REVISTA CONDOMÍNIO & SOLUÇÕES - EDIÇÃO VII

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CONDOMÍNIO & SOLUÇÕES

ESTRUTURAL ESTRUTURAL FEBRE FEBRE MACULOSA MACULOSA RAIOS RAIOS -- MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO PARQUE PARQUE OLHOS OLHOS D´ÁGUA D´ÁGUA -- FOTOS FOTOS

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REFORMAS Nesta edição todas as novidades da norma NBR 16.280/2014, e também as obras que trouxeram grandes transformações no Aeroporto de Brasília. Foto: Juá Pita

AEROPORTO

VETERINÁRIA

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RAIOS

REFORMAS

16

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ESTRUTURAL

OLHOS D´ÁGUA

42

42

Transformações

Manutenção

Escola desativada

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Febre maculosa

NBR 16.280/2014

Boa tarde - Fotos

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EDITORIAL

A COPA É DO JAPÃO

INCOMODOU A Revista Condomínio & Soluções recebeu em 4 de julho uma “Notificação Extra-judicial – Pedido de Direito de Resposta”, referente ao artigo vinculado na edição passada, de autoria da colaboradora advogada Daniela Furtado Pinheiro, com o título “Condomínios e a contribuição sindical”. O artigo enfatizou no seu subtítulo a seguinte afirmativa: “Tribunal Regional do Trabalho-TRT 10ª Região e Tribunal Superior de Trabalho entendem que os condomínios não se enquadram em categoria econômica”. A referida citação foi rebatida veementemente pelo Sindicondomínio, autor do Pedido de Direito de Resposta. Na realidade o direito de resposta proporcional ao agravo deve ser estabelecido quando for comprovado erro ou dolo. Queremos deixar claro que a Revista Condomínio & Soluções não tem nenhuma intenção de ferir ou atacar quaisquer instituições, sejam elas como forem. O espaço é de todos. Portanto, quando divulgamos um artigo assinado por um profissional especializado no assunto, como é o caso de Daniela Furtado Pinheiro, especialista em direito condominial, adotamos a postura de esclarecer, informar, contribuir, aprender e até mesmo de provocar debates como este. Portanto, a porta estará sempre aberta para todas as cores, posições e tendências. Há anos lutamos pela democracia e a essa altura, estamos, a duras penas, conseguindo. Todos os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, responsabilidade intelectual, autoral e civil. Mas, não nos omitimos como veículo de comunicação. Quem assina os artigos é responsável por todo o teor. Assim pretendemos continuar e, talvez cometendo alguns erros.

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Será que aprenderemos? Uma verdadeira lição de cidadania, de solidariedade e de educação. Todo um sentimento de participação coletiva. Pela televisão vimos, após o término de cada partida da seleção de futebol do Japão, os torcedores orientais recolhendo o lixo. No calor de cada partida eles também jogam os pacotes de pipoca, garrafas de água no chão. Depois, quando acaba a festa, eles limpam o salão. Participação coletiva. Coisa que até os animais preservam, nós humanos temos esquecido. Até para protestar temos sido individualistas. Eu vou com a minha bandeira, você com sua, o José com a dele e o Antônio com uma quarta. É até democrático, mas não funciona. Na pátria das chuteiras cada uma entra com uma camisa de cor diferente. Na hora de passar a bola, passa para o adversário. Pois se confunde todo. Os torcedores japoneses recolhem os papéis, os copos, as garrafas plásticas de água e de refrigerantes, com a maior naturalidade. Enquanto pichamos e depredamos as nossas ruas, casas e edifícios, sem mais nem porque, os orientais mostram com gestos simples e naturais que podemos, sim, sermos melhores. Mais solidários. Eles fazem estes gestos porque assim foram acostumados, foram educados. Não vieram aqui nos dar aulas. Nada foi planejado para ser mostrado em frente às câmeras de televisão. São as simples demonstrações de participação de humildade, de igualdade, de superioridade. Por aqui, não demonstramos simplicidade. Ao contrário, ostentamos. Mas fica aí para o mundo inteiro ver que a raça humana tem tudo para melhorar.

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FEBRE MACULOSA A

febre maculosa brasileira é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte (bois, cavalos, etc.), cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais. Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os mais jovens e de menor tamanho são vetores mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra. No Brasil, há casos de febre maculosa nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, mas não é impossível que ocorram em outros lugares. Quando a bactéria cai na circulação causa vasculite, isto é, lesa a camada interna dos vasos (endotélio). Os primeiros sintomas aparecem de dois a quatorze dias depois da picada. Na imensa maioria dos casos, sete dias depois. A doença começa abruptamente com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, 8

Por Bárbara Lopes Médica Veterinária CRMV-DF 2210 barbaravete@hotmail.com

inapetência, desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as maculopápulas. Essas lesões podem apresentar o componente petequial (petéquia é uma pintinha hemorrágica parecida com uma picada de pulga) e, às vezes, ocorrem pequenas hemorragias subcutâneas no local das maculopápulas petequiais. A erupção cutânea é generalizada e manifestase também na palma das mãos e na planta dos pés, o que em geral não acontece nas outras doenças exantemáticas (sarampo, rubéola, dengue hemorrágico, por exemplo). Não existe vacina contra a febre maculosa brasileira. A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) é um exame específico para o diagnóstico da febre maculosa brasileira. No entanto, não se deve esperar pelos resultados porque demoram. Por isso, Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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Cavalos, bois e capivaras, animais hospedeiros do carrapato estrela

é fundamental considerar os achados clínicos e os dados epidemiológicos da doença, que tem a peculiaridade de causar microepidemias. Diagnóstico precoce é importante para dar início ao tratamento porque a taxa de letalidade da doença é elevada. Casos de febre maculosa brasileira são de notificação compulsória ao serviço de vigilância epidemiológica. A febre maculosa brasileira tem cura desde que o tratamento com antibióticos (tetraciclina e cloranfenicol) seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total. Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins e pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.

Recomendações: Evite o contato com carrapatos. Se, por acaso, estiver numa área em que eles possam existir, tome as seguintes precauções: * Examine seu corpo cuidadosamente a cada três horas pelo menos, porque o carrapato-estrela transmite a bactéria responsável pela febre maculosa só depois de pelo menos quatro horas grudado na pele; * use roupas claras porque facilitam enxergar melhor os carrapatos; * coloque a barra das calças dentro das meias e calce botas de cano mais alto nas áreas que possam estar infestadas por carrapatos; * tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado em sua pele; * não se esqueça de que os sintomas iniciais da febre maculosa são semelhantes aos de outras infecções e requerem assistência médica imediata. Esteja atento ao aparecimento dos sintomas comuns a vários tipos de infecção e procure um médico para diagnóstico diferencial.

CARRAPATO ESTRELA

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CONDOMÍNIOS

E A CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

“O TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO - TRT 10ª REGIÃO, POR SUA TERCEIRA TURMA, AO JULGAR O PROCESSO nº 01352-2013-013-10-007-RO, ORIUNDO DA 13ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA ENTENDEU QUE “CONDOMÍNIO RESIDENCIAL. CATEGORIA ECONÔMICA. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DAS CONVENCÕES COLETIVAS. Dispõe o art. 511, §3º, da CLT que a “A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional”. É preciso, ademais, recordar que o próprio conceito de categoria econômica, do qual se extrai a definição de categoria profissional, foi positivado no §1º do art. 511 da CLT, segundo o qual “a solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, similares ou conexas, constitui o vínculo social básico que se denomina categoria econômica.” Dessa feita, tanto a categoria econômica como a profissional está relacionada à “solidariedade de interesses” e “atividades idênticas, similares ou conexas” (art. 511, §§ 1º e 2º). Nesse contexto, não obstante se reconhecer que condomínio residencial não exerce atividade lucrativa, não há como afastar a existência da “solidariedade de interesse” e o exercício de “atividade idênticas, similares ou conexas”. A Lei não exige lucro, mas atividade econômica, esta exercida pelo Condomínio Autor, tanto que emprega trabalhadores, remunera o síndico e recolhe impostos, os mais diversos. Ainda, é autuado pelos Órgãos administrativos e paga multas. Assim, em sua modalidade equiparada ao empregador (art. 2º, §1º da CLT), o condomínio residencial, ao contratar empregados e remunerar o síndico para a consecução dos seus fins, acaba por se constituir categoria econômica específica e, por isso, está sujeito à Convenção Coletiva firmada pelos Sindicatos Réus e deve proceder ao recolhimento das contribuições sindicais pertinentes.” 10

Como se vê na decisão acima transcrita, os Desembargadores da Terceira Turma do TRT10, quando do julgamento do Processo oriundo da 13ª Vara do Trabalho de Brasília, por unanimidade, entenderam que “o condomínio residencial, ao contratar empregados e remunerar o síndico para a consecução dos seus fins, acaba por se constituir categoria econômica específica e, por isso, está sujeito à Convenção Coletiva firmada pelos Sindicatos Réus e deve proceder ao recolhimento das contribuições sindicais pertinentes.” Não bastasse o julgamento do Processo nº 01352-2013-013-10-00-7-RO, quando do julgamento do Processo nº 00080-2013-017-1000-3-RO, relatoria da Desembargadora MARIA REGINA MACHADO GUIMARÃES, da Primeira Turma do TRT10, por unanimidade, decidiu que: “Fixada essa premissa, emana dos autos a regular constituição do SINDICATO DOS TRABALHADORES EM CONDOMÍNIOS RESISDENCIAIS, COMERCIAIS, RURAIS, MISTOS, VERTICAIS E HORIZONTAIS E DE HABITAÇÕES EM AREAS ISOLADAS – SEICONDF (segundo réu), entidade sindical, portanto, que representa a categoria dos empregados em condomínios residenciais. Assim, em contraposição a essa categoria profissional regularmente constituída, impõe-se haver a correspondente Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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entidade sindical representante da categoria patronal, diga-se, dos empregadores, que, no caso, é o primeiro réu, SINDICONDOMÍNIO-DF, regularmente formado e registrado no órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego (fl. 158). Aliás, sequer há controvérsia a esse respeito. Por tal razão, o autor, na qualidade de condomínio residencial, está obrigado ao pagamento da contribuição sindical patronal compulsória, tratada nos artigos 578 e seguintes da CLT. No que tange à obrigatoriedade do cumprimento da norma coletiva celebrada pelos sindicatos réus, o autor não pode se negar ao respectivo cumprimento, porquanto o SINDICONDOMÍNIO-DF, legítimo representante de sua categoria patronal, participou regularmente de sua elaboração.” O Tribunal Superior do Trabalho, em 04 de setembro de 2012, ao julgar o Processo nº TSTRO-116000-32.2009.5.15.0000, de maneira primorosa espancou todos os argumentos contra a aplicação das cláusulas das Convenções Coletivas de Trabalho firmadas pelos sindicatos de condomínios do Brasil, afirmando que: “Não padece de nulidade a

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cláusula de convenção coletiva de trabalho que veda a terceirização na atividade-fim de condomínios, pois o prejuízo alegado pelo Sindicato Autor, representante de empresas de colocação de mãode-obra, não pode se contrapor ao legitimo interesse vinculado à relação entre as partes signatárias da convenção coletiva de trabalho, qual seja, a proteção do emprego dos trabalhadores de condomínios. Embora a Súmula 331 do TST, ao tomar em conta a dinâmica da atividade do empregador, permita a terceirização no trabalho temporário e nas atividades de vigilância (Lei nº 7.102/83) e de conservação e limpeza, certo é que as partes podem optar por não contratar essa modalidade de prestação de serviços, que, aliás, não é imposta pelo ordenamento jurídico a nenhuma categoria profissional. Recurso Ordinário a que se dá provimento para julgar improcedente o pedido de declaração de nulidade da cláusula 56 e parágrafos da convenção coletiva de trabalho.” Atendendo a solicitação da presidente do Sindicondomínio-DF, Maria Delzuite Ribeiro Nolasco de Assis estamos garantindo o direito de resposta à instituição, referente à matéria publicada na VI edição.

