Revista Conservadora - Porque não existe um Partido Conservador no Brasil ?

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Porque não existe um Partido Conservador no Brasil? Percival Puggina

Embora registremos um número excessivo de partidos políticos, nenhum se apresenta ou pode ser definido como conservador. O fato surpreende por dois motivos. Primeiro porque o eleitorado que se diz conservador constitui parcela expressiva e crescente da sociedade brasileira. Segundo porque, no Império, tivemos um Partido Conservador cuja contraparte era o Partido Liberal. Apesar de haverem respondido pela estabilidade política do período, os dois foram extintos após a proclamação da República. Ao longo dos anos, a cada eleição para o Congresso Nacional, torço pelo sucesso de candidatos comprometidos com aquilo que, para simplificar o entendimento, chamo de conservadorismo nos valores e de liberalismo nas concepções políticas e econômicas. No detalhe, não é bem assim, sei. Em ampla proporção, os conservadores são, também, liberais. O que os distingue não é o liberalismo dos liberais, mas o conservadorismo dos conservadores. É ele que deveria demarcar as fronteiras políticas de um partido conservador. No entanto, pergunto: serão realmente conservadores os conservadores brasileiros? O principal motivo da inexistência de um partido conservador no Brasil está, a meu ver, em que os conservadores convergem bastante bem sobre o que não querem mudar, mas isso é pouco para dar consistência e permanência à mobilização política. Conservadorismo não é estagnação, nem utopia, nem salto ao desconhecido, mas ação com memória do passado, pés no chão e olhos abertos. Conservadorismo tampouco é uma doutrina, sendo-lhe impróprias quaisquer receitas de bolo ou vade-mécum, parece importante ressaltar que o adjetivo conservador, atribuído a uma pessoa, indica alguém que respeita o passado e a tradição, alguém que não anda às turras com a História cobrando contas ou amaldiçoando as próprias origens.


Sublinhe-se: o passado que se respeita e a tradição tanto podem ser representados pelo que se aprendeu dos antigos na singela universalidade do ambiente familiar, quanto se aprofundando no saber dos clássicos, perenizado na linha do tempo. Eis o ponto, enfim. O conservadorismo é incompatível com conceitos que dominam a cultura brasileira a respeito da identidade nacional. Um partido conservador não pode nascer entre os que pensam de si aquilo que os brasileiros pensam! O conservadorismo não combina com conceitos que saltitam diante dos meus olhos, cotidianamente, nas redes sociais. O complexo de vira-lata, a ideia de uma nação explorada, de riquezas exauridas, descoberta por acaso, povoada por gente da pior qualidade, de passado constrangedor e futuro incerto, nada, absolutamente nada tem a ver com o pensamento conservador! Entendido isso talvez possamos compreender o motivo do sucesso do Brasil Paralelo, suas séries e entrevistas, mostrando que nossa história é indissociável da história de Portugal e não começa no século XV, mas no século XI; que, por isso, somos herdeiros de um idioma latino, de uma cultura ocidental e de uma religião universal; que nós estamos nos cantos de Camões e foram choradas por nós as lágrimas que, nos versos de Fernando Pessoa, deram sal ao mar de Portugal. Milhares contam haver chorado de emoção ao assistirem esses vídeos. Descobriram, roçando as plantas daninhas da mentira e da ocultação da verdade, que têm raízes seculares, firmes e respeitáveis, lançadas em solo nobre, enriquecido por migrações que nos individualizam como nação, tornando-nos únicos em nossa pluralidade. Sem essa percepção não haverá conservadorismo no Brasil. Com ela, entenderemos a existência das plantas daninhas e dessa depressiva ocultação da verdade que eficazmente o sufoca em nosso país.

E O Eleitor Conservador? Observe a conduta de muitos dos principais meios de comunicação brasileiros, seus editoriais e mais badalados comentaristas. Não precisará muito tempo para concordar com esta afirmação: eles decidiram que o problema do Brasil não são os corruptos, nem é a esquerda retrógrada, nem a irracionalidade do modelo institucional, nem a irresponsabilidade fiscal dos parlamentos, nem a instabilidade criada pelo STF. O que tem que ser combatido no Brasil é o conservadorismo. Não lhe deve ser concedido direito de representação e precisa ser alvejado até que não reste em pé um só desses idiotas para que suas pautas não ganhem força institucional. Ampla maioria da população crê em Deus e reconhece a importância da religião e da instituição familiar. É contra a ideologia de gênero e quer proteger as crianças dos abusadores que pretendem confundir sua sexualidade. É contra o aborto, o desarmamento e a liberação das drogas. Quer segurança e bandidos na cadeia. Repudia o feminismo como pauta política, movimento revolucionário, ou fundamento de uma nova moral. Não admite a transformação da sala de aula em oficina onde o professor opera como torneiro de cabeças. Rejeita o deliberado acirramento de conflitos que se tenta impor em vista de diferentes cores de pele, olhos e cabelos; ou de classe, apetite sexual, faixa etária, renda. E por aí vai.


