Revista Fale! Edição 66

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indústria. Ao lado, o senador Tasso Jereissati, o ministro da Fazenda, Guido Mantega e o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, participam do 4º Encontro Nacional da Indústria, promovido pela CNI. Abaixo, Mantega, Monteiro e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf Foto Marcello Casal Jr _ ABr

20% comparado ao euro, um pouco mais que isso diante da libra esterlina, da Inglaterra, e mais de 40% em relação ao peso argentino. O diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista Júnior, informou que apenas duas moedas valorizaram mais que a moeda brasileira: o rande, da África do Sul, e o dólar australiano. Para o chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas Gomes, existe ainda “perspectiva inequívoca de mais valorização do real”, por causa da enxurrada de dólares no mercado nacional, mesmo com a taxação de 2% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para ele, foi uma decisão acertada a taxação dos investimentos estrangeiros em renda fixa e em Bolsa de Valores. “O câmbio é o problema mais sério que temos hoje no curto prazo”, afirmou Freitas.

De acordo com Monteiro Neto, o Brasil foi bem-sucedido na travessia da crise financeira internacional, que afetou seriamente a indústria pela falta de crédito. Houve forte desaceleração da produção nacional, segundo ele, embora o setor venha se recuperando há nove meses, de forma lenta e gradual, e uma eventual mudança desse ritmo dependerá muito do retorno das exportações, ora prejudicadas pela valorização cambial, disse ele. O presidente da CNI está confiante, contudo, na recuperação industrial com mais velocidade, uma vez que “os sinais de aumento da atividade econômica são bons”. Para ele, não há dúvida de que a economia vai crescer em 2010. A questão agora, salientou, é saber se esse crescimento será sustentado nos anos seguintes, pois não se pode perder de vista que “o dólar tende a perder importância como moeda padrão”. Armando Monteiro Neto acredita que a maior concorrência, com a prewww.revistafale.com.br

sença mais ativa no mercado de bancos estrangeiros, e a recuperação da economia brasileira farão os bancos brasileiros voltar a financiar vigorosamente o sistema produtivo. “O sistema financeiro brasileiro sempre teve enorme aversão ao risco, pelos ganhos fáceis com a inflação alta, antes da estabilização, e depois pelo excesso de normas, resultando em spreads extraordinariamente elevados”, constata Monteiro. “Com o ambiente de estabilidade que está se consolidando no Brasil, o sistema financeiro privado precisa ser sócio da produção e se adaptar às novas realidades, financiando inclusive ativos intangíveis, como projetos de inovação.”

Dólar a R$ 2,60.

Ao divulgar estudo do banco de investimentos Goldman Sachs segundo o qual o câmbio de equilíbrio para o Brasil (o valor ideal do dólar) seria de R$ 2,60, o NOVEMBRO de 2009 | Fale

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