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L I N G UA G E M J U R Í D I C A N A S ASSEMBLEIAS CONDOMINIAIS

Por Márcio Rachkorsky

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advogado, acostumado aos formais embates nos tribunais, acaba por utilizar em seu cotidiano de trabalho uma linguagem rebuscada, recheada de termos técnicos, brocardos jurídicos e palavras em latim. Nas assembleias de condomínio, o advogado pode e deve utilizar uma linguagem mais simples e coloquial, de forma que seus esclarecimentos sejam mais bem compreendidos por todos. Afinal, as assembleias já são cansativas e impopulares por si só. Todavia, é comum ouvir nas assembleias certas expressões bem próprias do advogado. Não há como escapar delas. Assim, é importante traduzir algumas “palavrinhas” usadas nas assembleias, por exemplo : - aclamação: maneira de se aprovar algum assunto de interesse sem contagem de votos, mas por meio de palmas ou brados; - citação: é o chamamento de alguém a juízo para defender-se de uma ação. É um dos atos mais importantes do processo; 12

- convalidação: é a correção ou ratificação dos vícios ou defeitos de um ato jurídico; - data venia: com a devida permissão. Usa-se quando discordamos da pessoa que nos merece muito respeito; - decadência: perda de um direito por inércia de seu titular; - ex lege: por força da lei; - fração ideal: parte abstrata dos condôminos, comunheiros, coerdeiros. Parte indivisa, que só tem existência ideal, imaginária; - fumus boni juris: fumaça do bom direito. Indica algo com boa probabilidade de ser verdadeiro, real; - hipoteca: direito real sobre um imóvel que assegura o pagamento de uma dívida; - in loco: no lugar; - in verbis: textualmente; - inalienabilidade: proibição de dispor do bem, de vendê-lo; - jurisprudência: conjunto de decisões dos tribunais sobre questões de direito. Decisões uniformes e constantes do poder judiciário; - mandado: ordem judicial; - periculum in mora: perigo da demora. Argumento base para obtenção de liminares; - procuração ad judicia: procuração com cláusula que habilita o procurador judicial (advogado) a praticar todos os atos do processo, com poderes para o foro em geral; - quórum: número de membros necessário para tomar determinada decisão; - rateio: divisão proporcional; - remissão: perdão da dívida pelo credor; - revelia: não comparecimento do réu em juízo, depois de citado; - subscrever: assinar; - substabelecimento: transferência para as despesas do processo e honorários do advogado da parte vencedora; - sufrágio: voto; - vacância: estado de vago; - voto de minerva: voto de desempate. Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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NBR 16.280/2014

DETALHES E DÚVIDAS SOBRE NORMA QUE EXIGE LAUDOS TÉCNICOS NAS REFORMAS DOS CONDOMÍNIOS OU UNIDADES

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esde abril deste ano, quando a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) divulgou as novas orientações técnicas (NBR 16.280/2014), onde consta que todas as reformas dos edifícios e suas unidades deverão ser submetidas à análise de empresas ou profissionais que produzirão laudo técnico, os síndicos e administradores, enfim, toda a comunidade responsável pela administração predial, ficaram ávidos em obter informações sobre o assunto. Alguns síndicos nos sugeriram uma reportagem e fomos buscar o máximo de informações possíveis para facilitar o entendimento da nova norma. A nova diretriz também sugere a tendência de incentivar medidas preventivas e corretivas nas edificações, 16

transmitindo assim maior conforto e segurança para seus usuários.

NBR 16.280/2014

Por Alexandre São José

A NBR 16.280/2014, que trata da gestão de reformas em condomínios, entrou em vigor no dia 18 de abril. Desde então tenho sido procurado por síndicos em busca de esclarecimentos. Poderia ter colaborado mais, se não fosse a ineficiência das operadoras de telefonia celular. Tranquilizando-os, informei que a norma possui caráter preventivo de forma a garantir a segurança das obras e reforçando a necessidade de utilização de profissionais habilitados para elaboração de projetos e execução de obras cujo assunto já era regulamentado por várias leis Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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e normas, tais como a Lei Federal n° 6.496/1977, Lei Federal n° 5.194/1966, NBR 5674/1977, NBR 13531/1995 entre outras. Na versão da NBR 16.280/2014, ora em discussão, trata de uma tardia resposta ao acidente ocorrido no edifício Liberdade, que desabou em 2012 no centro do Rio de Janeiro devido reformas que eliminaram elementos estruturais, conforme processo nº 00148012920124025101 da Justiça Federal e inquérito policial nº 013/2012 na Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. O síndico do edifício não suportou a pressão exercida pelo inquérito policial, imprensa, condôminos e vários segmentos da sociedade e infelizmente morreu de infarto um dia antes de o acidente completar um ano. Ele era um dos indiciados pelo desabamento e ainda não foi comprovada culpa ou suposta omissão por permitir o início da obra sem o devido licenciamento. Mas, qual síndico brasileiro daria importância a esse assunto num país que a maioria da população desconhece a necessidade de arquitetos e engenheiros? Não precisamos mais de leis e normas para execução de obras e elaboração de projetos, necessitamos de fiscalização de órgãos públicos e conselhos de representações profissionais, assim, muitos prédios não teriam desabado neste país de pedreiros. Nada contra essa ilustre função, mas, culturalmente é o primeiro profissional a ser procurado em caso de construções. O envelhecimento das edificações é uma realidade no mundo, daí a necessidade de reformas para adaptação e ajustes às novas demandas e, às vezes, até recuperação de suas propriedades técnicas; porém, esses serviços têm de ser executados por profissionais e empresas habilitados e a NBR 16.280 oferece requisitos para gestão de reformas assim compreendidas:

• Legislação vigente (atender normas técnicas e leis); • segurança física (evitar acidentes); • segurança pessoal (circulação de pessoas estranhas em áreas privativas); • projetos (imprescindíveis para execução de obra); • objetivo dos serviços (escopo); • diminuição de incômodos (ruídos); • segurança da saúde (identificação de materiais tóxicos); • impactos (implicação no entorno da obra); • prazo (cronograma); • responsabilidade técnica (atuação de arquitetos e engenheiros); • planejamento de descarte da obra (destinação de entulho); • local de armazenagem de insumos (guarda de material). Assim como todo condomínio possui contador, administrador, advogado, entre outros profissionais responsáveis por qualquer segmento funcional, necessita, também, de responsável técnico representado por um arquiteto ou engenheiro para orientação em caso de manutenção, operação e obras tanto em áreas comuns como privativas. No que se refere aos moradores de condomínios

• Preservação da segurança; • a nálise das modificações realizadas pelo construtor e autor do projeto; • proteção do usuário da edificação; • definição de responsáveis; • previsão de recursos técnicos, financeiros e humanos com prevenção e mitigação de riscos; e • g arantia de que a obra não prejudique a continuidade dos diferentes tipos de manutenção. A Norma prevê, também, a elaboração de Plano de Reforma para levantamento dos impactos na edificação durante execução de obras com os seguintes itens: Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

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verticais (prédios), estes precisam se conscientizar que a partir da porta de entrada de seus imóveis existem muitos elementos que pertencem a todos tais como cabos, colunas, rede vertical de esgoto, aberturas para aeração, entre outros. Os moradores de condomínios horizontais (casas) necessitam saber que suas unidades repartem sistemas comuns aos seus vizinhos, tais como fornecimento de água, destinação de esgoto, circulação de pedestres e veículos entre outros.

prol da coletividade é a forma básica para viver em grupo. Precisamos adotar isso em nossos condomínios.

Portanto, é imperativo que qualquer obra seja levada previamente ao conhecimento do síndico, juntamente com projetos, para avaliação por parte dos profissionais de arquitetura e engenharia a serviço do condomínio. Na ocasião serão analisadas interferências e possíveis impactos sobre a coletividade. Em caso de problemas, os síndicos somente serão responsabilizados em caso de omissão em não promover a legalidade de obras que somente serão obtidas por meio dos profissionais de arquitetura e engenharia. Não se constrói edificações começando pelo teto. O trabalho começa por baixo, em definitivo pelos alicerces, pelo conhecimento das coisas terrestres e humanas, portanto, a conscientização de todos em

exposta, seja considerada pelo Sinduscon-DF para os próximos eventos. Afinal, a taxa de inscrição cobrada para participar do evento não é barata.

Em tempo: O Sinduscon-DF promoveu no dia 3 de junho, um debate sobre o tema e não distribuíu a norma, cuja falta dificultou a absorção do assunto. Tal documento é de difícil acesso devido a necessidade de aquisição ao preço “simbólico” de R$ 67,00 exclusivamente na ABNT. Esperamos que esta crítica construtiva aqui

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A luz solar da estação de inverno traz co espírito das pessoas no entardecer do Pa 20

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Fotos: Condomínio & Soluções

ores e brilhos especiais. Por isso, o estado de arque Olhos d´Água é sempre de boa tarde. Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

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COMO NÃO FAZER UMA OBRA

Por Jane Araújo

onde tirar mais dinheiro, tive de engolir aqueles picaretas detonando minha futura casa.

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e for leigo, a dica é contratar profissionais para projetar, calcular e construir para você. Vai evitar passar pelo que passei, o que não desejo a ninguém. É fácil ser vítima de gente inescrupulosa quando se começa uma obra. Isso ficou claro para mim meses depois de entregar a construção de minha casa a um pedreiro de nome Raimundo que se dizia mestre de obras, mas não passava de um levantador de paredes. Inexperiente, confiei em sua conversa. Começamos como uma empreitada. Mostrei-lhe um projeto de casa com sala e cozinha americana, quarto, banheiro, mezanino e varanda. Algo simples, mas compatível com os recursos de que dispunha. Foi feito um acerto verbal de custos e começamos a obra com uma lista de material para aquela primeira etapa. À medida que a construção avançava, Raimundo parecia dominar seu ofício e o material a mais que ia pedindo não me surpreendia, embora achando que estava consumindo muito mais do que imaginava, principalmente cimento. Era muito e eu perguntava, mas precisa tanto? Precisa, ele respondia, a senhora não faz ideia da quantidade de cimento que uma obra consome. Não fazia mesmo e não discutia, comprava. Assim foi indo até que percebi, já na fase de acabamento, que ele contratara os piores ajudantes e a construção estava um lixo. Reclamei e ele alegou que para contratar outros o custo ia aumentar. Como já não tinha de 22

Outro problema era a sujeira propriamente dita, o desperdício de material caro, a desorganização e o descaso com o que estava sob o poder deles. Quando me queixava, diziam que obra era daquele jeito mesmo e que só no final é que se limpava a área. Sobre o desperdício, argumentavam que perder algum material também era natural. Só quando o profissional que lá esteve para colocar o gesso cartonado do forro confessou que nunca vira uma obra tão suja e bagunçada, tive certeza de que não estava errada em relação a eles. té aceitava o argumento de que um acabamento A melhor, um detalhe aqui, outro acolá, a ampliação do espaço, mais metragem na área a construir aumentaria os custos. O que não sabia, por exemplo, é que as partes elétrica e hidráulica, que no início da obra estavam incluídas no custo pago, quando chegou a hora de serem implementadas transformaram-se num bicho de sete cabeças, um sorvedouro de dinheiro sem fim. Isso porque Raimundo alegou que o eletricista tinha exigido mais do que o dobro do que ele combinou comigo porque o projeto era maior e precisava de abrir mais pontos para tomadas, disjuntores etc. Ao final, tive que pagar mais para o eletricista, mais pela parte hidráulica, mais por toda a obra e quando me mudei para lá, pagar novos pedreiros e eletricistas para refazerem tudo e não apenas um ou dois profissionais, tudo teve de ser refeito pelo menos três vezes, com custos aumentados, sempre o último apontando os problemas que o anterior deixara. Foi uma surra e um dispêndio inacreditável. Tive de recorrer a empréstimos bancários, com familiares e mesmo assim até hoje, quase um ano depois, ainda Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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estou no cheque especial e a casa continua com pedreiros para acabar uma coisa ou outra deixada para trás. as o pior foi descobrir que o tal Raimundo M furtava sacos e sacos de cimento, conforme revelou um ajudante que permaneceu um tempo a mais na obra. “A senhora não sabe, mas ele pedia 50 sacos de cimento onde precisava de 30, o resto punha na caminhonete e levava para ele e ainda dizia para os que ficavam que se alguém quisesse pegar algum saco, que o fizesse”, contou o rapaz. Vai completar um ano que sonho em inaugurar minha banheira de hidromassagem, luxo que me permiti mesmo sabendo que não era barato. Mas quando entrei na casa e fui preparar o primeiro banho, nada funcionou. Chamei o técnico responsável pela instalação e ele disse que tinham sido roubados o motor e o aquecedor, no lugar estavam dois velhos cacarecos só para enganar. Ou seja, Raimundo levou também esses dois itens de presente. Certo dia ligou cobrando um restante de dinheiro que eu ficara devendo da varanda e eu avisei-lhe que tinha mandado um engenheiro calcular

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o montante de material necessário para aquela construção e constatado todos os furtos, inclusive do motor e do aquecedor da hidromassagem. Também falei para ele aparecer para pegar o dinheiro, mas vir preparado, pois estaria com a polícia aguardando ele. Nunca mais ligou. Deixou um rol de problemas que até hoje venho gastando para consertar e/ou minorar. O telhado, por exemplo, já sofreu umas cinco intervenções para não voar telha nem jorrar goteiras que parecem cascatas. A casa está toda mal acabada, paredes tiveram de ser cortadas depois de três ou quatro pinturas para refazer a parte elétrica, a hidráulica e assim por diante. O sonho virou um pesadelo. Emagreci 16 quilos e arranjei um rombo nas contas de quase R$ 200 mil para pagar nos próximos anos com juros bancários. E até hoje imagino como será bom o dia em que puder experimentar minha banheira.