Os grandes veículos a que me refiro, ou advogam do lado oposto, ou jamais revelaram qualquer interesse por tais posições. Da ideologia de gênero ao feminismo mais transgressor. Degeneradas fazem orgia com símbolos sacros em via pública? Noticia-se o ocorrido como quem descreve um pôr do sol sobre a Lagoa, ou se fala em liberdade de manifestação e em tolerância. É a pretendida tolerância com o intolerável e com os intolerantes... De fato, o período que estamos vivendo oferece oportunidades extraordinárias para observarmos o principal alinhamento de grandes meios de comunicação. Mesmo quando há diferenças importantes entre eles, sobressai um denominador comum que resiste à desilusão de muitos profissionais com as antigas convicções. Até os que delas se divorciaram antes de ficarem viúvos da esquerda participam da confraria que pode ser definida como a união de quase todos no repúdio às posições conservadoras. E essa intransigência, hoje, tem como alvo o candidato Bolsonaro, saco de pancadas da eleição presidencial. Praticamente todos se dedicam a malhá-lo, haja ou não motivo para isso. Aliás, não precisaria motivo. O conservadorismo basta. Tal atitude reforça a natural conduta dos demais candidatos. A posição de Bolsonaro nas pesquisas já seria motivo suficiente para todos o atacarem. Com a mídia comandando a artilharia contra o adversário comum, o que pudesse haver de conservadorismo em qualquer deles foi jogado no arquivo morto. “A mídia rejeita e está ajudando”, dirão. Objetivo alcançado: há um único representante dessa importante corrente de opinião indispensável para realinhar aspectos essenciais da vida nacional. Agora, basta abatê-lo e esperar, ali adiante, a colheita integral do "progressismo" plantado por ação ou omissão. Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+.


Cinco Crimes do Foro de São Paulo. 1) Deu abrigo e proteção política a organizações terroristas e a quadrilhas de narcotraficantes e seqüestradores que nesse ínterim espalharam o vício, o sofrimento e a morte por todo o continente, fazendo mesmo do Brasil o país onde mais cresce o consumo de drogas na América Latina. 2) Ao associar entidades criminosas a partidos legais na busca de vantagens comuns, transformou estes últimos em parceiros do crime, institucionalizando a ilegalidade como rotina normal da vida política em dezenas de nações. 3) Burlou todas as constituições dos seus países-membros, convidando cada um de seus governantes a interferir despudoradamente na política interna das nações vizinhas, e provendo os meios para que o fizessem “sem que ninguém o percebesse”, como confessou o sr. Lula, e sem jamais ter de prestar satisfações por isso aos seus respectivos eleitorados. 4) Ocultou sua existência e a natureza das suas atividades durante dezesseis anos, enquanto fazia e desfazia governos e determinava desde cima o destino de nações e povos inteiros sem lhes dar a mínima satisfação ou explicação, rebaixando assim toda a política continental à condição de uma negociação secreta entre grupos interessados e transformando a democracia numa fachada enganosa. 5) Gastou dinheiro a rodo em viagens e hospedagens para muitos milhares de pessoas, durante vinte e três anos, sem jamais informar, seja ao povo brasileiro, seja aos povos das nações vizinhas, nem a fonte do financiamento nem os critérios da sua aplicação. Até hoje não se sabe quanto das despesas foi pago por organizações criminosas, quanto foi desviado dos vários governos, quanto veio de fortunas internacionais ou de outras fontes. Nunca se viu uma nota fiscal, uma ordem de serviço, uma prestação de contas, um simulacro sequer de contabilidade. A coisa tem a transparência de um muro de chumbo. Olavo de Carvalho


O FORO DE SÃO PAULO – POR GRAÇA SALGUEIRO Fruto do trabalho de 18 anos de pesquisas e estudos com dedicação exclusiva, Graça Salgueiro, a maior especialista em política latino americana do Brasil, traz ao conhecimento do público toda a história e desdobramentos dessa organização que se pretendia infalível na implantação do socialismo em nosso continente, e agora agoniza a olhos vistos apesar de ainda estar muito viva. Enfim o público brasileiro poderá conhecer e entender, de fontes fidedignas, a formação e as ações da mais perigosa organização revolucionária das Américas, escondida durante mais de 15 anos pela grande mídia brasileira. Com rica bibliografia de fontes primárias do próprio Foro, além de informações colhidas por dissidentes e personagens importantes dos bastidores da política Sul-Americana, o livro se revela fundamental para quem quer entender os últimos 20 anos da política brasileira e o que se nos avizinha num futuro próximo, no Brasil e nas Américas. Compre o Livro: gracita.salgueiro@gmail.com O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA NÃO SER UM IDIOTA Os 193 artigos e ensaios de Olavo de Carvalho, organizados por Felipe Moura Brasil em O mínimo que você precisa saber para não ser idiota, são uma pequena parcela dos textos assinados pelo filósofo em diversos veículos da imprensa brasileira entre 1997 e 2013. Com originalidade e veemência, o autor reflete sobre temas do dia a dia, analisa as notícias, o que nelas fica subentendido e procura entender o que se passa na cabeça do-brasileiro. Da juventude à maturidade, da economia à cultura, da ciência à religião, da militância à vocação, do regime militar ao petismo de Lula e Dilma, do governo de George W. Bush ao de Barack Obama, entre outros muitos temas são alvo do olhar arguto do autor. Os assuntos não se esgotam em si mesmos e fornecem elementos para a compreensão dos demais. Saiba Mais (AMAZON)


Porque é mais difícil pensar como um Conservador?

Por Roger Scruton “Why it’s so much harder to think like a Conservative” The Guardian, 10 de setembro de 2014.

