a 2700K e luminárias de pequenas dimensões de 8W/48º a 2700K aplicadas entre o ripado de madeira, além de pendentes circulares com spots e fita de LED de 5W/m a 3000K lavando as saias do front desk e na cor âmbar na prateleira atrás do balcão.

a 3000K na base dos pilares que conformavam a luz e davam valor e expressão a esses elementos. O UNStudio exigia ao máximo a perfeição no delineamento das formas e conseguimos lograr o resultado que pretendiam. Esse é um ponto notável do conjunto em termos de solução”.

Outra característica marcante do design do EZ Parque da Cidade são os Sky Gardens, terraços que se espalham por andares variados e criam elementos visuais bastante peculiares na verticalidade das torres. “A arquitetura tinha o objetivo de revelar os planos dos tetos em madeira visíveis do exterior, gerando destaque para esses terraços. Para isso, optamos por balizadores de piso de 9W e 19W, ambos de 60º, jogando luz para o forro. Foi um trabalho bastante árduo e cansativo, pois passamos várias noites fazendo a focalização para chegar ao

efeito pretendido. Porém, na entrega da obra, o presidente da Ezetec e a equipe do UNStudio elogiaram o nosso trabalho, o que nos deixou muito felizes, porque realmente não medimos esforços para chegar ao resultado que pretendiam”, entusiasmou-se o lighting designer.

Mingrone lembrou ainda que a temperatura de cor utilizada tanto nos terraços quanto nas “legs” é a mesma, 3000K: “A diferença visual notada se dá pelo fenômeno da iluminância, ou seja, quando a luz é lançada sobre uma superfície, ou uma volumetria composta por superfícies, e volta refletida aos nossos olhos. Tanto é que o dito popular é sábio: ‘à noite, todos os gatos são pardos’. Por qual motivo? Porque a incidência da luz não é suficiente para que seja percebida a tonalidade de cor do

pelo do animal. Nesse caso, acontece o mesmo. Há uma intensidade maior de composição de madeira no teto, então a luz quente lançada reproduz essa tonalidade do elemento natural. Já no térreo, os mesmos 3000K estão apontando intensamente para superfícies brancas, dando essa percepção visual menos quente”.

Circulações

As vias de circulação da área externa, tanto de pedestres quanto de veículos, foram iluminadas por postes circulares de quatro metros de altura, de 57W a 3000K. “Dentro do terreno, também havia áreas de proteção ambiental onde as árvores ali presentes eram intocáveis. Então, lançamos mão de elementos verticais dotados de dois projetores de 15W/60º a 3000K para que todas as copas formassem uma grande tenda de luz às margens da via marginal”, afirmou o lighting designer.

Já as circulações do térreo entre as duas torres se dão por caminhos de conformação mais orgânica e com pé-direito duplo. “Projetamos minissancas com fitas de LED de 9,6W/m a 2700K para iluminação perimetral e indireta desses caminhos, soltando um pouco os elementos de madeira que compõem o forro da estrutura que o circunda. A conformação perimetral de luz em ambas as laterais do forro desenha quase que uma visão de caminho, além de valorizar as formas orgânicas propostas pela arquitetura”, lembrou Mingrone.

No entanto, ainda de acordo com o lighting designer, por conta do pé-direito elevado, apenas a solução perimetral não seria suficiente para garantir os níveis de iluminação adequados: “A solução proposta foi a clássica luminária de pequenas dimensões dotada de difusores tronco piramidais com acabamento black piano, de 8W/48º a 2700K, aplicadas entre o ripado de madeira para dissimular sua presença e efetivar uma

Embutidos de piso de 20W/40º a 3000K na base dos pilares ressaltam as poderosas formas das denominadas “legs” da fachada.

Academia com módulos difusos de 4W a 3000K entre o ripado de madeira nas áreas das atividades físicas.

luz quase que não percebível. Quando você a uma determinada distância olha para o teto, pensa: ‘Nossa, mas o piso está iluminado, de onde vem isso? Vem dessas luminárias”.

Espaços compartilhados

Nos ambientes de uso comum do condomínio, como Sky Bar, Salão de Jogos, Salão de Festas, entre outros, a iluminação seguiu o mesmo conceito utilizado nas áreas de circulação para manter a ideia inicial do projeto de minimizar a variação de produtos. “Nesses ambientes que se encontravam no mesmo contexto, nas mesmas linhas de observação, procuramos manter a linguagem em termos de tratamento. Então, os contornos se evidenciam realçando mais ou menos as formas curvilíneas e as luminárias permanecem embutidas para conduzir a luz de iluminação geral. Também o fizemos nesses

modelos mais minimalistas, e com muito controle de ofuscamento, com pouca condição de observação direta da fonte de luz”, explicou Mingrone.

Academia e Coworking

Na academia, por ser um local de prática esportiva, houve uma mescla de soluções. “Seguimos com o conceito de luminárias de pequenas dimensões entre o ripado de madeira, porém com módulos difusos de 4W a 3000K nas áreas das atividades físicas. Para as circulações, seguimos com as luminárias focais de 8W/48º a 2700K para quebrar um pouco a luz uniforme dos módulos difusos e gerar brilho adicional ao conjunto. Elas não produzem brilho localizado, mas quase que ‘recheiam’ a luz que provém do teto de forma difusa com esse brilho. Essa mescla é sempre uma composição que nos agrada”, contou o lighting designer.

A iluminação do coworking se dá de forma indireta por perfis de LED de 5W/m a 3000K aplicados sobre o mobiliário. “A luz indireta proveniente do mobiliário colabora com o nível de iluminação geral que requer o ambiente enquanto necessidade. Pendentes sobre as mesas fazem as chamadas iluminações localizadas, onde a atividade requer um nível maior de iluminação, apoiado nessa circunstância por um objeto de design que enriquece o próprio ambiente, nesse sentido, e traz essa aproximação entre usuário e tarefa de maneira mais condizente”, explicou Mingrone.

Salão de festas

O salão de festas segue a mesma iluminação dos ambientes de uso comum do condomínio, ou seja, iluminação perimetral com fitas de LED de 9,6W/m a 2700K, e as luminárias de pequenas dimensões de 8W/48º a 2700K aplicadas

Perfis de LED de 5W/m a 3000K aplicados sobre o mobiliário garantem luz indireta no coworking.

entre o ripado de madeira. “Inspirados nas formas curvilíneas que o edifício gerou nesses ambientes, adotamos grandes pendentes circulares, também de dimensões muito reduzidas, dotados de spots direcionais para criar efeitos de destaque nas mesas e uma composição de luz que realiza um balé pelo espaço”, disse Mingrone.

Sob o balcão, foi aplicada uma fita de LED de 5W/m a 3000K lavando as saias do front desk, enquanto a prateleira atrás do balcão recebeu o mesmo tipo de solução, porém na cor âmbar para luz de apoio. “Por ser um espaço de presença mais intensificada de pessoas, temos que criar olhares de atratividade para várias situações e para os vários públicos que ali reinam como usuários. Então, foi esse o espírito”, finalizou o lighting designer.

Ficha técnica
Projeto de iluminação: Mingrone Iluminação
Projeto de arquitetura: UNStudio
Luminárias: Alloy, Ledvance, Opus LED e Stella
Telas tensionadas: Tensoflex
Fibras óticas: FASA Fibra Ótica

Adaptação circadiana em viagens intercontinentais

Estratégias para viajantes e projetistas de iluminação se adaptarem à influência da luz natural e elétrica

a luz desemPenha um PaPel CenTral na regulação dos ritmos circadianos, sincronizando processos como sono, metabolismo, cognição, estado de alerta, humor e outros mecanismos neurofisiológicos e neurocomportamentais (CZEISLER et al., 1999). Esses ritmos, descritos pela cronobiologia – campo pioneiro desenvolvido por Franz Halberg na década de 1960 –, são endógenos (gerados internamente pelo organismo) e modulados por zeitgebers (marcadores de tempo externos), como temperatura,

alimentação, atividade física e, sobretudo, a luz. Esta última é considerada o zeitgeber mais poderoso (Figura 1), pois os olhos possuem conexões neurais que transmitem estímulos luminosos ao sistema nervoso central, à glândula pineal (responsável pela produção noturna de melatonina) e aos genes-relógio, como CLOCK e BMAL1 (Foster et al., 2020). Assim, a exposição à luz pode sincronizar, avançar (antecipar) ou atrasar a fase circadiana, dependendo de seu timing e intensidade (HALBERG et al., 1969).

Figura 1

Alterações de fase circadiana.

(A) Sincronização ancestral/rural (zeitgeber forte; luz solar intensa e ausência de luz elétrica à noite): o início do sono ocorre bem antes da meia-noite, e o término do sono acontece próximo ao amanhecer.

(B) Sincronização moderna/industrial (zeitgeber fraco; luz elétrica interna e noturna): o início do sono ocorre por volta da meia-noite, e o término do sono acontece bem após o amanhecer (seta: fase atrasada da sincronização).

(C,D) Dentro dos limites da sincronização, os relógios circadianos podem se sincronizar a ciclos de zeitgeber mais curtos ou mais longos que 24 horas, com atrasos em ciclos mais curtos e adiantamentos em ciclos mais longos (setas).

Fonte: extraído de Roenneberg (2016)

A luz natural, especialmente nas primeiras horas do dia, é crítica para a sincronização biológica. Contudo, sua disponibilidade varia drasticamente conforme a latitude. Enquanto regiões tropicais, como o Brasil, têm variações sazonais mínimas (cerca de 12 horas de luz diária, ±2 horas), o hemisfério norte enfrenta extremos: no inverno europeu, a intensidade solar pode ser 80% menor que nos trópicos, com cidades como Estocolmo registrando menos de seis horas de luz diária (BLUME et al., 2019; WATERHOUSE et al., 2007). Essa disparidade impõe desafios adaptativos significativos a viajantes que cruzam múltiplos fusos horários e latitudes, como em rotas entre Brasil, Europa e Estados Unidos.

A luz elétrica, por sua vez, tem um papel ambivalente: pode ser estratégica para mitigar desajustes circadianos, mas também agravar a dessincronização se mal administrada (STEVENS et al., 2013). Viajantes tropicais, por exemplo, enfrentam a escassez de luz no hemisfério norte, enquanto a exposição excessiva a dispositivos eletrônicos noturnos amplifica o jet lag (distúrbio temporário dos ritmos

circadianos causado pela mudança rápida de fusos horários).

Este artigo discute protocolos baseados em evidências científicas para otimizar a adaptação circadiana em viagens intercontinentais, considerando a interação entre luz natural, luz elétrica e ritmos sociais — incluindo o jet lag social, termo cunhado por Till Roenneberg para descrever a dessincronização entre ritmos biológicos e demandas sociais, como horários de trabalho versus dias livres (ROENNEBERG, 2012).

Viagens e o avanço (antecipação)/ atraso de fase circadiana

O ritmo circadiano humano tem um período endógeno de ~24,2 horas, ligeiramente superior ao ciclo solar. Para sincronizá-lo às 24 horas do dia, a luz atua como zeitgeber, conforme descrito por Halberg, promovendo:

• Avanço (antecipação) de fase: Ocorre com exposição à luz matinal (ex.: 6h00 –8h00), encurtando o ciclo circadiano. Útil em viagens para leste (ex.: Brasil → Europa), onde é necessário dormir e acordar mais cedo.

• Atraso de fase: Induzido por luz vespertina (ex.: 18h00 – 20h00), prolongando o ciclo. Beneficia viagens para oeste (ex.: Brasil → EUA), que exigem horários mais tardios (HALBERG et al., 1969).

Indivíduos com ciclos circadianos intrínsecos mais longos (>24h) têm maior dificuldade em avançar fases, tornando viagens para leste mais desafiadoras. O mecanismo fisiológico para sincronização circadiana envolve células ganglionares fotossensíveis da retina (com melanopsina, que apresenta curva de sensibilidade espectral com pico em 480 nm), descobertas no ano de 2002, que projetam sinais para os núcleos supraquiasmáticos (NSQ) do hipotálamo cerebral – o “master clock” –, suprimindo a melatonina (hormônio da noite) e ajustando a fase circadiana (FOSTER et al., 2020).

Jet lag social: a dessincronização invisível

O jet lag social, definido por Till Roenneberg, refere-se à diferença entre o ponto médio do sono em dias úteis e livres. Por exemplo:

• Dias úteis: Sono das 23h00–7h00 → ponto médio às 3h00.

• Dias livres: Sono das 2h00–10h00 → ponto médio às 6h00.

Jet lag social: 3 horas.

Estudos associam jet lag social >2 horas a maior risco de obesidade, depressão e resistência insulínica (ROENNEBERG, 2012). Cronotipos vespertinos (indivíduos noturnos) são mais vulneráveis, pois têm menor resiliência a mudanças de fuso horário, prolongando sintomas como fadiga e insônia (FABBIAN et al., 2022), especialmente para rotas que necessitem avanço de fase (ex.: São Paulo → Nova Iorque) (ROENNEBERG; MERROW, 2016).