Jane Araújo Jornalista-Escritora

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Tirando dúvidas sobre

seguro condomínio P

ara contratar o seguro condomínio, é preciso convocar assembleia? Não. O seguro condomínio é obrigatório por lei, de acordo com o Decreto-Lei 73/1966, a Lei 4.591/1964 e o Código Civil (Lei 10.406/2002, artigos 1.346 e 1.348, inciso IX). Desta forma, a assembleia só poderá decidir sobre a escolha da seguradora, o custo do seguro e a natureza das coberturas acessórias e particulares, mas não sobre a cobertura obrigatória. Quem é o responsável pela contratação do seguro? O síndico é o responsável pela contratação e renovação, sob pena de multas pesadas caso não faça uma apólice para o condomínio. Se ocorrer um acidente e o condomínio não tiver o seguro, o síndico pode ser processado pelos demais condôminos por perdas e danos. É ele também quem calcula o valor a ser segurado. Na hipótese de erro no cálculo e ocorrência de prejuízos graves ao prédio, o síndico pode ter de indenizar os demais condôminos com o seu patrimônio pessoal. Daí a importância de procurar a ajuda de um corretor de seguro especializado no ramo de seguro condomínio e devidamente habilitado, o que pode ser comprovado no site da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O seguro se aplica a qualquer tipo de condomínio? Sim. O seguro é obrigatório para os condomínios verticais ou horizontais, de qualquer tipo, isto é, formados por prédios residenciais, comerciais, mistos, consultórios, escritórios, flats, shopping centers e apart-hotéis. Todos são obrigados, por lei, a ter seguro contra riscos de incêndio, queda de raio, explosões e outros riscos que provoquem sua destruição total ou parcial. Muitos síndicos e condôminos acreditam que condomínios horizontais não são obrigados a contratar o seguro, mas a lei obriga todos os condomínios, sejam eles verticais ou horizontais a terem seguro. 24

Que bens estão protegidos pelo seguro condomínio? O seguro condomínio deve abranger todas as unidades autônomas privativas e as partes comuns. Estão cobertos os danos ocorridos à estrutura do prédio, causados por incêndio, queda de raio e explosão, abrangendo as áreas comuns e as unidades independentes, além dos bens de propriedade do condomínio, como itens de decoração da portaria, móveis no salão de festas, da piscina, equipamentos da sauna, extintores, interfones, antena coletiva, elevadores etc. Qual cobertura básica o síndico deve escolher, a básica simples ou a básica ampla? A cobertura básica simples inclui cobertura para incêndio, queda de raio e explosão, que como o nome mesmo já diz é mais simples. Já a cobertura básica ampla, abrange todos os riscos que possam causar destruição total ou parcial do condomínio, incluindo desmoronamento, alagamento, incêndio, queda de raio, explosão, queda de aeronaves, danos elétricos entre outras. Esta cobertura passou a ser disponibilizada pelas seguradoras em 2010 após a SUSEP/CNSP, publicar instrução normativa obrigando as seguradoras a disponibilizarem a cobertura ampla para contratação, após alguns sinistros ocorridos em condomínios de São Paulo, Rio de Janeiro e também do Recife, ficarem sem indenização porque não possuíam cobertura securitária, desta forma a cobertura básica ampla é a única que atende integralmente a legislação, já que possui coberturas para diversos riscos que não possuem cobertura na outra modalidade. E os síndicos, administradores e condôminos que possuírem dúvidas não tratadas aqui, podem esclarecê-las pelo e-mail ge.paes@multiplusgroup. com.br. Geralda Lira Paes Corretora de seguros 61 9211-6477 / 3026-2728

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Fitness CONDOMÍNIO & SOLUÇÕES

em condomínios

O

s cuidados dos síndicos com esses espaços em condomínios. É possível perceber que, nos dias de hoje, a educação física brasileira teve um grande avanço no processo de conhecimento e atuação humana. Sem separar os diferentes segmentos corporais, sejam crianças, jovens, adultos ou idosos, a ideia de que a educação física deve ser conduzida por profissionais ativos que possuam condições de valorizar a qualidade de vida da população é cada vez mais latente. Além de prover o desenvolvimento das habilidades motoras, a área beneficia as pessoas com valores, atitudes e conhecimentos esportivos levando-as a uma participação ativa no decorrer de suas vidas. A educação física deve ser entendida como uma prática saudável e prazerosa, em uma ambientação de alegria e bem-estar. Para que isso aconteça de forma responsável e profissional, o Conselho 26

Regional de Educação Física-CREF7 investiga e utiliza fins educativos e científicos nas várias formas de expressão da atividade física. Respeitando as leis biológicas e a maturação humana de cada um, a educação física proporciona experiências de superação por meio de práticas esportivas, danças, jogos, entre outras. Para que a educação física seja utilizada de forma correta e com qualidade, é preciso que seja realizada em instalações e com equipamentos compatíveis com as especificidades de cada programa, sejam em academias, clubes, condomínios ou áreas públicas. Diante de tal situação, o CREF7 atua com o compromisso de melhorar e valorizar a capacitação dos profissionais da área para que a educação física alcance a qualidade exemplar contribuindo para uma sociedade cada dia melhor e mais saudável. Quem chegou a Brasília há muito tempo ou Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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nasceu por aqui, viu com o desenrolar do tempo, as modificações nas construções dos prédios. As construtoras, ao longo dos anos, se especializaram em oferecer espaços de lazer, esporte e convivência como forma de aumentar a qualidade de vida dos clientes. Entre esses atrativos, está o espaço fitness, que possibilita o condômino ter acesso a uma academia com aparelho de ginástica e musculação ali pertinho, quase sem sair de casa.

No caso do Distrito Federal, junto ao CREF7-DF. De acordo com a lei 9.696/98, somente profissionais registrados nas entidades regionais podem exercer a profissão e ministrar a educação física. Portanto, é conveniente que o síndico fiscalize os profissionais de educação física que frequentam o espaço fitness do seu condomínio e verifique se estão devidamente credenciados, para não correr o risco de que esses profissionais estejam exercendo a profissão de forma

A dúvida é a seguinte: como fazer funcionar essa pequena academia de forma correta sem a presença de um profissional especializado? Por exemplo: o espaço poderá ser utilizado pelas crianças ou os próprios adultos que não podem exceder nos esforços físicos por motivo de saúde. Qual a forma correta de se posicionar enquanto se faz um determinado movimento, o tempo do exercício ou o número de repetições. Enfim, todos os detalhes que só o profissional de educação física pode definir. Em muitos casos o condomínio ou o morador pode contratar um personal trainer, evitando os erros cometidos por aventureiros agregando a forma correta de utilizar o espaço. Outro detalhe importante é que as contratações devem se basear na certificação desses profissionais junto aos conselhos de educação física.

ilegal nessas dependências, onde o síndico tem sobre si a responsabilidade civil. Outra novidade no mercado, que tem se tornado comum é a terceirização do espaço fitness do condomínio. Tal prática é permitida. Contudo, entra aí outro fator importante, que é o fator segurança. Quem pode frequentar esse espaço? Alguém de fora, não morador pode frequentar? Situações assim devem ser detalhadas e revistas no regulamento interno. Quanto às crianças, o Conselho Regional de Educação Física recomenda que adolescente abaixo de 14 anos não seja autorizado a frequentar esses espaços fitness sem a presença de um responsável ou de um profissional trainer. Esses detalhes, entre outros, são alguns que podem estar presentes no espaço fitness de seu condomínio. Portanto, síndicos, atenção. Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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Perguntas e respostas em

CONDOMÍNIO

O síndico pode ser reeleito? O síndico pode ser eleito e reeleito por diversas vezes, uma vez que a lei não determina qualquer limite. A convenção de condomínio pode limitar a reeleição. O condômino inadimplente pode votar nas assembleias gerais? O Código Civil proíbe a participação e o voto do condômino inadimplente nas assembleias. É possível destituir um síndico? Sim. A destituição do síndico está prevista no artigo 1.349 do Código Civil, e ocorre mediante decisão de maioria absoluta (50% + 1), em assembleia especialmente convocada, desde que haja prática de irregularidades, falta de prestação de contas ou atos de má gestão. O Condomínio pode implantar sistema de desconto para pagamento antecipado da cota condominial? Não, pois tal medida configura uma multa mascarada, burlando o limite de 2% definido em lei.

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O devedor pode alegar que seu imóvel é um bem de família, para evitar penhora e leilão judicial? Não, pois o Inciso IV do artigo 3° da Lei 8.009, de 1990, determina que os benefícios que protegem o bem de família não se aplicam quando a dívida é oriunda do próprio imóvel, tal como despesas condominiais e IPTU. Os moradores podem convocar assembleia, quando o síndico se nega a convocá-la? Sim, os condôminos podem, a qualquer tempo, convocar assembleia geral extraordinária, mediante requerimento assinado por no mínimo um quarto dos proprietários. Pode haver votação secreta nos condomínios? A votação secreta é proibida nos condomínios. É permitida a troca da porta de entrada do apartamento, quando há mais de uma unidade no mesmo andar? A troca da porta voltada ao hall ou corredor somente poderá ocorrer mediante autorização e concordância expressa dos demais vizinhos de andar.

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NUTRIÇÃO ESTRESSE NO COMBATE AO

Por Denise Samari Silva Pelles

Acorda cansado Está com baixa imunidade Memória está ruim Diminuição da libido Dores musculares Insônia

C

uidado, você pode estar com fadiga adrenal

crônica. Muitas vezes o cansaço e a fadiga diária passam despercebidos, pois a cada dia e com maior frequência estamos expostos às altas e desgastantes horas de trabalho, o tão conhecido estresse, que muitas vezes é considerado “normal” e também a várias outras situações que nos levam ao desequilíbrio e incapacidade de encontrarmos soluções de maneira mais clara para os problemas diários, irritabilidade, sonolência, alergias, depressão, desinteresse pelas coisas, tosse crônica, dores musculares, acentuação dos sintomas da tão conhecida Tensão Pré-Menstrual (TPM), dentre outras. 30

Todo esse estresse físico e emocional potencializados pode nos levar a um desequilíbrio hormonal e consequentemente a Fadiga de Adrenal. E o que isto significa? A Fadiga de Adrenal ocorre por um desequilibrio hormonal que leva as glândulas das suprarrenais a funcionar abaixo dos níveis ideais, não secretando os hormônios adequadamente. As suprarrenais são responsáveis pelo organismo equilibrar estresse físico, emocional e psicológico. Isso significa que as glândulas suprarrenais, localizadas na parte superior dos rins, não estão respondendo adequadamente ao estresse, o que acontece com a liberação de um hormônio chamado cortisol e justamente esse hormônio que se encontra em declínio na Fadiga Adrenal Crônica. Apesar de controvérsias, existem opções de tratamentos, que são restabelecer os níveis adequados de cortisol, imprescindível para que tenham padrões de energia adequados, melhorando a capacidade de trabalho e a resistência a situações de estresse e com Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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isso mais qualidade de vida. Além de outras medidas que proporcionem descanso físico e mental, uma boa noite de sono, uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas e sociais que nos tragam prazer e bem estar. O estresse provoca um aumento da produção do cortisol, um hormônio que é de extrema importância para o funcionamento perfeito do nosso corpo. O cortisol controla nosso biorritmo, reduz nossas inflamações e estimula nossa imunidade. Quando os níveis de cortisol estão baixos (“cortisol baixo”), sentimos dores constantes, inflamamos por qualquer motivo e desenvolvemos um cansaço muito além do normal. Esse cansaço é chamado fadiga crônica.

deixando mais suscetíveis a infecções. Uma alimentação saudável, balanceada e qualitativa, pode minimizar, os sintomas da doença. Para melhor combater o estresse é preciso uma mudança nos hábitos alimentares e a busca por um estilo de vida mais saudável. Para iniciar uma dieta capaz de controlar e reduzir os sintomas do estresse, é importante incluir no cardápio alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais. São eles arroz integral, feijão, lentilha, grão-de-bico, pão integral, milho, queijo cottage, geleia de frutas, acerola, laranja, mamão, pêssego, maracujá, morango, banana, maçã, manga, abacate, uva, mirtilo, alface, agrião, couve, aspargo, cenoura, espinafre, brócolis, salsão,

ENTREVISTA DA REVISTA CONDOMÍNIO & SOLUÇÕES COM A NUTRICIONISTA DENISE SAMARI

salsinha, abóbora, semente de abóbora, ameixa, uva passa, nozes, castanha de caju, castanha-do-pará, damasco, chia, painço, linhaça, cúrcuma, chá verde, alcachofra, peixes e frutos do mar. Os alimentos antioxidantes, responsáveis por atacar as toxinas absorvidas pelo organismo ao longo de um dia, também são fundamentais.