A política é uma questão de improvisação diária, e muitas vezes parece que os principais partidos são guiados apenas pelo desejo de permanecer no poder e não por qualquer filosofia que possa justificar sua atuação. Seja qual for a verdade nessa observação, no entanto, sabemos que o Labour (partido trabalhista inglês) cresceu a partir de uma visão distinta da sociedade e que ainda pode se apoiar em idéias de igualdade e justiça social para justificar o que está tentando fazer. Será que o Tory (partido conservador inglês) pode fazer o mesmo? Existe uma filosofia política que encapsula os objetivos e aspirações daqueles que chamamos de “conservadores”, e com os quais o partido ainda concorda? Minha opinião é que tal filosofia existe e que o partido se adequaria a ela se tivesse o hábito de pensar nas coisas. No entanto, pensar é um hábito pouco habitual e precário para os conservadores. Não porque eles sejam mais estúpidos do que seus rivais socialistas ou liberais, embora John Stuart Mill notoriamente tenha dito que eles o sejam. É porque eles acreditam que o bom governo não está fundamentado em ideias abstratas, mas em situações concretas, e que situações concretas são difíceis de compreender. As ideias abstratas como a igualdade e a liberdade têm uma transparência espúria e podem ser usadas para derivar teoremas agradáveis à maneira de Jean-Jacques Rousseau ou John Rawls. Mas aplicá-los levanta a questão: para o quê ou para quem? Qual grupo de pessoas deve ser feito mais igual e quem deve ser mais livre? Essas não são perguntas a serem respondidas por abstrações. São questões de identidade: quem somos e por que temos o direito de usar esse mesmo pronome – “nós” – para nos descrever.

Para os conservadores, todas as disputas sobre direito, liberdade e justiça são dirigidas a uma comunidade histórica e existente. A raiz da política, eles acreditam, é o apego – o motivo que liga os seres humanos ao lugar, aos costumes, à história e ao círculo de pessoas que lhes pertencem. Quando os socialistas prometem uma sociedade mais igualitária, estão falando sobre nós; quando os liberais propõem expandir a lista de direitos humanos, eles se referem aos direitos que nós desfrutamos. A língua da política é falada na primeira pessoa do plural e, para os conservadores, o dever do político é manter a existência dessa primeira pessoa do plural. Sem isso, a lei se torna uma imposição forânea, não nossa, mas deles, como leis impostas por um poder conquistador. Os conservadores não são reacionários. Como Edmund Burke disse, “devemos reformar para conservar” – ou, em um idioma mais moderno: devemos nos adaptar. Mas a adaptação significa sobrevivência e sobrevivência significa uma identidade mantida. É muito fácil descartar o conservadorismo em nome dos ideais universais do Iluminismo. Mas governos são eleitos por pessoas específicas em um local específico e devem atender às necessidades das pessoas – incluindo a mais importante de suas necessidades, que é a necessidade de estarem vinculada aos seus vizinhos em uma relação de confiança. Se deixarmos de manter “pessoas específicas em um lugar específico”, todos os princípios políticos serão inúteis, pois não haverá comunidade com interesse em segui-los.


É por isso que, em todos os debates políticos de pós-guerra em nosso país, os conservadores enfatizaram a defesa do país, a manutenção das fronteiras nacionais e a unidade da nação. Por isso, eles agora entram em um período de dúvidas, à medida que a nação se desintegra em seus segmentos historicamente estabelecidos, enquanto as regulações europeias dissolvem nossas fronteiras. O conservadorismo não se encaixa facilmente em ideais abstratas. E para muitos dos seus defensores é tudo o que o conservadorismo representa – a suspeita de ideais. Afinal, o ideário socialista da igualdade levou à crença de que o patriotismo equivale ao racismo e que o apego a um modo de vida estabelecido é meramente uma discriminação injusta contra aqueles que dele não o compartilham. O resultado foi a fragmentação da sociedade em nome do “multiculturalismo”. E o ideário liberal dos direitos humanos universais também conduziu a uma destruição de vínculos, já que vínculos são uma forma de discriminação e, portanto, uma maneira de dar preferência àqueles que já fazem parte deste estilo de vida. Ideais abstratos, argumentam os conservadores, são inevitavelmente destrutivos, uma vez que minam o lento e constante trabalho da política real, que é fruto de negociação e concessões entre pessoas cujos interesses nunca coincidirão. Vendo a política desta forma, no entanto, os conservadores estão expostos à acusação de que não têm uma visão positiva ou algo para nos oferecer, exceto o status quo – com todas as suas injustiças e desigualdades, e toda a sua corrupção impregnada. Justamente por causa dessa acusação que devemos nos dedicar a pensar de verdade. Em “Como ser um Conservador”, ofereço uma resposta a essa queixa atual e, ao fazê-lo, distancio o conservadorismo daquilo que o que os críticos de esquerda chamam de “neoliberalismo”. O conservadorismo, argumento, não é uma questão de defender o capitalismo global a todo custo, ou garantir os privilégios dos poucos contra os muitos. É uma questão de defender a sociedade civil, manter instituições autônomas e defender o cidadão contra o abuso de poder. Seu motivo subjacente não é a ganância ou a ânsia de poder, mas simplesmente o apego a um modo de vida.

Se olharmos para os grandes problemas que enfrentamos hoje – a UE, a imigração em massa, a união, o extremismo islâmico, o meio ambiente – certamente veremos que a visão conservadora corretamente identifica o que está em jogo: a sobrevivência do nosso modo de vida. Os conservadores não são muito bons em articular esse ponto, e a censura liberal esquerdista intimida aqueles que tentam fazê-lo. Mas é uma falha nas ideias socialistas e liberais que elas possam ser facilmente articuladas – uma prova de que eles evitam a tarefa filosófica real e dura, que é a de ver a sociedade civil como é, e reconhecendo que é mais fácil destruir as boas coisas em nome de um ideal do que mantê-las como uma realidade. Tradução: Guilherme-Pradi-Adam Revisão: hsilver Fonte: Tradutores de Direita