Luz natural no hemisfério norte e nos trópicos

A luz natural varia drasticamente entre latitudes. No inverno europeu, dias curtos (ex.: Londres com ~8 horas de luz e iluminâncias diárias médias ≤2.000 lux) contrastam com os trópicos (ex.: São Paulo com ~13,5 horas e iluminâncias diárias médias ≥10.000 lux). Regiões como a Escandinávia enfrentam a “noite polar”, com ausência de sol por dias ou semanas, podendo afetar o humor, a energia e até mesmo a saúde das pessoas, aumentando o risco de Transtorno Afetivo Sazonal (TAS) devido à redução de serotonina.

Já no Brasil, a estabilidade da luz tropical (12h ±2h) é comprometida pela poluição luminosa urbana, que reduz a amplitude circadiana (diferença entre exposição diurna e noturna), tornando os residentes mais sensíveis a mudanças bruscas (WIDMER et al., 2022), que podem ocorrer em viagens especialmente para a Europa. Nos EUA, estados ao norte (ex.: Minnesota) têm invernos com ~8 horas de

luz, enquanto regiões ao sul (ex.: Texas) aproximam-se dos trópicos (5.000 – 8.000 lux). Cidades como Seattle adotam iluminação âmbar (2200K) para minimizar interferências circadianas, ao passo que Nova Iorque mantém LEDs brancos (4000K), exacerbando a supressão de melatonina.

Desafios adaptativos para viajantes

Para viajantes do Brasil à Europa no inverno, a escassez de luz natural exige estratégias como exposição à luz solar sempre possível, uso de luz elétrica diurna em ambientes internos e rotinas regulares de sono e alimentação. Já em viagens aos EUA, a adaptação é menos crítica, mas ainda relevante, especialmente em cidades ao norte, como Nova Iorque ou Chicago, onde os dias de inverno são curtos.

Figura 2

Ambientes e Estímulos sensoriais

Superior: Pintura “A cidade do envolvimento sensorial.

Pieter Bruegel, o Velho, Jogos Infantis (detalhe).

Inferior: A cidade moderna da privação sensorial.

A seção comercial de Brasília, Brasil, 1968.

Foto: Juhani Pallasmaa.

Fonte: Pallasmaa (2018)

3

Óculos bloqueadores de luz azul marca UVEX Skyper

Fonte: Imagem extraída de www.freepik.com

4

Dispositivo para exposição à luz azul pela manhã. Fonte: www.myluminette.com

Neuroarquitetura e sincronização circadiana em espaços de trânsito

A neuroarquitetura demonstra que ambientes impactam processos cognitivos e emocionais, influenciando estresse, fadiga e desempenho mental (PALLASMAA, 2024) (Figura 2). No contexto das viagens intercontinentais, espaços como aeroportos, hotéis e escritórios internacionais devem integrar princípios de cronobiologia aplicada à arquitetura, promovendo a regulação circadiana e atenuando os efeitos negativos do jet lag (FOSTER; PEIRSON; HUGHES, 2020), tais como:

• Iluminação circadiana dinâmica para viagens de longas distâncias: Simula ciclos solares para suavizar transições entre fusos (ROENNEBERG; MERROW, 2016).

• Luz controlada rica em azul (5000K –6500K): promove alerta pré-voo, reduzindo fadiga.

• Luz âmbar (2700K): em áreas de descanso, induz relaxamento e reduz ansiedade

A percepção temporal e espacial também é modulada pela luz. A neurociência aplicada ao design ambiental sugere que ambientes superiluminados em aeroportos podem distorcer a noção de tempo, enquanto temperaturas de cor frias ampliam a percepção de espaço em áreas de circulação (MALLGRAVE, 2018).

Ritmos sociais e produtividade em viagens

A iluminação influencia o desempenho cognitivo e a produtividade de viajantes frequentes. A exposição inadequada à luz pode aumentar a fadiga mental, enquanto um ambiente bem projetado melhora o alerta e a concentração. Escritórios em aeroportos devem oferecer iluminação ajustável, permitindo controle da intensidade e temperatura de cor. Viajantes noturnos podem reduzir os efeitos da fadiga com óculos bloqueadores de luz azul (Figura 3). Luzes neutras a frias (4000K – 5000K) favorecem o desempenho em tarefas cognitivas e são ideais para espaços de coworking. A iluminação integrativa é essencial para a adaptação a fusos horários e a regulação dos ritmos biológicos.

Protocolos de intervenção luminosa para sincronização circadiana (FORBES-ROBERTSON et al., 2012)

I - Brasil → Europa (Inverno). Desafios: Escassez de luz natural e necessidade de avançar (antecipar) a fase circadiana.

Pré-Viagem

• Exposição à luz: 06:00 – 10:00 (manhã) nos dias anteriores à viagem. Pode-se utilizar dispositivos como o Luminette (Figura 4) ou ainda o uso de lâmpadas inteligentes (ex: Philips Hue) programadas para emitir luz azul.

• Evitar luz intensa: Após 18:00, especialmente luz azul. Pode-se utilizar óculos bloqueadores de azul (ex.: UVEX).

• Adaptação do sono: Adiantar horário de dormir e acordar 30–60 minutos por dia nos 3–5 dias anteriores.

• Uso de luz elétrica: Se necessário, usar luz azul intensa pela manhã.

Figura
Figura

• Uso de bloqueadores de luz azul: A partir das 18:00.

Durante o vôo

• Rotas noturnas: Máscaras de sono.

• Rotas diurnas: Exposição à luz natural. Pós-Viagem

• Exposição à luz: 07:00 – 12:00 no horário local da Europa.

• Evitar luz intensa: Após 18:00, incluindo telas eletrônicas. Pode-se utilizar óculos bloqueadores de azul.

II - Europa → Brasil. Desafios: Excesso de luz tropical à noite e necessidade de atrasar a fase.

Pré-Viagem

• Exposição à luz: 16:00 – 21:00 nos dias anteriores à viagem.

• Evitar luz intensa: Entre 06:00 – 10:00.

• Adaptação do sono: Dormir e acordar 30–60 minutos mais tarde por dia nos 3–5 dias anteriores.

• Uso de luz elétrica: Luz azul intensa no final da tarde e início da noite.

• Uso de bloqueadores de luz azul: A partir das 22:00.

Pós-Viagem

• Exposição à luz: 06:00 – 10:00 no horário local do Brasil.

• Evitar luz intensa: Após 18:00.

III - Brasil → EUA. Desafio: Necessidade de atrasar a fase.

Pré-Viagem

• Exposição à luz: 18:00 – 22:00 nos dias anteriores à viagem.

• Evitar luz intensa: Entre 06:00 – 10:00.

• Adaptação do sono: Dormir e acordar 30–60 minutos mais tarde progressivamente nos 3–5 dias anteriores.

• Uso de luz elétrica: Luz azul intensa no final da tarde e à noite.

• Uso de bloqueadores de luz azul: A partir das 22:00.

Pós-Viagem

• Exposição à luz: 16:00 – 21:00 no horário local dos EUA.

• Evitar luz intensa: Entre 06:00 – 10:00.

IV - EUA → Brasil. Necessidade de avançar (antecipar) a fase.

Pré-Viagem

• Exposição à luz: 06:00 – 10:00 nos dias anteriores à viagem.

• Evitar luz intensa: Após 18:00.

• Adaptação do sono: Dormir e acordar 30–60 minutos mais cedo nos 3–5 dias anteriores.

• Uso de luz elétrica: Luz azul intensa pela manhã.

• Uso de bloqueadores de luz azul: A partir das 18:00.

Pós-Viagem

• Exposição à luz: 06:00 – 10:00 no horário local do Brasil.

• Evitar luz intensa: Após 18:00, especialmente luz azul.

Recursos facilitadores:

• Luz Dinâmica: Sistemas tunable light (2700K – 6500K) simulam ciclos naturais em ambientes internos.

• Óculos com Filtro de Azul: Reduzem a interferência da luz elétrica à noite, facilitando a adaptação circadiana.

• Wearable Re-Timer (Figura 5): Óculos que emitem luz azul ajustável via aplicativo, ajudando na regulação do ciclo circadiano antes de viagens.

• Timeshifter: Aplicativo para smartphones que recomenda exposição ou não à da luz conforme o cronotipo e o itinerário do viajante.

para exposição à luz azul pela manhã. Fonte: www.re-timer.com

Figura 5
Dispositivo

Interferências a evitar:

• Exposição noturna a LEDs frios: Luz com TCC ≥4000K à noite pode atrasar a fase circadiana em até duas horas, prolongando o jet lag.

• Iluminação excessiva em aviões: LEDs azulados durante voos noturnos podem suprimir melatonina, agravando o jet lag.

Iluminação integrativa e inclusiva

A iluminação pode influenciar sintomas de ansiedade e depressão, comuns em neurodivergentes e pessoas sob estresse intenso. A exposição noturna à luz azul intensa desregula ritmos circadianos, dificultando a adaptação a fusos horários e causando irritabilidade, fadiga mental e insônia. O design ambiental pode modular a experiência emocional, promovendo bem-estar ou, quando mal planejado, gerando sobrecarga sensorial (CRÍZEL, 2020).

Estratégias como a redução da luz elétrica noturna, o uso de luz quente (2700K) e a exposição matinal à luz natural ajudam na regulação circadiana e no bem-estar dos viajantes. Sistemas de iluminação adaptável e controle do espectro luminoso tornam espaços mais acolhedores e funcionais (STEVENS et al., 2013).

Redução da sobrecarga sensorial

A sensibilidade à luz é frequente em neurodivergências, como TEA e TDAH.

Ambientes muito iluminados, variações abruptas de temperatura de cor e cintilação podem causar desconforto e fadiga sensorial (FOSTER et al., 2020). Para mitigar esses efeitos, recomenda-se:

• Uso de difusores de luz e superfícies reflexivas suaves.

• Iluminação LED sem cintilação (frequência acima de 1250 HZ (IEEE 1789-2015).

• Zonas de transição entre áreas iluminadas e escuras.

• Luz âmbar (2200K) à noite para preservar a melatonina.

• Iluminação responsiva ao ritmo circadiano.

• Ambientes de baixa estimulação sensorial, com tons quentes e iluminação indireta.

A percepção espacial e a experiência emocional dos viajantes são altamente influenciadas pela iluminação (CRÍZEL; BOCCA, 2024). O design biofílico, com materiais naturais e luz suave, reduz a excitação neural e melhora o conforto psicológico (PALLASMAA, 2024).

Personalização da luz para diferentes necessidades

A iluminação deve ser ajustável para atender diferentes perfis de viajantes:

• Viajantes ansiosos: luz branca reduzida e luz âmbar em espaços de relaxamento.

• Pessoas com depressão sazonal: luz azul matinal para simular a luz natural tropical.

• Indivíduos com elevada sensibilidade sensorial: sistemas tunable white para ajuste conforme preferência.

A inclusão de diretrizes de iluminação integrativa em aeroportos, hotéis e transportes melhora a acessibilidade e o conforto, tornando os espaços mais inclusivos e acolhedores.

Orientações para projetistas de iluminação

1. Princípios de iluminação para os ritmos circadianos:

Figura 6
Aeroporto Jewel Changi, com a maior cachoeira interna do mundo –(© Aeroporto Changi Singapura, s.d.).

• Manhã: 6500K (luz fria e intensa) para ativação diurna.

• Tarde: 4000K

• Noite: ≤2700K (luz quente e tênue) para não interferir na produção de melatonina.

• LEDs âmbar em corredores e banheiros para balizamento noturno.

2. Aplicações Práticas:

Aeroportos e salas de espera: O design dos aeroportos (Figura 6) pode minimizar ou intensificar os efeitos do jet lag e do estresse de viagem (CHODOR, 2024).

A psicologia ambiental destaca que a iluminação e os estímulos sensoriais influenciam a percepção do tempo e a ansiedade. Estratégias eficazes incluem:

• Iluminação circadiana adaptativa: Sistemas que ajustam a temperatura de cor ao longo do dia auxiliam na sincronização biológica. Luz fria matinal (5000 – 6500K) favorece a adaptação a fusos horários adiantados, enquanto luz quente noturna (2700K) preserva a produção de melatonina (ZERBINI; MERROW, 2020).

• Design biofílico: Elementos naturais reduzem a ativação do eixo HHA, responsável pela resposta ao estresse, criando um ambiente mais restaurador (BROWNING; RYAN; CLANCY, 2014).

Aeroportos como Changi, em Singapura, já utilizam essa abordagem.

• Setorização luminosa: Diferenciar áreas conforme a necessidade dos viajantes melhora o conforto. Luz azulada intensa (≥5000K) nas salas de embarque mantém o alerta, enquanto luz âmbar (2200K) em áreas de descanso induz relaxamento antes de voos longos.

Hotéis, acomodações e escritórios corporativos: Os hotéis são essenciais para a recuperação circadiana dos viajantes. Ambientes que favorecem a luz natural e o controle da iluminação elétrica reduzem sintomas de fadiga e insônia ligados ao jet lag. Algumas estratégias incluem:

• Sistemas inteligentes de iluminação: Tecnologias dinâmicas ajustam automati-

camente a luz conforme o fuso horário do hóspede. Hotéis com controle individual de temperatura de cor, como os padrões WELL Building, facilitam a adaptação circadiana de viajantes e trabalhadores em turnos (STEVENS et al., 2013).

