N Respostas 07 - dezembro/janeiro2010

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Entrevista

Ângela Hirata:

uma executiva sem fronteiras Seus atuais três passaportes já não comportam as viagens que Ângela Tamiko Hirata faz pelo mundo afora para divulgar um dos produtos mais conhecidos do mundo, as Havaianas. “Cheguei a ter mais de um milhão de milhas”, conta a diretora de comércio exterior da empresa São Paulo Alpargatas. São 63 países onde as pessoas desfilam com as legítimas sandálias de borracha brasileiras, graças ao trabalho dessa executiva descendente de japoneses, nascida em Rosária, interior de São Paulo e formada em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (USP). O chinelo criado em 1962 ganhou ares fashion e conquistou clientes que chegam, no exterior, a pagar US$ 250 por um exemplar com cristais Swarovski. Quando Ângela entrou na empresa, em 2001, a exportação representava 1,5% do faturamento total da instituição. Em pouco mais de quatro anos, esse numero chegou a 10%. por Cecília Melo

Como foi sua entrada na São Paulo Alpargatas? Como surgiu o interesse em explorar o mercado exterior? Minha carreira começou aos 18 anos como auxiliar de escritório na Editora Mestre Jou. Depois me candidatei para o cargo de auxiliar de administração do Diners Club, onde tive o primeiro contato com a área de comércio e marketing. Foi onde me encontrei. Meu pai diz que eu tenho muito do meu avô em termos de sensibilidade para negócios e de capacidade para captar o que o consumidor deseja. Traba-

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lhei também em uma franquia da Levi´s e, em meados dos anos 80, comecei a me interessar por comércio internacional. A primeira marca brasileira que se tornou conhecida no exterior foi de café, pois o comércio internacional para nós naquela época estava restrito às commodities. Comecei a estudar o que o Brasil precisava fazer para tornar outras marcas conhecidas lá fora. Encontrei isso na Azaléia. O falecido Nestor de Paula, então presidente da empresa, convidou-me para dirigir uma fábrica com 200 funcionários. Foi

uma boa experiência, mas a internacionalização da marca não aconteceu. Voltei para São Paulo e recebi convite do presidente da Alpargatas à época, Fernando Tigre. Fui a primeira mulher a ser diretora na empresa. Não foi fácil, mas houve compreensão e ajuda de todos. Qual foi o maior desafio que a senhora enfrentou no processo de posicionar o produto Havaianas no mercado internacional? Nossa ideia era passar um conceito de brasilidade muito bem definido,

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