A Feminização do mundo é prejudicial aos Meninos. David French À medida que a nossa sociedade desaprende a masculinidade e feminiza cada estágio da vida masculina, os meninos pagam um preço enorme. Deixe-me compartilhar com vocês duas notícias preocupantes – e, creio eu, intimamente ligadas. A primeira vem como cortesia de Mark Perry, do American Enterprise Institute. Em um gráfico, ele destaca a diferença dramática e crescente entre os sexos no ensino superior. Em suma, as mulheres dominam: A segunda vem de Emma Green do The Atlantics. Detalhando os resultados de uma pesquisa conduzida por sua revista e pelo Public Religion Research Institute, ela observa que 61 por cento dos homens brancos da classe trabalhadora vêm a universidade como uma “aposta arriscada”. O relatório de Green continha esta explicação: “A narrativa duradoura do sonho americano é que, se você estudar, obter uma educação universitária e trabalhar duro, você pode subir na vida”, disse Robert P. Jones, CEO do PRRI. “A pesquisa mostra que muitos americanos da classe trabalhadora branca, especialmente os homens, já não vêm esse caminho disponível para eles… É este sentimento de fatalismo econômico, mais do que apenas dificuldades econômicas, que foi o fator decisivo no apoio a Trump entre os eleitores da classe trabalhadora branca. “Não se engane, se esses números mostrassem uma diferença educacional equivalente (e crescente) na direção oposta, a esquerda feminista declararia uma emergência cultural. Na verdade, declarou uma emergência cultural apesar do desempenho educacional dominante das mulheres. Como observa Perry, nossas faculdades estão cheias de iniciativas de “centros de mulheres” e “equidade de gênero” que são dedicadas exclusivamente ao sucesso feminino (ou quase exclusivamente). Quando vai parar de existir uma crise para as mulheres no campus? Quando já atingem dois terços da população do ensino superior? Quando três de cada quatro graduados da faculdade são mulheres?

Nossa sociedade está desaprendendo a masculinidade, feminizando cada estágio da vida masculina, e os meninos estão pagando um preço enorme. Considere a feminização do lar – ocorrendo em duas frentes simultaneamente. Em primeiro lugar, e mais importante, a dissolução da família traz um aumento da ausência do pai, e por mais que nossa cultura louve as mães solteiras (e às vezes – mas nem sempre – as mães fazem esforços realmente heróicos para preencher a lacuna), os meninos precisam de pais. É simples assim. Homens e mulheres em geral têm diferentes papéis a desempenhar na vida de seus filhos, e um menino vê em um bom pai os frutos de uma masculinidade corretamente canalizada e devidamente vivida. Ele tem nele um modelo, muitas vezes um herói, que vive na maior proximidade possível. Mas além da ausência do pai, está a feminização crescente da própria família mesmo aquela com dois pais. Modelos de vida doméstica intencionalmente elaborados para quebrar antigos estereótipos e normas culturais cada vez mais tratam os pais não como “mãe e pai”, mas como “Progenitor 1 e Progenitor 2.” [*] As crianças não são irmão e irmã, mas “Criança 1 e Criança 2.” Já não existem caminhos diferentes para meninos e meninas, mas caminhos únicos para seres especiais esvoaçantes como flocos de neve.


Quem vai dizer o que é masculino? Quem vai dizer o que é feminino? No entanto, a única coisa que sabemos é que os estereótipos das características masculinas de agressão, risco e trabalho duro e jogos de alta energia são “tóxicos” e precisam ser medicados ou educados fora de casa. Acrescente-se à casa feminizada a escola feminizada, com sua tolerância zero, medo mortal de qualquer coisa remotamente marcial e sua implacável ênfase na compaixão e nutrição ao invés de exploração e aventura (a menos que o aventureiro seja uma mulher). Nós amamos a Terra. Não a conquistamos. Escola primária é um lugar de abraços, não de conflito, e brincar é ser pacífico acima de tudo. Não mais se encenam batalhas. Não mais armas de brinquedo. Não mais desenhos de tanques ceifando hordas nazistas. E quando a natureza se impõe contra os desejos do ideólogo? Aí entram a medicação e a educação. Finalmente, os jovens se graduam para um trabalho cada vez mais feminizado. Parte disso é uma função do politicamente correto, e parte dela é simplesmente uma função da economia em mudança. Não precisamos de tantas costas e braços fortes para fazer a América grande. Há mais cubículos, mais pessoas digitando, e mais pessoas falando. É ótimo ser loquaz. Em lugar de ensinar os homens a canalizar sua agressividade e espírito aventureiro de maneiras produtivas, pedimos-lhes para sufocar suas naturezas mais verdadeiras. A força éOh, e quando os homens que trabalham nos cubículos tentam arrumar seus espaços para hobbies, esportes e outras atividades, eles são muitas vezes objetos de zombaria. Por que um contador precisa de um Ford F-150? Olhe para aquele advogado comprando uma motosserra. Ele não sabe como ele é ridículo? estritamente opcional. Em lugar de ensinar os homens a canalizar sua agressividade e espírito aventureiro de maneiras produtivas, pedimos-lhes para sufocar suas naturezas mais verdadeiras. Em vez de ensiná-los a proteger os outros, mentimos e declaramos que toda violência é má. Em vez de dizer a verdade de que homens e mulheres são diferentes, tentamos transformar homens em mulheres.

