dédalo #1

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das formas. A forma relaciona-se com a emoção, tal como as formas transportam o fundo, o abismo e a queda, que elas contêm. Caso para dizer que a possibilidade da forma opera a gravidade sintomática daquilo que decai, daquilo que configura a ruína e a própria degeneração da forma. Neste sentido, a possibilidade da forma existe nos antípodas das formas legais e essenciais, suscitando, sobretudo, a frequência e a intensidade metamórfica do real, a qual recusa qualquer distinção entre matéria e forma, entre pathos e fórmula. É certo que as formas incarnam aqui o desejo e a crueldade, o prazer e a violência, o pathos e a ideia antropomórfica, na medida em que elas integram no seu cerne questões de ordem epistemológica e antropológica, ou seja, questões colocadas ao pensamento da forma enquanto pensamento das relações pensáveis entre forma e formação, entre signo e corpo, entre significado e expressão, entre função e subjectividade, entre memória e «vida póstuma». Na verdade, a forma contém, em si mesma, um impulso de intensificação, o qual se vê facilmente compreendido na polissemia do seu nome. Cada forma anuncia outra forma. Ela é, sempre, o sinal de outra. A sua sequência é o processo da sua «reprodução» e do seu conflito. A génese das formas confunde-se assim com a sua própria estrutura energética: o fenómeno originário combina-se com o derivado, sendo que as formas se tornam indistintas do sinuoso trânsito das emoções. Se as formas anunciam aquilo que já foi anunciado, fórmula ou descoberta, entre si, elas celebram a polaridade da carga emocional que as religam e as re-produzem como intensões e afectos do tempo. Por isso, aquilo que sobrevive dissimulado nas formas ressurge como um transe proteiforme: a forma é algo em movimento, em transição. Cristal, formalimiar, em trânsito, em processo de transformação. Não a mesma mas já outra.

Intercessores: Alain Badiou, Georges Bataille, Georges Didi-Huberman, Gilles Deleuze, Henri Focillon, Johann Wolfgang von Goethe, George Kubler, Andrea Pinotti, Robert Visher, Aby Warburg.

26 | Vítor Silva

Flux.l.m |exp|, concept per un terminal ferroviario, è stato sviluppato partendo dalla mappatura dei flussi di persone. L’integrazione di Excel e di Mathematica nel processo di morfogenesi ha prodotto una classe di strutture diagrammatiche relative alle densità variabile degli individui, secondo la logica Voronoi. Ad ogni cellula Voronoi è stato successivamente attribuito un valore proporzionale di attrazione o repulsione dinamica. L’introduzione di cinematiche inverse e l’animazione dei campi dinamici, in Cinema 4D, ha prodotto la conformazione finale del sistema, ricostruito in Rhinoceros.

Edmondo Occhipinti | 19


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