RCS: EMBORA PSICOLÓGICO, O ESTRESSE PODE AFETAR A SAÚDE FÍSICA. ONDE ENTRA A NUTRIÇÃO PARA COMBATER ESTE DESEQUILÍBRIO? Mau humor, dor de cabeça, cansaço são apenas alguns sintomas causados pelo estresse que, acabam por prejudicar nossa saúde. Além de causar um desequilíbrio hormonal no organismo, alteram as reservas de nutrientes, vitaminas e minerais que podem causar várias doenças. Dentre elas: doenças do trato gastrointestinal, doenças cardiovasculares, dores musculares, hipertensão, depressão e ainda provoca uma diminuição do nosso sistema imunológico nos Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

RCS: COMO EVITAR O ESTRESSE, POR EXEMPLO, CAUSADO PELA ROTINA DE TRABALHO? As causas principais do estresse são: alimentação incorreta, sobrecarga (pessoal ou profissional), fumo, baixa autoestima, medo, trânsito etc. Várias doenças estudadas pela medicina do trabalho têm uma relação forte com o estresse. 31


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O desgaste que as pessoas são submetidas no ambiente de trabalho e suas funções específicas é fator dos mais significativos no aparecimento dessas doenças, além dos fatores pessoais. Obviamente que há uma particularidade de pessoa para pessoa. Entretanto, as primeiras vítimas desse descontrole emocional são a autoestima e a alimentação. A ansiedade decorrente das preocupações pode gerar insônia, comer demasiadamente, ou o contrário, comer pouco demais. Estresse e nutrição estão fortemente ligados. Os maus hábitos alimentares, como ingestão excessiva de cafeína, açúcar e sal, podem agravar o organismo

má alimentação, estresse, sono prejudicado, exposição a substâncias estranhas ao nosso corpo, como por exemplo, agrotóxicos, corantes e outros ingredientes não naturais presentes nos alimentos. A ingestão de alimentos refinados, ricos em gordura e açúcar ou então industrializados contribui para uma série de problemas: ganho de peso, resistência baixa, cansaço, pele opaca e um sério desequilíbrio da flora intestinal chamado disbiose, que ocorre quando há um predomínio de micro-organismos maléficos sobre os benéficos no órgão. Causado por uma alimentação desbalanceada e rica em carboidratos refinados, açúcares, gorduras saturadas e baixa inges-

ao estresse. Em relação à alimentação, a principal dica para combater o estresse é consumir alimentos naturais de cores diferentes, quanto mais colorido for o prato, mais substâncias que combatem os radicais livres vão ser ingeridas.

tão de fibras; ingestão excessiva de agrotóxicos; automedicação e uso elevado de antibióticos, antiinflamatórios e antiácidos; e uso abusivo do álcool e do cigarro. Para restabelecermos a saúde da flora intestinal é preciso promover mudanças reais no estilo de vida, diminuindo os fatores estressantes e incluindo em seu dia a dia uma dieta balanceada, com alimentos que promovem a saúde, como os chamados alimentos funcionais e os probióticos, como por exemplo, legumes, verduras e frutas (frescas e orgânicas), alimentos ricos em frutooligossacárideos e inulina, encontrados nas fibras e cereais, aumento da ingestão de água. Uma flora intestinal equilibrada é capaz de melhorar

RCS: QUANDO O ORGANISMO É ATACADO, O DEFICIT IMUNOLÓGICO LOGO AUMENTA. COMO PROTEGER-SE? O sistema imunológico é o responsável por combater diversas doenças e patogenias, causadas por vírus, bactérias, fungos, proteínas e outros antígenos. A queda desse sistema pode ocorrer por diversos fatores, como 32

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Denise Samari Silva Pelles Nutricionista - CRN-1/1415

não só a digestão, como também a regulação do nosso sistema imunológico. RCS: QUANDO O ESTRESSE ENTRA NA PERTURBAÇÃO DO SONO, O REMÉDIO É UM SONÍFERO OU TÊM OUTRAS SAÍDAS NUTRICIONAIS?

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Há basicamente dois hormônios que fazem a regulação do apetite/saciedade e do sono: a serotonina e a melatonina, respectivamente. Para sintetizarmos esses hormônios, precisamos de vários nutrientes. A serotonina é diretamente sintetizada a partir do aminoácido triptofano, encontrado principalmente em banana, feijão-preto e oleaginosas. Para que essa reação seja eficiente, são necessários os seguintes nutrientes: Ácido fólico, encontrado em vegetais folhosos verdeescuros, gema de ovo; vitamina B12 encontrada em produtos de origem animal; vitamina B6 disponível em cereais integrais, oleaginosas, aveia; magnésio presente em vegetais folhosos verde-escuros, olea- ginosas, cereais integrais. Além desses nutrientes, também precisamos de carboidratos de boa qualidade e integrais. Portanto, dietas pobres em carboidratos podem ser prejudiciais para a regulação da produção de serotonina e melatonina, alterando o sono e o apetite.

Os distúrbios do sono são cada vez mais frequentes na sociedade moderna e suas alterações metabólicas estão sendo cada vez mais relacionadas ao desenvolvimento de doenças crônicas como obesidade, diabetes, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares. Muitas vezes abraçamos mais trabalho e preocupações do que podemos dar conta ao longo do dia e cada vez mais realizamos tarefas simultâneas. Não é à toa que ficamos muito cansados e, à noite, tudo o que queremos é uma cama, mas mesmo exaustos, muitos não conseguem o devido descanso. Uma das principais causas para isso é a má alimentação. Nosso organismo é uma máquina muito bem regulada, trabalhando em ciclos. Nós temos períodos de trabalho, de descanso e de alimentação. Toda vez que extrapolamos o limite entre esses ciclos, nosso corpo sente as mudanças e reage de formas distintas. Dessa forma, quando nos alimentamos mal, há grandes chances do nosso organismo responder com um alerta. Uma dessas respostas é a falta de sono. Muitas vezes nosso organismo responde mal ao excesso de trabalho associado a má alimentação e a falta de descanso.

RCS: O ORGANISMO DE CADA PESSOA REAGE DE FORMA DIFERENTE, ENFRENTANDO AS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS. ONDE ENTRA A NUTRIÇÃO PARA CORRIGIR AS DEFICIÊNCIAS?

A intervenção nutricional é de suma relevância e terá como foco modular as alterações metabólicas desencadeadas por esses distúrbios, bem como prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas mais graves.

Após diagnosticar a causa dos problemas de seus pacientes, ela sugere um cardápio rico em alimentos funcionais, que melhoram o metabolismo e previnem doenças.

Tanto a depressão quanto o estresse são formas de o organismo dizer que ele está funcionando de maneira errada e apresenta alguma disfunção. Se esta disfunção for corrigida, o paciente estará se prevenindo contra outras complicações. A ausência de nutrientes no organismo pode torná-lo desequilibrado e o mau funcionamento gera disfunções. A falta de substâncias essenciais se apresenta de quatro modos diferentes: estresse quando a pessoa queima muitos nutrientes; alimentação inadequada, o indivíduo só come doces, chocolates, sanduíches, e não busca os nutrientes corretos que estão no peixe, legumes, verduras; falta de nutrientes adequados nos alimentos; e má absorção dos nutrientes, o que é muito comum. Repor nutrientes essenciais é uma forma de prevenir doenças e tratar disfunções presentes no organismo.

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Barata da humanidade

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: a mais antiga inimiga

T

rezentos e cinquenta milhões de anos, essa é a idade da barata. Se imaginarmos que o homem assumiu sua posição bipedal há mais de oito ou nove milhões de anos, veremos que a barata é bem anterior à espécie humana na face da terra, sendo que existem quatro mil espécies do inseto já descritas e que somente o gênero Blatella tem 45 espécies. Apesar dos avanços tecnológicos de nossos dias e do advento de poderosos inseticidas, não existe na química fina nacional ou internacional, qualquer produto que seja permeável à ooteca (bolsa de ovos). As baratas são onívoras, ou seja, capazes de ingerir qualquer tipo de alimento, sendo responsáveis por curtos circuitos e até incêndios. Também são vetores, que disseminam grande número de bactérias, fungos, vírus, helmintos e protozoários patogênicos, os quais são causadores de enfermidades como, conjuntivites, gastroenterite, infecções urinárias, infecções alimentares, gangrena gasosa, infecção de ferimentos, pneumonia, alergias, verminoses, micoses, amebíase, giardíase, poliomielite, hepatite, entre outras. A barata alemã (blatella germânica), também conhecida como francesinha ou paulistinha (devido às faixas longitudinais claras e escuras, que possui no dorso, lembrando as respectivas bandeiras), é a espécie de mais difícil controle, pois há muito tempo convive com o homem, próximo à sua fonte de alimento e, portanto foi mais combatida, criando tolerância a diversos inseticidas. Devido às suas Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

proporções, é capaz de esgueirar-se por qualquer fenda e suas ninfas completam o desenvolvimento em tempo menor que outras espécies (36 dias para ir do estágio de ovo ao de adulta. Além disso, sua ooteca possui maior número de ovos, em 200 dias (tempo médio de vida) pode gerar até 200 ovos por fêmea. A barata voadora ou de esgoto (Periplaneta americana), possui tempo médio de vida de dois anos e meio, produzindo até 810 ovos. As baratas infestam mais cozinhas e banheiros por causa da elevada temperatura e umidade encontradas nessas áreas, principalmente em torno de equipamentos geradores de calor (geladeira, freezer), sob pias e em torno dos encanamentos, sendo que, temperatura e umidade elevadas são condições inimigas da maioria dos inseticidas, que sofrem inativação mais rápida. A seleção correta dos inseticidas a serem empregados, as suas ações (desalojante, fulminante ou residual), o intervalo entre os tratamentos associados aos demais controles, devem estar sempre à frente da curva de crescimento dessa população, isto é, não permitir o fechamento do ciclo biológico (de ovo a ovo). Curiosidades: Um casal de baratas e sua prole, no período de um ano podem gerar 100 mil descendentes. Em um país tropical esse número pode ser superado. Para cada barata que se vê à luz do dia existem, em média, 50 escondidas, pois elas passam até 75% do seu tempo abrigadas em seus esconderijos. Algumas espécies de baratas podem viver até 15 dias sem água ou alimento e 30 dias somente com água. 35


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Curso Básico Curso Básico de de