• Janelas com controle de luminosidade: Vidros inteligentes regulam a entrada de luz natural, ajudando na transição entre fusos e na regulação da melatonina.

• Uso estratégico de luz e cores: Luz quente (≤2700K) à noite reduz a interferência na melatonina, enquanto luz azulada matinal facilita o ajuste ao novo fuso horário.

O design neuroarquitetônico e a iluminação integrativa (neuroiluminação) desempenham um papel central na redução dos efeitos da dessincronização circadiana, tornando as viagens mais eficientes e confortáveis.

3. Tecnologias Emergentes:

• IoT integrada a wearables (ex.: Apple Watch), para ajuste automático das luzes conforme os ritmos biológicos do usuário.

• Janelas simuladoras de luz natural (ex.: Sky Windows – Figura 7), que além da modulação circadiana promovem uma conexão psicológica do indivíduo com o meio externo.

Figura 7
Sky Windows. Fonte: www.misterled.com.br

Discussão e considerações finais

A integração de intervenções individuais e projetos de iluminação reduz o jet lag em até 50%. Contudo, desafios persistem, como acessibilidade a tecnologias e falta de educação sobre cronobiologia. Viagens para leste são mais disruptivas devido à dificuldade fisiológica de avançar fases (STOTHARD et al., 2017), enquanto o jet lag social amplifica riscos de insônia pós-viagem.

A luz elétrica é uma “faca de dois gumes”: enquanto sistemas dinâmicos facilitam adaptação, a poluição luminosa urbana agrava dessincronizações. Políticas públicas são urgentes para regulamentar iluminação noturna e promover horários flexíveis para viajantes frequentes.

Em suma, a luz – natural e elétrica – é uma ferramenta poderosa para harmonizar ritmos biológicos com as demandas de um mundo globalizado. Projetistas devem priorizar ambientes que respeitem a biologia humana, integrando ciência, design e políticas públicas para criar espaços inclusivos e resilientes.

Referências

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BROWNING, W. D.; RYAN, C. O.; CLANCY, J. O. 14 Patterns of Biophilic Design. New York: Terrapin Bright Green, 2014.

CHELLAPPA, Sarah L. et al. Sex differences in light sensitivity impact on brightness perception, vigilant attention and sleep in humans. Scientific Reports, v. 7, n. 14215, 2017

CHODOR, Doriana. Enhancing Well-Being in Transit – Can Airport Settings Function as Restorative and Health-Promoting in Travellers’ Airport Experience? Alnarp: Swedish University of Agricultural Sciences, 2024. Trabalho de conclusão de curso (Mestrado) – Department of People and Society, Swedish University of Agricultural Sciences

CRÍZEL, Lorí; BOCCA, Marivania Cristina (Orgs.). Neuroarquitetura, psicologia e filosofia: interfaces da experiência. Curitiba: Appris, 2024.

CRÍZEL, Lorí. Neuroarquitetura, neurodesign, neuroiluminação: Neuroarquitetura e Teoria de Einfühlung como proposição para práticas projetuais. Cascavel/PR: Lorí Crízel, 2020.

CZEISLER, C. A. et al. Stability, precision, and near-24-hour period of the human circadian pacemaker. Science, v. 284, p. 2177-2181, 1999.

EASTMAN, C. I. et al. Advancing circadian rhythms before eastward flight: a strategy to prevent or reduce jet lag. Sleep, v. 28, n. 1, p. 33-44, 2005.

FACER-CHILDS, Elise R. et al. Resetting the late timing of ‘night owls’ has a positive impact on mental health and performance. Sleep Medicine, v. 60, p. 236-247, 2019.

FORBES-ROBERTSON, Sarah et al. Circadian Disruption and Remedial Interventions: Effects and Interventions for Jet Lag for Athletic Peak Performance. Sports Medicine, v. 42, n. 3, p. 185-208, 2012.

FOSTER, R. G.; HUGHES, S.; PEIRSON, S. N. Circadian photoentrainment in mice and humans. Biology, v. 9, n. 7, p. 180, 2020.

HALBERG, Franz. Chronobiology. Annual Review of Physiology, v. 31, p. 675-726, 1969.

MALLGRAVE, H. F. From Object to Experience: The New Culture of Architectural Design. London: Bloomsbury Publishing, 2018. PALLASMAA, Juhani. The Eyes of the Skin: Architecture and the Senses. 4. ed. Hoboken, NJ: John Wiley & Sons, 2024.

ROENNEBERG, Till et al. Social jetlag and obesity. Current Biology, v. 22, n. 10, p. 939–943, 2012.

ROENNEBERG, Till; MERROW, Martha. The Circadian Clock and Human Health. Current Biology, v. 26, p. R432–R443, 2016. STEVENS, Richard G. et al. Adverse health effects of nighttime lighting. American Journal of Preventive Medicine, v. 45, n. 3, p. 343-346, 2013

STOTHARD, Ellen R. et al. Circadian Entrainment to the Natural Light-Dark Cycle across Seasons and the Weekend. Current Biology, v. 27, n. 4, p. 508-513, 2017.

WATERHOUSE, J. et al. Jet lag: trends and coping strategies. The Lancet, v. 369, p. 1117-1129, 2007.

WIDMER, Kaja; BELOCONI, Anton; MARNANE, Ian; VOUNATSOU, Penelope. Review and Assessment of Available Information on Light Pollution in Europe. Kjeller: ETC HE c/o NILU, 2022. ZERBINI, Giulia; KANTERMANN, Thomas; MERROW, Martha. Strategies to decrease social jetlag: Reducing evening blue light advances sleep and melatonin. European Journal of Neuroscience, v. 51, n. 12, p. 2355–2366, 2020.

Ruy Soares

Doutorando em Tecnologia da Arquitetura pela FAU-USP, atua como consultor para novas tecnologias e projetos de Iluminação Integrativa, e como professor nos cursos de pósgraduação do IPOG e da Belas Artes. Membro do comitê técnico 3-60 da Comissão Internacional de Iluminação. ruy@luzintegrativa.com.br

Lorí Crízel

Arquiteto e Urbanista | Presidente da ANFA no Brasil (Academy of Neuroscience for Architecture) | Membro da ANFA Center for Education Latin America | Autor do primeiro livro do Brasil sobre Neuroarquitetura | Professor de Neuroarquitetura no POLI. Design do Instituto Politecnico di Milano (Itália) | Coordenador de Pós-Graduações e dos Programas Internacionais do IPOG Brasil | Doutorando em Neuroarquitetura | Mestre em Conforto Ambiental | Especialista em Neurociências e Comportamento Humano | Editor-Chefe do Journal of Eco+Urbanism and Neuroarchitecture | Certificações Internacionais de Design Thinking e Light Design pelo Instituto Politecnico di Milano (Itália) | CEO do Escritório Lorí Crízel Arquitetos + Partners | Selo CREA/PR de Excelência em Projetos Arquitetônicos | CEO da Plataforma NEURO AI | Mentor do Programa Design Tank Brasil | Membro Fundador do Projeto Neuro in Lab | CEO e Membro Fundador do Instituto de Design Biofílico Brasil | Atividades de imersão profissional/acadêmica nos escritórios de Norman Foster (Londres), Zaha Hadid (Londres), BIG (Copenhagen) e outros.

Shopping em Santos

Iluminação contribui para ambientes prazerosos, aconchegantes e acolhedores no Shopping Parque Balneário

inaugurado em 1977, no Coração do gonzaga – um dos PrinCiPais bairros e PonTos TurísTiCos de Santos, no litoral paulista –, o Shopping Parque Balneário foi o primeiro centro de compras vertical construído na cidade e está entre os pioneiros do País. Ao longo dos anos, o shopping se consolidou como referência pela diversidade de lojas, eventos culturais, gastronomia, e pela relação próxima com o público santista.

Após o retrofit da fachada em 2021, houve o início dos estudos para a execução das obras internas, com remodelação do sistema de ar-condicionado, som, forro, paisagismo, sinalização e iluminação. “Tudo foi planejado para renovar a infraestrutura do empreendimento e oferecer mais conforto e eficiência energética,

luminotécnica e sonora em um ambiente ainda mais moderno e agradável”, contou Gilberto Ferreira Doneux, diretor do Shopping Parque Balneário.

As obras de modernização foram realizadas entre fevereiro e outubro de 2024, conforme o planejamento previsto. “As intervenções ocorreram de forma gradual e sem comprometer o funcionamento do empreendimento”, complementou Gilberto.

O responsável pelas obras internas do shopping foi o arquiteto Marcos Barga Ribeiro, que buscou oferecer aos frequentadores a experiência de estar em um ambiente prazeroso, aconchegante e acolhedor. “Essa premissa determinou a escolha dos materiais e de suas características”, lembrou Marcos.

O principal ponto da modernização foi a troca do forro, como explica o diretor do empreendimento: “Desde a inauguração do shopping, o forro metálico espacial foi um elemento de destaque, representando uma inovação para o final dos anos 1970. Inspirado em projetos icônicos como o do Congresso Nacional, seu design único e moderno marcou uma era de ousadia arquitetônica. No entanto, com o passar dos anos, surgiu a necessidade de atualizar o espaço, incorporando uma visão estética mais contemporânea e atendendo às demandas técnicas atuais. Em substituição ao forro, embora respeitando sua importância histórica, foi desenvolvido um novo projeto com foco em conforto, funcionalidade e design”.

Segundo o arquiteto, essa atualização só foi possível devido ao reposicionamento das máquinas e dutos de ar-condicionado: “Ao localizar esses equipamentos nas periferias nos corredores, conseguimos desenhos mais fluidos nos forros, onde utilizamos material mineral monolítico –que além da capacidade de absorção sonora oferece requinte no acabamento texturizado, e um forro madeirado canaletado, proporcionando sofisticação e beleza”.

O novo projeto de iluminação do Shopping Parque Balneário ficou a cargo do lighting designer Artur Bezerra, que seguiu a linha conceitual da arquitetura de criar ambientes prazerosos, aconchegantes e acolhedores aos usuários. “O ponto mais importante para conseguir chegar na atmosfera pretendida foi a mudança da temperatura de cor da iluminação, que antes era branca fria e agora ficou toda em 3000K”, explicou Artur. “A temperatura de cor quente da iluminação gerou um ambiente e uma experiência de compra mais acolhedora e convidativa”, concordou Gilberto.

Corredores

De acordo com o lighting designer, houve um pedido da direção do empreendimento para que os corredores fossem muito bem iluminados: “Normalmente, trabalhamos entre 250 e 350 lux nos corredores de shopping, mas neste temos 500 lux, e os lojistas gostaram bastante do resultado”.

Para chegar ao nível de iluminação almejado, Artur utilizou luminárias circulares de 35W/77° embutidas no forro criando duas linhas de luz no pavimento térreo. “Já no primeiro pavimento, como criamos apenas uma linha de luz com essas luminárias, optamos por equipamentos de 70W/77º para manter o mesmo fluxo luminoso dos corredores do pavimento térreo”, explicou.

Em diversas oportunidades, tanto o forro de material mineral monolítico quanto o de madeira estavam levemente rebaixados na comparação com os dutos laterais de ar-condicionado. “Aproveitei essa característica e apliquei perfis de LED 9,6W/m para ‘soltar’ esses forros e gerar

Luminárias circulares de 35W/77° a 3000K embutidas no forro criam duas linhas de luz nos corredores do pavimento térreo.

Perfis de LED 9,6W/m ‘soltam’ os forros e geram luz indireta nos corredores, enquanto pendentes com fios e canoplas pretos, equipados com lâmpadas vintage de filamento de 2W na cor âmbar e pendurados em alturas diferentes valorizam os jardins suspensos.

luz indireta nos corredores, o que contribui para maior conforto visual e aconchego dos usuários”, contou o lighting designer.

Paisagismo

O arquiteto Marcos Barga também utilizou o forro para a criação de alguns jardins suspensos visando gerar elementos visuais diferenciados aos frequentadores. “Nesses jardins, lançamos mão de pendentes com fios e canoplas pretos, equipados com lâmpadas vintage de filamento de 2W

na cor âmbar, que ficam penduradas em alturas diferentes para promover certa desigualdade no teto. Elas ficam meio que ‘voando’ junto às plantas. Ficou bem bonito e o pessoal amou”, afirmou Artur.

Ripados de madeira

Em algumas áreas, como próximo às escadas e às escadas rolantes, o forro se difere um pouco do restante do shopping e é composto por ripados de madeira.

“Para enfatizar essa diferenciação do

forro, também projetei uma iluminação distinta, ou seja, apliquei entre os ripados de madeira perfis de LED de 19W/m. No entanto, apesar de a solução não ser igual à do restante do shopping, o conceito de linearidade se mantém, o que gera unidade”, detalhou o lighting designer.

