Revista Biomassa BR Ed 32

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Vol. 06 - Nº 32 - Jul/Ago 2017

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CIBIO 2017 e 2ª EXPOBIOMASSA SUPERAM TODAS AS EXPECTATIVAS !!

Os eventos se firmaram como as principais vitrines do setor de Biomassa e Energia na América do Sul!

ISSN-2525-7129



Índice

Expediente

www.revistabiomassabr.com EDIÇÃO Grupo FRG Mídias & Eventos JORNALISTA RESPONSÁVEL Thayssen Ackler Bahls MTB 9276/PR GERÊNCIA Bianca Ramos DIREÇÃO COMERCIAL Tiago Fraga COMERCIAL Cláudio F. Oliveira CHEFE DE EDIÇÃO Dra. Suani Teixeira Coelho CONSELHO EDITORIAL Javier Escobar ― USP, Cássia Carneiro ― UFV, Fernando Santos ― UERS, José Dilcio ― EMBRAPA, Dimas Agostinho ― UFPR, Luziene Dantas ― UFRN, Alessandro Sanches ― USP, Horta Nogueira ― UNIFEI, Luiz A B Cortez ― Unicamp, Manoel Nogueira ― UFPA, Vanessa Pécora ― USP. SUPERVISÃO Eliane T. Souza, Cristina Cardoso TRADUÇÃO Paula Schamne REVISÃO Maria Cristina Cardoso DISTRIBUIÇÃO Carlos Alberto Castilhos REDES SOCIAIS Matheus Vasquez (WEC CONECTE) PUBLICAÇÕES/EVENTOS André Santos EDIÇÃO DE ARTE E PRODUÇÃO Gastão Neto - www.vorusdesign.com.br COLONISTAS/COLABORADORES Vivian Midori Takahashi , Dimas Agostinho da Silva , Marcelo Langer, Silva, Valverde, Gusman, Santos, DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA Empresas, associações, câmaras e federações de indústrias, universidades, assinantes, feiras e eventos dos setores de biomassa, agronegócio, cana-de-açúcar, florestal, biocombustíveis, setor sucroenergético e meio ambiente.eventos do setor de energia solar, energias renováveis, construção sustentável e meio ambiente.

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Os desafios para exportação de Pelets no Brasil

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Considerações sobre o aproveitamento do Biogás

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Cobertura CIBIO 2017 & 2ª EXPOBIOMASSA

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Entrevista com Benildo Aguiar, Presidente do Sindi Energia / CE

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Caminho da Geração Distribuída no Brasil

A Revista Brasileira de Biomassa e Energia é uma publicação da Os artigos e matérias assinados por colunistas e ou colaboradores, não correspondem a opinião do RBS Magazine - Revista Brasil Solar, sendo de inteira responsabilidade do autor.

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PELLET BRASILEIRO e os desafios de sua EXPORTAÇÃO Vivian Midori Takahashi1, Dimas Agostinho da Silva2 , Marcelo Langer3

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s pellets são combustíveis sólidos formados a partir de madeira triturada e compactada de forma cilíndrica de 6 a 8 mm de diâmetro e com 3,15 à 40 mm de comprimento. É um biocombustível produzido com teor de umidade igual ou inferior a 10%. Podem ser produzidos pelo aproveitamento de coprodutos da indústria madeireira, coprodutos florestais, da poda urbana ou a partir de plantações destinadas a uso energético. Com o objetivo de combater a dependência do petróleo e reduzir as alterações climáticas, a partir da década de 90, o consumo de pellets começou a ser mais evidente, principalmente nos países europeus.

Fonte: Google imagens, 2017.

A Conferência do Clima da ONU (COP21), que ocorreu em 2015 na França, chamou atenção para o aumento da temperatura global devido a emissão de gases de efeito estufa. Após esta Conferência, diversos países fortaleceram suas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumento da utilização de combustíveis renováveis na matriz 1 Engenheira Industrial Madeireira, Mestranda do Curso de Pós-graduação em Eng. Florestal da UFPR. 2 Professor e Doutor em Energia de Biomassa da UFPR. 3 Engenheiro Florestal, Doutorando do Curso de Pós-graduação em Eng. Florestal da UFPR.

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Fonte: Os autores, 2017.



Os pellets são considerados neutros em termos de emissões de dióxido de carbono (CO2)

energética em substituição aos combustíveis fósseis, principais causadores dos GEE e outros poluentes. Os pellets são considerados neutros em termos de emissões de dióxido de carbono (CO2), conforme ilustra a figura sobre o ciclo do carbono, o CO2 emitido na sua queima é recuperado no crescimento da biomassa florestal, sendo portanto, considerados uma ótima alternativa para a substituição dos combustíveis fósseis para produção de energia térmica. Esta possibilidade intensificou a demanda por pellets de madeira. Nos últimos 12 anos, a produção mundial de pellets cresceu de 5 milhões de toneladas (2005) para 28 milhões de toneladas em 2016. A União Europeia (UE) é o maior produtor e consumidor de pellets.

Fonte: Os autores, 2017.

Tabela 1. Critérios de qualidade dos pellets segundo a norma europeia ENplus.

Em 2015, a UE consumiu cerca de 20,3 milhões de toneladas de pellets para geração de energia, no entanto a produção de pellets na UE foi de apenas 14,1 milhões de toneladas. Consequentemente, a produção de pellets na UE não foi suficiente para suprir a própria demanda, ocasionando a importação de aproximadamente 7 milhões de toneladas provenientes principalmente da América do Norte. O consumo é dividido entre uso industrial para a de energia (12,9 milhões de toneladas) e aquecimento doméstico e comercial (7,32 milhões de toneladas). A expectativa para 2020 é que a demanda global de pellets continue crescendo chegando a 59 milhões de toneladas e a União Europeia continue sendo o maior consumidor mundial com 35 milhões de toneladas, entretanto, sua produção continuará sendo insuficiente para suprir sua demanda (16,6 milhões de toneladas por ano), conforme ilustrado na figura de tráfego marítimo, apresentada no parágrafo a seguir.

Fonte: Os autores, adaptado de Handbook ENplus, 2015.

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Neste contexto, o Brasil é considerado um potencial exportador de pellets devido ao seu desenvolvimento no setor florestal. O mercado nacional de pellets se encontra em expansão, atualmente existem 13 empresas brasileiras produtoras de pellets. Porém, para que estas entrem no mercado europeu é primordial a obtenção de uma certifi-


Quadro 1. Classificação dos pellets de acordo com os critérios da Norma ENplus

Fonte: Os autores, adaptado de Handbook ENplus, 2015.

cação do produto. A certificação mais utilizada para comercialização de pellets na UE é a ENplus. Esta classifica os pellets de acordo com os critérios apresentados na Tabela 1 e a matéria-prima utilizada para a sua produção, conforme apresentado no Quadro 1.

nos resultados dos parâmetros supra citados do produto brasileiro e do produto francês, o qual já é consolidado no mercado UE e compará-los com a Norma ENplus A1.