Síndico

Abertas as inscrições para o Curso Básico de Síndicos oferecido pela ASSOSÍNDICOS/DF. O curso será ministrado por diretores da ASSOSÍNDICOS/DF e abordam temas como legislação de condomínios, engenharia, eventos, sustentabilidade e noções de contabilidade. O curso básico de síndico é oferecido dentro do programa Escola de Síndicos da ASSOSÍNDICOS/DF. O presidente da ASSOSÍNDICOS-DF, Síndico Paulo Roberto Melo diz “o curso básico de síndicos é um curso rápido e com qualidade e vai ajudar muito os síndico a fazerem uma gestão cada vez melhor e ao final do curso você recebera o certificado com carga horária de 30 h/a” falou o presidente da ASSOSÍNDICOS-DF. Já o diretor de relacionamento da ASSOSÍNDICOS/ DF, Professor Hélio Paes Leme, falou que “com o curso básico de síndicos que o síndico e o morador do sudoeste vão fazer, ela vai melhorar o relacionamento entre síndico e condôminos ” enfatiza o diretor. O curso é uma realização da ASSOSÍNDICOS-DF com o apoio da UNS – União Nacional de Síndicos, Sociedade Brasileira de Síndicos e Policia Militar do Distrito Federal e tem aulas nas áreas de: Relações interpessoais, mediação

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de conflitos, eventos em condomínios, seguros em condomínios, liderança em condomínios, ser síndico em condomínio, contabilidade aplicada aos condomínios, legislação aplicada aos condomínios, engenharia de elevadores, vistorias em condomínios, segurança em condomínios, prevenção de incêndios e primeiros socorros. Os professores são especialistas no assunto sendo a maioria diretores da ASSOSÍNDICO/DF. Os horários das aulas vão de 19h às 22h e a carga horária é de 30h/a. Serviço: CURSO BÁSICO DE SÍNDICO. Valor: GRATUITO. Inscrições:https://docs.google.com/forms/d/1e o6WFHuTRzD_5vtguTEMmJjNErWH2V4_d5tQuA3bz-c/ viewform Dias de aula: 20, 21, 22 E 23 DE AGOSTO. Horário: DE 20 Á 22/08 DAS 19H ÁS 22H E NO DIA 23/08 DAS 08H30MIN ÁS 12H. Local: AUDITÓRIO DO 7° BPM - BATALHÃO DA POLICIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL - EQSW 2/3 ÁREA ESPECIAL - SUDOESTE - BRASÍLIA-DF. Informações: 3027-2771 | 9665-5755 | 8497-2015 | 9346-8734

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A Revista Condomínio & Soluções não para. Vislumbra espaços e nichos no mercado competitivo e às vezes mal humorado. A cidade que é cercada por um grande cinturão verde não tem uma revista que atenda este mercado. A partir da próxima edição, vamos nos aproximar mais dos produtores, criadores e comercializadores de produtos, bens e serviços (Genética, agropecuária, telefonia rural, frotas, tratores, equipamentos), no caderno Condomínio Rural. Este caderno vai buscar notícias e informações de interesse do setor. Já contamos com mailing (endereços) de centenas de sitiantes e fazendeiros para mandar nosso periódico. Condomínio & Soluções é também Condomínio Rural.

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E o condomínio Brasília ganhou seu Coliseu, mas segurança e ...

A

cidade brilha, nem tanto quanto desejariam os políticos, mas mesmo assim está brilhando. Asfaltada, maquiada, quase limpa e segura e enfeitada como os políticos gostam de apresentar seus domínios nas oportunidades em que visitas são previstas e a repercussão na mídia será grande. Mas, como sempre aconteceu no país quando os governantes se atreveram a promover megaeventos, a conta chega depois, muito salgada e em detrimento das classes menos favorecidas. Foi assim na Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil (1922), a Copa do Mundo de Futebol de 1950, nos IV Jogos Pan-Americanos (1963), visita do Papa João Paulo II (1980), ECO-92, na Comemoração dos 500 Anos, nos XV Jogos-Pan Americanos em 2007 e na Jornada Mundial da Juventude, em 2013. Segundo reportagem da Revista de História da Biblioteca Nacional, edição nº 105, nem é possível estimar o montante dos prejuízos sociais decorrentes. A Copa da FIFA, um dos maiores eventos do mundo moderno, regado a denúncias de corrupção por onde acontece e pautando países de governo fraco, não deverá escapar desse desígnio no Brasil. Por mais que se apregoe na propaganda, o saldo não será positivo e o povo arcará com os restos a pagar, sem dúvida. Menos saúde, menos educação, 38

menos segurança e menos infraestrutura para um país que precisa crescer, reduzir as demandas sociais e prover segurança pública para não continuar a ser o campeão mundial de homicídios, com as tristes marcas de 60 mil mortos por ano e segundo maior consumidor mundial de drogas. As arenas dos gladiadores modernos, de chuteiras coloridas em pés que antes nem calçados eram, repletos de tatuagens, trejeitos e cabelos personalizados, para serem distinguidos da massa, aí estão em 12 capitais, muitas das quais não têm futebol e muito menos hospitais, escolas e segurança, ao custo de mais de R$ 30 bilhões em seu conjunto de gastos. No momento desfrutam de um aparato de segurança jamais visto neste país, com forças de todos os níveis, cores, competências e atribuições. Nos 30 dias iniciados em 12 de junho, parte da população aproveitou a ilusão do pão e do circo que, desde a Roma imperial, pauta a agenda dos políticos. Óbvio, mais circo que pão, pois a manutenção das necessidades sempre foi importante no discurso para a permanência no poder. Ao longo da história da humanidade, as carências sempre empolgaram as palavras dos candidatos aos cargos políticos. Convém lembrar isso em outubro e novembro próximos. “Sempre foi assim, por que vai mudar agora”? como Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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ouvi, recentemente, de um pretendente à renovação das benesses que o poder concede, em Brasília. Isso, para quem conhece a história, leva a uma inevitável comparação da qual conclusões devem ser tiradas. Vespasiano, quando iniciou o Coliseu romano, nos anos 70 depois de Cristo, pretendeu apagar os malfeitos de Nero, cativar a população de Roma, aumentar o moral e a auto–estima da sociedade romana e marcar a gestão da dinastia Flaviana. Importante lembrar que o Império estava em seu apogeu e Roma podia arcar com o investimento. Depois, o Anfiteatro Flávio ou Flaviano foi utilizado como arena de espetáculos por cerca de 400 anos e, posteriormente, como fortaleza, prisão e condomínio residencial. De repente, aquelas formas de ocupação poderiam vir a calhar para os “elefantes brancos” que se preveem como futuro para alguns dos 12 estádios do decantado legado da Copa. Evidente que alguma herança positiva deverá ficar, pelo menos, como para futuros gestores políticos, embora no Brasil seja comum a repetição da história, pelo seu esquecimento. Até o nome de Mané Garrincha foi eclipsado pelo anfiteatro agora denominado Estádio Nacional das cadeiras vermelhas. No foco deste artigo, a segurança do condomínio Brasília de Juscelino, idealizado por Niemeyer e Lúcio Costa, à semelhança do Colosseum de Vespasiano, recebeu no ano passado, segundo divulgado pelo GDF, investimentos ampliados em cerca de R$ 13 milhões. Foram instaladas câmeras de vigilância em áreas públicas, criado o Centro Integrado de Comando e Controle que deverá potencializar as ações da ineficiente Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade), adquiridas viaturas, cavalos, armamentos, novos uniformes (a imagem mais light é aspecto interessante), equipamentos como vestes antitumulto - “robocops pós-apocalípticos” – e armas menos letais. Os números alardeados realmente impressionam, mas há o que questionar, em termos de legado, na plena acepção desse termo, para o futuro da situação de segurança pública no pós-megaevento. Está comprovado que os gastos cada vez mais elevados com segurança pública no País não têm freado a dinâmica do crime. Deixaram de ser contemplados programas que realmente pudessem trazer melhoras nos índices de criminalidade e de violência, com atuação nos fatores Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

indutores desses processos, como de redução ao tráfico e consumo de drogas (especialmente entre os menores de idade), de ampliação de vagas nos presídios superlotados, de redução da reincidência criminal, na modernização dos meios de investigação para solução de delitos (a média nacional é de 8% e o Distrito Federal não escapa muito disso) e no aperfeiçoamento das políticas de valorização dos policiais. A respeito desse último quesito, permanecem as insatisfações dos policiais, quanto aos salários e gestão de pessoas nos planejamentos de atividades de policiamento ostensivo e repressivo no DF, com consequências e reflexos para a sociedade brasiliense. A última turma de policiais civis, nomeados para atender de imediato as demandas do padrão FIFA, teve seu curso realizado em 30 dias. Essas pessoas que estiveram nas ruas, armadas e velando pela aplicação da lei, apesar do nível de preparo individual que revelaram ao conquistarem a aprovação no concurso público e da dedicação de seus instrutores, com certeza não adquiriram, no treinamento, o preparo que permita a visualização de ganhos consideráveis nos próximos anos, em termos de segurança coletiva. É fácil inferir pela responsabilidade do governante e assessores que tomaram tal decisão. Diante disso, na tentativa de reduzir a distância entre o público e o privado, prefeitos de quadra no Plano Piloto e cidades-satélites, administradores regionais e autoridades de segurança pública devem

intensificar a aplicação integrada dos meios à disposição, com criatividade, bom senso e acomodando interesses no sentido de suprir as demandas por segurança. A potencialização do retorno dos investimentos em segurança passa pela integração de esforços, 39


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boa gestão dos meios e objetivos bem definidos, sem dúvida. Tecnologias são as primeiras imagens que vem à cabeça quando o assunto é segurança, mas é muito importante lembrar que essas têm pouca influência na redução dos crimes de massa e não substituem uma cultura de segurança bem sedimentada em valores e princípios enraizados na sociedade e em decisões e planejamentos bem formulados. O importante é que a sociedade brasiliense, em seu habitat condominiail, usufruiu dos momentos de lazer proporcionados pelos jogos, mas que tenha a consciência de que as necessidades sociais e humanas, como a segurança para viver e trabalhar, permaneçam após a Copa.

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Marco Antonio dos Santos Especialista em segurança

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Aeroporto de

Brasília

.

B

rasília já pode se orgulhar do seu aeroporto internacional. Depois de muitas críticas, e depois de muitos anos de um atendimento abaixo do padrão internacional e do nível que a cidade exige e representa, Brasília ganhou com as reformas e ampliações, um dos mais importantes aeroportos do país. As obras de reforma e ampliação do aeroporto iniciaram em dezembro de 2012 e foram entregues em maio de 2014. Com o aumento do número de passageiros, é claro que a demanda também aumentou. E aumentou muito. As reformas e ampliações se fizeram necessárias. Em 2003, por exemplo, dois milhões de pessoas circularam pelo Aeroporto JK. Em apenas doze anos, este número chegou a dezesseis milhões de passageiros por ano. Esse aumento foi gradativo, mas com números muito expressivos a cada ano. 42

Obras, Reformas, Modernização Dentre as obras, o Píer Norte, com sua nova sala de embarque, foi a principal realização entregue. Com mais de 20 mil metros de área construída o novo espaço conta com oito pontos de embarque

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e junto com o Píer Sul, entregue anteriormente, o aeroporto passou de 13 pontos de embarque para 29. Com as duas alas disponíveis o aeroporto poderá chegar a atender 25 milhões de passageiros por ano. “Entregamos o Píer Sul com mais de um mês de antecedência em relação ao prazo contratual. Agora, terminamos mais um ciclo, com a entrega do Píer Norte dentro do prazo”, explica Alysson Paolinelli, presidente da Inframerica. As obras do aeroporto duraram 17 meses, e mais de quatro mil operários trabalharam na construção. O terminal aumentou 45%, passando de 60 mil metros quadrados, para 110 mil. Além disso, as taxiways e as pistas de pousos e decolagens foram reformadas e ampliadas e juntas somam 300 mil metros quadrados. Reformar e ampliar o aeroporto exigiu um planejamento detalhado e cuidado redobrado, pois as obras foram realizadas em meio à operação, com passageiros e aeronaves em trânsito. Para Paolinelli, foi um grande desafio, construir, reformar, cumprir os prazos e realizar tudo isso em meio ao funcionamento ininterrupto do aeroporto. O tamanho desse desafio é proporcional ao tamanho do orgulho da realização. “Atravessamos esse período sem nenhum acidente. Incomodamos, neste tempo, os nossos clientes, mas o resultado é um aeroporto mais moderno e muito mais confortável”, explica. Além do Píer Norte, também foram entregues novos balcões de check-in compartilhado, novas esteiras de bagagem, novos sanitários, vagas cobertas no estacionamento, novo espaço delimitado para taxistas, 41 posições remotas para aeronaves e a duplicação do viaduto de aeronaves. “É importante ressaltar que as obras de melhorias continuam. São 25 anos de concessão, e teremos novas obras no futuro para adequar a estrutura do aeroporto com as novas demandas”, diz o presidente. Outras obras foram adiantadas e entregues antes do prazo contratual, como por exemplo, o Píer Sul e a Sala Vip, que já estão em funcionamento há mais de um mês. A Inframerica também entregou a ampliação das vagas de estacionamento, a reforma do terminal 2 e do terminal de cargas, novo posto médico, duplicação do viaduto de embarque e as ampliações do saguão do terminal 1.

assistida. No período de testes a área receberá voos específicos, e após essa avaliação o espaço será aberto para os passageiros. A construção do Píer Norte durou 12 meses e cerca de mil e trezentos operários da Helvix e aproximadamente 600 colaboradores terceirizados trabalharam na obra. A nova sala de embarque é exclusiva para voos domésticos e possui oito fingers. Os serviços de gastronomia e lazer serão abertos gradativamente e os passageiros do Píer Norte poderão contar com várias opções gastronômicas. Empresas especializadas no ramo estão se instalando no espaço do novo aeroporto.

