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A tecnologia vai alterar profundamente o modelo de negócio nas próximas décadas Marcio Coriolano, presidente da CNSeg, conversou com o CIST News sobre o Encontro de Resseguros no RJ, o crescimento da tecnologia no setor de seguros e também sobre outros assuntos.

CIST News – Em linhas gerais, como o senhor avalia o 8º Encontro de Resseguros do RJ? Quais as principais conclusões obtidas a partir dos debates? Marcio Coriolano – É um evento consagrado que começou com 230 participantes em 2011 e agora, nessa última edição, realizada em 8 e 9 de abril, tivemos a presença de mais de 700 inscritos. Este ano, a perspectiva de superação dos entraves às reformas estruturais do Brasil atraiu a atenção das resseguradoras e brokers de seguros. Se isso ocorrer vamos incorporar amplas camadas da população aos mercados de consumo, da prevenção de riscos e da proteção de patrimônios, rendas, vida e saúde. Além disso, foi uma oportunidade

para demonstrar que as seguradoras têm capacidade de resistir às dificuldades. A recessão de 2016 e parte de 2017 produziu efeitos sobre o desempenho de 2018. Mas, à vista de recuos mais expressivos de vários setores econômicos, a estabilidade da arrecadação da ordem de R$ 460 bilhões é uma boa notícia, ainda mais considerando o desempenho superlativo de diferentes segmentos de seguros. CIST News – Qual a perspectiva para o setor de seguros em 2019? Quais ramos acredita que terão melhor expansão? Marcio Coriolano – A arrecadação do mercado de seguros manteve a trajetória positiva no acumulado do ano até fevereiro. No primeiro bimestre, a alta foi na casa de dois dígitos - de 12,7% (sem DPVAT e sem saúde suplementar) - sobre o mesmo período do ano passado, alcançando a cifra de R$ 39,4 bilhões (ou R$ 40,1 bilhões com DPVAT). O comportamento positivo de todos os ramos contribuiu para fevereiro apresentar uma taxa de crescimento bastante promissora, na comparação com o acumulado no mesmo período do ano passado. O mercado trabalha com um intervalo de crescimento de algo entre 5% e 7,6% nesse ano. CIST News – O amadurecimento dos consumidores e a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados contribuirão para a ampliação das responsabilidades. Nesse sentido, alguns especialistas afirmam que o

Cyber Risk deverá ser o seguro que mais deverá crescer nos próximos anos. Como o mercado segurador está se preparando para lidar com volume progressivo de dados de cidadãos e empresas? Como senhor analisa essa questão? Marcio Coriolano – A Confederação das Seguradoras está liderando a avaliação e o endereçamento público do debate sobre as virtudes, possibilidades e limites sociais de uma lei tão importante. Agora, tendo sido aprovada e aperfeiçoada por Medida Provisória, trata-se de apoiá-la vigorosamente e traduzi-la para todos os envolvidos no mercado segurador, de modo que o interesse individual seja preservado junto com o princípio do mutualismo, em benefício de milhões de brasileiros. CIST News – Como avalia a aplicação das novas tecnologias (Big Data, Internet das Coisas, Telemetria, boots...) no universo do seguro? Marcio Coriolano – As inovações tecnológicas serão transformadoras do relacionamento entre seguradoras e clientes e, desde já, serão fundamentais para aferir melhor as mudanças do comportamento do consumidor e tornar assertiva a oferta de produtos, além de oferecer produtos inovadores. Tais ferramentas poderão revolucionar a experiência do usuário, oferecendo-lhe preços sob medida para os riscos de cada consumidor, minimizar fraudes e sinistros, gerar insights em termos de segurança, saúde e hábitos dos segurados capazes de


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