Os resultados obtidos são demonstrados na Tabela 2, abaixo apreOs pellets produzidos de acordo sentada. com a categoria ENplus A1 são utilizados para aquecimento residencial. Todos os critérios analisados tanEste estudo foi realizado pela mes- to para o produto francês como para tranda Enga Industrial Madeireira Vi- o produto brasileiro estão de acordo vian Midori Takahashi no Laboratório com a norma ENplus A1. Com base Energia de Biomassa da Universidade nestes resultados foi possível confirFederal do Paraná sob a orientação do mar que o produto pellet brasileiro Prof. Dr, Dimas Agostinho da Silva, avaliado por este estudo atende aos que comparou um produto brasileiro padrões exigidos pela Norma ENplus com um produto francês em relação A1, portanto, apresenta-se apto à exaos seus teores de umidade, compri- portação. Por meio deste estudo pomentos, diâmetros, teores de cinzas, de-se verificar que os critérios de quadensidades aparentes, resistências lidade analisados não são empecilhos mecânicas, teores de finos e poderes para qualificar o produto brasileiro caloríficos superiores. Ambos os pro- ao mercado europeu. No entanto, a dutos são de uso para aquecimento análise de outros parâmetros de quaresidencial acordados com a norma lidade e estudos suplementares sobre ENplus A1. O objetivo principal do a caracterização do produto brasileiro estudo foi determinar as diferenças contribuirá para a melhoria da produTabela 2. Resultados obtidos no estudo comparativo dos pellets brasileiros com os pellets franceses e a norma ENplus A1 Fonte: Os autores, adaptado de Handbook ENplus, 2015.

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No mercado nacional os pellets são utilizados para secagem de grãos, aquecimento de hospitais, piscinas, pizzarias, aviários e como biocombustível para fornos comerciais e industriais ção brasileira, aceitação e aumento da cado da UE. Assim como a falta de orparticipação do produto brasileiro no ganismos certificadores e laboratórios creditados para realizar as análises de mercado internacional. qualidade dos pellets no Brasil, o que Hoje as exportações de pellets determinam aumento de custos da ainda encontram algumas barreiras produção do produto brasileiro certicomo, a obtenção e manutenção da ficado. certificação, aspectos e infraestrutura No mercado nacional os pellets logísticos e falta de informação técnica do produto e sua produção. As di- são utilizados para secagem de grãos, ficuldades relacionadas aos aspectos aquecimento de hospitais, piscinas, logísticos são as mais relatadas pelos pizzarias, aviários e como biocombusfabricantes brasileiros, pois tornam o tível para fornos comerciais e indusproduto pouco competitivo no mer- triais. Todavia, foram encontradas di8

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ficuldades de qualificação do produto devido a falta de um norma brasileira para a determinação de parâmetros nacionais da qualidade dos pellets para estes fins e sua maior aceitação internacional. Futuramente, estudos relacionados ao produto podem contribuir com embasamento teórico na melhoria da qualidade, produção e comercialização dos pellets brasileiros. Neste sentido e em virtude do aumento dos fluxos internacionais no comércio de pellets um estudo de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) está em andamento no Laboratório de Energia de Biomassa da Universidade Federal do Paraná com o intuito de analisar o balanço de carbono na exportação do produto brasileiro para a UE, uma vez que o objetivo primordial do aumento da utilização de pellets no mercado europeu é a redução das emissões dos gases de efeito estufa, resultantes do consumo de combustíveis de origem fóssil.


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ARRANJOS TÉCNICOS E INSTITUCIONAIS PARA O

APROVEITAMENTO DE BIOGÁS Silva, C. H. F.1, Valverde, J. A. R.2, Gusman, C. S. A.3, Santos, A. H. M.4

1chomero@cemig.com.br, 2alfredo.valverde@enel.com, 3christiane.gusman.anima@enel.com, 4afonso@ixconsult.com.br

O Plano Decenal de Expansão de Energia aponta o maior crescimento para a matriz elétrica de 2024 será dado no segmento de energia renovável composto por: eólica, solar, biomassa e PCH...

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biomassa se constitui em uma importante fonte energética, principalmente pela natureza local do aproveitamento e pela diversidade de insumos e aplicações. Visões de futuro acerca da biomassa apontam para algumas possibilidades de uso, incluindo: calor, eletricidade, cogeração, na forma de combustíveis e como insumo químico expresso pelos produtos da biorrefinaria (síntese de elementos da cadeia do petróleo utilizando-se de fonte renovável). Entretanto, a biomassa encontra-se em um contexto bastante complexo, carecendo de discussão. Algumas dessas questões encontram-se associadas, por exemplo, com: conflito de uso da terra e da água, disponibilidade de requisitos para a produtividade, dentre outros. Certamente, à medida que se implantam os empreendimentos, a sociedade acaba por discutir e tomar as decisões necessárias a essas questões. Uma forma mais imediata de se implantar a energia da biomassa, contornado al-

guns dos pontos conflituosos, e que se constitui também em uma oportunidade de eficiência energética da fonte, é o uso dos resíduos. O Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE, realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em sua última edição (PDE2024) aponta o maior crescimento para a matriz elétrica de 2024 será dado no segmento de energia renovável composto por: eólica, solar, biomassa e PCH, se constituindo em aproximadamente 27% daquela matriz. Tais fontes se encontram associadas intrinsicamente ao pequeno porte, trazendo consigo as ideias acerca da Geração Distribuída (GD). O Brasil tem expertise e é uma referência quando o assunto é energia da biomassa, essencialmente pelo etanol, biodiesel e carvão vegetal. Tais produções de florestas energéticas contribuem significativamente para a redução de emissão no setor energético, além de auxiliar também na segurança energética e no desen-



volvimento sustentável. Quando o assunto é a produção de eletricidade da biomassa, o sistema elétrico possui 532 empreendimentos, totalizando uma capacidade instalada aproximada de 14,5 GW, sendo que os resíduos nesse caso constituem 80%, com destaque para o bagaço de cana (de acordo como Bande de Informações de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)). O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2010), através de seus estudos de base, indicavam a possiblidade ainda de implantação de mais 27 GW em diversos resíduos. Revisitando o assunto de biogás e o seu incentivo no país, a Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ) juntamente com a ANEEL promoveram em 2011, uma visita técnica à Alemanha, cujo roteiro constavam: estações de tratamento de esgoto; unidades de biodigestão, sistemas de purificação do biogás para inserção na rede de gás natural, seminários técnicos com universidades e fornecedores de tecnologia. Vinte e três pessoas participaram da visita, sendo eles representantes de: concessionárias de energia/saneamento/gás, bancos, além evidentemente da ANEEL e da GIZ. A Figura 1 apresenta uma das instalações visitadas. Algumas reflexões sobre esse evento são indicadas a seguir. A relação entre os setores de saneamento, gás e energia é bastante estreita. Os cidadãos têm uma participação ativa e importante nas decisões do município, e essas impactam diretamente na implantação destes empreendimentos. A preocupação com a eficiência energética, de processo e com o meio ambiente é constante. Existem muitas empresas que atuam nesse mercado, que do ponto de vista teórico não possui grandes desafios. A grande diferença notada na visita de fato estava na iniciativa 12 Revista Biomassa BR