O arquiteto Marcos lembra que houve uma parceria muito saudável e positiva com Artur na realização dos projetos: “Além de me incentivar quando via potencial na proposta apresentada, ele me orientava no momento que estava propondo algo a ser evitado. O projeto de iluminação contribuiu muito para o sucesso da modernização do shopping, e o Artur teve papel fundamental nesse processo. Além de iluminar, a preocupação de não ‘concorrer’ com a luz das

Nos forros compostos por ripados de madeira, a opção foi por perfis de LED de 19W/m entre esses elementos para manter o conceito de linearidade do projeto.

vitrines dos lojistas foi um dos grandes acertos”.

O diretor do Shopping Parque Balneário finalizou afirmando que o público recebeu a modernização da iluminação de forma extremamente positiva: “Desde o início, os clientes notaram as melhorias e elogiaram a nova atmosfera do shopping, que agora está mais atual e muito agradável. As redes sociais do shopping e o atendimento ao cliente registraram diversos comentários positivos, reforçando que a mudança atendeu às expectativas dos frequentadores e tornou o espaço ainda mais convidativo”.

de iluminação:

Projeto de arquitetura: Marcos

Paisagismo: Zuffo Paisagismo

Luminárias:

Lumicenter, Mister LED e Espaço Luz Design

Lâmpadas de filamento: Stella

Ficha técnica
Projeto
Artur Bezerra | LD
Barga Ribeiro

Solis Lighting Design

a solis lighTing design Começou a Tomar forma nos Corredores do CenTro universiTário belas arTes de são Paulo, durante o processo de especialização em Lighting Design da arquiteta Carolina Russo. O que inicialmente era apenas uma busca por refinar o uso da luz nos projetos de arquitetura e de arquitetura de interiores de seu escritório, logo se transformou em algo muito maior. Segundo a titular: “Entrei no curso pensando em aperfeiçoar o desenho da iluminação nos meus projetos. Mas, à medida que os estudos avançavam, fui sendo envolvida pelo universo da luz – suas dinâmicas técnicas, sua poesia, sua capacidade de transformar espaços e emoções”.

Foi nesse momento de descoberta que surgiu a Solis Lighting Design, movida pelo desejo da titular de unir ciência e sensibilidade, técnica e criatividade, estética e funcionalidade. “Queria criar uma ponte entre a iluminação integrativa e as necessidades luminotécnicas da arquitetura”, conta a fundadora. Hoje, o escritório é muito mais do que um projeto, é um sonho vivo, em constante transformação e expansão. Um reflexo de pessoas apaixonadas por luz, arte e arquitetura.

Principais áreas de atuação

Atua principalmente com projetos de lighting design, produtos de fornecedores selecionados, consultoria para escritórios de arquitetura e arquitetos, e instalações de produtos de iluminação, sendo este último serviço apenas para clientes que contrataram projeto previamente.

Especialidade

Projetos de iluminação arquitetônica para ambientes residenciais, comerciais, corporativos e para projetos de paisagismo.

Profissionais que compõem o escritório

O escritório é formado pela arquiteta titular Carolina Russo e pelos projetistas consultores Eber Mendonça e Lara Cascaldi.

Rodrigo MazzolaROMA frames
Rodrigo MazzolaROMA frames

Entidades de classe que participa Conselho de Arquitetura e Urbanismo

Principais projetos executados

Casa LC, de 610 metros quadrados, em Itupeva (SP); além do Showroom da Concept House Automação, de 300 metros quadrados; e do Clube Jundiaiense, de 743 metros quadrados, ambos em Jundiaí (SP).

Projetos em execução

Apartamento SM, em Belém (PA); Apartamento VT, na capital paulista; Casa RB, em Campinas (SP); além da Mila Moto, loja franquia da Honda Motos Brasil, e da Romanzza Jundiaí, ambos em Jundiaí (SP).

É representante de alguma empresa do ramo? Qual?

O escritório é revendedor de algumas das principais indústrias de iluminação no Brasil para proporcionar aos seus clientes facilidade e precisão na compra de produtos de iluminação.

Titular: Arqª. Carolina Russo

Data de início das atividades: 2020

Telefone: (11) 97774-4574

Endereço: Jundiaí – SP

Site: solisarch.com

Instagram: solis.lightingdesign

LinkedIn: Solislightingdesign

1 Casa LC, em Itupeva (SP).
Showroom da Concept House Automação, em Jundiaí (SP). 2
Clube Jundiaiense, em Jundiaí (SP). 3
Clube Jundiaiense, em Jundiaí (SP). 4

O escritório oferece produtos ao mercado de iluminação?

A Solis Lighting Design está trabalhando no desenvolvimento de alguns produtos de iluminação com design autoral. Este ano, terão novidades nesse sentido.

Média de projetos executados em um ano

O escritório executa entre 15 e 20 projetos de iluminação por ano.

Profissionais de iluminação considerados muito bons no Brasil e no exterior

No Brasil, a titular afirma ter forte admiração pelo trabalho da Mônica Luz Lobo e sua equipe. Internacionalmente, cita o olhar artístico e ímpar de Olafur Eliasson, a consciência projetual de Isabel Villar, e muitos outros profissionais.

Ser lighting designer

Ser lighting designer é desvendar os segredos da luz, é brincar com o intangível. É compreender que a luz não é apenas um instrumento funcional, mas uma linguagem que traduz sensações, desperta emoções e narra histórias. É entender que cada feixe de luz tem um propósito, que cada reflexo carrega uma intenção e conceito. O lighting designer é aquele que estabelece o equilíbrio entre o visível e o oculto, entre a luz que revela e a sombra que insinua. Ser lighting designer é mais do que dominar técnicas ou especificar equipamentos de iluminação. É ter sensibilidade para enxergar o mundo com outros olhos – olhos que percebem como a luz habita as superfícies do mundo que nos

cerca. É ser artista e cientista ao mesmo tempo, traduzindo a beleza da física em experiências sensoriais.

O futuro do lighting design

O futuro do lighting design será pautado pela iluminação integrativa, adotando uma abordagem cada vez mais conectada às necessidades humanas, respeitando os ritmos naturais do corpo e promovendo saúde e bem-estar para todos os seres vivos. A luz deixará de ser apenas um elemento funcional ou decorativo, tornando-se um componente essencial na criação de ambientes mais harmônicos, saudáveis e positivos, tanto para as pessoas quanto para o planeta.

Conforme apontado em diversas publicações da área, o lighting design avançará com uma base cada vez mais científica, considerando os impactos da luz em nossos sistemas biológicos. Como resultado, contribuirá para a regulação do sono, a melhora do humor, o aumento da produtividade e a recuperação em espaços de saúde.

A Solis Lighting Design teve sua primeira aparição na revista Lume Arquitetura na edição 127 com o projeto de iluminação para uma residência em Itupeva (SP). Já na edição 131, a arquiteta titular Carolina Russo foi a entrevistada da seção Holofote. O escritório Solis Lighting Design também é participante assíduo da campanha Contrate um Lighting Designer.

Residência em Itupeva

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Restaurante em Lisboa

Iluminação indireta é protagonista da arquitetura no Spike - Hotdogs & Shakes

Fotos: Patrícia Assunção

em abril de 2024, Começou a funCionar em alvalade, lisboa (PorTugal), a primeira unidade do Spike - Hotdogs & Shakes, restaurante inspirado nos diners americanos que oferece aos clientes boas opções de hot dogs e milkshakes por meio de uma experiência completa e moderna de fast food, onde o design, a linguagem e a interação com o cliente têm tanta importância quanto os produtos oferecidos.

O conceito arquitetônico do Spike, assinado por Rafael Serradura, titular da Dynamus Culture, é uma celebração da vasta herança cultural portuguesa, refletindo de forma profunda a história e a riqueza da arquitetura local. “A abordagem arquitetônica foi desenvolvida com uma integração abrangente de várias disciplinas, incluindo design de interiores, design de produto, comunicação visual, branding e experiência do cliente, e meticulosamente pensada para integrar elementos tradicionais portugueses – como a cortiça, os azulejos, e o piso com paginação em espinha de peixe em homenagem

ao Rio Tejo e ao bacalhau – com a identidade jovem, moderna e urbana da marca, criando um ambiente que proporciona aos clientes uma experiência autêntica e envolvente”, explicou Rafael. O projeto de iluminação também ficou a cargo do titular da Dynamus Culture e foi fundamentado na ciência da reflexão e na técnica da luz indireta: “A escolha pela iluminação indireta não apenas realça a estética do espaço, mas também cria uma atmosfera acolhedora e sofisticada, essencial para a experiência dos clientes. O Tadao Ando é minha grande inspiração porque ele projeta através da luz natural, e eu sempre projeto a arquitetura inspirada na luz artificial, ou seja, a luminotécnica é o ponto de partida, o ‘Kernel’ do projeto arquitetônico”, detalhou.

Salão principal

Logo ao entrar, o cliente se depara com um ambiente com pé-direito elevado e forro curvo revestido em cortiça, material emblemático da cultura

portuguesa. “Esse teto também remete à composição lúdica na qual os clientes visualizam o street, lembrando uma piscina invertida utilizada como pista de skate ou o pão do hotdog. Para criar a sensação de teto infinito, trabalhamos com luz indireta nesse forro por meio de perfis com fitas de LED COB de 12W/m, 1100 lm/m, a 3000K aplicados acima dos arremates dos azulejos”, contou Rafael.

Para direcionar o olhar dos clientes para a paginação do piso em espinha de peixe – homenagem ao Rio Tejo e ao bacalhau, um dos peixes mais emblemáticos da cultura portuguesa e conhecido mundialmente – a opção foi por uma iluminação perimetral embutida no solo com perfis de alumínio e difusor leitoso com fitas de LED COB de 12W/m, 1100 lm/m, a 3000K. “Esta escolha de design não só presta homenagem às tradições locais, mas também cria um padrão visual dinâmico e elegante que contribui para a atmosfera geral da loja”, disse o titular da Dynamus Culture.

As prateleiras também receberam perfis com fitas de LED COB de 12W/m,

Perfis com fitas de LED COB de 12W/m, 1100 lm/m, a 3000K, acima dos arremates dos azulejos e embutidos nos perímetros do salão principal valorizam o forro curvo revestido em cortiça e o piso em espinha de peixe – homenagem ao Rio Tejo e ao bacalhau, respectivamente. A mesma solução ainda foi aplicada nas partes superiores e inferiores das prateleiras.

Acima e à esquerda, embutidos de solo de 3W, 233 lm, a 3000K, proporcionam a sensação de amplitude e elegância no pé-direito baixo da Orange Room. Acima e à direita, o mesmo tipo de solução valoriza o pé-direito elevado no vão da escada, que também recebeu fitas de LED COB de 12W/m, 1100 lm/m a 3000K em um nicho projetado na parede que serve como corrimão.

1100 lm/m, a 3000K, tanto em sua parte inferior quanto superior. “Dentro do conceito de iluminação indireta e linear, trabalhamos com várias camadas de luz: no piso, nas prateleiras e acima dos azulejos, sempre visando iluminação uniforme e suave que destaca a arquitetura sem causar ofuscamento”, lembrou Rafael.

Para oferecer um pacote de luz um pouco mais robusto na área de trabalho dos atendentes e acima do balcão, a opção foi por sete embutidos de teto bem discretos, de 7W/35º, UGR 11, 700 lm, a 2700K. “A iluminação indireta já seria suficiente para a realização das tarefas dos funcionários. No entanto, essa solução acrescenta um brilho maior, principalmente na vitrine, gerando atratividade a quem entra na loja”, explicou o titular da Dynamus Culture.

No andar inferior do Spike fica a Orange Room, uma sala que, como o próprio nome sugere, é toda laranja. A escada que leva a este espaço recebeu iluminação linear com fitas de LED COB de 12W/m, 1100 lm/m a 3000K em um nicho projetado na parede que serve como corrimão. “Também aplicamos em alguns degraus embutidos de solo de 3W, 233 lm, a 3000K para valorizar o pé-direito elevado nesse vão da escada. Queria deixar bem claro essa envergadura para quem estivesse descendo à Orange Room”, afirmou Rafael. O mesmo tipo de embutido de solo também foi utilizado em toda a Orange Room. “No entanto, diferentemente do uso na escada, nesse espaço sua função era criar efeito de iluminação ascen-

Escada e Orange Room

dente, contribuindo para a sensação de amplitude e elegância no espaço, uma vez que o pé-direito era mais baixo”, elucidou o titular da Dynamus Culture.