Privilegiamos as histórias daqueles que achavam opressivas as normas tradicionais de gênero (como os gays e seus primos metrossexuais) e comemoramos o fim da masculinidade tradicional que vinha servindo melhor à grande maioria dos homens e dos meninos. Não é possível preservar a masculinidade enquanto se demonstra compaixão por aqueles que não se conformam? Precisamos queimar tudo? Há poucos pontos de vista mais profundamente significativos do que ver um filho crescer com um bom pai, para vê-lo assumir as melhores características do seu pai, ao mesmo tempo forjar seu próprio caminho. É importante ver e saber que durante toda a vida desse jovem, seu pai não estava apenas o protegendo e nutrindo, ele também estava desafiando-o, empurrando-o para ser mais forte mentalmente, fisicamente e emocionalmente. Para esse fim, é hora de lembrar que a força é uma virtude, corretamente canalizada, a agressão cria e preserva a civilização em si, e não há nada de inerentemente tóxico sobre a masculinidade. A feminização de tudo não apenas atrapalha nossos meninos. No longo prazo, destruirá nossa nação. Nota do tradutor, Heitor De Paola: [*] Parent 1 and Parent 2. Publicado originalmente National Review

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A grande mídia martela incessantemente no mito do “aquecimento global”. E agora que a nova administração americana afasta ideólogos de esquerda que defendiam esse mito na EPA (Environmental Protection Agency), espécie de Ministério de Meio Ambiente, a gritaria midiática ficou mais forte. Mas essa mídia não informa que até o glorificado ambientalista inventor da ainda mais fantasiosa “hipótese Gaia” há alguns anos havia se afastado do “alarmismo” em matéria de “mudança climática”. James Lovelock, criador da hipótese ambientalista segundo a qual a Terra formaria um só organismo “vivo” apelidado “Gaia”, admitiu em entrevista à MSNBC que foi “alarmista” a respeito de “mudança climática”. À guisa de desencargo de consciência, comentou que também outros ambientalistas famosos, como Al Gore, caíram no mesmo erro. Um dos pais fundadores do ambientalismo hodierno, Lovelock tem esperança de que a suspirada “mudança climática” ainda aconteça, mas lamentou que não virá tão rápido quanto ele anunciava. Em 2006, em artigo no jornal inglês “The Independent”, Lovelock escreveu que “antes do fim deste século bilhões de homens terão morrido e os poucos casais que sobrevivam ficarão no Ártico, onde o clima ainda será tolerável”. Agora, em entrevista telefônica à MSNBC, reconheceu que estava “extrapolando demais”. Parafraseando os argumentos dos cientistas objetivos, explicou: “O problema é que não sabemos o que é que o clima vai fazer. Há 20 anos nós achávamos que sabíamos. Isso nos levou a escrever alguns livros alarmistas – o meu inclusive – porque parecia evidente, porém não aconteceu”. – “O clima está fazendo suas trapaças habituais. Em verdade, não há muita coisa acontecendo ainda, quando nós deveríamos estar num mundo a meio caminho da fritura”. – “O mundo não se aqueceu muito desde o milênio. Doze anos é um tempo razoável … ela [a temperatura] manteve-se praticamente constante, quando deveria ter ido aumentando”. Em 2007, a revista “Time” incluiu Lovelock na lista dos 13 líderes e visionários “Heróis do Meio Ambiente”, onde também figuravam Al Gore, Mikhail Gorbachev e Robert Redford. Interrogado se agora tinha virado um “cético” do aquecimento global, Lovelock respondeu à MSNBC: “Depende do que o Sr. entende por “cético”. Eu não sou um negacionista”. Ele explicou que ainda acredita que a mudança climática esteja acontecendo, mas que seus ----

Aquecimento global”: pai da “hipótese Gaia” se arrepende do seu alarmismo

Por: Luis Dufaur efeitos serão sentidos num futuro mais longínquo do que se acreditava.“Teremos o aquecimento global, mas ficou adiado um pouco”, explicou. “Eu-cometi-um-erro” Lovelock esclareceu que não se importava em dizer: “Tudo bem, eu cometi um erro”. Na entrevista, ele insistiu que não tirava uma só palavra de seu livro base “Gaia: um novo olhar dobre a vida na Terra”, publicado em 1979. Mas reconheceu que no livro “A vingança de Gaia”, de 2006, ele tinha ido longe demais falando da Terra superaquecida no fim do século. – “Eu deveria ter sido um pouco mais cauteloso, porém, teria estragado o livro”, brincou cinicamente. Militantes ambientalistas só puderam concordar, embora desanimados, com o mea culpa de Lovelock. Peter Stott, chefe do monitoramento do clima no Met Office Hadley Centre, da Inglaterra, disse que o guru foi alarmista demais prevendo que os homens seriam obrigados a viver no Ártico por causa do “aquecimento global”. Também concordou que o aquecimento dos últimos anos foi menor do que o previsto pelos modelos climáticos. Keya Chatterjee, diretor internacional de política climática do grupo ambientalista WWF-EUA, disse em comunicado que estava “difícil não se sentir esmagado e ficar derrotista”, e sublinhou que a conversa alarmista não ajuda a convencer as pessoas. A credibilidade das hipóteses ambientalistas está efetivamente caindo cada vez mais baixo.


Vamos falar o português claro: Aquele que não dá o melhor de si para adquirir conhecimento e aprimorar-se intelectualmente não tem nenhum direito de opinar em público sobre o que quer que seja. Nem sua fé religiosa, nem suas virtudes morais, se existem, nem os cargos que porventura ocupe, nem o prestígio de que talvez desfrute em tais ou quais ambientes lhe conferem esse direito. Discussão pública não é mera troca de opiniões pessoais, nem torneio de autoimagens embelezadas: é eminentemente intercâmbio de altos valores culturais válidos para toda uma comunidade humana considerada na totalidade da sua herança histórica, e não só num momento e lugar. O direito de cada um à atenção pública é proporcional ao seu esforço de dialogar com essa herança, de falar em nome dela e de lhe acrescentar, com as palavras que dirige à audiência, alguma contribuição significativa. O resto, por “bemintencionado” que pareça, é presunção vaidosa e vigarice. Todos os males do Brasil provêm da ignorância desses princípios. Políticos, empresários, juízes, generais e clérigos incultos, desprezadores do conhecimento e usurpadores do seu prestígio, são os culpados de tudo o que está acontecendo de mau neste país, e que, se esses charlatães não forem expelidos da vida pública, continuarão aumentando, com ou sem PT, com ou sem “impeachment”, com ou sem “intervenção militar”, com ou sem Smartmatic, com ou sem Mensalão e Petrolão.