e simplicidade do empreendimento mais do que propriamente em questões e complexidade tecnológica. Em 2012, a ANEEL lançou a chamada de Projetos Estratégicos nº 14. O tema dessa chamada foi “Arranjos Técnicos e Comerciais para Inserção da Geração de Energia Elétrica a Partir de Biogás Oriundo de Resíduos e Figura 1 – Estação de tratamento de esgoto Efluentes Líquidos na Matriz Ener- de Berlin – Biodigestores. gética Brasileira”. A manifestação


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Figura 2 - Aterro Minas do Leão/RS, local onde a planta de produção de eletricidade a partir de biogás foi implantada.

de interesse em projetos mobilizou muitos agentes do setor elétrico brasileiro, sendo cadastrados para execução 23 projetos, totalizando uma expectativa de investimentos da ordem de R$476 Milhões e uma capacidade instalada total de aproximadamente 34 MW em empreendimentos que utilizassem como fonte o biogás. Um destes projetos foi proposto pela empresa Central Geradora Térmica Fortaleza SA (Grupo Enel), tendo como cooperadas (financiadoras) as empresas do setor elétrico: Centrais Elétricas Cachoeira Dourada SA, Companhia de Interconexão Energética SA, Corumbá Concessões SA, Foz do Chapecó Energia SA, Empresa Metropolitana de Águas e Energia SA, Cemig Geração e Transmissão SA, Apiacás Energia SA, Isamu Ikeda Energia SA, Primavera Energia SA, Socibe Energia SA. As empresas executoras deste projeto foram: IX Estudos e Projetos Ltda, Madrona Advogados Associados, Unicamp/ Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) e Thymos Energia. Esse projeto foi coordenado pelo prof. Dr. Afonso Henriques (IX Estudos e Projetos) e gerenciado pela Enel sob a responsabilidade da empresa de gerenciamento de projetos Anima Consultoria e Projetos Ltda.

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A concepção do projeto levou em conta as seguintes frentes de trabalho: desenvolvimento tecnológico (avaliação tecnológica atual e prospectiva, estudo de caso, análises laboratoriais), arcabouço institucional, política e planejamento, viabilidade econômica, estudos para implantação de uma central geradora e implantação da central geradora. O projeto então foi desmembrado em 2 subprojetos, sendo o primeiro contemplando estritamente a parte de estudos e pesquisa (R$2,7 Milhões) e o segundo a implantação da unidade geradora (R$25 Milhões). A implantação nesse caso ocorreu no Aterro Minas do Leão, na região metropolitana de Porto Alegre/RS, juntamente com a empresa Solví, tendo 8,5 MW de potência (Figura 2).

O projeto teve a sua execução durante o período de Abril/ 2014-Março/2017. A seguir serão apresentados alguns highlights obtidos pela pesquisa: • Desenvolvimento tecnológico (IX Estudos e Projetos): foi implantada uma área para estudo de caso e experimental, no aterro sanitário da cidade de Itanhandú/MG (Figura 3). Nessa instalação foi então realizada a caracterização dos resíduos sólidos urbanos, resultando na composição gravimétrica, assim como os estudos e pesquisa de natureza técnica e científica associada ao resíduo. Foram implantados biorreatores e 3 células experimentais (27 m3 cada) para análise da produção de biogás e pesquisas científicas em torno do

A Figura 3– Células de pesquisa implantadas no aterro de Itanhandú/MG.


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assunto de forma a subsidiar estudos e implantação de unidades geradoras. Foram desenvolvidas: duas pós-graduações, uma dissertação de mestrado e duas teses de doutorado no tema do projeto. Adicionalmente o projeto promoveu a capacitação através de um Curso sobre o Aproveitamento Energético do Biogás, oferecido na modalidade a distância (https://www.biogasdeaterro.com. br/). Para a primeira turma deste curso, foram recebidas 527 pré-inscrições sendo 97 alunos selecionados. O curso ocorreu no período de 20/03/2017-14/07/2017. Esse mesmo site apresenta mais informações sobre o projeto. É possível também acesso ao site http://ixconsult.lampd. com.br/ que traz mapeamento energético de biogás para cada cidade do país. Através deste mapeamento é possível verificar o potencial de produção de resíduos, de biogás e também de eletricidade, havendo possibilidade de configuração de cálculos.

pecto tributário, o REIDI (Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura) é de complexa obtenção, mas é um instrumento de fomento para o setor de geração de energia a partir da queima de biogás. Identificou-se dois pontos que carecem de aprimoramento, visando desenvolver a concessão desse benefício: (i) plataformas digitais incompletas; e (ii) constantes atrasos e arbitrariedades na análise dos pleitos de enquadramento de projetos no regime. Do ponto de vista regulatório, o projeto identificou as seguintes oportunidades de alteração nas normas: estabelecimento de leilões regionais e por fonte de energia; tornar o processo para obtenção de REIDI mais ágil; Ampliar as possibilidades de empreendimento de geração distribuída receberem o VRES (Valor Anual de Referência Específico); Por meio de uma política bem estruturada, e com incentivos econômicos claros, com procedimentos simplificados, fazer do biogás um • Arcabouço institucional insumo atrativo para a iniciativa pri(Madrona Advogados): Sob o as- vada, tornando-o, num futuro próxi-

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mo, competitivo com outras fontes de energia tradicionais. Como incentivos à energia renovável cita-se: (i) TUSD e TUST –Manutenção dos benefícios e agregando segurança jurídica a sua concessão; (ii) incentivos aos moldes do PROINFA (Lohbauer, Santos e Gallacci, 2017). • Política e Planejamento Energético (FDTE – Innovarelab/ UNICAMP): o país possui mais de 60 grupos de pesquisa especificamente voltados para o estudo do biogás de RSU, alguns deles também consideram seu uso para fins energéticos. O levantamento das capacidades existentes no país revelou algumas carências, como a concentração geográfica dos grupos na região Sudeste e a interação ainda tímida e de curto - prazo entre a academia e o empresariado nacional. Independentemente dessas fraquezas, o Brasil possui uma base sólida de pesquisa sobre a qual serão desenvolvidas novas tecnologias para o aproveitamento energético do biogás, tanto em aterros sanitários quanto utilizando biodigestores. O leque de