Assim como no salão principal, as prateleiras e também os bancos da Orange Room receberam perfis com fitas de LED COB de 12W/m, 1100 lm/m, a 3000K tanto em sua parte inferior quanto superior. “O design luminotécnico foi cuidadosamente planejado para se integrar de forma harmônica com a arquitetura, criando um ambiente ‘instagramável’ que atrai e engaja os clientes. A paleta de cores monocromática inclui elementos como mobiliário, piso vinílico líquido, marcenarias e cortiça aplicada nas paredes e no forro. Essa escolha de cores não só reforça a identidade visual do espaço, mas também cria uma atmosfera vibrante e acolhedora”, contou Rafael. O titular da Dynamus Culture finalizou afirmando que o destaque do projeto é a luz como protagonista na arquitetura: “O partido arquitetônico nasceu a partir

Assim como no salão principal, as prateleiras e também os bancos da Orange Room receberam perfis com fitas de LED COB de 12W/m, 1100 lm/m, a 3000K tanto em sua parte inferior quanto superior.

da luminotécnica. Todas as escolhas de materialidade, acabamentos, desenho do forro e mobiliário foram direcionadas pela total integração com essa disciplina. Não se tratou de um conceito de iluminação aplicado a um projeto de arquitetura, mas de um projeto em arquitetura luminotécnica que fundamenta um olhar disruptivo ao Design Concept. Essa integração e descentralização entre as gestões das disciplinas permitiu à Ez47, em parceria com todos os stakeholders europeus, implementar o conceito desenvolvido de forma completa. Tudo o que aplicamos – cortiça, azulejos, piso, paleta de cores, entre outros – foi pensado com base na iluminação. O resultado foi tão satisfatório que o projeto servirá como referência para as futuras franquias da marca”.

Projeto de iluminação e arquitetura: Rafael Serradura/Dynamus Culture

Sistemas de iluminação: Efecto Led

Project management: Ez47

Branding: Estudio Dito

Construção: Requinte build

Ficha técnica

Iluminação linear superior

A fita All Light 24V ULTRA, da Stella, conta com a tecnologia CSP que proporciona melhor dissipação do calor e entrega superior na qualidade da luz. Com acabamento na cor branca, oferece maior quantidade de LEDs por metro, fidelidade de cores do IRC96 e R9>80, além de altíssima adesividade de 20 N/cm², garantindo uma adesão firme e duradoura na superfície aplicada. Pode ser encontrada em modelos com IP20 ou IP67.

stella.com.br

Minispot LED retrátil de embutir

Com 2,2W e 360 lm a 3000K, o minispot LED retrátil de embutir Kawi, da Nordecor, combina um design compacto com uma eficácia luminosa notável. O produto pode ser encontrado nas cores branca e preta e com IRC>90, garantindo excelente reprodução de cores. Com dois anos de garantia, possibilita o direcionamento dos spots com iluminação focal (30º) por ser retrátil.

nordecor.com.br

Linha de perfis

Produzidos em alumínio com difusor em acrílico, os Perfis da Euroled podem ser encontrados em diversas medidas, tanto de altura e largura quanto de comprimento. Nos modelos de embutir, sobrepor, no frame, wallwasher, piso, arandela, pendente e flexível, estão disponíveis nas cores branca, preta e neutra. Há também a possibilidade de adquiri-los com fitas de LED de 4,8W (300 lm), 9,6W (900 lm), 14,4W (1000 lm), 16,8W (1200 lm) e 26W (2050 lm) para áreas internas (IP20), e de 4,8W (312 lm) e 14,4W (936 lm) para áreas externas (IP65), nas temperaturas de cor de 3000K e 6000K.

euroledbrasil.com.br

Embutido em alvenaria

Indicado para ser embutido em alvenaria de áreas externas, já que possui IP68 e acabamento em aço inox liga 316L usinado, o projetor STD06, da Uber Licht & Adesso Brasil, pode ser encontrado na potência de 6W (420 lm), nas temperaturas de cor de 2700K, 3000K, 4000K, 5000K ou RGBWW, e com fachos de 60º e 90º ou difuso. Com vida útil de 30 mil horas e design minimalista e moderno, está disponível em 12V ou 24V e com IRC>90.

uberlicht.com.br

Driver com múltiplas funcionalidades

Indicado para luminárias públicas e industriais, o driver LED VH-A, da Sosen, foi projetado para aplicações exigentes, combinando inovação, eficiência e segurança. O produto é compatível com dimerização 0-10V, 10V PWM e potenciômetro, com curvas configuráveis via software, garantindo mínima distorção no sinal de dimerização e máxima consistência de brilho. Conta ainda com IP67 e proteção contra sobretensão (10kV CM/6kV DM), curto-circuito, sobrecarga e superaquecimento. Suporta luminárias Classe I e Classe II e possui fator de eficiência acima de 88% para máxima economia de energia.

sosenbrasil.com/produtos

Sistema de telegestão

O Sistema de Telegestão da KDL oferece controle total da iluminação pública, com ajuste da operacionalidade e detecção de falhas. O sistema é composto pelos produtos SIMUC - Controlador da Luminária; SIMCON - Concentrador/Gateway de dados; e SIM - Servidor da Aplicação, que asseguram uma operação contínua do parque de iluminação, dentro da topologia de rede mesh – totalmente segura, entregando confiabilidade ao poder público. Cada SIMCON gerencia até 1.700 luminárias com armazenamento de dados operacionais independente da conexão com o Servidor de Aplicação. Essa solução eleva a eficiência operacional, sem qualquer dependência com a conectividade remota, resultando em redução de custos, maior sustentabilidade e melhoria da eficiência energética nas cidades. kdliluminacao.com.br

Fita LED Externa

A Fita LED Externa 24V, da Lucchi, é indicada para projetos que exigem iluminação funcional e versátil em ambientes ao ar livre, já que possui IP66. Com 14,4W/m (140 LEDs/m), pode ser encontrada nas temperaturas de cor de 2700K e 3000K com IRC80. Com LEDs SMDs submetidos aos procedimentos de testes LM80 e tolerância de cor de 3 Step MacAdam, é fornecida em rolo de cinco metros e com adesivo dupla face para fixação da 3M.

lucchi.com.br

Luminária versátil

Com base magnética e mobilidade de 360 graus, a luminária Glow, da Easylights, é incrivelmente versátil e pode ser usada em diversos ambientes. Com design moderno e acabamento em madeira, complementa qualquer decoração e conta com três intensidades de luz por meio de botão SoftTouch. O produto possui bateria de 1000mAh – que dura até 24 horas em alta intensidade – e vem com cabo USB tipo C para facilitar o carregamento. A luminária está disponível na temperatura de cor de 4500K.

easylights.com.br

Poluição Luminosa e Arboviroses

Qual a influência da luz azul à noite no comportamento dos seres vivos e no número de casos de dengue?

ao longo de quaTro bilhões de anos, a vida na Terra evoluiu sob a alternância entre dias claros e noites escuras, iluminadas apenas pela lua e estrelas. Essas variações de luminosidade, reguladas pela rotação da Terra em torno do Sol, fornecem pistas ambientais estáveis e previsíveis (Owens et al., 2020). Como resultado, quase todos os organismos vivos desenvolveram mecanismos para detectar e responder à luz, o que desempenha um papel fundamental na regulação de processos comportamentais e fisiológicos (Kernbach et al., 2018).

A luz é um fator crucial para ciclos fotossintéticos em plantas e algas, além de regular fenômenos como o desenvolvimento de insetos e o tempo de migração, mudança e reprodução em aves (Kernbach et al., 2018). No entanto, a poluição luminosa, representada na literatura internacional pelo termo Artificial Light

At Night (ALAN), em português, “luz artificial à noite” (Figura 1), interfere nessas pistas naturais de luminosidade, sendo considerada atualmente um dos poluentes mais prejudiciais ao meio ambiente (IDA, 2023).

Esse tipo de poluição se caracteriza por perturbações nos padrões naturais de luminosidade e escuridão, resultante do uso excessivo ou inadequado da iluminação artificial, e é evidenciada em quatro situações: brilhos não naturais no céu noturno (SkyGlow), ofuscamento da visão noturna (Glare), intrusão de luz em ambientes onde sua presença é indesejada (Light Trespass) e o agrupamento excessivo de luminárias noturnas capazes de gerar perturbações visuais (Clutter) (Burt et al., 2023).

A poluição luminosa afeta praticamente todos os organismos, desde micróbios até mamíferos, e compromete diversos

Fonte: Getty images (2024)

Figura 1

Situações onde a luz artificial à noite (ALAN) pode ser detectada. (1) Luz direta para cima; (2) Luz refletida por nuvens densas; (3) Luz refletida diretamente para cima; (4) Zona de ofuscamento, incômodo visual gerado por uma luz intensa; (5) Luz intrusa; (6) Brilho direto; (7) Iluminação útil; (8) Área para ser iluminada. Fonte: Adaptado de Greater Big Bend International Dark Sky Reserve (2023).

ecossistemas, incluindo regiões costeiras, florestas e desertos (Owens et al., 2020). A exposição à ALAN apresenta influência na aptidão, no comportamento e na fisiologia de diversas espécies, podendo alterar a composição das comunidades ecológicas e, consequentemente, afetar a funcionalidade dos ecossistemas (Sanders et al., 2021). Diante disso, entender como implementar a iluminação noturna de forma que atenda às necessidades humanas, mas minimize seus efeitos nocivos sobre os organismos, é uma prioridade imprescindível na resiliência ambiental.

Uma estratégia proposta para mitigar os efeitos negativos da ALAN é a modificação dos espectros de luz1 emitidos para torná-los menos perturbadores aos sistemas de células fotorreceptoras não visuais dos organismos (Wang; Kaida, Kaida, 2023). Fotorreceptores – que são células presentes nos organismos que detectam a luz, mas não estão diretamente envolvidas na formação da visão – absorvem e respondem a faixas específicas do espectro luminoso. Diferentemente dos cones (visão de cores e detalhes) e dos bastonetes (visão em condições de pouca luz, visão periférica e visão noturna), as células gan-

1 - Espectros de luz se referem à gama de comprimentos de onda que uma fonte de luz emite. Essa faixa pode incluir luz visível (perceptível aos olhos humanos) e outros tipos de radiação eletromagnética, como infravermelho e ultravioleta, que são invisíveis para os seres humanos, mas podem ser visíveis a outras espécies de seres vivos (IDA, 2022).

glionares da retina intrinsecamente fotossensíveis, também chamadas de ipRGCs, são responsáveis por detectar a presença ou a ausência de luz no ambiente, além de não estarem vinculadas ao sistema visual (Figura 2). Essa condição de detectar a presença da luz possibilita a regulação do ciclo sono-vigília, chamado cientificamente de “ritmo circadiano” (cerca de 24 horas). Sabe-se, por exemplo, que a luz azul emitida por LEDs, com picos espectrais em torno de 450 nm, estimulam fotorreceptores não visuais em humanos, suprimindo a produção de melatonina e desregulando os ritmos circadianos (Wang; Kaida, Kaida, 2023). Alterar a ALAN para reduzir esses picos espectrais poderia mitigar algumas de suas consequências negativas à cronobiologia das espécies.

Contudo, apesar da fotorrecepção ser um fenômeno praticamente universal na vida terrestre, a sensibilidade espectral dos mecanismos subjacentes é bastante diversa (Sanders et al., 2021). Assim, a iluminação noturna pode afetar os organismos de maneiras diferentes, dependendo de como a composição espectral2 e a intensidade da luz interagem com sua sensibilidade específica. Pesquisas já demonstraram que diferentes espectros de ALAN provocam respostas variadas tanto dentro quanto entre espécies (Owens e Lewis, 2021). Compreender o impacto de diferentes composições espectrais em diversos táxons é, portanto, um passo crucial para a implementação de estratégias de mitigação eficazes.

Evolução global da poluição luminosa

Nos últimos 25 anos, a poluição luminosa se elevou cerca de 49% globalmente devido ao crescimento exponencial da população, ao rápido desenvolvimento

2 - A composição espectral se refere à distribuição das diferentes frequências ou comprimentos de onda que compõem uma fonte de luz ou radiação. Em termos de luz visível, por exemplo, a composição espectral de uma lâmpada LED, luz solar ou qualquer outra fonte de luz é a combinação de várias cores (ou comprimentos de onda) que formam o espectro luminoso. Cada comprimento de onda está associado a uma cor no espectro visível, que vai do violeta (~400 nm) ao vermelho (~700 nm). A composição espectral de uma fonte de luz determina sua aparência, seu impacto em organismos biológicos e como ela afeta o ambiente, como ocorre com a poluição luminosa (IDA, 2022).

da infraestrutura humana e à expansão urbana (Miguel et al., 2021). O relatório da International Dark-Sky Association (IDA) averiguou que a poluição luminosa cobre, aproximadamente, 80% da população em escala global (IDA, 2022). Conforme o levantamento The new world atlas of artificial night sky brightness, 35,9% da população mundial está incapacitada de visualizar a Via Láctea da região onde reside (Falchi et al., 2016). No Brasil, essa situação foi constatada em 62,5% da população, com 32,3% vivendo em cidades onde a iluminação artificial noturna é tão intensa que impede a adaptação natural do olho humano ao escuro (Falchi et al., 2016). Anualmente, estima-se o aumento de 2,2% da ALAN em áreas rurais e de 6% em áreas urbanas.

