LiteraLivre Vl. 4 - nº 19 – Jan./Fev. de 2020
As pessoas correm para o próximo vizinho. A sorte foi que o dia estava amanhecendo, e o espírito do colar não ataca durante o dia segundo contou Vó Gertrudes. Amanheceu e o pessoal começou a procurar a madrinha de representação de Mônica. Acontece que a tal madrinha tinha mudado de cidade e as pessoas conhecidas dela perderam seu endereço. Foi um pergunta daqui, um pergunta dali. Até que localizaram Madalena, a tal madrinha, em um distrito de um município vizinho. Madalena chegou ao entardecer na fazenda. Trouxeram a água benta e pediram para ela entrar na casa de Jussara rezando a oração do credo e encontrar Mônica. Madalena estava com um pouco de medo, mas lá foi. Não tinha outra opção senão essa. Rezando o credo, encontrou Mônica rodeada de ossos humanos. Ela foi ficando fraca com a oração da madrinha. Madalena jogou a água nela, que fez ela cair no chão e se estrebuchar. A água estava queimando ela. Madalena correu e tirou o colar do seu pescoço. Mônica foi voltando em si. Correu e abraçou a madrinha chorando muito. Quanto ao colar, foi enterrado no cemitério da cidade. Ninguém nunca mais teve coragem de passar perto desse túmulo. Dizem que em noite de lua cheia, se ouve a voz do espírito do colar chamando as pessoas para libertá-lo, pois ele está com fome de carne humana e sede de sangue.
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