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O setor elétrico se

políticas públicas de fomento disponíveis é vasto. Das políticas de impacto indireto, destacam-se as políticas de gestão de resíduos e políticas transversais. As políticas de impacto direto, por sua vez, são divididas em dois tipos: pelo lado da oferta e pelo lado da demanda. Diante desse quadro, há diversas opções abertas ao governo brasileiro para incentivar essa fonte de energia no país. O foco deve ser dado àquelas políticas que ainda são insuficientes para gerar impacto sobre o setor, notadamente as políticas diretas sobre a demanda e a oferta. A investigação de políticas e planejamento energético resultou na publicação do livro: “Oportunidades Enterradas: Geração Elétrica a Partir do Biogás de Resíduos Sólidos Urbanos”, que se encontra em edi- ra societária que traga o maior núção. mero de benefícios oferecidos pelo mercado para o empreendimento. A • Viabilidade econômica (Thy- escolha de uma estrutura societária mos): A incidência de diversos tri- adequada influencia diretamente a butos e inúmeros encargos seto- viabilidade econômico-financeira riais levam os preços da energia a do projeto. Afeta também a atrativipatamares muito elevados quando dade dos preços a serem ofertados comercializados nos mercados regu- na comercialização da energia elétrilado e livre. Portanto, é importante ca gerada, impactando a competitia implementação de uma estrutu- vidade e desempenho da empresa.

beneficia, na medida em que as frentes de

pesquisa identificam gargalos e viabilizam oportunidades, promovendo a

diversificação da

matriz energética...

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O projeto tem cumprido com o seu papel, uma vez que mobilizou instituições e profissionais em torno de um tema atual e estratégico para o país. O setor elétrico se beneficia, na medida em que as frentes de pesquisa identificam gargalos e viabilizam oportunidades, promovendo a diversificação da matriz energética, promovendo a segurança e confiabilidade do sistema, e ainda a eficiência energética da fonte, usando de conceitos sustentáveis e renováveis. Como resultados do projeto ainda se citam: desenvolvimento e capacitação científica, pela formação em nível de pós-graduação, publicações científicas (10 artigos) e participação em fóruns (contribuição para elaboração de 3 normas da ABNT) e eventos (participação em 3 congressos internacionais). Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico decorre dos estudos e implantação realizados no âmbito deste projeto em suas vertentes legais, econômicas e de política industrial podem contribuir para alavancar a inserção do biogás na matriz energética nacional.



CIBIO 2017 & 2ª EXPOBIOMASSA

fizeram história superando todas as expectativas.

Mais de 500 Congressistas e 50 expositores de 07 países mostraram a força do setor da Biomassa e Energia no Brasil.

A abertura do evento reuniu autoridades da ABGD, TECPAR, SANEPAR, SESI, PARANÁ METROLOGIA, entre outros destaques!!

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Cobertura

Patrocinadores como ZhengChang do Brasil, COPEL, SANEPAR, SISTEMA SESI, FIEP, DOPPSTADT, BRDE.

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Cobertura

Apoio dos Governos de Minas Gerais e do Paraná, estado anfitrião do evento, além do Governo Federal, MMA, MME, ONU, fizeram com que o evento ficasse muito fortalecido institucionalmente.

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Cobertura

Outro ponto alto do evento foi a apresentação de 78 trabalhos tÊcnicos que movimentaram a academia de norte a sul do Brasil.

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Cobertura

"O retorno que tivemos dos expositores e participantes foi o melhor possĂ­vel, todas empresas fizeram negĂłcios, parcerias, e vendas de seus produtos e equipamentos.

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Cobertura

Especialistas de Portugal, Alemanha e Chile, trouxeram Ăłtimas experiĂŞncias e novas possibilidades de parceria para alavancar o setor no Brasil.

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Cobertura

Foram distribuídos exemplares da Revista Biomassa BR – Revista Brasileira de Biomassa e Energia a todos os participantes do evento.

Fortalecendo ainda mais a primeira e principal publicação do setor na América do Sul.

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CIBIO 2018

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TERCEIRA EDIÇÃO CIBIO � Congresso Internacional de Biomassa 2018 & 3ª EXPOBIOMASSA - Feira Internacional de Biomassa e Energia �� ��� ���� ������� ���� �� ���� 04 � 06 �� ��������/2018 A exposição terá presença de 30 a 40 empresas do exterior, mostrando p foco internacional do evento. Parcerias estratégicas neste sentido foram fechadas, e serão oficialmente informadas ao mercado nas próximas semanas.

no Brasil, assim como se espelhar nas experiências de empresas internacionais para transformar o setor.

A parceria internacional que iremos divulgar nos próximos dias, nos ajudará a trazer alguns dos principais especialistas do No mercado internacional, feiras e eventos setor em nível global. de Energias Renováveis, e outros setores Além das palestras, o evento contará reunim em alguns casos, entre mil e até também com apresentação de trabalhos aproximadamente 4 mil expositores, é acadêmicos voltados para área de forma a isto que queremos trazer para o mercado contribuir ainda mais com o conteúdo do brasileiro, adaptado a nossa condições evento. locais. Um evento que em sua 2ª edição reiniu mais de 5º expositores, mostra que Organizado e coordenado pelo Grupo FRG o potencial dos etor da Biomassa e Energia Mídias & Eventos, o CIBIO & EXPOBIOMASSA, os eventos tem como objetivo discutir o no Brasil é muito grande. atual cenário da matriz energética nacional Temos convicção de que a terceira edição e temas ligados à geração de energia a do evento, vai reuniur aproximadamente partir da biomassa no Brasil e no mundo. 100 expositores, confirmando o evento como um dos mais importantes do mundo. De acordo com Tiago Fraga, CEO da empresa organizadora, a nova edição dos O CIBIO 2018, pretende apresentar soluções, eventos marcará história, acompanhando novas tecnologias e informações que a tendência de protagonismo do Brasil no impulsionem o crescimento da biomassa mercado global.

O SETOR DA BIOMASSA E ENERGIA TEM ENCONTRO MARCADO NO

CIBIO 2018 & 3ª EXPOBIOMASSA!!