Dessa forma, verifica-se que o aumento da luminosidade noturna acompanha a tendência global de desenvolvimento econômico e possui múltiplos efeitos adversos na biodiversidade, nos ecossistemas naturais e, consequentemente, na saúde humana. Além de ser uma fonte de poluição, a ALAN também contribui para a poluição do ar e o aquecimento global, em razão do desperdício de energia causado pelo uso excessivo ou mal planejado de iluminação que poderia ser mitigado, por exemplo, com sistemas tecnológicos de automação luminosa em áreas públicas. Este desperdício resulta no consumo desnecessário de combustíveis fósseis para a geração de eletricidade, liberando poluentes atmosféricos como SO2, NO2 e CO2. (Wang; Kaida, Kaida, 2023).

Em relação ao contexto urbano, as lâmpadas de vapor de sódio utilizadas na iluminação viária estão sendo substituídas gradualmente pelos diodos emissores de luz (LEDs). Conforme o “Panorama Setorial da Iluminação Pública Privada 2024”, foram assinados 116 contratos de parcerias público-privadas (PPPs) para iluminação pública no Brasil, como os casos dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,

Santa Catarina e São Paulo. Durante os dois últimos anos, esses estados modificaram mais de 4,2 milhões pontos de iluminação viária por LEDs brancos com alto percentual de espectro de luz azul –entre 440 e 480 nm, com temperatura de cor correlata entre 3000K e 6500K – o que passa a incorporar maior percentual de poluição luminosa nas cidades brasileiras, apresentando-se como um grande risco à resiliência ambiental e à saúde coletiva (ABCIP, 2024).

Caso as orientações sobre poluição luminosa estabeleçam metas que limitem o espectro azul da luz a 1%, que pode variar de 605 a 700 nm dependendo da tecnologia, a ALAN passará a ser mitigada à medida que as cidades se expandirem. Em 2017, por exemplo, a União Europeia inseriu normativas de políticas públicas relacionadas à ALAN na European Environment Agency (EEA). Em 2022, foi publicado o “Review and Assessment of Available Information on Light Pollution in Europe” pela EEA, demonstrando evolução da poluição luminosa dos 38 países membros da agência europeia junto às políticas de redução dos impactos da ALAN em animais selvagens, bem como recomendações para adaptar o projeto e a operação da iluminação pública (Widmer et al., 2022).

Figura 2
Influência da luz no ritmo circadiano dos seres humanos. Fonte: Adaptado de eyesafe.com/handbook (2019).

3

Capacidade dos fotorreceptores humanos e do inseto Aedes aegypti de perceberem os espectros de luz disponíveis no meio ambiente. Fonte: Adaptado de Campos (2017).

Poluição luminosa e os ritmos circadianos

A poluição luminosa, por influenciar diretamente as células fotossensíveis à luz, interrompe a ritmicidade circadiana, levando a distúrbios comportamentais e desorientação espacial nos seres vivos (Moore-Ede et al., 2023). O ritmo circadiano, um mecanismo biológico fundamental, regula os ritmos naturais de atividade e repouso em animais. Esse mecanismo se regula a partir da disponibilidade de luz para a produção do cortisol e presença do escuro para a produção de melatonina, hormônios fundamentais para o metabolismo energético (Sanders et al., 2021). Mamíferos, pássaros, insetos e répteis dependem da variação natural de luz e escuridão para ajustar funções fisiológicas e comportamentos diários. A exposição prolongada à luz artificial durante a noite desencadeia distúrbios e impactos negativos na saúde geral de toda a hierarquia organizacional biológica, desde os genes até as comunidades, e afeta uma ampla diversidade de grupos taxonômicos, incluindo bactérias e vertebrados superiores (Moore-Ede et al., 2023).

As interações da poluição luminosa com diversos aspectos biológicos dos insetos são bem estabelecidas por Owens et al. (2020) e Sanders et al. (2021), conforme a Figura 3. Se tal poluição for capaz de aumentar a aptidão e o comportamento de picada dos mosquitos, poderá aumentar o risco de doenças transmitidas por esses vetores (Kernbach et al., 2018). Por

outro lado, se a ALAN alterar adequadamente o condicionamento físico e o comportamento alimentar dos mosquitos, ela poderá ser utilizada como uma estratégia adicional de controle, visando à redução das doenças transmitidas por esses insetos (Barghini; Medeiros, 2010).

As arboviroses, ou seja, doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos, como vírus do Nilo Ocidental, malária, filariose linfática, chikungunya, dengue e zika, representam cerca de 17% de todas as doenças infecciosas globais e causam aproximadamente 700 mil mortes humanas anualmente (OMS, 2021). Países da América Latina e do Caribe registraram aproximadamente 4,6 milhões de casos de dengue no início de 2024. O grande aumento foi causado pelos números da epidemia no Brasil. O país superou 3,1 milhões de casos prováveis em 2024, ou 83% dos registros na América Latina e Caribe (Nações Unidas, 2024). Logo, o Brasil é primeiro no ranking. Comparando os dados de 2023 e 2024, os casos graves tiveram aumento de 236%; e os óbitos, 204% até maio de 2024. Países como Paraguai, Argentina e Peru não passaram de 200 mil casos cada (Moura, 2024).

Compreender os fatores de luzes artificiais que influenciam esses vetores é, portanto, essencial para o controle biológico dos insetos e a mitigação da proliferação de doenças à saúde pública. Do ponto de vista de pesquisa, medidas profiláticas e monitoramento, é crucial compreender e otimizar técnicas de afugentamento de mosquitos vetores que utilizam luz, garantindo a proteção abrangente e eficaz de diferentes espécies (Owens et al., 2020). Por exemplo, o Culex pipiens apresenta fototaxia negativa, significando que eles se afastaram de uma fonte de luz. Sugere-se, neste caso, que a remoção da luz das armadilhas luminosas pode aumentar a eficiência da coleta e melhorar a compreensão da ecologia dessa espécie no âmbito da pesquisa (Boze et al., 2023).

Figura

Objetiva-se, portanto, elencar as principais evidências científicas que associam a influência da poluição luminosa no comportamento biológico dos insetos, além de avaliar a interferência na vida urbana e propor estratégias condizentes com os dados coletados para controle luminoso viário. Pretende-se elucidar a necessidade de implementar políticas públicas e normativas técnicas que promovam práticas tecnológicas de iluminação sensíveis ao céu noturno frente à expansão dos contratos de PPPs que estão instalando lâmpadas LEDs nocivas à vida selvagem e humana durante a noite. Estas medidas visam mitigar o desequilíbrio ambiental causado pela poluição luminosa presente nas grandes cidades brasileiras.

Poluição luminosa, insetos e comportamento

A luz noturna como modulador dos ritmos circadianos em insetos está evidenciada na obra de Barghini e Medeiros (2010), especialmente quanto ao aumento de casos da leishmaniose, malária e doença de Chagas. Desde então, evidencia-se na literatura científica uma forte associação entre a luz artificial e a biologia dos mosquitos (Coetzee et al., 2022). Os insetos estão habituados à luz polarizada e utilizam o sol e a lua como instrumentos de navegação na busca por água e alimento. O reflexo da luz na água pode ser percebido a longas distâncias pelos insetos. No entanto, a presença de luz artificial no ambiente noturno propicia confusões ao sistema visual, tornando-se uma “fonte” de atração prejudicial ao comportamento desse ser vivo.

Os fotorreceptores dos olhos dos insetos estão ajustados aos espectros de luz verde, azul e ultravioleta, entre 345 nm a 523 nm, conforme a Figura 3. Tais espectros luminosos podem ser encontrados em emissores de LEDs brancos nas temperaturas de cor entre 3000K a 6500K. Enquanto os seres humanos, com fotorre-

ceptores calibrados entre 400 nm a 700 nm, não estão biologicamente programados para a visualização da luz ultravioleta (Campos, 2017).

O mosquito Aedes aegypti é adaptado à luz do dia, mas com o aumento da iluminação urbana, esses insetos são atraídos para esses ambientes. O excesso de luz, especialmente entre 440 e 495 nm, desregula o ritmo circadiano dos insetos, inibindo a produção de melatonina e, consequentemente, mantendo-os ativos durante a noite, conforme a Figura 4.

Conglomerados humanos bem iluminados, como terminais intermodais e edificações urbanas, tornam-se campos de caça para os mosquitos. Como o cheiro das partículas odoríferas do suor animal atrai as fêmeas da espécie em busca de sangue para a ovulação, espaços ao ar livre como campos esportivos e praças públicas ficam ainda mais vulneráveis às infestações, especialmente se houver água parada nas proximidades e temperatura ambiente entre 22ºC e 32ºC (Barghini; Medeiros, 2010).

O recente estudo publicado na The American Society of Tropical Medicine and Hygiene, em 2020, alerta que a luz artificial à noite intensifica o comportamento de picada do mosquito Aedes aegypti, vetor significativo de arboviroses. O mosquito, conhecido por transmitir dengue, febre amarela, zika e chikungunya, apresenta um aumento anormal em seu comportamento de alimentação sanguínea durante a noite após exposição à ALAN. Os resultados indicam que a ALAN, a uma intensidade de 50 lux, propiciou o aumen-

4

Influência da luz no relógio biológico do inseto Aedes aegypti. Com a presença da luz azul durante à noite, mesmo possuindo maior atividade predatória diurna, geralmente entre 7h30 e 10h da manhã e entre 16h e 19h da tarde, o inseto continua sua atividade durante a noite, elevando, dessa forma, os índices de picadas e, consequentemente, a transmissão de arboviroses. Fonte: Produção autoral (2024).

Figura

Figura 5

Síntese dos aspectos capazes de influenciar o aumento do risco da transmissão de arboviroses.

Fonte: Produção autoral (2024).

to de 29% para 59%, levantando preocupações sobre o impacto global crescente da poluição luminosa na transmissão dessas doenças e destacando implicações para estratégias de controle do mosquito vetor, vital para a saúde humana (Rund et al., 2020). Embora o trabalho tenha detectado uma série de respostas comportamentais diferentes, como atração visual dos mosquitos; alterações nas taxas de picadas e impactos em diferentes aspectos biológicos, como modificações genéticas e fisiológicas; aconselha-se a minimizar ou a evitar o uso de ALAN em ambientes naturais (Figura 5). Para isso, faz-se necessário limitar o uso da luz à noite apenas em áreas pontuais, seguindo os cinco princípios da IDA: utilidade, direcionalidade, baixa intensidade, controle e uso de cores quentes (IDA, 2023).

Conforme Baik et al. (2020), os mosquitos Aedes aegypti, particularmente as fêmeas, são atraídos pela luz durante o dia e, consequentemente, alimentam-se de suas presas. Em contraste, os mosquitos que picam à noite, como o Anopheles coluzzii, evitam especificamente a luz ultravioleta (UV) e a luz azul durante o dia. Logo, evitar tais iluminações durante a noite passa a ser uma estratégia promissora para o controle comportamental ativo de ambos

os mosquitos (Baik et al., 2020). Constatase que a ALAN pode alterar o risco de exposição ao vírus do Nilo Ocidental em toda a Flórida no estudo de Kernbach et al. (2018). Na investigação de Fyie, Gardiner e Meuti, (2021), foi observado que os mosquitos Culex em áreas com ALAN de brilho celeste maior que 4 lux se reproduzem e picam mais tarde nas estações de transporte, prolongando assim o período de risco de doença para os residentes urbanos.

No Brasil, a pesquisa de Lopes (2022) demonstrou que o desbalanço dos ciclos claro e escuro desencadeados pela poluição luminosa nas cidades aumentaram a atividade locomotora do mosquito Aedes aegypti, bem como sua oviposição e, consequentemente, aumento populacional destes vetores. O crescimento é recorrente desde 2020 com a troca da iluminação pública de lâmpadas de vapor de sódio por lâmpadas de LED com temperatura de cor entre 4000K e 6000K, nocivas, como demonstrado, à biodiversidade ambiental e à vida humana nas cidades pela alta frequência do espectro de luz azul utilizado durante a noite, conforme a Figura 6.

Intervenções urbanas, saúde pública e arboviroses

Levando em consideração que os insetos possuem o pico de visão no espectro ultravioleta na faixa de 365 nanômetros (UV-A), aconselha-se evitar o uso de fontes fluorescentes, vapor de mercúrio e vapor metálico que emitem radiação nesse espectro. Dispositivos de LED, por exemplo, com temperatura de cor maior que 2200K, possuem um alto pico de espectro de luz azul, principal atrativo visual do mosquito, conforme a Figura 7 (IDA, 2023). Já as lâmpadas de vapor de sódio, que contemplam a maior parte do sistema de iluminação viário brasileiro, especialmente em áreas rurais, possuem baixo índice de espectro azul por conter uma iluminação âmbar, ou seja, amarelada. Tal

iluminação não se caracteriza como um forte atrativo visual para o inseto. Desta forma, a troca de iluminação de vapor de sódio por lâmpadas de LED com temperatura de cor superior a 2200K ou que contenham percentuais de espectro de luz azul maior que 1%, passam a ser prejudiciais para a vida selvagem e humana nos conglomerados urbanos (IDA, 2023).