Lazer e consumo O aeroporto aumentará suas opções de serviços, lazer e consumo. O Dufry Internacional, por exemplo, vai aumentar sua área em quase três vezes, passando dos atuais 380 para 1.069 metros quadrados. Já para os passageiros dos voos nacionais a Dufry será no estilo de loja de departamento, com 1.600 metros quadrados. Assim que passar pelo controle de inspeção, o passageiro já estará dentro da loja e poderá fazer suas compras com tranquilidade, em um ambiente mais amplo e confortável. O restaurante americano de frutos do mar, Red Lobster, vai instalar uma unidade de 500 metros quadrados com vista para o pátio de aeronaves. A cervejaria Budweiser abrirá três bares, um deles em formato de mini estádio de futebol, também com o mesmo tamanho do restaurante. No segmento de gastronomia, os usuários terão mais de 40 opções, quase quatro vezes mais que as 11 oferecidas atualmente. Novas marcas como Koni

Píer Norte No começo de julho o Píer Norte iniciou a operação Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

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Sushi, Domino’s Pizza, Espaço Árabe, Go Fresh e Café 3 Corações abrirão lojas no local.

foram reformadas e ampliadas e juntas somam 300 mil metros quadrados .

Consórcio Inframerica O consórcio Inframerica que administra o Aeroporto JK é composto pelas empresas Infravix, controlada pelo Grupo Engevix, um dos maiores grupos de infraestrutura com mais 50 anos de experiência e atuação nas áreas de engenharia consultiva, construção, energia, óleo e gás e concessões de infraestrutura; e Corporación América, maior operador aeroportuário privado do mundo, que administra 52 aeroportos na Argentina, Brasil, Uruguai, Peru, Equador, Itália, Armênia e outros. Cada empresa detém participação de 50% no consórcio, que entra, por sua vez, com 51% na composição acionária da Sociedade de Propósito Específico (SPE), criada para operar, reformar e ampliar o Aeroporto Internacional de Brasília. Conforme determina o contrato de concessão, a Infraero é sócia da SPE, com participação de 49%. As taxiways e as pistas de pousos e decolagens 44

Alysson Paolinelli, presidente da Inframerica Empresa administradora do Aeroporto JK

Entrevista com o presidente da Inframerica, Alysson Paolinelli. RCS: Toda a sua experiência adquirida nas empresas por onde passou pode ser levada a um setor tão diferente e de maior visibilidade como o importante Aeroporto JK? AP: Logística, concessões públicas e atendimento a clientes são as três bases que sustentam as atuais Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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operações de aeroportos no Brasil. Considero que a experiência adquirida durante minha carreira compõe o tripé que sustenta todo o projeto que estou tocando nos aeroportos. A primeira é a experiência de mais de 20 anos em operações logísticas em diversas empresas, a segunda é a vivência de oito anos em concessões ferroviárias, e a terceira é a experiência de atendimento ao cliente e consumidores nas empresas de alimentos pelas quais passei.

prontamente sanados. O vazamento de água ocorrido situou-se na área de check-in de uma das companhias aéreas e foi solucionado com a desobstrução dos “ralos” da cobertura. Essa obstrução ocorreu em uma área antiga do aeroporto que ainda não passou por reforma. No piso térreo em frente ao desembarque doméstico, também houve obstrução de uma tubulação de águas pluviais impossibilitando o escoamento da

RCS: Quais são as etapas futuras de construção, modernização e ampliação do aeroporto de Brasília?

água, o que ocasionou o transbordamento pelo bueiro. Engenheiros hidráulicos foram acionados e conseguiram sanar o problema. As equipes de manutenção e limpeza trabalharam imediatamente isolando a área afetada e dando vazão a água. Portanto este tipo de desconforto não mais ocorrerá.

AP: O aeroporto de Brasília passou por obras de reforma e ampliação que aumentaram a capacidade do aeroporto de 16 milhões de passageiros por ano para 25 milhões. A Inframerica tem concessão de 25 anos no aeroporto de Brasília. Até 2037 novas obras serão realizadas para adequar a estrutura do aeroporto às novas demandas. Após a Copa do Mundo o aeroporto entra em uma nova etapa de obras que inclui a reforma do corpo central, revitalização da praça de alimentação, novas obras na ala internacional, novas melhorias no estacionamento, entre outras. RCS: O aeroporto teve problemas estruturais com uma chuva inesperada. Já está tudo resolvido ou ainda pode assustar quando vierem as chuvas torrenciais comuns nos meses de novembro e dezembro? AP: Uma forte chuva ocorrida no Distrito Federal, há mais de um mês, afetou o terminal central do aeroporto de Brasília. As equipes de técnicos e engenheiros da Inframerica trabalharam imediatamente para que os problemas surgidos nas áreas atingidas fossem Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

RCS: A que você atribui a entrega pontual das obras? Coisa não muito comum no Brasil. AP: Esta experiência na construção de aeroportos nos trouxe a segurança de firmar um compromisso com a entrega das obras do aeroporto de Brasília. Conforme previsto em contrato de concessão, no dia 24 de maio todas as obras foram entregues para a Anac. Foi um grande desafio, construir, reformar, cumprir os prazos e realizar tudo isso em meio ao funcionamento ininterrupto do aeroporto. O tamanho desse desafio é proporcional ao tamanho do orgulho da realização. Hoje o Píer Sul, principal obra realizada, o Píer Norte, a Sala VIP, entre outras realizações, já estão em uso e proporcionam maior conforto aos passageiros, principalmente neste período de movimento que a Copa do Mundo está proporcionando.

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Condomínio

Aeroporto Por Alexandre São José

N

esta edição a Condominio & Soluções publicou reportagem sobre o Aeroporto de Brasília. Acredito que alguns de nossos estimados leitores devem estar se perguntando o quê tem aeroporto a ver com condomínio? Pois bem, tentarei esclarecer, ou complicar o entendimento. Em aeroportos atuam várias empresas, instituições, órgãos governamentais, entre outros, cujo objetivo é bastante especifico e com propósito único de atender ao público-alvo que é o passageiro, portanto, tentem imaginar se cada um resolver atuar de forma a coordenar a administração geral do aeroporto? Como ficaria a gestão de recursos físicos e pessoas? Exemplificando: - Suponhamos que a Polícia Federal, por se tratar de polícia especializada, resolve administrar o aeroporto devido sua responsabilidade pela imigração e atividades policiais na área restrita. Assim, dará à Receita Federal o direito de administrar também, por se tratar de autoridade alfandegária, sendo assim, aparece a companhia aérea alegando que por ser a transportadora do passageiro é de importância vital para o funcionamento do aeroporto e a garantia de empregos de todos. Vai virar bagunça. Além disso, ainda tem de limpar o piso, prover o banheiro de material de limpeza e higiene entre outras atribuições. Sem duvidar da capacidade de todos sobre gestão é necessário ter um administrador que possa cuidar da infraestrutura, manutenção, segurança física, armazenagem de carga, operacionalidade de aeronaves em solo e da exploração comercial, este último para ajudar a pagar a conta das despesas geradas por esses segmentos. Então, o responsável pela administração aeroportuária, seja pública ou privada, é o síndico desse complexo condominio para que possa fornecer a todos 46

os condôminos, ou seja, órgãos, instituições, comércio, empresas entre outros, a condição necessária para suas respectivas atuações com reflexo direto no público usuário e passageiros. Comparando com um prédio residencial tentem imaginar o morador do apartamento 602 utilizando as escadas de emergência como sala de estar, ou o morador do apartamento 407 estacionando seu carro na porta do elevador social para facilitar o desembarque. Por que não? Ambos pagam condomínio em dia e compraram seus apartamentos a vista. Surgiu um vazamento de água no salão de festa. Faltou energia elétrica. O elevador quebrou! Quem vai resolver os problemas? Excetuando o exagero na colocação, cada um tem seu espaço respeitado, segurança, funcionalidade, privacidade, entre outras condições satisfatórias de moradia e utilização que são garantidas pela atuação do síndico do condomínio. Administração aeroportuária em termos de legislação e responsabilidade civil vai muito além do que foi aqui explanado de forma superficial, porém, suficiente para esclarecer o motivo do nosso querido editor ter escolhido o tema aeroporto para esta edição. Alexandre São José é arquiteto com formação aeroportuária e pós-graduação em sustentabilidade arquitetônica com foco na infraestrutura aeroportuária (UnB, 2008).

alexandresaojose@alcarprojetos.com.br (61) 8111-9394 Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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Empresária destaque vale frisar, pessoalmente a nossos clientes, seja em qualquer hora e em qualquer dia que desejarem.

Gleice Vargas Diretora da Clean Service A empresária Gleice Vargas teve ascensão meteórica no mundo dos negócios. Há oito anos está em Brasília, vinda de Porangatu-Goiás, para trabalhar em uma empresa que presta serviços terceirizados. Em pouco tempo resolveu abrir sua própria empresa em parceria com seu sócio e hoje, três anos depois, a Clean Service se destaca no mercado. RCS: Por que é melhor terceirizar? Gleice: Porque a preocupação de qualquer cliente passa a ser da empresa. Você não tem como prever quando um funcionário vai faltar ao serviço, vai nascer seu filho, vai adoecer. O funcionário que entra de férias, você tem que cobrir esta falta. Quando se tem uma empresa, por trás disso, tudo torna-se mais tranquilo. Na contratação direta ainda corre-se o risco do funcionário ficar engessado em matéria de trabalho e aí o condomínio, para não querer gastar com rescisão acaba por deixar quem não merece em seu convívio. Com uma empresa, você não está satisfeito, ela tem a obrigação de substituí-lo. É bem mais cômodo para qualquer síndico. RCS: A que você atribui essa queda de braço jurídica em relação à terceirização? Gleice: Perda de receita. O sindicato da contratação direta vem perdendo muitos adeptos e isto não é bom para eles. Só não gostaria de saber que esta queda de braço caminha para o lado político, pois aí sim, viraria uma bagunça. É só imaginarmos quantos pais de família ficariam desempregados e quantas empresas abririam falência para vermos se esta luta é justa. Espero que cada um fique com seu pedaço do mercado, pois há lugar para todos. RCS: Além do traje, o que a sua empresa trouxe de diferente para o mercado? Gleice: Nós pontuamos pela excelência de nosso trabalho. Trouxemos para o mercado o serviço 20 mais, onde colocamos à disposição de nossos clientes itens que agregam os nossos serviços de portaria e zeladoria que nenhuma outra empresa possui. Além disso, somos uma empresa onde os donos dão o pronto atendimento, 48

RCS: Como você vê a concorrência em um mercado tão competitivo? Gleice: Cada dia que passa aumenta realmente o número de empresas que querem ingressar neste ramo. Para mim isto é salutar, pois obriga-me a pesquisar onde posso estar errando, fidelizar ainda mais nossos clientes. Porém, abrir uma empresa é fácil; difícil é conquistar a clientela e organizar seu fluxo de caixa para que amanhã você não possa incorrer em erros administrativos que lesem seus funcionários ou sua clientela. RCS: Conte algo que lhe trouxe aprendizagem como empresária Gleice: Aprendi muito que tenho sempre que me resguardar como ser humano. Às vezes esquecia de mim e de minha família para dedicar horas à empresa. Saía do trabalho, mas o trabalho não saía de mim. Foram inúmeras as horas que chegava em casa e deixava de curtir minha filha e marido para agilizar trâmites empresariais. Tinha a crença que só sendo funcionária é que me cansava, mas empresária não tem vida fácil. Aprendi a respeitar mais e mais meus colaboradores, pois são eles que colocaram e mantêm a Clean Service de pé. Fico imaginando horas e horas que levam para chegar ao trabalho, o horário que saem e chegam em casa e isto é desolador, principalmente quando se fala em salário. Quando algum deles chega com problemas no meu Recursos Humanos peço sempre que cada caso seja analisado minuciosamente. Antes de ser empresária sempre punha defeito em certas coisas que alguns companheiros de trabalho faziam. Hoje vejo que não é bem assim. Uns possuem certos limites e outros vão muito mais além. Respeitar as particularidades faz parte de meu cotidiano que antes eu não tinha. RCS: Qual o projeto futuro da Clean Service? Gleice: Sermos considerada a melhor empresa de terceirização de mão de obra condominial, é claro. Além disso, temos o sonho de idealizarmos um grande projeto na área social para atendermos não somente nossos funcionários, mas uma parcela considerável da população brasiliense. Para isso acontecer sabemos que precisamos melhorar muito e nos adequarmos cada dia mais às necessidades do mercado e de nossa clientela. Mas a crença em Deus é forte e sabemos que logo atingiremos este objetivo. Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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Seu condomínio merece ser valorizado.

