Revista ECOLÓGICO - Edição 70

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renda, que não têm condição para pagar por ajuda médica. “Isso é um problema de ordem político-social, porque hoje o Estado está muito pouco preparado para dar resposta a essas pessoas. O Alzheimer é uma doença cara. Hoje há várias coisas que o governo pode oferecer, mas ainda é muito pouco.” POR UM FINAL FELIZ Na casa de Gleis, havia momentos em que os cuidados com dona Alaíde envolviam todo mundo. “À noite, ela cismava de subir em um banquinho para trocar a lâmpada. Só que ela não queria trocar, queria costurar a lâmpada. Então, fingia que estava sempre enfiando uma linha na agulha”, conta a advogada. Mas essa fase de agitação, para Gleis, deve ser vista com bons olhos pelos familiares, apesar de exigir muita paciência. “É cansativo? Demais. Mas tem que aproveitar enquanto eles estão fazendo bagunça, arte, porque chega uma

certa fase da doença que eles parecem desistir de viver. Esse foi o momento mais difícil pra mim.” No entanto, as consequências do Alzheimer não impedem que a doença seja tratada de forma mais saudável – sobretudo quando se pensa que todos somos mortais e desejamos igualmente um final de vida feliz, independentemente de nossa situação. A história de Vovó Nilva, por exemplo, só nos lembrou que conduzir o cotidiano com mais leveza não atrapalha ninguém. Só ajuda. “Ou tu ris ou tu sucumbes ao desespero”, sentencia Fernando, com seu sotaque gaúcho. As postagens e histórias sobre Vovó Nilza serão publicadas no livro “Quem, eu?”, com previsão de lançamento ainda neste mês. E como o famoso neto aprendeu, ao realizar o sonho da avó em conhecer as Cataratas do Iguaçu: “o que interessa não é a duração dos sorrisos. O que importa é que eles, um dia, estiveram ali”.

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lia tem que ser bem orientada para cuidar dele. É muito comum que partam para um enfrentamento, comecem a explicar demais para o familiar que ele esqueceu, e isso é péssimo”, afirma. Nessa hora, o melhor é seguir a terapia da validação – concordar com o paciente e não forçá-lo a compreender o mundo de outra forma que não a dele. “Obviamente isso não significa deixar o paciente fazer de tudo”, explica Nunes. “A Doença de Alzheimer é uma doença da família. Se ela não está preparada, a coisa implode e afeta todo mundo.” Em muitos casos, no entanto, a relação entre o idoso e o cuidador acaba sendo desgastante e impacta a qualidade dos cuidados cedidos ao paciente. É complicado, por exemplo, quando algum familiar deixa de ter vida própria em prol do paciente, que necessita de atenção severa. No entanto, segundo Moraes, essa é a realidade de várias famílias, principalmente as de menor

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