Desprezo pelo conhecimento e amor à fama que dele usurpa mediante o uso de chavões e macaquices são os pecados originais da “classe falante” no Brasil. Só o homem de cultura pode julgar as coisas na escala da humanidade, da História, da civilização. Os outros seguem apenas a moda do momento, criada ela própria por jornalistas incultos e professores analfabetos, e destinada a desfazer-se em pó à primeira mudança da direção do vento. A cultura pessoal é a condição primeira e indispensável do julgamento objetivo. A incultura aprisiona as almas na subjetividade do grupo, a forma mais extrema do provincianismo mental. Vou lhes dar alguns exemplos de desastres nacionais causados diretamente pela incultura dos personagens envolvidos. Só pessoas prodigiosamente incultas podem ter alguma dificuldade de compreender que uma eleição presidencial com apuração secreta, sem transparência nenhuma, é inválida em si mesma, independentemente de fraudes pontuais terem ocorrido ou não. O número de jumentos togados e cretinos de cinco estrelas que, mesmo opondo-se ao governo, raciocinam segundo a premissa de que a sra. Dilma Rousseff foi eleita democraticamente em eleições legítimas, premissa que lhes parece tão auto evidente que não precisa sequer ser discutida, basta para mostrar que o estado de calamidade política e econômica em que se encontra o país vem precedido de uma calamidade intelectual indescritível, abjeta, inaceitável sob todos os aspectos.


O Império da Ignorância

Quando na década de 90 os militares aceitaram e até pediram a criação do “Ministério da Defesa”, foi sob a alegação de que nas grandes democracias era assim, de que só republiquetas tinham ministérios militares. Respondi várias vezes que isso era raciocinar com base no desejo de fazer boa figura, e não no exame sério da situação local, onde a criação desse órgão maldito só serviria para aumentar o poder dos comunistas. Mil vezes o Brasil já pagou caro pela mania de macaquear as bonitezas estrangeiras em vez de fazer o que a situação objetiva exige. Esse caso foi só mais um da longa série. Mesmo agora, quando a minha previsão se cumpriu da maneira mais patente e ostensiva, ainda não apareceu nenhum militar honrado o bastante para confessar sua incapacidade de relacionar a estrutura administrativa do Estado com a disputa política substantiva. Continuam teimando que a ideia foi boa, apenas, infelizmente, estragada pelo advento dos comunistas ao poder – como se uma coisa não tivesse nada a ver com a outra, como se fosse tudo uma soma fortuita de coincidências, como se a demolição do prestígio militar não fosse um item constante e fundamental da política esquerdista no país e como se, já no governo FHC, a criação do Ministério não fosse concebida como um santo remédio, com aparência legalíssima, para quebrar a espinha dos militares. Fonte: Olavodecarvalho.org

Um dos traços mais característicos da incultura brasileira, já assinalado por escritores e cientistas políticos desde a fundação da República pelo menos, é a subserviência mecânica a modelos estrangeiros copiados sem nenhum critério. Numa sociedade culturalmente atrofiada, a coisa mais inevitável é que todas as correntes de opinião que aparecem na discussão pública sejam apenas cópias ou reflexos de modelos impostos, desde o exterior, por lobbies e grupos de pressão que têm seus próprios objetivos globais e não estão nem um pouco interessados no bem-estar do nosso povo. Cada “formador de opinião” é aí um boneco de ventríloquo, repetidor de slogans e chavões que não traduzem em nada os problemas reais do país e que, no fim das contas, só servem para aumentar prodigiosamente a confusão mental reinante. Como é possível que, num país onde cinquenta por cento dos universitários são reconhecidamente analfabetos funcionais e os alunos dos cursos secundários tiram sistematicamente os últimos lugares nos testes internacionais, o currículo acadêmico de um professor continue sendo aceito como prova inquestionável de competência? Não deveria ser justamente o oposto? Não deveria ser um indício quase infalível de que, ressalvadas umas poucas exceções, o portador dessa folha de realizações é muito provavelmente, por média estatística, apenas um incompetente protegido por interesses corporativos? Terá sido revogado o “pelos frutos os conhecereis”? A interproteção mafiosa de carreiristas semianalfabetos unidos por ambições grupais e partidárias tornou-se critério de qualificação intelectual? Não é mesmo um sinal, já não digo de mera incultura, mas de positiva debilidade mental, que os mesmos apologistas do establishment universitário fossem os primeiros a apontar como mérito imarcessível do candidato Luís Ignácio Lula da Silva, em duas eleições, a sua total carência de quaisquer estudos formais ou informais? Não chegava a prodigiosa incultura do personagem a ser louvada como sinal de alguma sabedoria infusa? Todo sujeito que, à exigência de conhecimento, opõe o louvor evangélico aos “simples”, é um charlatão. Jesus prometeu aos “simples” um lugar no paraíso, não um palanque ou uma cátedra na Terra.