Aproveite a oportunidade para modernizar seus elevadores com a qualidade Otis. Planos de Financiamento com prazos de pagamento em até 36 vezes.

Modernização de Elevadores é com a Otis. Modernização de elevadores multimarcas A Otis oferece pacotes de modernização também para elevadores de outras marcas, tornando os equipamentos mais seguros e eficientes. Com a modernização os clientes ganham com a valorização do edifício, além da melhoria da performance e confiabilidade dos equipamentos.

Embelezamento de cabina A atualização estética das cabinas oferece um design moderno e propicia maior conforto para os usuários.

Assistência técnica 24h Para oferecer a você os melhores serviços, a Otis conta com uma equipe técnica especializada, e um centro de atendimento ao cliente disponível 24h por dia, 7 dias por semana, atendendo a chamados técnicos de clientes de todo o Brasil.

Segurança e Acessibilidade Biodigi Controle de acesso por biometria (impressão digital).

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Economia de energia A modernização de elevadores propicia a economia de até 40% no consumo de energia elétrica do edifício.

Brasília S.I.A. TRECHO 04, Lotes 1820/30 - Setor Industrial - Guará - Brasília/DF (61) 2102-4500 Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br CAC: 0800 704 87 83 www.otis.com

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RAIOS

Melhor prevenir na seca O

Brasil é o país com a maior incidência de quedas de raios no planeta, e, segundo os cientistas, a previsão é de que este número aumente por causa do aquecimento global. E mais, a região Sudeste é a campeã de incidência, por isso, muito mais que estar em dia com a lei, verificar e manter os para-raios dos condomínios funcionando corretamente é uma questão de bom senso. Os moradores de uma casa ou prédio sem para-raios- ou que não estejam em pleno funcionamento- podem correr riscos que vão muito além do que terem seus aparelhos eletrodomésticos queimados. Nem sempre, mas geralmente, há riscos para os moradores também. Muitos casos de morte por raios são de pessoas que estavam dentro de casa. Segundo alguns especialistas, mesmo quando há para50

raios em plenitude de funcionamento é preciso ter cuidado. Não é recomendável ficar na piscina ou em uma quadra desportiva descoberta durante tempestades, por exemplo, pois apesar de proteger nenhum para-raios oferece uma proteção cem por cento segura. Tão importante quanto a instalação adequada, a manutenção deve ser feita pelo menos uma vez por ano. Um equipamento que não esteja em pleno funcionamento pode trazer sérios riscos aos moradores. Na visão de especialistas, um para-raios sem manutenção pode fazer com que o raio desvie seu caminho e atinja colunas, janelas e até pessoas. Outro risco é a formação de faíscas que podem até mesmo iniciar o incêndio. Em prédios antigos, é importante verificar se há para-raios radioativos, equipamento proibido desde 1989. Se houver, a sua retirada deve ser Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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feita por um profissional especializado que levará o equipamento para o depósito específico da Comissão Nacional de Energia Nuclear. A ideia de criar um para-raios ionizante com utilização da radioatividade foi concebida em 1914. Após a I Guerra Mundial esse modelo foi fabricado por americanos e franceses. Chegou ao Brasil por volta de 1970 e foram comercializados durante 19 anos, substituído por outros captadores. O captador Franklin, de latão e quatro pontas, é o tipo mais utilizado hoje. MITOS E VERDADES SOBRE PARA-RAIOS

que estão próximos. Verdade: O para-raios protege apenas o prédio em que está instalado. * Os cabos do para-raios podem ficar juntos escondidos na parte de trás do edifício. Mito: Os cabos devem ficar a uma distância de 20 metros uns dos outros. * A guarita externa do edifício precisa de para-raios. Verdade: É o mesmo caso dos edifícios vizinhos. O para-raios protege apenas o corpo da edificação em que está instalado. Melhor prevenir no período da seca.

* As antenas de TV não podem ficar numa altura maior do que o para-raios. Mito: As antenas podem ficar sim acima do para-raios, mas precisam estar interligadas aos parapeitos e ao próprio para-raios. * O para-raios de um prédio não protege os

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Saúde para os pichadores Sempre nos negamos a dar o espaço a esses pichadores covardes que, como estes tais Black Blocs, não mostram o rosto. Muito menos dizem o que querem. Falam por aí que é para marcar território. Território de quê ? Na verdade é uma vergonha o que fazem há anos, na parede do bloco L da 402 Sul. Esses marginais deveriam ser presos ou ajudados, pois devem ter problemas sérios.

Lixão Até que enfim, o lixão de Brasília será fechado. Agosto é o prazo para acabar com aquela área insalubre, de acordo com a data fixada em lei pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Por um lado, a maravilha de se acabar com aqueles desastres ecológicos. Por outro lado, um problema de difícil solução: o lixão sustentava mais de duas mil famílias, que fazem dali o seu ganha-pão. Por lá, são separados os objetos destinados à reciclagem. Onde vai trabalhar essa gente?

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De volta Estão voltando as flores. Não precisa ser primavera para floração. De junho a julho mesmo, vemos a pujança dos ipês. Em todo Eixão sul e norte podemos admirar os ipêsroxos. Depois, virão os ipês brancos e em seguida, os amarelos. O handroanthus impetiginosus ou popularmente chamado Ipê roxo também leva o nome de Piuna e Pé de Minas, Piuna Roxa e pau d´arco. A espécie é uma das mais belas da América tropical desde o México até a Argentina.

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Teste Todas as experiências que visam dar melhor acondicionamento, transporte e destino para o lixo são louváveis. A Administração de Brasília, ainda na gestão de Messias de Souza levou para as quadras 201/202 Sul também para as quadras 402/403,404/405 Sul um experimento que foi testado e aprovado em outros países. O lixo é acondicionamento em uma lixeira fixa, de plástico resistente, e aprofundado no chão cerca de dois metros. Esses fosso é protegido por uma grande sacola de plástico que posteriormente é içada por viatura especial. Além do lixo não ficar exposto e exalar um mau cheiro, este procedimento evita a aproximação de baratas, ratos, pombos e outros animais e insetos que atuam como vetores de doenças. Copa literária Dos gringos que invadiram as cidades brasileiras, por ocasião da Copa do Mundo de Futebol, muitos levaram souvenir diferente. O souvenir literário. As redes de livraria dos shoppings das metrópoles-sedes tiveram que se reabasteceram de livros. Os mais procurados foram os que relatavam histórias de cangaços, livros sobre sociologia e antropologia. Darcy Ribeiro, Gilberto Freire, Euclides da Cunha foram os mais procurados.

Carlos Caetano

Mais um invasor Que espertalhão! Bastou ser sábado e domingão de Copa do Mundo, quando não há presença dos fiscais da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) ,mais uma segunda-feira, com os chamados pontos facultativos, onde ninguém nunca opta por trabalhar para que alguns espertalhões invadam os espaços públicos e chamem de seus. Pois é, isto foi o que aconteceu na quadra 714 Norte. O cara não quis saber, invadiu aproximadamente uns cento e vinte metros de gramado, contratou outra empresa irresponsável e cercou, fechou e acabou. Ainda vai ter um governador que não tenha medo das urnas e tenha a coragem de cobrar mil reais por metro quadrado invadido no IPTU. Quero ver quem vai invadir.

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Por Marcelo Quintiere

RASÍLIA E O FANTASMA DO LIXÃO DA B ESTRUTURAL BRASÍLIA E O FANTASMA DOe considerado LIXÃO DA da matéria orgânica como um dos principais agentes responsáveis pelo processo de ESTRUTURAL aquecimento global;

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cidade de Brasília, também chamada de “capital da esperança”, é reconhecida mundialmente por suas linhas modernas inspiradas nos projetos de Niemeyer. Ao mesmo tempo em que podemos nos orgulhar de nossos índices associados à renda domiciliar per capita e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), convivemos com problemas graves a exemplo do enorme Lixão da Estrutural. De acordo com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o lixão é uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. A presença de lixões significa maiores riscos para a saúde humana e comprometimento dos ecossistemas, com maior probabilidade de degradação da qualidade do ar, solo e água. O lixão propicia o surgimento de inúmeros problemas socioeconômicos e ambientais, dentre os quais se destacam: • Proliferação de vetores de doenças; • produção de chorume ocasionando a contaminação do solo e da água subterrânea; • geração de metano, gás derivado da decomposição

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• marginalização do homem; • contaminações por metais pesados; • uma vez esgotada a sua capacidade de receber novos resíduos, os lixões se transformam em perigosos depósitos, inviabilizando o uso seguro da área, além de poluir o meio ambiente por dezenas de anos após seu encerramento; • a opção pelo uso de lixões é sinônimo de desperdícios financeiros, uma vez que enterra grandes volumes de resíduos que poderiam, alternativamente, ser reciclados ou transformados em combustível. Em função de todos esses impactos negativos dizemos que os lixões são exemplos concretos de passivos ambientais. O passivo ambiental consiste em um valor monetário que expressa, ainda que sob a forma de estimativa, qual o gasto total que determinada empresa ou instituição deverá arcar no futuro em decorrência dos impactos ambientais gerados por sua atividade produtiva. De acordo com o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) o passivo ambiental consiste no valor dos investimentos necessários para reparar toda a agressão que se pratica ou praticou contra o meio ambiente.

