Onco& Ano VII - Ed. 36

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palavra do gestor

Preparados desde já

O

SETOR PRIVADO DE SAÚDE NO BRASIL VIVE UM

CONSTANTE DESAFIO PARA MANTER SUA SUS-

Rodrigo de Abreu e Lima Diretor executivo do Grupo Oncologia D'Or

Contato: rodrigo.lima@oncologiador.com.br

TENTABILIDADE SEM PREJUÍZO PARA OS DIFErentes atores envolvidos. Nesse cenário, tem crescido o debate sobre novos modelos de remuneração a clínicas e hospitais. Hoje, os estabelecimentos de saúde recebem por serviço oferecido, o chamado fee for service, pelo qual os procedimentos são cobrados diretamente dos planos. Nesse modelo, o ganho é por procedimento e a preocupação com custos e desperdícios é uma realidade. Instituições como a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) e a Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) vêm discutindo alternativas, como o pagamento por Grupos de Diagnósticos Relacionados (DRG, na sigla em inglês), modelo no qual um valor fixo por procedimento é estabelecido para um grupo de pacientes com as mesmas enfermidades ou características. A questão, importante, foi um dos temas de debate no evento Forum Saúde Business, de que participei como palestrante em junho. No entanto, do debate sobre o melhor modelo até a sua adoção, é preciso muita reflexão e preparo. Há uma longa jornada a ser trilhada, e temos que nos preparar da melhor forma para os possíveis cenários. Independentemente do modelo a ser adotado, esse preparo passa pelo aprimoramento do que fazemos hoje, sempre com o foco no melhor resultado para o paciente. O primeiro passo é resolver a questão da fragmentação do mercado de saúde, especialmente em oncologia. Hoje o paciente percorre um longo e tortuoso caminho do diagnóstico até o tratamento, dependendo de marcações de procedimentos e exames em diferentes estabelecimentos, perdendo um tempo que é precioso. A integração da cadeia de cuidado é imprescindível. No Grupo Oncologia D’Or temos aprendido isso na prática. Hoje temos mais de 35 clínicas pelo país, mas não somos simplesmente uma rede de clínicas e hospitais particulares. É fundamental para nós a integração com os hospitais da Rede D’Or São Luiz, proporcionando agilidade e conforto ao paciente, acolhendoo no momento mais difícil. Essa integração nos permite atuar em toda a sua jornada, evitando a fragmentação e fazendo com que ele se sinta cuidado como um todo. Hoje, a Oncologia D’Or e a Rede D’Or São Luiz têm dois centros de oncologia integrados a

hospitais – no Hospital Quinta D’Or e no Caxias D’Or, no Rio de Janeiro –, e nossa intenção é seguir esse projeto em larga escala, oferecendo estruturas que permitam ao paciente fazer o tratamento com um todo. Assim poderemos conhecer melhor os custos envolvidos em toda a cadeia de cuidado, informação que é fundamental antes de se pensar em qualquer mudança de sistema de remuneração. Reconhecemos a importância de ter informações completas e de qualidade de nossos pacientes. Por isso investimos em fluxos de cuidado mais eficientes e olhamos com atenção para os custos e desperdícios dentro de nossas clínicas, buscando um olhar global. Nosso foco é colocar o paciente no centro do cuidado. A qualidade do atendimento passa pelo debate da remuneração, mas não somente. Passa também por investimentos em tecnologias de diagnóstico e tratamento mais custo-efetivas, por padronização de protocolos e fluxos organizacionais em escala nacional que permitam ao paciente mais agilidade e conforto dentro de um serviço único e também pela valorização das pessoas que integram o sistema. Essa mudança ocorre hoje no modo Oncologia D’Or de pensar. Como resultado do esforço, temos clínicas com acreditações de qualidade reconhecidas internacionalmente. Em Brasília, a unidade Acreditar Santa Marta está certificada pela Joint Commission International (JCI), o mais importante órgão certificador do mundo. O selo de acreditação internacional pela JCI assegura a melhoria contínua dos novos processos de cuidado ao paciente e qualidade no serviço. Já o Instituto Oncológico do Vale (IOV) possui a certificação canadense de Excelência da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e, mais recentemente, ganhou o selo Quality Oncology Practice Initiative (QOPI), específico para indicadores assistenciais em oncologia e concedido pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). O IOV passou a ser a primeira clínica oncológica nas Américas fora dos Estados Unidos a ter essa certificação, um reconhecimento das melhores práticas internacionais no tratamento do câncer. Beneficiam-se os pacientes e também as operadoras. Não queremos ganhar no desperdício, mas na eficiência, gerando valor para a ponta da cadeia, que são o paciente e seus familiares. Onco& julho/agosto/setembro 2017

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