Vivo arte.mov 2007

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Tecnologias sociais e o social nas tecnologias 46 Um dos aspectos mais potentes da cultura de rede é a forma como a tecnologia amplia as relações sociais. Mas não se sabe, ao certo, que trocas efetivas as redes permitem. Se, por um lado, a inserção das tecnologias mais recentes no mercado de consumo implica na exclusão do acesso mais amplo, por outro lado tecnologias de baixo custo geram um contexto de relativa democratização das tecnologias – para sermos minimamente otimistas. Em todo caso, vale lembrar que há uma distância grande entre acesso e compreensão, entre informação e conhecimento. O surgimento de “bolhas” de relações privadas é um dos efeitos sensíveis do uso de tecnologias supostamente coletivas para estabelecer trocas que voltam ao modelo “um e um”. A rede, neste caso, apenas aprimora diálogos já possíveis de outra forma, ao invés de consolidar trocas entre pessoas ou setores da sociedade até então apartados. O fenômeno é oposto ao otimismo das teorias mais eufóricas sobre a revolução da cibercultura. O objetivo do painel Tecnologias sociais e o social nas tecnologias é discutir como as tecnologias em rede (sejam elas fixas ou móveis) proporcionam desdobramentos sociais interessantes ou novamente, num outro extremo, distópicos. Enfrenta-se aqui, por exemplo, o “como viver junto em rede”, uma vez que as redes tecnológicas se inserem nas relações entre as pessoas de forma brutal, com suas perspectivas de compartilhamento, trocas e existência virtual.


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