MAIORES INFORMAÇÕES WWW.CONGRESSOBIOMASSA.COM WWW.EXPOBIOMASSA.COM

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Entrevista

A Revista Biomassa BR traz nesta edição uma entrevista exclusiva com BENILDO AGUIAR, novo Presidente do SindiEnergia/CE O estado do Ceará é um dos grandes destaques no tema de Energias Renováveis no Brasil Revista Biomassa BR: Nos fale um pouco sobre sua trajetória no setor de Energia? RESPOSTA: Bem, iniciei minha trajetória profissional em 1983 como estagiário em técnico em eletrotécnica na Concessionária de energia elétrica, à época COELCE. Ao concluir o estágio, fui efetivado como eletrotécnico através de concurso público permanecendo nessa função até 1990, em paralelo cursei a faculdade de Engenharia Elétrica, concluindo-a em 1998, quando no momento oportuno, através de concurso interno galguei promoção para a função de Engenheiro, desenvolvendo a partir daí diversas atividades, técnicas, comerciais e principalmente gerenciais, na qualidade de Gerente de Departamento. Em 1998, tomei a decisão de sair da COELCE com intuito de trabalhar de forma autônoma, mas antes precisaria conhecer um pouco mais de como funcionava uma empresa privada, foi quando administrei por 5 anos a Empresa ENTEL Construtora Nordestina de Telecomunicações. Em paralelo participei como sócio, por 4 anos, da Empresa Kosmos Construtora LTDA, que atuava em diversas atividades de prestação de serviços em atividades comerciais e cobrança e ao sair da ENTEL, me senti preparado para alçar novos vôos, foi quando fui convidado a administrar uma outra Empresa que prestava serviços à COELCE, a ENERGEX Tecnologia em energia e construção Ltda, onde

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permaneci por mais 4 anos. Após isso, em 2.003, ingressei como sócio da Empresa EFICAZ ENERGIA E SERVIÇOS LTDA, empresa que vem prestando serviços à COELCE, hoje ENEL Distribuição Ceará e CELPE – Pernambuco, por um período de mais de 12 anos em diversas atividades, como: Obras de rede de MT e BT, fiscalização de obras de energia, recuperação de perdas comerciais de energia, cobrança (corte e religação de energia), ligação de clientes de BT e AT, iluminação de vias públicas. Além disso estamos nos preparando para entrar no mercado de geração distribuída de energia elétrica. Revista Biomassa BR: Quais a expectativas como novo Presidente do SindiEnergia/CE? De forma geral, tenho a certeza de que estamos assumindo um grande desafio , pois iniciamos o ano de 2.017 com a expectativa de que seria uma ano mais promissor. Iniciou assim, mas já estamos no meio deste ano, e novos problemas surgiram, mas prefiro focar no lado positivo das consequências dos acontecimentos, que suscitaram uma nova bandeira, a da ética e do fortalecimento dos novos valores morais e isso nos traz muitas responsabilidades enquanto empresários, enquanto representantes de uma classe, e uma dessas responsabilidades é a de ensinar através do bom exemplo e assim ajudar a mudar nosso País. Temos à nossa frente, outros desa-

fios como a reforma trabalhista, recém aprovada, a reforma previdenciária, reforma política e reforma tributaria, que para o setor industrial são fundamentais, para que se inicie um ciclo de mudanças estruturantes e que possibilite a longo prazo as condições de crescimento sustentável do nossas Empresas e nosso País. Do ponto de vista interno, já que nosso mandato se estenderá até 2020, a Diretoria do SINDIENERGIA terá a missão de atuar como protagonista na defesa dos interesses de seus associados, objetivando o desenvolvimento do setor no estado do Ceará para que possamos ser referência quando se tratar de assuntos relacionados a cadeia produtiva do setor de energia. Para isso, trabalharemos com base principal no fortalecimento e equilíbrio das 4 dimensões, que são: RELAÇÃO COM ASSOCIADOS; RELAÇÕES INSTITUCIONAIS; GESTÃO E FINANÇAS. Revista Biomassa BR: Quantos associados e qual potencial deste seleto grupo de empresas no cenário Cearense e Nacional? Hoje contamos com 48 associados, porém temos um mercado potencial muito amplo, desde empresas na atividade de prestação de serviços, indústria, geração, iluminação pública, etc. Estamos atualizando esse número, mas giram em torno de aproximadamente 350 empre-


sas potenciais. Para o próximo período de uma ano, pretendemos agregar pelo menos mais 50% acima das atuais que temos. Diante de toda essa velocidade mercadológica que vivemos, onde novas tecnologias surgem a cada dia, onde decisões políticas trazem a cada dia incertezas e fragilizam a confiabilidade de novos investidores, o mercado financeiro retraído, também estamos nos reestruturando internamente enquanto Sindicato, buscando nos reinventarmos, fortalecendo-nos com propósito de criarmos valor associativo e isso incentive a vinda de novas Empresas, para isso já elaboramos nosso planejamento estratégico, alinhado com as rotas estratégicas da Federação da Industria do Estado do Ceará, onde trabalharemos com foco principalmente na capacitação e preparação de nossas Empresas associadas em busca da certificação e da viabilidade de criação de uma central de negócios, além da participação em feiras e missões nacionais e internacionais. Revista Biomassa BR: Como você imagina o sindicato para os próximos 04 anos? Imagino e desejo termos um SINDIENERGIA mais maduro, mais coeso e mais forte, posto que, se assim ocorrer, é porque teremos Empresas associadas de igual valor, e isso será cada vez mais necessário, pois com a nova Lei 13.467, de 13/7/2017, denominada, reforma trabalhista que altera o artigo 579 da Consolidação das Leis do Trabalho, dá uma nova redação, fazendo com que a contribuição sindical, atualmente obrigatória, passe a ser condicionada à autorização prévia e expressa dos que participem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria. Como se vê, trata-se de mudança profunda, transformando a contribuição sindical de valor obrigatório em facultativo, dependente de autorização expressa e prévia do destinatário. Assim sendo, ou os sindicatos se tornam atrativos do ponto de vista de agregação de valor, viabilizando o associativismo, ou estarão fadados ao fracasso, para isso deveremos passar por diversas processos de reengenharia criativa.

Revista Biomassa BR: O estado do Ceará é referência quando o tema é Geração de Energia com fontes renováveis. Quais os principais fatores que levam o estado a este patamar? O Ceará foi um dos primeiros estados do país a se mobilizar em direção às energias renováveis solar e eólica, e desde então tem sempre atuado na vanguarda para o desenvolvimento da cadeia produtiva desse importante setor da economia, e base para o crescimento econômico. Podemos destacar como exemplos de iniciativas adotadas pelo Estado do Ceará: 1978 - Plano de Governo - estudos iniciais quanto ao potencial de energias renováveis do Ceará; 1980 - Primeira patente mundial do biodiesel inventado pelo cearense Prof. Expedito Parente; 1996 - Implantação do Parque Eólico do Mucuripe, em Fortaleza, uma ação pioneira de fomento para as energias renováveis; 1997 - Realização da primeira licitação nacional para contratação de energia renovável. Em 1999 foi inaugurada a primeira usina comercial de energia eólica, na Taíba; 2000 - Foi publicado o Atlas Eólico do Estado do Ceará; 2003 - Instituição do PROINFA Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica. O Estado do Ceará foi contemplado com 35% das usinas eólicas; 2005 - Lançamento pelo Governo do Ceará do PROEÓLICA; 2011 - Inaugurada a primeira Usina Solar de porte comercial da América Latina, localizada no município de Tauá, com potência instalada de 1 MW; 2012 – Implantação do Conversor de Ondas do Pecém – COPPE/ ELETROBRÁS/Governo do Ceará 2016 - Inaugurada a maior Usina Solar de Geração Distribuída do Brasil, em Aquiraz, com 3 MW;

