Revista Mosaico

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Dadaísmo

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iante de uma Europa assolada pela Primeira Guerra Mundial, um grupo de artistas reunidos no Cabaré Voltaire, em Zurique, decidiu expressar a indignação pelo conflito e, assim, surgiu o Dadaísmo. Eles assinalavam a ausência de perspectiva diante do mundo em guerra, posicionavam-se contra as formulações da lógica e pregavam o niilismo. Nega-se tudo que seja arte, moral, política ou religião. A revolta dos dadaístas era calcada em uma crítica mordaz da sociedade capitalista e burguesa, responsável pela guerra. Porém, eles dependiam da sociedade que condenavam e a destruição de tudo significaria o extermínio deles próprios. Afinal, ser dadá é ser antidadá. Nas palavras de Hans Arp: o Dadá visou destruir as razoáveis ilusões do homem e recuperar a ordem natural e absurda. Quis substituir o contra-senso lógico pelo ilogicamente desprovido de sentido e proclamar a virtude da nãorazão. Para dar vazão a essa fúria satírica, uma entrevista de teor pessimista, um poema feito ao acaso e guerra, o ópio da humanidade.

Roda de bicicleta Marcel Duchamp

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