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e acordo com a legislação ambiental brasileira a D administração do GDF é responsável pela recuperação do passivo ambiental representado pelo Lixão da Estrutural, uma vez que permitiu a sua criação e posterior expansão ao longo dos últimos 40 anos, por meio do pagamento de elevadas somas para as ações de coleta e disposição equivocada de resíduos. Além disso, o GDF é responsável pelo referido lixão uma vez que foi omisso na busca de soluções tecnológicas e administrativas, que já existem há décadas, que pudessem reduzir os impactos negativos derivados do lixão, senão vejamos: • O DF, apesar de ser uma rica unidade federada, não possui usinas para geração de energia a partir da produção de seus rejeitos; • a população do DF ainda não dispõe de um sistema de coleta seletiva confiável e eficaz; • não há um esforço efetivo para implantação de um sistema de logística reversa, o que dificulta a coleta e reciclagem de resíduos mais tóxicos, tais como as baterias de celulares, lâmpadas fluorescentes, eletroeletrônicos, pneus, etc.; • o prometido aterro sanitário do DF é uma obra de ficção que passa pelos sucessivos governos sem que nada de concreto seja feito. Quais as justificativas que amparam a total omissão do GDF, ao longo de tantas décadas, para eliminar os problemas do lixão da estrutural? Certamente não podemos pensar na falta de recursos orçamentários em uma cidade que se dá ao luxo de construir um estádio de futebol como o Mané Garrincha. Também não podemos imputar a responsabilidade pelo descaso governamental à ausência de tecnologias adequadas. O que se verifica com certa facilidade é um verdadeiro caos administrativo onde empresários inescrupulosos se alternam no banquete das licitações fraudulentas, tudo com o apoio dos governantes de plantão. A cada ano explodem denúncias e escândalos que levam ao cancelamento de contratos, ações judiciais movidas pelo Ministério Público e auditorias a cargo do Tribunal de Contas da União. O que se vê ao final é um rodízio bem orquestrado que beneficia os mesmos grupos políticos e econômicos que consideram o DF com um feudo de sua propriedade. Na realidade não se verifica o necessário apetite do GDF para atacar o cerne do problema: o lixo produzido deve ser alvo de uma política pública consistente que seja capaz de considerá-lo como um agente gerador Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

de empregos, renda, tributos e qualificação de mão de obra. A base legal para essa nova mudança de paradigma quanto ao valor do lixo já existe desde 2010 quando o Brasil estruturou a sua política nacional para gestão dos resíduos sólidos em nível nacional, estadual e municipal, englobando o setor público, a sociedade e a iniciativa privada. A referida Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei n.º 12.305/2010, trouxe profundas inovações quanto à gestão dos resíduos sólidos, dentre as quais a obrigatoriedade de erradicar os lixões até agosto de 2014. Para alcançarmos uma solução minimamente razoável devemos observar que os resíduos sólidos não são homogêneos e, portanto, não existe uma tecnologia única que seja capaz de possibilitar tratamento eficaz, a um só tempo, para os resíduos da construção civil (RCC), resíduos de serviços de saúde (RSS), metais, vidros, madeiras, plásticos, resíduos tóxicos perigosos, etc. A solução ideal consiste na utilização de um mix de tecnologias e políticas públicas cujo efeito se traduzirá em uma gestão mais segura dos resíduos. Assim, podemos desenvolver a gestão dos resíduos sólidos junto aos municípios adotando as seguintes ações / políticas: • Coleta seletiva; • logística reversa;

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• educação ambiental com campanhas de conscientização da sociedade; • construção de aterros sanitários; • desativação e erradicação de lixões; • estímulo ao desenvolvimento de cooperativas de catadores de resíduos;

voltadas ao atendimento da questão social dos catadores de resíduos o problema dos lixões ainda está longe de ser solucionado! Não podemos esquecer que o lixão não possui impermeabilização em sua base, o que favorece a contaminação do solo pelo chorume e a emissão de

Duas mil pessoas trabalham no lixão da Estrutural

• concessão de estímulos fiscais pelas prefeituras; • implantação de polos de reciclagem; • estímulo à não geração, redução, reutilização e reciclagem dos resíduo; • produção de energia elétrica pela queima dos resíduos, etc. Trata-se de um conjunto de ações e políticas que devem ser implementadas em conjunto, de modo a propiciar uma gestão racional, reduzindo riscos ambientais e minimizando os custos econômicos. O gerenciamento dos resíduos sólidos é uma atividade estratégica, onerosa e bastante complexa e os eventuais erros cometidos poderão resultar em graves problemas socioeconômicos e ambientais. A seguir apresentamos um breve resumo das etapas associadas à erradicação dos lixões: 1. A primeira etapa do processo de erradicação dos lixões é a sua DESATIVAÇÃO, momento em que não será mais permitida a disposição dos resíduos novos no local, sendo também proibida a entrada de catadores de resíduos e animais. Em geral essa etapa é acompanhada de grande estardalhaço junto à mídia e a classe política costuma aparecer para angariar simpatia dos eleitores. Mesmo com a desativação do lixão (não recebimento de lixo novo) e com a adoção de medidas 56

gás metano para a atmosfera por longos períodos de tempo (décadas). Em outras palavras: deixar de encaminhar lixo novo aos lixões não impede a contaminação de água, solo e atmosfera. 2. A segunda etapa da erradicação dos lixões consiste no ISOLAMENTO DA ÁREA com desvio das águas fluviais para minimizar a percolação do chorume, bem como a captação e tratamento deste componente extremamente tóxico. Os resíduos enterrados podem ser encapsulados com camadas de argila e posterior plantio de gramíneas, solução que nos obrigará a contínuo monitoramento para evitarmos contaminações. Há uma solução mais moderna na qual os resíduos são submetidos à denominada mineração de lixões. Na mineração de lixões temos a retirada mecânica dos resíduos enterrados, recuperando aquelas áreas anteriormente desvalorizadas, além de propiciar um ciclo virtuoso com a geração de empregos, renda, tributos e qualificação da mão de obra local. 3. A terceira etapa da erradicação dos lixões é a DESCONTAMINAÇÃO do solo e do lençol freático, uma medida essencial para evitar graves contaminações e danos à saúde humana. Após a descontaminação ocorrerá a transformação Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br


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da área e sua utilização para outros fins mais nobres, tais como a construção de shoppings, implantação de programas de habitação popular, etc. A título de exemplo podemos observar o significativo volume de recursos que são movimentados na economia quando o GDF decide implantar um novo bairro, tal como Águas Claras. São bilhões de reais em obras e construções, inclusive com o recolhimento de tributos em favor do GDF. A área onde está implantado o lixão da estrutural é grande o suficiente e próxima ao Plano Piloto, favorecendo a sua futura utilização na implantação de um novo bairro. Nesse momento todos ganham: governo, sociedade e meio ambiente. Marcelo de M.R. Quintiere Auditor do Tribunal de Contas da União (TCU); engenheiro; mestre em Gestão Econômica do Meio Ambiente (UnB).

O LIXÃO E A CIDADE ESTRUTURAL Não poderíamos deixar de citar neste artigo, do quase cinquentenário lixão, o aparecimento da Cidade Estrutural. A Estrutural é uma subdivisão do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). E não é possível falar da cidade sem nos lembrarmos dos riscos e dos problemas daquela comunidade. Na realidade, a criação da Cidade Estrutural foi uma grande disputa política onde grupos com interesses escusos saíram ganhando e conseguiram instalar por meio de invasão de catadores de lixão e não catadores uma nova cidade próxima ao lixão do Distrito Federal. Local próximo a antiga Rodoferroviária. Setor muito bem localizado, mas nefasto à saúde de seus habitantes. Aqueles políticos não tinham o mínimo conhecimento e muito menos interesse de se informar sobre os riscos que os habitantes corriam e ainda correm. Portanto o tempo é quem vai mostrar aos moradores se valeu ou não a pena invadir lixões e ou proximidades para viverem. Alguns políticos saíram ganhando e lógico não passam nem por perto, a não ser próximo às eleições. A Cidade Estrutural herdou este nome em função de sua proximidade da rodovia DF 095 que liga Brasília a Pirenópolis. É importante citar que a Estrutural, Revista on-line : www.condominioesolucoes.com.br

como toda invasão, possui péssimas condições de saneamento básico, educação, saúde, segurança e infraestrutura. Depois de longos anos, a invasão foi reconhecida pelo Estado e foi levada à condição de cidade. Mesmo com precárias condições e sua localização perigosa, pois a comunidade esta situada muito próximo a dutos de querosene e de gasolina (Setor de Inflamáveis). Os moradores de Cidade Estrutural vivem hoje uma situação perigosa e um futuro incerto, com grande risco de acidentes, poluição do ar água e solo. Grande risco de doenças como já foi demonstrado. Há também na região enorme possibilidade proliferação de vetores de doenças, como baratas, ratos, escorpiões. A população convive também com o chorume muito próximo das casas. Além de um solo contaminado e as águas subterrâneas de péssima qualidade e da degradação da qualidade do ar, convive, sobre tudo, com umas das formas mais perigosas de contaminação, que é a contaminação com metais pesados. Escola Classe Estrutural

Fechamento da escola A única escola da rede oficial da Cidade Estrutural foi construída sobre o lixão, e um vazamento de gás metano provocou o seu fechamento. Dores de cabeça, vômitos e tonturas em professores e alunos exigiram a presença e a visita da Defesa Civil, que decretou seu fechamento. Lentamente, vão aparecendo problemas e acidentes como este da escola, causado pela insanidade de políticos, que em troca de votos, são capazes de expor adultos e crianças a locais insalubres, incentivando invasão e instalação de uma cidade sobre um lixão em local e região inadequados. Onde não é indicado nem para animais. 57


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Automatizar ou não: Eis a questão Os versos de Nelson Motta, “tudo muda o tempo todo no mundo”, ressaltam a notável dinâmica de nossos dias, especialmente no comportamento das pessoas, impulsionada pelo uso dos dispositivos conectados em rede. Mas não há motivo para stress. Essa evolução deve ser sua aliada, simplesmente lhe proporcionando conforto e segurança na medida de sua vontade, e disponibilidade, evidentemente. Não há um padrão a seguir. Automação: o que é? É a capacidade de um processo alterar suas ações em função de sua própria percepção . Com base na definição acima, podemos avaliar se determinado recurso é ou não uma automação, e nos proteger contra os falsos profetas da automação. Por exemplo, uma lâmpada que acende quando é apertado um botão em um controle remoto sem fio, ou em iPAD, é um recurso de automação? A resposta é não, pois a lâmpada acendeu exatamente quando a pessoa acionou e não porque o sistema percebeu algo. Por outro lado, aquela lâmpada que acende quando alguém passa perto de um sensor é um recurso de automação. Então, se alguém acende todas as luzes de sua casa a partir de seu iPAD, não quer dizer, necessariamente, que a casa possui automação. Mas, se a casa possui um simples sensor de presença para acender a luz da garagem, aí sim, pode-se dizer que a casa possui um recurso de automação. Na primeira situação, em que as luzes são acesas pelo iPAD, há um sistema de comando, que pode ou não ser parte de um sistema de automação. Se esse sistema também acende as luzes em função da hora ou de outro evento, como por exemplo, a quantidade de luz no ambiente, a temperatura do quarto, a abertura de uma porta ou a presença de pessoas, aí sim, existem recursos de automação. Imagine uma residência em que as persianas das janelas da sala subam e desçam por acionamento de um pequeno dispositivo de controle remoto sem fio. Pelo conceito de automação que acabamos de apresentar, a casa na verdade não possui recurso de automação. Apenas possui persianas motorizadas com acionamento por controle sem fio. A casa seria automatizada se as persianas fechassem em um horário pré-programado, por exemplo. Os recursos de automação vão de um simples sensor 58

de movimento para acender uma lâmpada, até um ambiente em que o “cérebro” da automação percebe tudo o que acontece na casa e toma diversas decisões, desde a climatização até o controle de acesso (lembra-se do HAL, aquele computador do filme “2001: uma Odisseia no Espaço”?). É bom que se diga que as ações do HAL iam além da automação: eram fruto de uma inteligência artificial. Mas isso é outro assunto. Recursos mais simples, como acender uma lâmpada por movimento de pessoas ou disparar um alarme sonoro se vazar gás na cozinha, podem ser resolvidos por dispositivos autônomos, normalmente pequenos e independentes de um controle central. Recursos mais sofisticados, que envolvem diversos ambientes da residência ou que dependam de várias condicionantes, como por exemplo, ligar o ar condicionado se a temperatura estiver acima de 26 graus e se houver alguém no ambiente por mais de dois minutos, exigem um controlador central, com diversas entradas e saídas. Em geral, diz-se que uma casa é automatizada se ela possui uma central de automação que consegue, pelo menos, comandar os circuitos elétricos de iluminação, por sensores, botões na parede ou dispositivos móveis, com possibilidade de criar cenas e agendar ações. Entre as vantagens da automação estão: economia de energia, mais segurança, mais comodidade, mais conforto e valorização do imóvel. Entre as desvantagens estão: custo maior que uma instalação elétrica convencional e necessidade de suporte e manutenção especializada. A tendência é que as residências possuam, cada vez mais, recursos de automação. É importante avaliar essa questão durante o projeto da casa. Uma automação bem feita depende de um bom projeto e uma instalação de cabeamento adequada. O projeto é fundamental. Conceitos à parte, se alguém optar pela automação, recomendo encomendar um projeto integrado de toda a comunicação interna da residência, que deverá contemplar, além da automação, cabeamento de dados e telefonia, home theater, distribuição de áudio e vídeo, controle de acesso, sistema de detecção de intrusão, detecção de incêndio, entre outros aspectos.

Fabio Montoro é diretor de tecnologia da Rhox Networking, mestre em engenharia elétrica pela UnB e autor de livros na área de telecomunicações. Contato: (61) 3051-5800

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