Revista 53

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56 Saúde

Fobia

Você tem medo de quê?

Descubra a solução para todas as suas fobias

*Por Charlles Lucena e Heydrich Virgulino

Segundo o dicionário Aurélio, ‘medo’ significa “um sentimento de viva inquietação ante uma noção de perigo real ou imaginário”. Deixemos claro, primeiramente, que este se trata de um sentimento normal, inerente a todos nós e presente em algum momento de nossa existência. Às vezes, o medo pode ser um aliado, nos resguardando de uma situação de risco ou imprudência. Outras vezes, entretanto, ele pode ser intenso e irracional, com grande impacto em nossa rotina e causando considerável prejuízo biopsicossocial. Neste caso, o medo recebe o nome de fobia. Esse pavor irracional faz parte do espectro dos transtornos ansiosos (assim como o transtorno do pânico e o transtorno obsessivo-compulsivo, entre outras patologias) e é caracterizado por um medo exagerado, asfixiante e desproporcional ao objeto ou situação em questão, podendo causar reveses graves em nossa qualidade de vida. Temos dois tipos de transtornos fóbicos: as fobias sociais e as específicas. A social, como o próprio nome diz, é um medo intenso e persistente de sentir humilhação ou vergonha em situações sociais ou de desempenho, nas quais o indivíduo teme ser julgado e criticado. A maioria dos casos tem início na infância ou adolescência, período em que a diferenciação entre a ansiedade normal e a patológica pode ser particularmente difícil, tornando necessário o reconhecimento de aspectos desenvolvimentais. O transtorno se mostra principalmente em casos que exigem exposição a um grupo de pessoas, como em eventos ou palestras. Atos como falar em público, abordar figuras de autoridade ou até mesmo paquerar se tornam uma barreira intransponível, acarretando enorme prejuízo para as funções acadêmicas ou ocupacionais. Por outro lado, as fobias específicas estão relacionadas a determinados objetos ou situações que desencadeiam uma forte reação de ansiedade, como insetos, alturas, lugares fechados, águas rasas ou profundas, elevadores, aviões, escuridão, entre outros. O tratamento das fobias pode ser medicamentoso ou psicoterápico, com melhor prognóstico se houver a associação dos dois. Os medicamentos mais usados são os antidepressivos, que atuam em neurotransmissores responsáveis pela sensação de ansiedade causada pelos elementos fóbicos, diminuindo os sintomas e devolvendo ao indivíduo sua qualidade de vida. Dentre as psicoterapias, a cognitivo-comportamental é a mais estudada hoje em dia e a que tem obtido uma melhor resposta dos portadores de fobias, ela é realizada através de técnicas de dessensibilização e exposição gradual ao objeto fóbico. Só não vale ter medo de se tratar. *Charlles Lucena Psiquiatra pelo HSVP - SES / DF Professor de Psiquiatria FCM/PB Preceptor da Residência em Psiquiatria da FAMENE

*Heydrich Virgulino Psiquiatra pela UFBA Mestre em Neuropsiquiatria pela UFPE www.clinicapsiq.com.br Informações, dúvidas ou sugestões (83) 3246-6508 (a redação)


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