Instituições internacionais como European Environment Agency (EEA), Commission Internationale de l’Éclairage (CIE), International DarkSky Association (IDA) recomendam o uso de dispositivos LEDs com baixo espectro de luz azul, com temperatura de cor entre 1800K e 2700K, emitindo espectros luminosos maiores que 585 nm, considerados popularmente como “luzes amareladas”. No Brasil, a norma técnica NBR 5101:2024 recomenda o uso de 1800K, com limitação de até 2200K em áreas de preservação natural. No entanto, a “Portaria INMETRO n°62/2022”, por ainda não estar devidamente atualizada e coerente com as diretrizes das instituições internacionais citadas, estabelece um intervalo de temperatura de cor de 2700K a 6500K, o que gera um conflito com a normativa que deverá ser resolvido futuramente.

Outro fator a ser considerado é a direcionalidade da luminária, ou seja, a luz deve ser dirigida apenas para áreas necessárias. Também é essencial o uso de blindagem para o correto apontamento do feixe de luz para baixo, determinado pela classificação BUG3, que significa “backlight” (luz traseira), “uplight” (luz

ascendente) e “glare” (ofuscamento), que são todas formas de luz dispersa (ou “ineficiente”) emitida por um dispositivo luminoso, conforme a Figura 8.

De acordo com a norma internacional ANSE/ IES TM-15-11:2020, da Illuminating Engineering Society (IES), deseja-se obter o valor mínimo de BUG. Isso significa que a luz será direcionada para as áreas corretas, propiciando melhor eficiência e menores índices de poluição luminosa. Uma classificação BUG requer baixas formas de “backlight”, “uplight” e “glare”. Cada forma de luz dispersa recebe um valor entre 0 e 5. Quanto menor o BUG, melhor a eficiência protetiva da iluminação (IES, 2020).

A iluminação emitida também deve apresentar baixa intensidade nas áreas urbanas; o projeto local deve se atentar às condições da superfície, pois algumas podem possuir alto grau de reflexão para o céu noturno. Além disso, a luz deve ser usada apenas quando for útil. Dessa forma, faz-se essencial o uso de controles, como temporizadores ou sensores de movimento, para garantir que a luz esteja disponível quando necessário, reduzida quando possível e desligada quando não necessária (IES, 2020). Por fim, outra alternativa válida para mitigar o impacto da ALAN no comportamento dos insetos em áreas urbanas é a aplicação de filtros de policarbonato nas cores amarela e ver-

3 - A IES, em 2020, passou a definir o BUG com os seguintes componentes: “Backlight” se refere à luz emitida por detrás de um dispositivo. Não se considera ideal, e os fabricantes frequentemente utilizam escudos ou refletores para redirecioná-lo; “Uplight” se refere à luz direcionada acima do plano horizontal do dispositivo, que brilha em direção ao céu. Considera-se luz desperdiçada, pois não está direcionada para o solo, além de bloquear a visão das estrelas e da lua; “Glare” se refere à luz emitida pelo dispositivo em ângulos que tornam muito difícil para as pessoas enxergarem, gerando ofuscamento e distorções visuais (IES, 2020).

6

Visualização aérea da cidade do Rio de Janeiro antes (2015) e depois (2022) da troca da iluminação viária de temperatura de cor amarela pelas lâmpadas de LED com alto percentual de espectro azul. Fonte: Marcello Cavalcanti (2022).

Figura

Figura 7

Observa-se que as três análises espectrais dos LEDs apresentam percentuais diferenciados de luz azul. Geralmente, LEDs abaixo de 2200K possuem menor percentual de espectro de luz azul. No entanto, vale considerar que a temperatura de cor correlata (Tcp / CCT) em Kelvin presente nos LEDs é apenas um valor combinado de diferentes comprimentos de onda, não sendo capaz de descrever todo o espectro da luz. Logo, trata-se de um valor orientativo. É possível, por exemplo, que um LED de 3000K possua um percentual de espectro de luz azul maior que outro LED com a mesma Tcp. Deve-se considerar, portanto, a análise espectral da luz para a determinação da porção de luz azul contida nela.

melha, como os existentes na iluminação traseira de trás dos automóveis. Mediante aos filtros, quando aplicados corretamente, o percentual de luz de espectro azul contido em lâmpadas LEDs pode ser diminuído drasticamente, conforme a Figura 9 (IDA, 2023).

nhas, e compila toda a legislação vigente, além de oferecer melhores práticas para a minimização dos impactos da poluição luminosa. Este material pode servir como um guia aplicável em todo o território brasileiro, especialmente em áreas que busquem implementar projetos de iluminação sustentável, sem prejudicar a fauna local. Além disso, a “Portaria do Governo Federal/IBAMA (nº 11/1985)” estabelece a proibição de qualquer fonte de iluminação que produza alta intensidade luminosa em determinadas faixas das praias, com foco na preservação das áreas de desova das tartarugas (Marques, 2022). No mesmo sentido, a NBR 5101:2024 recomenda o uso de lâmpadas de baixa intensidade e cores específicas, como âmbar, em locais sensíveis, com o intuito de reduzir o impacto da poluição luminosa sobre a orientação dos animais em áreas de proteção ambiental.

8

Exemplificação da luz elétrica desperdiçada na iluminação pública - BUG. Fonte: Albuquerque e Santiago (2024).

Considera-se essencial o fomento de políticas públicas no contexto da iluminação viária brasileira, levando em consideração as diretrizes internacionais citadas. A Fundação Projeto Tamar, que opera em áreas de conservação de tartarugas marinhas, como a Praia do Forte, na Bahia, e Fernando de Noronha, em Pernambuco criou a “Cartilha de Fotopoluição”, um documento que orienta proprietários de imóveis, empreendedores e comerciantes sobre a relevância da preservação do litoral para a proteção das tartarugas mari-

Quanto ao Plano Diretor Municipal, ao indicar objetivos, diretrizes, ações estruturantes, normas e procedimentos para a realização da política urbana, deve incluir marcos territoriais que controlem a emissão de ALAN em determinados locais e períodos do dia, a fim de preservar o meio ambiente e a saúde coletiva.

A IDA (2020) recomenda a criação do “Zoneamento de Iluminação”, caracterizado como uma ferramenta regulatória que cria um distrito de zoneamento especial colocado sobre uma zona(s) base existente(s) que identifica disposições especiais além daquelas na zona base subjacente. Isso significa que as zonas de iluminação “se sobrepõem”, mas são diferentes do zoneamento de uso do solo. Isso torna mais fácil integrar o código de iluminação em portarias ou códigos existentes e fazer referência cruzada a outros códigos e portarias existentes no Plano Diretor de cada município. Recomenda-se o uso de cinco tipos de zonas de iluminação, que variam entre LZ0 (mais restritiva) a LZ4 (menos restritiva) (IDA, 2020). Desta forma, vislumbra-se mitigar o crescimento

Figura

das arboviroses mediante a diminuição da presença da ALAN tanto em áreas urbanas quanto em áreas rurais por meio de políticas públicas responsivas à proteção ambiental.

Considerações finais

Conclui-se que a poluição luminosa está diretamente relacionada aos impactos negativos na saúde ambiental e coletiva, incluindo o aumento de arboviroses como a dengue e a alteração no comportamento de mosquitos. Combinada a outras crises ambientais, como o aquecimento global e a poluição

atmosférica, a continuidade da poluição luminosa pode agravar o surgimento dessas doenças nos centros urbanos.

Considera-se essencial que estratégias de políticas públicas integrem regulamentações rigorosas sobre iluminação viária, com base em estudos regionais, e a atualização de normas como a Portaria INMETRO n° 62/2022 para se alinhar às recomendações da NBR 5101:2024. Essas medidas devem focar na utilidade, direção, controle e temperatura de cor da luz, garantindo baixo impacto ambiental e bem-estar da saúde coletiva.

Agradecimentos

Agradecimento especial ao Erlei Gobi pelo excelente trabalho como editor-chefe da Revista Lume Arquitetura; e ao grupo da DarkSky Brasil, coordenado pela Silvia Carneiro, coautora do presente artigo. O presente estudo foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) –Código de Financiamento 001.

Figura 9

Após a aplicação do filtro AMBER-LENS, a luz emitida da luminária acima passa da temperatura de cor de 2200K para 1900K. Além disso, o percentual de espectro de luz violeta e azul passam de 0,14% e 6,57% para 0,04% e 0,10%, respectivamente. Uma outra diminuição semelhante ocorre no segundo exemplo, cuja luminária de 2700K converte-se para 2100K, mitigando o percentual de espectro de luz azul de 10,33% para 0,12%. Dessa forma, duas luminárias que antes eram consideradas nocivas à vida terrestre à noite, passam a gerar menos prejuízo ao meio ambiente. Fonte: Autores, adaptado de Ledil (2024).

Ciro Férrer Herbster Albuquerque

Arquiteto e Urbanista. Consultor e Pesquisador Acadêmico com foco em Envelhecimento Humano, Saúde Cognitiva, Direito à Cidade, Planejamento Urbano e Quadros Neurodegenerativos. Mestrando no Programa de Arquitetura, Urbanismo e Design, Linha de Pesquisa de Planejamento Urbano e Direito à Cidade, do PPGAU+D, na Universidade Federal do Ceará (UFC). Pós-Graduado em Gerontologia; Neurociência e Comportamento Humano; Neurociência aplicada à Arquitetura, Urbanismo e Design. Autor do livro “Minha Casa, Minhas Regras: guia prático para moldar sua casa do seu jeito em prol da Longevidade”. Membro da Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA), da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) e da da Rede Internacional de Ações Sustentáveis (RIAS). Contatos: ciro.ferrer@hotmail.com ou ciro.ferrer@alu.ufc.br | +55 (85) 99917.6340 .

Silvia Carneiro

Arquiteta e urbanista especialista em iluminação com pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores e Master em Arquitetura & Iluminação; lighting designer sênior na ÍRIS Luminotécnica; Membro do Comitê da International Dark-Sky Association (IDA); Presidente da Comissão de Poluição Luminosa da União Brasileira de Astronomia; colaboradora da ABNT no Comitê Brasileiro de Acessibilidade – CB 40 e no comitê CB-03 do COBEI, participando da revisão das normas ABNT 5101 (Iluminação Pública) e 5413 (Iluminação de ambientes de trabalho, atual ABNT ISO/CIE 8995-1); TED Talker e professora de iluminação em cursos de pós-graduação em diversas instituições. Contatos: @idadarkskybrasil / www.darksky.org/@idadarksky +55 (11) 99222 6616 / silvicarneiro@terra.com.br

Catálogo de produtos 2025

Site de multisserviços

O CATÁLOGO DE PRODUTOS 2025 da OPLUS

LED, que completou 10 anos em 2014, apresenta toda a linha que a empresa disponibiliza ao mercado dividida em Luminárias Externas, Industriais, Comerciais e Decorativas; Perfis; Painéis; Arandelas e Balizadores; Downlights e Telas Tensionadas. Na publicação, é possível encontrar fotos de todas as peças, além de seus detalhes técnicos, como potência, temperatura de cor, fluxo luminoso, eficiência, medidas, entre outros.

oplusledbrasil.com

Linha de luminárias delgadas

A LINHA FLOT, da TKS LUMINÁRIAS E VENTILADORES, apresenta uma coleção de luminárias delgadas e elegantes desenvolvidas para criar efeitos de luz nos mais sofisticados projetos, com suavidade e beleza. As peças podem ser encontradas nos modelos balizador, abajur, arandela, coluna e pendente, em diversas medidas e acabamentos.

tksiluminacao.com.br

todos os serviços oferecidos pela empresa, como Casa Inteligente, Home Theater, Iluminação e Lighting Design, Cortinas Motorizadas e Monitoramento CFTv. Nele, o visitante também pode ter acesso à loja online da marca; ficar informado sobre workshops e eventos realizados; além de assistir diversos vídeos produzidos pela empresa com dicas de iluminação e muito mais. studyohome.com.br

Linha inspirada em Paris

Assinada pelo arquiteto FELIPE SAIA, a linha de luminárias LIGNES, da KLAXON, foi inspirada no romantismo, tradições e luzes de Paris. Em um paralelo com a “cidade luz”, cada luminária transporta em seu nome algumas das 302 estações do metrô de Paris, sendo assim, cada “ponto de luz” traz em sua bagagem muitos passos, histórias, pensamentos, encontros e desencontros, sensações e sentimentos. klaxon.com.br

Luminacril Itaim

a

Ao longo dos anos, a empresa se consolidou como uma referência no setor de iluminação, oferecendo soluções inovadoras e de alta qualidade.

Em 2024, a empresa adquiriu a marca Itaim, tornando-se um dos principais players do mercado de iluminação e expandindo sua presença para atender lighting designers e arquitetos de todo o Brasil.

Principais áreas de atuação

Fabricação de luminárias para projetos comerciais, de shoppings, hospitais, hotéis e outros projetos corporativos.

Especialidades

Luminárias de elevada eficiência e alta reprodução de cores, tanto para áreas internas (spots e projetores), como para áreas externas (postes, balizadores e arandelas), além de telas tensionadas.

A empresa possui departamento de projetos?

A Luminacril Itaim não faz projetos luminotécnicos. Seu time atende diretamente lighting designers e arquitetos,

apoiando-os em seus projetos com produtos e no desenvolvimento de luminárias e sistemas especiais.