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As Universidades e a falsa Liberdade Acadêmica Mindszenty As faculdades e universidades de hoje tornaram-se centros de doutrinação política de alto custo. Trata-se de um sistema único na histórica do homem, em que aqueles que são doutrinados e mal treinados para o mundo real têm de pagar a seus doutrinadores, seja gastando as economias de suas famílias, seja obtendo empréstimos subsidiados pelo governo. Para assegurar que a doutrinação não desvie muito da linha do politicamente correto, professores e administradores erigiram um sistema de controle, a fim de garantir que somente aqueles que aceitam o “pensamento de grupo” a respeito de injustiças raciais, étnicas, ambientais e econômicas sejam autorizados a ensinar. Esse sistema de controle começa com quem logra ser admitido na graduação, quais temas de dissertação são aprovados, quem é contratado para o professorado, quem se titulariza e, mais tarde, para alguns poucos escolhidos, quem consegue tornar-se administradores de alta remuneração. Então, apenas para se certificar de que não há falhas no sistema, os professores organizam programas de estudos de gênero e estudos étnicos, para que possam mobilizar os ativistas do campus a atacar quaisquer desertores em suas fileiras. Como outro resguardo para esta gaiola de ferro, burocratas federais impõem e interpretam uma série de regulamentos sobre faculdades e universidades. O Título IX provou ser uma ferramenta eficaz para rachar a dominação masculina sobre os esportes nas universidades e até mesmo um instrumento melhor para forçar o pensamento de grupo no campus.


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Imagem da Internet - Ilustração: Universidade

A “Novilíngua” do Big Brother de George Orwell parece rústica em comparação com a atual compreensão do que seja “liberdade acadêmica”, “comunidade de estudiosos”, “justiça social” e “zonas de liberdade de expressão”. A “Liberdade Acadêmica” Orwelliana Por toda a América, as universidades e faculdades estão criando “zonas de liberdade de expressão” e restringindo a liberdade de expressão. Costumava haver uma “zona de liberdade de expressão” chamada América, mas não mais nos campi universitários. Em vez de permitir que professores e alunos manifestemse livremente na sala de aula ou no campus, os administradores universitários têm adotado políticas para restringir a liberdade de expressão. Evidentemente, o “discurso de ódio” é restringido. A zona pode permitir que um pregador evangélico fale sobre pecado e a Bíblia (cercado por estudantes zombeteiros, na maioria dos casos), mas o discurso que possa ofender estudantes pertencentes a minorias, nnn

estudantes muçulmanos, mulheres ou outros grupos favorecidos é realmente proibido. Na sala de aula, o corpo docente fala continuamente sobre política de identidade, sobre como homens brancos e privilegiados oprimem as minorias raciais, sobre como cometeram genocídio contra os nativos americanos, escravizam os africanos, mantiveram as mulheres em suas casas e criaram, sistemas políticos, como a democracia americana, para manter o privilégio branco. Esse tipo de discurso é aceitável e, de fato, encorajado. O que eles não podem falar, sem ser extraordinariamente cuidadosos, é qualquer coisa que pareça culpar a vítima. Isto significa que os professores têm de caminhar cuidadosamente sobre assuntos relativos a questões raciais, de gênero ou religiosas. Se esses tópicos são levantados em uma “zona de liberdade de expressão” ou na sala de aula, tanto os professores quanto os alunos têm de prefaciar suas observações com uma miríade de qualificações, mostrando que compreendem a complexidade destas questões.


No entanto, a restrição sobre o discurso vai além de apenas pensar duas vezes sobre o que poderia ser dito. A palavra-chave hoje é “microagressão”. A fala, a linguagem corporal ou o tom podem ser tomados como “micro-agressão” se um aluno sensível a vê como tal. A presidente do sistema da Universidade da Califórnia, Janet Napolitano, de fato publicou exemplos em seu site do que pode ser considerado comportamento-“micro-agressivo” ( www.thecollegefix.com/post/22839/).

As Universidades e a falsa liberdade Acadêmica

Incluídos nos exemplos de linguagem agressiva estão expressões como “Terra de Oportunidade” ou “Ação Afirmativa é racista”. Outros comentários proibidos são: “Todos podem ter sucesso nesta sociedade, se trabalharem duro o suficiente”; “De onde você é?” ou “Onde você nasceu?”; e “Quando eu olho para você, eu não vejo cor.” Cometer uma “micro-agressão” é racismo subconsciente, sexismo, privilégio masculino branco, xenofobia e homofobia. As diretrizes supõem que o comportamento “microagressivo” pode ser bem-intencionado. Dizer a estudantes do sexo feminino ou negros que, se eles trabalharem duro, podem ter sucesso, sugere que as mulheres e negros que não lograram sucesso carecem de ambição ou são preguiçosos. A lição deve ser que as mulheres que não quebraram o “teto de vidro” ou negros que vivem na pobreza devem culpar as profundas complexidades do racismo, sexismo, hegemonia cultural e privilégio masculino branco, historicamente e hoje. Para garantir que o corpo docente tenha entendido a mensagem, o sistema da Universidade da Califórnia (UC) organizou sistemas de treinamento de líderes dos docentes ao longo do ano acadêmico de 2014-15 em todos os nove campi da UC. As sessões foram destinadas a ensinar professores sobre como evitar ofender estudantes e colegas, e dedicaram tempo a explicar como contratar um professorado mais diversificado. A suposição é de que discentes de cor e mulheres serão mais sensíveis, porque têm experimentado formas ostensivas e sutis de opressão. Em seu romance “1984”, o “Big Brother” de George Orwell usa o medo da tortura para quebrantar os pensamentos subversivos de Winston Smith. A “Big Sister” de 2015 não usa tortura física para impor conformidade acadêmica, embora se suspeite que essas xxxxxx