Em termos de geração distribuída da energia, o Ceará ocupa atualmente uma posição de destaque, em termos de potência instalada sendo a 1ª (primeira) posição no Nordeste, com 60,8% da potência total instalada, e 2ª (segunda) posição no Brasil. Em termos de quantidade de consumidores gerando sua própria energia, também ocupa a 1ª (primeira) posição no Nordeste, com 30,3% do total do Nordeste, e 8ª (oitava) posição no Brasil. Revista Biomassa BR: O SindiEnergia é um dos grandes parceiros do CBGD & Feira GD, principais eventos do setor FV/GD no Brasil. Quais as expectativas para o evento? Ano passado, tivemos o privilégio de juntos, associados do Sindienergia, representante do Núcleo de Energia da FIEC, participarmos do CBGD em Curitiba, onde oportunamente vislumbramos o potencial que era esse Congresso, o maior evento oficial com foco na Geração Distribuída de Energia, promovido de forma muito organizada pela FRG em parceria com a ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída, onde vimos ali reunidos provedores de soluções, integradores, distribuidores, EPCs, fabricantes, academia e até porque não dizer curiosos no tema. Isso nos trouxe uma indagação, porque não realizarmos no Ceará o próximo Congresso? Pensamos e agimos, fomos até o Presidente da ABGD, Carlos Evangelista, e de imediato propusemos de forma informal, o que foi de pronto tido pelos organizadores do evento, como sendo possível. Ao chegarmos levamos a ideia para o Presidente da Federação da Industria do Estado do Ceará – FIEC- Dr. Beto Studart, que de pronto apoiou. Assim consolidou-se o que será, com certeza, o maior evento oficial do Brasil na área de Geração Distribuída de Energia, na qual cada consumidor pode gerar sua própria energia. Essa é a minha expectativa e ao mesmo tempo certeza, em nome da Diretoria e associados do SINDIENERGIA e também dos representantes da FIEC, via Núcleo de Energia, Jurandir Picanço e Joaquim Rolim, que desde o princípio também compraram a ideia e vêm contribuindo para dar materialidade à mesma. Revista Biomassa BR

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Artigo

GD – consolidação da Geração Distribuída Para onde caminhamos afinal ? Carlos Evangelista é fundador e presidente da ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída

O

mercado livre de energia elétrica, também conhecido como Ambiente de Contratação Livre (ACL), é um mercado em que os consumidores podem escolher livremente seus fornecedores de energia, exercendo seu direito à portabilidade da conta de luz.

As tarifas pelo consumo da energia são fixadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica -ANEEL e não podem ser negociadas entre fornecedor e consumidor.

Todos os consumidores residenciais estão nesse mercado, assim como muitas empresas comerciais, indústrias e consumidores rurais. Estima-se Nesse ambiente, consumidores e que existam por volta de 80 milhões fornecedores negociam diretamen- de pontos de consumo, e segundo a te os preços, prazos de pagamento e ANEEL, ingressam a cada ano mais 2 de distribuidora de energia não pode. Não interessa se a luz pisca todos os demais condições de contratação de milhões de novos consumidores. dias, se a “conta de luz” (fatura de energia. energia) vem errada (para mais), se há oscilações ou se a distribuidora demoPara fazer parte desse restrito ra 6 meses para fazer uma conexão de mundo, onde se comercializa mais de Geração Distribuída (a resolução pre60% da energia consumida no Brasil, vê 34 dias), você é obrigado a todos os é necessário que se tenha um consuTrata-se de um mercado cativo, meses, faça sol ou faça chuva, pagar mo de ao menos 3 MW de potência ou que se enquadre como “Consumi- uma espécie de monopólio regulado, pelos serviços prestados, sejam estes dor Especial”, aquele com demanda segmentado por região, com respaldo satisfatórios ou não. entre 500 kW e 3MW, e que poderá legal, evidentemente, e que segue reApesar da impossibilidade reguadquirir energia de qualquer forne- gras e leis específicas do setor, visando cedor, desde que a energia adquirida estabelecer um equilíbrio entre as par- latória de escolher o próprio fornecedor, após a REN 482/2012 da ANEEL, seja oriunda de fontes incentivadas es- tes e a estabilidade do sistema. modificada e melhorada pela REN peciais (eólica, pequenas centrais hiEm um ambiente assim, devido as 687/2015 já é possível a todo consudrelétricas - PCH´s, biomassa ou solar especificidades do mesmo, o consu- midor brasileiro, aproveitando-se da fotovoltaica). midor pode espernear, chorar, gritar, tecnologia e das vantagens da geração A opção tradicional da absoluta escrever cartas e mais cartas à ouvi- distribuída, produzir, parcialmente ou maioria dos consumidores brasileiros doria, enviar e-mails a ANEEL (órgão totalmente, a sua própria energia. é adquirir a energia no Ambiente de regulador do setor), mesmo assim, ele A resolução veio para regular não poderá trocar de fornecedor de Contratação Regulada - ACR. e dar os parâmetros ao mercado de energia. como os consumidores devem fazer, Trata-se da contratação compulNo Brasil você trocar de opera- operacionalmente e legalmente, para sória via a distribuidora da região em que estão fisicamente (no Brasil dora de celular, carro, provedora de se conectar à rede de distribuição de existem 63 distribuidoras de energia, Internet, plano de saúde, de escola, sua distribuidora de energia e foratuando nos 27 estados brasileiros). médico, governo e até de cônjuge, mas necer energia através do sistema de 30 Revista Biomassa BR


REN482/ANEEL) visando elevar de 3 MW para 5 MW o limite de potência de minigeração distribuída de fonte hidráulica. Apesar da Nota Técnica 068/2017, preparada por especialistas do mais alto nível da própria agencia reguladora, recomendar claramente a alternativa 1, ressaltando como motivo principal a estabilidade regulatória, o relator do processo optou pela alternativa 3, ou seja, mudar a regra no meio do jogo (impondo restrições a quem já estava migrando), o que é terrível para a estabilidade do mercado de GD. Para ilustrar melhor, seguem as opções da NT da ANEEL: • Alternativa 1: Manutenção dos limites atuais de enquadramento; • Alternativa 2: Elevação do limite de 3 MW para 5 MW, permitindo quaisquer centrais de geração (existentes ou novas); • Alternativa 3:

ca, ou seja, os consumidores, empresas, investidores, todos os agentes envolvidos nessa operação, esperam que Podem fazer isso utilizando-se as regras estabelecidas sejam cumpride diversas tecnologias, com as mais das e não mudem esporadicamente de diversas fontes renováveis disponíveis acordo com a discricionariedade do (solar fotovoltaica, biomassa, eólica, agente regulador. biogás, CGH´s, etc), sendo assim, a Tais mudanças estão previstas na geração distribuída, além de todas as vantagens que traz no campo eco- própria norma e exceto se houver um nômico, técnico, ambiental e social, grave problema ou assunto urgentístransformou-se também em uma vál- simo para ser solucionado, estas não vula de escape para esses consumido- devem mudar sob pena de colocar todo o sistema em descrédito. res do mercado cativo. compensação adotado no Brasil (net metering).