Principais projetos executados

Teatro Cultura Artística e Colégio Bandeirantes, ambos na capital paulista e com projetos de iluminação do studioix, do titular Guinter Parshalk. Shopping Cidade Jardim e CJ Shops Jardins, também em São Paulo (SP), com a luminotécnica assinada pelo escritório Mingrone Iluminação, do titular Antonio Carlos Mingrone.

Possui showroom e/ou laboratório?

A empresa conta com laboratório próprio equipado com goniofotômetro de alta precisão, permitindo a geração de dados técnicos detalhados sobre a fotometria de seus produtos. Além disso, o laboratório é projetado para a realização de testes rigorosos de durabilidade e resistência, garantindo a qualidade e a confiabilidade de suas soluções de iluminação.

Ricardo Bassetti
Rubens Campo
1
luminaCril fabriCa desde 2011 luminárias Com foCo no merCado CorPoraTivo, aTendendo ProjeTos ComerCiais e hosPiTalares.

Possui equipe para a criação de novos produtos? Onde buscam inspiração?

A Luminacril Itaim conta com um time de desenvolvimento de produtos que trabalha alinhado com o setor de marketing e relacionamento, realizando pesquisas especialmente no desenvolvimento de sistemas mais eficientes e com máxima reprodução de cores, além de trazer a visão dos lighting designers para a criação de soluções personalizadas.

Como está inserido no mercado de iluminação?

É reconhecida no mercado de iluminação como uma empresa inovadora, que oferece produtos de alta qualidade, com grande foco na tecnologia e no controle da reprodução de cores.

Qual a principal diferença do mercado de iluminação no início das atividades da empresa e agora?

No início das atividades da empresa, o mercado brasileiro de iluminação estava apenas começando a explorar a tecnologia LED, com pouca disseminação e aceitação dessa inovação. Atualmente, o cenário mudou significativamente: os lighting designers e arquitetos demandam produtos com alta qualidade, tecnologias avançadas e informações técnicas detalhadas, refletindo um mercado mais maduro, competitivo e orientado pela eficiência e precisão.

Nome da empresa: Luminacril Itaim

Data de fundação: 2011

Fundador: Edson Moura

Atual presidente: Edson Moura

Número de funcionários: 70 funcionários

Endereço: Rua Passadena, 128

Parque Industrial San José Cotia – SP

Site: luminacril.com.br

Instagram: @luminacril

YouTube: Luminacril

LinkedIn: Luminacril

1 CJ Shops Jardins, em São Paulo (SP).

Teatro Cultura Artística, em São Paulo (SP).

Colégio Bandeirantes, em São Paulo (SP). 2 3

Shopping Cidade Jardim, em São Paulo (SP). 4

Avaliação do mercado brasileiro de iluminação

O mercado de iluminação tem apresentado evolução constante, com demanda crescente por soluções sustentáveis, inteligentes e de alto desempenho. A Luminacril Itaim segue as tendências e continua a oferecer produtos que atendem às necessidades de seus clientes.

A empresa trabalha no mercado de exportação também? Por quê?

Atualmente, a empresa não atua no mercado exterior.

PRODUTOS CARROS-CHEFE

teLas tensionadas

Uma história na sua história

Desde 2022, a marca tem se destacado no mercado pela preocupação com a qualidade da luz, em especial no controle do espectro de luz. Em 2023, foi lançado o LUMINACAD, plugin para softwares CAD que auxiliam o lighting designer e o arquiteto a projetarem a iluminação dos espaços. Ainda no mesmo ano, a empresa foi uma das primeiras a desenvolver luminárias de acordo com os parâmetros da ANSI IES/TM-30-20. Em 2024, a empresa adquiriu a marca Itaim passando a se chamar Luminacril Itaim.

As Telas Tensionadas da Luminacril Itaim trazem uma revolução para os ambientes, combinando design sofisticado com tecnologia de ponta. Com a capacidade de emular a luz natural, possibilita a criação de uma atmosfera única e envolvente, proporcionando uma experiência incomparável. A tela tensionada permite cobrir áreas de até cinco metros de largura sem emendas, com comprimento ilimitado. O

Com corpo em alumínio e acabamentos nas cores branca, preta ou especial, e difusor em poliestireno ou acrílico, as luminárias da linha Minotauro oferecem iluminação difusa e uniforme aos ambientes corporativos. Podem ser encontradas nas versões de sobrepor e de embutir, com 21W e 41W, e nas temperaturas de cor de 2700K, 3000K, 4000K e 5000K. Com 50 mil horas de vida útil e possibilidade de dimerização Dali, 1-10 e Triac, estão disponíveis com UGR de 21 a 28, IRC > 80 ou IRC > 90, e contam com cinco anos de garantia.

As luminárias lineares Skinny são uma ótima opção para quem busca iluminação de qualidade e design moderno. Elas possuem um perfil estreito que se adapta a diferentes tipos de instalação: embutir, sobrepor, pendente ou arandela. Além disso, elas permitem criar diversos comprimentos e formatos, desde linhas retas até curvas e hexágonos. Com difusor em acrílico ou poliestireno e corpo em alumínio, estão disponíveis nas temperaturas de cor de 2700K, 3000K, 4000K e 5000K, e podem ser dimerizadas com diferentes protocolos.

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Para nós a iluminação é arte: transformar cenários para que a vida aconteça de forma mais agradável, bonita e eficiente está no nosso DNA.

Estamos presentes nos projetos mais icônicos do país, colaborando com renomados lighting designers para criar ambientes verdadeiramente únicos e inspiradores.

Descubra como nossas soluções podem revolucionar seus projetos e elevar cada espaço ao seu máximo potencial.

Teatro Cultura Artística – São Paulo, SP

Arquitetura original: Rino Levi

Arquitetura de revitalização: Pura Arquitetura

Arquitetura de intervenção: Paulo Bruna

Painel acústico: Sandra Cinto

Acústica: Acústica & Sônica / José Augusto Nepomuceno

Execução: HTB

Luminotécnica: studioix

Leia o QRCODE e assista ao vídeo do projeto.

luminacril.com.br itaimlc.com.br

De que forma ingressou no mundo da iluminação?

Minha jornada na iluminação começou cedo. Logo no primeiro ano da faculdade de Arquitetura, tive a oportunidade de estagiar na área de iluminação e, desde então, costumo dizer que foi amor à primeira luz. A partir desse momento, dediquei-me exclusivamente a esse campo, buscando sempre me especializar e aprofundar meus conhecimentos.

Em qual momento decidiu empreender e quais as maiores dificuldades que enfrenta à frente do SN Lighting Design?

Depois de quase 20 anos de experiência na área, em 2020 realizei o sonho de fundar meu próprio escritório. Essa decisão foi resultado de muitos anos de aprendizado e amadurecimento, e senti que aquele era o momento certo para dar esse passo.

Uma das maiores dificuldades à frente do SN Lighting Design é a falta de conscientização sobre a real importância da iluminação no dia a dia. Ela impacta diretamente o bem-estar, a saúde, o desempenho das pessoas e, claro, a valorização da arquitetura. No entanto, ainda percebo que essa área não recebe a devida atenção e reconhecimento, tanto em termos de investimento quanto na valorização do profissional especializado.

Quais foram os trabalhos mais importantes da sua carreira até hoje?

Cada projeto que realizo é único e especial, mas alguns acabam se destacando por seus desafios e aprendizados. Um dos trabalhos mais marcantes foi a iluminação da capela do Colégio Santa Inês. Este projeto foi particularmente desafiador devido às especificidades de trabalhar

Sulene Nascimento

Um

bom projeto começa com um briefing claro e colaborativo

em um patrimônio tombado, onde as intervenções eram extremamente limitadas. Além disso, tivemos que desenvolver um produto especial para atender às necessidades do projeto, o que exigiu muita criatividade e atenção aos detalhes. Foi uma experiência enriquecedora e muito gratificante.

Quais profissionais da iluminação admira e quais as suas inspirações para realizar seus projetos luminotécnicos?

No Brasil, admiro o trabalho de Esther Stiller e Mônica Lobo, grandes referências

na área. No cenário internacional, Mark Major é uma inspiração. Para mim, um bom projeto começa com um briefing claro e colaborativo, envolvendo o cliente e a equipe de arquitetura. É fundamental entender as expectativas dos usuários e as características dos ambientes. Com essa base, analisamos os efeitos desejados e as necessidades funcionais da iluminação, o que guia todo o processo criativo. Acredito que a chave para projetos de excelência está em unir um repertório diversificado a um conhecimento técnico sempre atualizado.

Qual a sua opinião sobre os produtos de iluminação fabricados no Brasil? A indústria nacional supre todas as suas necessidades projetuais?

O mercado de iluminação no Brasil evoluiu muito nos últimos anos, com empresas cada vez mais qualificadas e sérias. Hoje, a indústria nacional atende a maioria das demandas dos meus projetos. No entanto, alguns projetos exigem produtos especiais, e é essencial contar com bons parceiros para desenvolver soluções customizadas. Um exemplo disso foi a Capela do Colégio Santa Inês, onde não existia um produto disponível para atender às necessidades específicas. O resultado que alcançamos só foi possível graças à colaboração com um parceiro confiável e de qualidade.

Além da iluminação, quais são suas outras paixões?

Além da iluminação, sou apaixonada por viajar e explorar novos lugares, sempre buscando inspiração e novas experiências. Também valorizo muito um estilo de vida saudável: adoro treinar, cuidar da alimentação e, claro, aprecio um bom café.

Entrevista concedida a Erlei Gobi
Divulgação

Luz sob medida

Quando convidado pelo editor-chefe da Lume Arquitetura, Erlei Gobi (a quem dedico meus agradecimentos e parabenizo pela ideia), para escrever uma coluna sobre Controle e Automação, em um primeiro momento vi como um desafio quase impossível, até mesmo porque falar é muito mais fácil e muito mais próximo do que gosto de fazer. No entanto, fico muito feliz em poder transmitir meus anos de experiência de forma cadenciada, quase que em doses homeopáticas, e os princípios do que entendo por um sistema de iluminação controlada e sob medida. Nosso objetivo será despertar o interesse sobre os sistemas de controle e desmistificá-los. Para isso, teremos uma sequência de temas que apoiarão você a ter uma ideia de como e por que chegamos nos atuais sistemas de controle e para onde podemos ir nos próximos anos. Iniciaremos essa nossa jornada com tópicos que tratarão o controle de iluminação para empreendimentos residenciais e comerciais na seguinte sequência:

e, sobretudo, descrevendo o passo a passo e os cuidados que devemos tomar, ajudará você a ter argumentos sólidos e menos problemas para o desenvolvimento dos projetos de controle.

4 - Conceitos fundamentais: Obviamente que não poderia faltar nesta jornada um trato sobre questões técnicas, que contribuirá para você saber exatamente qual o tipo de controle compatível com sua fonte de luz/ driver. Vamos abordar o que é um protocolo de controle/dimerização e as diferenças entre protocolos (DALI, 010v, DMX, entre outros). Este tópico entregará uma visão do que não devemos fazer, ou quais cuidados devemos ter com a elaboração de um projeto de controle.

1 - A evolução do controle: como surgiram os primeiros controles de iluminação no mercado com base em dados técnicos (comprovados) e com história (sem dados comprobatórios), mas que podem mostrar de forma lúdica o quanto é importante evoluirmos na maneira que controlamos a luz elétrica.

2 - Nomenclaturas ou vocabulário: compreender as linguagens do projetista de iluminação e do projetista de controle é tornar o entendimento dos temas aqui a serem apresentados e o processo de compatibilização (que se faz necessário em todos os projetos) em uma simbiose perfeita para o sucesso das compatibilizações.

3 - Aplicação: em quais construções podemos aplicar controle e automação do sistema de iluminação? Por que se faz necessários controles inteligentes? Qual o principal approach para a aplicação dos sistemas de controle nas residências e em edifícios comerciais? Responder estas perguntas com dados

5 - Controle e gerenciamento de iluminação para espaços corporativos: Definiremos qual o melhor approach para a aplicação dos projetos de controle para edificações comerciais. Será neste tópico que de fato vamos descrever o que determina ter ou não controle nos ambientes corporativos, e o passo a passo que implementamos para iniciar um projeto de controle e gerenciamento total da iluminação.

6 - Por que vendemos mais interruptores do que sistemas de controle? Claro que concluir uma jornada com uma questão não é o melhor para uma sequência de informações, mas quero deixar um ponto de reflexão de como podemos de fato aumentar os projetos com controle de iluminação, de tal forma que os sistemas de acionamento sejam um aliado que cada vez se faz mais necessário.

Espero propor uma visão técnica, mas com linguagem mais prática e suave, sem a tecnicidade comum da engenharia. Até a próxima edição.

Ricardo Honório Nascido na capital paulista, começou a estudar eletroeletrônica aos 13 anos e cursou engenharia elétrica. Especializado em iluminação, atualmente exerce o papel de diretor geral na Equalliza.

Ricardo Honório
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