sessões de treinamento sobre “micro-agressão” devam ter sido torturantes demais para aguentar. Não se viu nenhuma preocupação quanto à imposição macro-agressiva da administração de uma Universidade custeada com recursos públicos restringindo manifestações comuns de membros do corpo docente. Devorando os seus? Laura Kipnis, feminista docente da Northwestern University, em Illinois, chamou a atenção da mídia nacional (americana) quando foi atacada por estudantes de sua universidade por um ensaio que escreveu para a Crônica da Educação Superior, em fevereiro de 2015. Seu ensaio, “A Paranoia Sexual Atinge a Academia” (Sexual Paranoia Strikes Academe), de linguagem extravagante destinada a despertar emoção, defendia professores que namoram estudantes de graduação e pós-graduação. Ela declarou que, quando era estudante, “O abismo entre estudantes e professores não era um fosso cheio de tubarões; um passo em falso não era fatal. Fazíamos festa juntos, bebíamos e ficávamos embriagados juntos, dormíamos juntos. Os professores podiam ser mais velhos e mais realizados, mas você não sentia que poderiam tirar proveito de você por causa disso. Como fariam isso?” Ela objetou que a “paranoia sexual” estava perseguindo a vida universitária, e que abominava isso.


Códigos severos de conduta entre professor e alunos, ela argumentou, têm penetrado todos os aspectos da vida do campus — língua, currículo, discussão acadêmica e vida social. Espera-se que os professores alertem os alunos de que o que venham a ler ou ouvir numa palestra ou discussão em sala de aula pode ser perturbador. Para proteger a sensibilidade dos alunos, os professores são obrigados pelos administradores da universidade a emitir “trigger warnings” — ou “alertas” — sobre materiais dessa natureza. Estudantes aos quais se tenha atribuído a leitura do poeta latino Ovídio, por exemplo, precisam ser alertados de que leriam sobre romanos estuprando mulheres sabinas. Kipnis mirou, particularmente, a utilização do Título IX para impor esses códigos de conduta. Pouco depois de a administração da Northwestern University emitir seu código de conduta de estudante e professor, o comitê de coordenação Título IX da universidade emitiu uma nova linguagem para esclarecer o código. “Todos recebemos um longo e-mail da comissão”, lembrou Kipnis. “O comitê estava respondendo a uma petição de estudante e governo que exigia que os ‘sobreviventes’ fossem informados sobre os resultados das investigações de assédio sexual”. Ela ressentiuse particularmente com o uso repetido da palavra “sobrevivente”. “Não seria ‘acusador’ o termo apropriado? Como alguém pode ser acoimado de ‘sobrevivente’ antes do julgamento sobre a acusação — isto é, supondo-se que não queremos predeterminar a culpa do acusado.” Seu ensaio foi destinado a ser inflamatório, e isso foi. Ela foi atacada em duas direções — protesto estudantil e queixa jurídica. Os manifestantes estudantis começaram a arrastar colchões em redor do campus, sugerindo que Kipnis queria transformar Northwestern em um bordel estudante-professor. O pior estava por vir, entretanto. A defesa de Kipnis de um professor de filosofia que tinha sido julgado não culpado de acusações de agressão sexual levou outros estudantes a apresentar uma queixa fulcrada no Título IX contra ela. Kipnis foi trazida perante um comitê universitário regido pelo Título IX. Não lhe foi permitido o patrocínio de advogado, o direito de chamar testemunhas em seu favor ou o direito de confrontar seus acusadores. As acusações foram descartadas, mas todo o processo cheirou a uma “star chamber”[1]. Até a progressista Michelle Goldberg, colunista cultural do “The Nation”, achou difícil defender

as ações dos alunos. Goldberg concluiu: “A política de libertação ajusta-se incomodamente com a política de proteção”. O que tornou o episódio tão doloroso para a esquerda foi que Kipnis era um deles. Ninguém duvidava de suas credenciais feministas. Em seu ensaio, ela pediu a castração química de estupradores e celebrou a revolução feminista no ensino superior. Sua defesa dos relacionamentos sexuais entre professores e alunos certamente não emanava de uma perspectiva moral conservadora. O que pode ser feito? As faculdades do século XIX eram principalmente privadas e confessionais, protestantes ou católicas. Seu objetivo era treinar seus alunos em caráter moral e liderança. Era comum em faculdades protestantes o presidente da universidade lecionar sobre moral nos seminários que culinam o fim da graduação. O texto primário era “Elementos de Ciência Moral”, de Francis Wayland (1835). Esse livro tem suas raízes na Escola do Realismo de Senso Comum escocesa, no Cristianismo e “laissez-faire” econômico. O objetivo das faculdades era treinar cidadãos virtuosos. Não podemos retornar ao passado. A faculdade tal como era no Século XIX está morta, exceto por algumas pequenas faculdades ainda preocupadas com conceitos como virtude, honra e valores mais elevados. Faculdades públicas e privadas, com poucas exceções, estão sob estresse financeiro, especialmente porque os governos têm-lhes cortado o financiamento. Este é um momento perfeito para que os doadores, os ex-alunos e o público insistam para que as universidades se preocupem com a alfabetização cívica e com as contribuições da cultura ocidental (mesmo dentro de um contexto global). Exalunos, doadores e fundações podem atrair administradores e professores para dotar centros e professores que ofereçam cursos tradicionais e introduzam estudantes a Aristóteles, Platão, aos Artigos Federalistas, Abraham Lincoln e autores de grande literatura. Como Winston Churchill disse certa vez, nunca desperdice uma boa crise. Nessa tempestade perfeita dentro das universidades, foi criado o ambiente para uma real mudança de clima. Cardinal-Mindszenty-Foundation.

“What’s Wrong with Today’s Universities? Can It Be Remedied?”.

Mindszenty Report, Julho de 2015. Tradução: Helena-Benício Revisão: Rodrigo Carmo tradutoresdedireita




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