Elevação do limite de minigeração distribuída hidráulica de 3 MW para 5 MW, vedando a participação no sistema de empreendimentos já existentes (independentemente de sua potência ou fonte). Na audiência pública para manifestação oral dos interessados, realizada no dia 20 de julho na ANEEL, em Brasília, das 27 manifestações orais, quase todas, mais precisamente, 22 associações, entidades e empresas do setor dentre as quais ABGD, ABRAPCH, ABRAGEL, Canadian, Energiciti, Futura Energy, Santander, Conselho dos Consumidores da Energisa MT/ MS & Ampla (representando 10 milhões de consumidores), etc, manifestaram-se pela Alternativa 1 da NT da ANEEL, ou seja, não modificar neste momento a REN 482/2012; em nome da estabilidade regulatória e segurança jurídica. Manifestaram-se a favor da alternativa 3 a ABRADEE, CEMIG, Elektro, Energisa e Absolar.

Recentemente a ANEEL abriu a audiência pública no.037/2017 para atualização da resolução normativa nº 482/2012, a qual estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos Não há espaço aqui para discorrer sistemas de distribuição de energia sobre todas as premissas necessárias elétrica, o sistema de compensação de para se conectar ao sistema de com- energia elétrica e dá outras providênpensação (net metering), mas existe cias. uma em especial que é a base de qualMudar a REN 482/ANEEL antes A Nota Técnica n° 068/2017-SRD/ quer projeto de médio e longo prazo. Chama-se Estabilidade Regulatória, ANEEL analisou três alternativas de da revisão prevista para 2019 é um diretamente ligada a segurança jurídi- tratamento regulatório (p/ alterar a péssimo sinal para o mercado. SeEvidentemente, para fazer isso é necessário um investimento inicial, além de condições técnicas mínimas para se conseguir ingressar no sistema dentro dos parâmetros regulatórios.

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ria um precedente perigoso, criando tos de geração, transmissão, distribuimais insegurança jurídica aos clientes ção e comercialização de energia. e investidores. Isso foi um assunto que Desde a edição da Medida Prosempre preocupou as empresas e invisória 579, convertida na Lei 12.783, vestidores. o setor vem passando, por um turbiUma das melhores, senão a me- lhão de mudanças e criou um ambiente lhor pesquisa feita no mercado sobre de judicialização, que está afetando a as empresas do segmento de GD da segurança do mercado e a atração de fonte solar fotovoltaica é a pesquisa da investimentos, especificamente dos caGreener (Análise do Mercado FV de pitais privados. GD - 2º Semestre/2017). Nessa pesNos últimos cinco anos, o setor soquisa é possível identificar claramente a principal preocupação dos empresá- freu diversas mudanças ou ajustes, de rios do setor referente ao mercado de pequeno, médio ou grande impacto, o geração distribuída sob os moldes da que traz um clima de incerteza e insegurança para o mercado e para os inREN 482/2012. vestidores. É a instabilidade regulatória! O É necessário simplificar o setor eléempresário e seus clientes querem ter certeza que as regras que estão estabe- trico, criando regras e políticas estáveis lecidas serão respeitadas e sem chan- e duradouras, com mecanismos previces de modificações fora do já previs- síveis, capazes de dar segurança aos neto na própria resolução em seu art.15, gócios, o que seria possível com o estaexceto, evidentemente, em um caso belecimento de processos formais para a formulação dos regramentos, defininextremamente excepcional. do-se os mecanismos necessários para Sobre a necessidade de estabilidade a evolução de todas as etapas até a sua completa implementação. regulatória É consenso no mercado e está inclusive explícito no estudo da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica): Aperfeiçoamento do Setor Elétrico Brasileiro; transcrito a seguir, “que a expansão da matriz elétrica brasileira e a sustentabilidade financeira do setor elétrico dependem de um ambiente dominado pela estabilidade das regras de mercado, sendo um elemento fundamental, responsável pela segurança e atratividade de novos investimentos em proje-

Fonte: apresentação Abrace

de aperfeiçoamento e fortalecimento dos processos de audiências e consultas públicas, instrumentos indispensáveis para a transparência de toda e qualquer decisão governamental.” Em um ambiente tão volúvel e instável como o que estamos vivendo, fica muito difícil alcançar o almejado crescimento sustentável do setor, fato tão desejado por todos os agentes do mercado.

Mesmos assim, com todas as peripécias, o crescimento de GD no Brasil, apesar de ser infinitamente menor que o experimentado em outros países, Torna-se indispensável a partici- tem alcançado um desenvolvimento pação dos agentes setoriais ao longo continuo desde a implementação da de todo o processo de formulação e im- REN 482/2012, verdade, muito menor plementação de toda e qualquer regra. do que o esperado, no entanto, consiTal caminho ajudaria a evitar futuros derando todas as dificuldades regulaquestionamentos jurídicos por conta tórias, instabilidade do pais, recessão de complexidades e ambiguidades dos na economia e imprevisibilidade polítextos, que provocam interpretações tica, e portanto, das políticas públicas de fomento ao setor, ainda assim o sevariadas. tor vem crescendo fortemente. Complementar a este maior envolHá estudos relatando que esse núvimento setorial na definição de regras e políticas setoriais está a necessidade mero seria três vezes maior, devido a um grande número de sistemas ainda não conectados (em fase burocrática de solicitação de conexão) e um outro número grande de sistemas não reportados a ANEEL, no entanto, como esses são os números oficiais do agente regulador, preferimos manter o gráfico. Outra observação importante é que a maioria dos sistemas continua sendo de fonte solar fotovoltaica, provavelmente devido as suas características de modularidade, facilidade de instalação, custos decrescentes do CAPEX aliados a um OPEX baixo.

