Revista Business Portugal | Setembro '15

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL CIDADE DO FUNDÃO

PReSERVAR A HISTÓRIA E A TRADIÇÃO Junta de Freguesia Souto da Casa Geograficamente bem situada, a freguesia de Souto da Casa encontra-se a 5km do Fundão, numa inigualável paisagem natural, na encosta norte da Serra da Gardunha de frente para Serra da Estrela.

maria das dores ladeira Presidente

A

tualmente com cerca de 1200 habitantes e com 29,37 km² de área, a presidente da Junta de Freguesia, Maria das Dores Ladeira, começa por realçar a riqueza da sua freguesia no que toca ao património religioso e cultural da mesma. Começando pela Casa Museu, que retrata os antigos ofícios das gentes da aldeia, nomeadamente, o trabalho do sapateiro, do latoeiro, da tecedeira, do ferreiro, do carpinteiro, do ganhão e da Azenha. Quanto às festividades locais, a presidente assinala a Festa do Senhor da Saúde, que decorre sempre no 4º fim de semana de agosto, e que conta com uma procissão de grande ato de fé, onde participam muitos

emigrantes e peregrinos de toda a região. Para além desta festa religiosa, Maria das Dores fala-nos de um evento organizado pela Junta de freguesia e pela Câmara Municipal do Fundão, chamado ‘Serões N’Aldeia’, Festa do Pão e da Àgua, que decorre no 2º fim de semana de julho. Neste evento pode encontrar-se pratos típicos, com especial atenção ao pão, à água e ao tradicional

mesmos acontecimentos: Na quarta-feira de 12 de fevereiro de 1890, o Povo do Souto da Casa, juntou-se pela manhã no Carvalhal (Serra da Gardunha). Depois do regedor dar o costumeiro tiro para o ar, houve a correria habitual onde cada participante com uma enxada nas mãos baliza com cavadelas a parcela de terreno que pretendia

feijão no forno, além dos produtos regionais. A par disso, os Serões N’Aldeia, são o reviver das conversas com os vizinhos ou em família, das noites de Verão, as tasquinhas, a animação de rua, o toque dos bombos sendo este um dos principais meios de dinamização da economia local, “passando por este evento cerca de 8 mil a 10 mil pessoas”. Neste sentido, acrescenta a presidente da Junta, que em colaboração com a Câmara Municipal do Fundão, estão a desenvolver esforços de forma a criar nesta freguesia o Centro Interpretativo do Ciclo da Água. Da carteira de projetos em prol da freguesia, a presidente faz questão de frisar a continuação da construção do Parque de Lazer, um projeto a decorrer que visa potenciar o turismo e criar melhores condições de espaços de lazer. para fixação dos jovens principalmente em tempo de férias. Sobre as suas ambições atuais, Maria das Dores revela que a Junta de Freguesia está, de momento, concentrada em apostar em ações de formação que permitam não só ocupar as pessoas da terceira idade, mas também que sirvam de complemento pedagógico para os mais jovens, conhecerem as profissões antigas e tradicionais. Destacou ainda que durante o ano corrente, estão a decorrer as Comemorações dos 125 anos da Tomada do Carvalhal, fazendo um resumo dos

amanhar. Porém, neste ano de 1890, o ritual coletivo de marcação das terras de cultivo (glevas) teve a frontal oposição do Dr Garrett, o qual deu ordem ao seu feitor, Aquém, para impedir esta ocupação. Pretensão esta que foi ignorada pela população. Não satisfeito com esta atitude, o representante dos interesses do Dr. Garrett regressou ao Carvalhal alguns dias depois, na quarta-feira do dia 26 do mesmo mês, acompanhado por testemunhas intimidando os que ali se encontravam a trabalhar a terra. Como consequência deste toque de alarme, alguns populares armados, avançaram serra acima para agarrar o infeliz feitor e com gestos e gritos ameaçadores abriram uma cova, supostamente para aí o enterrarem. Só quando, depois de muito cansado, rodeado de toda a população, cedeu finalmente e deu a resposta tão desejada de: «– É nosso!... », logo repetido pelo clamor de todos: – «O Carvalhal é nosso»! Afinal, o Carvalhal não era nem jamais poderia vir a ser propriedade de uma só pessoa. Mas sim, de todo o Povo do Souto da Casa. Sempre atenta às necessidades da sua população, a presidente explica: “A nossa política tem que ser de proximidade para com o povo, porque só assim conseguimos atingir os nossos objetivos e melhorar as freguesias”.

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