Gráfico adaptado da pesquisa da Greener

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Apesar da maioria dos sistemas ser de fonte solar fotovoltaica, quando


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comparamos por potência instalada, os valores absolutos das outras fontes crescem consideravelmente. Também se percebe que alguns Estados começam a despontar em relação aos outros, notadamente o Estado de Minas Gerais, devido aos seguintes fatores: No Estado de Minas Gerais, o primeiro colocado em número de conexões e potência instalada, a maioria dos sistemas está localizado em uma área de alta insolação, portanto, com o mesmo CAPEX consegue-se uma produção maior de energia do que em outros Estados do Brasil. Um segundo motivo para essa liderança é o preço das tarifas de energia da CEMIG que são altas comparadas com outras distribuidoras, sendo assim, a TIR do projeto é mais alta e o tempo de retorno do investimento é menor. Além disso, o Estado de Minas Gerais tem uma lei bastante favorável ao desenvolvimento de energias renováveis, inclusive relativo a cobrança de ICMS sobre a energia injetada. Os outros estados têm o convênio Confaz 016/2015 que concede isenção de ICMS sobre a energia injetada, mas juridicamente falando, uma lei estadual fornece muito mais segurança jurídica que um decreto; este em tese poderia ser facilmente revogado. Para melhorar ainda mais, recentemente foi aprovado por unanimidade em primeiro turno na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o Projeto de Lei 179/2017 - “IPTU VERDE" (apoiado pela ABGD), que estabelece o desconto progressivo no IPTU de imóveis que adotarem medidas de redução de impacto ambiental e eficiência energética.

Sem dúvida, isso será um estímulo a mais a todos os consumidores e investidores que desejarem ingressar no setor de fontes renováveis de energia pelo caminho da Geração Distri34 Revista Biomassa BR


buída, criando empregos, desenvolvendo o mercado e a cadeia produtiva nacional, contribuindo para o meio ambiente e colaborando para a diversificação da matriz elétrica brasileira. Com certeza a iniciativa de Belo Horizonte/MG será um bom exemplo para ser seguido por outras capitais e cidades brasileiras. Enfim, temos consciência que os números apresentados acima apesar de mostrarem um crescimento consolidado do setor, ainda são ínfimos comparados com outros países, denotam que existe um mercado gigantesco de possibilidades dentro desse segmento no Brasil.

Carlos Evangelista é fundador e presidente da ABGD – Associação Brasileira de Geração Distribuída, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que congrega mais de 350 empresas associadas as quais têm como atividade principal ou atividade estratégica a Geração Distribuída com fontes renováveis de energia (solar fotovoltaica, biomassa, eólica, hidráulica - CGH´s, biogás, etc). Reúne provedores de soluções, EPC's, integradores, distribuidores, instaladoras, fabricantes de equipamentos, comercializadoras de energia; empresas de diferentes tamanhos e segmentos.

O setor de energias renováveis e particularmente geração distribuída com fonte solar fotovoltaica, tem sido um dos segmentos do mercado que mais cresce no mundo; no Brasil já é uma realidade e despontará nos próximos anos como um dos principais centros de investimento, desenvolvimento da indústria e criação de empregos qualificados.

tendência mundial; dá ao consumidor (agora chamado de prosumidor) o poder da independência parcial pela autoprodução. As empresas que compreenderem isso, estiverem preparadas para esse mercado, e aptas a se adaptarem a grandes mudanças em um curto período de tempo, com certeza se diferenciarão das demais, com A Geração Distribuída é inexo- maiores chances de crescimento susrável, um caminho sem volta, uma tentável e sucesso nesse setor.

www.geracaodistribuida.org www.abgd.com.br

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FÓRUM APRESENTA OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO COM

RESPEITO AO MEIO AMBIENTE

Em dois dias de evento, especialistas e executivos debateram soluções para reduzir o impacto de grandes empresas no planeta

Uma das principais preocupações no mundo dos negócios, hoje, é como manter o lucro das grandes corporações sem esgotar os recursos naturais. Com nomes internacionais reconhecidos pelo trabalho em prol do meio ambiente, a sexta edição do Fórum Sustentabilidade e Governança foi encerrada nesta quarta-feira (23). O destaque do evento, que reuniu cerca de 200 participantes, foram as inovações nos investimentos em sustentabilidade, apontando caminhos que podem ser seguidos para que a economia cresça de forma responsável.

te corporativo de sustentabilidade da Votorantim e a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, falaram sobre o investimento das empresas em reservas naturais. Clóvis Borges, da Sociedade de Pesquisa em Abrindo o segundo e último dia Vida Selvagem e Educação Ambiental de debates, o Diretor Executivo do (SPVS), enfatizou as práticas de gesFórum de Florestas da ONU, Mano- tão nas reservas mantidas pela ONG el Sobral Filho, apresentou as metas no litoral paranaense com o apoio da das Nações Unidas para o desenvol- iniciativa privada. Para mensurar e vimento sustentável, destacando onde premiar o engajamento de empresas a preservação de florestas nativas se com a sustentabilidade, a coordenainclui nesses objetivos. Em seguida, dora técnica do Instituto Life, Regiaa fala foi de representantes de duas ne Borsato, falou sobre a Certificação empresas que fazem da manutenção Life. de áreas naturais um negócio. MichaNo debate que encerrou o evenel Jenkins, CEO da americana Forest Trends e David Brand, presidente do to, Michael Jenkins e David Canassa comitê de investimentos da New Fo- dividiram o palco com o especialista rests, da Austrália, demonstraram que em comunicação corporativa Eloi Zaflorestas de pé, além de necessárias, netti para uma conversa que abordou são economicamente viáveis e lucrati- o papel das empresas na busca por vas. Por isso, elas são de interesse de uma economia sustentável, frisando que ainda há muito trabalho pela investidores de grande porte. frente. A importância de gerar consExemplos nacionais de conser- ciência ambiental entre os tomadores vação foram debatidos no segundo de decisão das grandes corporações e painel do dia. David Canassa, geren- de comunicar eficientemente as ações 38 Revista Biomassa BR

das empresas para o público foram consenso entre os debatedores. Alternativas energéticas e gestão de resíduos Durante o evento, a geração de energia limpa recebeu atenção especial. Weider Silva, membro do Conselho Administrativo da Mepen, empresa especializada em painéis fotovoltaicos, comentou o desenvolvimento dessa forma de energia no Brasil. Mostrando que a energia solar não é mais a “energia do futuro” e sim um negócio lucrativo no presente, o gestor executivo de suprimentos da MRV Engenharia, Luis Henrique Capanema, falou sobre o primeiro condomínio do programa Minha Casa Minha Vida com sistema de energia fotovoltaica. A hidrelétrica Itaipu Binacional também investe em fontes alternativas, como apresentou o superintendente de energias renováveis Paulo Afonso Schmidt, que falou sobre a geração energética movida a biometano desenvolvida pela empresa. O português Luís Veiga, diretor da Sociedade Ponto Verde, entidade voltada para a gestão e reciclagem de resíduos, falou sobre a responsabilidade das empresas fabricantes pelo lixo gerado por seus produtos, em especial as embalagens. Comparando as ações e metas da União Europeia às brasileiras, Veiga concluiu: “Para que exista uma economia circular no Brasil, tem de haver vontade política clara”.



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