O POVO FALA: FELIPÃO PODE GANHAR A COPA PRO BRASIL? (PAG. 11) Cachoeira - Bahia Maio de 2013
Edição Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
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Pesquisas da Universidade redescobrem Maragojipinho Foto: Mário Jorge
(Página 9)
População quer melhor atendimento no Hospital da Cachoeira (Página 3)
Foto: Lorena Bernardes
Foto: Janaína Riber
Foto: Wiliane Passos
Curso de Dança do Ventre traz um pouco da cultura oriental ao Recôncavo (Confura na página 6)
TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: Animais abandonados recebem atenção em Santo Amaro (pag. 4) Arquivo público volta a funcionar (pag. 5)
Violência na região preocupa e deixa estudantes em alerta (página 3)
É hora de escolher o melhor da moda para a temporada de inverno (pag. 12)
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OPINIÃO
O que aprendi com o jornalismo diário?
CARTA AO LEITOR Mais uma edição do Reverso nas ruas! Prazer renovado e sensação de compromisso e responsabilidade social pelo que noticiamos, sempre a usar como baliza os princpipios éticos das práticas e condutas dos jornalistas com formação. E como sempre - nunca é demais lembrar contando com a boa vontade e bom senso daqueles que percebem que sendo um jornal laboratório da turma de quarto semestre para a disciplina Jornalismo Impresso nem sempre é possível trazer a notícia mais recente e a edição gráfica impecável. Porque sabemos que eventuais atrasos ou imperfeições são enormemente compensados pela certeza de que o Reverso tem cumprido sua missão primordial, que é ensinar, na prática, o bom jornalismo aos nossos estudantes. Afinal, é isso o que dá identidade ao nosso curso! Pois foi com tal disposição que fomos atrás dos fatos: a sensação de insegurança que se aprofunda em toda a região, afetando principalmente aos estudantes; as queixas contra o hospital local; as reformas no arquivo público e na biblioteca do Colégio Estadual; as discussões sobre o que é improbidade administrativa; e a implantação de termelétricas em Governador Mangabeira, entre outros temas. Boa leitura! Péricles Diniz
Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo Reitor da UFRB Prof. Dr. Paulo Gabriel S. Nacif Diretora do CAHL Profa. Dra.Georgina Gonçalves Coordenação Editorial Prof. Dr.Robério Marcelo Ribeiro Prof. Dr. José Péricles Diniz Editor Prof. Dr. J. Péricles Diniz Redatora Fabiana Dias Editoração Gráfica Prof. Dr. J. Péricles Diniz Adriele Coutinho, Ilze Melo, Larissa Molina, Maeli Souza, Matheus Buranelli, Rodrigo Daniel Silva, Roquinaldo Freitas, Vanessa Araújo Barboza e Wiliane Passos
INEDITORIAL
CACHOEIRA | BAHIA Maio 2013
Eduarda Toralles Jornalista Essa é sempre a pergunta que me faço. Ainda lembro de uma pergunta que uma amiga me fez quando eu ainda estava tentando entrar na faculdade de Jornalismo, lá por 1993. “Para quê vais fazer jornalismo?”, ela me perguntou. Durante os quatro anos de faculdade, essa pergunta ficou martelando na minha cabeça. Só descobri a resposta depois de seis anos de formada, quando ingressei no jornalismo diário. Até então minhas experiências profissionais haviam sido em assessorias de empresa. Nada se compara a trabalhar num jornal diário. A primeira coisa que aprendi foi a não ter medo de perguntar. Mesmo que eu soubesse a resposta, nada substitui a riqueza de uma declaração de uma fonte. Declaração às vezes irritada, as vezes emocionada, as vezes cansada. Reações que com certeza irão refletir no nosso texto. Aprendo a observar antes de perguntar, ou a observar mais que perguntar. Há situações que não precisamos perguntar mais que o básico: Onde? Como? Quando? E Por quê? As informações para a nossa pauta estão nas nossas observações de como as pessoas vivem, como determinada situação transcorre, como as pessoas reagem diante de um determinado fato, um olhar, um gesto, qualquer reação ou falta de reação. O silêncio muitas vezes nos diz muito. E são essas percepções que enriquecerão o nosso texto. Aprendi que não existe uma verdade, que dificilmente conseguiremos descrever exatamente o que aconteceu ou como é determinado lugar. Cada um tem um ponto de vista, o nosso papel é ser o mais objetivos possível e nunca, mas nunca deixar de ouvir os dois lados da história. Aprendi a trabalhar em equipe. E quantas pautas boas o fotografo e o motorista me indicaram. Quantas informações importantes eles me passaram, que acabaram enriquecendo o meu texto. Lógico que sempre temos que confirmar essas informações, não por falta de confiança, mas o texto é nosso e nós temos responsabilidade sobre o que escrevemos.
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CIDADE
População questiona o atendimento do principal hospital da Cachoeira
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Reclamações
Responsabilidade esse foi outro grande aprendizado. Aprendi que nem toda a informação tem que virar uma matéria ou uma informação da matéria. Temos que ser sábios (responsáveis) em divulgar reportagens que não irão prejudicar os outros ou a nós mesmos. Em alguns momentos eu realmente optei por calar, nem sempre por medo, mas por acreditar que naquele momento a informação que eu tinha, se fosse divulgada iria piorar uma determinada situação ou iria prejudicar alguém. Também aprendi que não devemos agir por impulso. Já cometi erros, divulguei matérias que hoje talvez que pensasse duas ou três vezes antes de publicar. Aprendi que não somos super-heróis, que não somos os salvadores do mundo. Depois de cinco anos no jornalismo diário voltei a trabalhar numa assessoria de imprensa. Aí veio mais um aprendizado: o jornalismo diário, o aprendizado
do cara a cara com a fonte e com a rua, havia me dado uma carga de conhecimento que me habilitou, agora sim, para trabalhar numa assessoria de imprensa. Eu conhecia a região, tinha agilidade e segurança para escrever um texto, tinha faro para identificar uma pauta, identificar qual declaração da fonte seria importante citar no texto. O que aprendi com o jornalismo diário? Que o jornalismo diário é um eterno aprendizado. Cada dia é uma nova descoberta, um novo aprendizado. Depois de cinco anos na assessoria de comunicação de uma multinacional voltei, por opção própria, ao jornalismo diário. Num novo jornal, em outro estado, com novos colegas. O aprendizado continua. É começar do zero com uma boa carga de aprendizado que devo ao jornalismo da Bahia, com certeza a melhor escola que tive!
Sobre as reclamações de descaso e falta de médico, o coordenador de gestão do hospital, Luis Antonio Araújo, informou que em relação à estrutura hospitalar houve um salto além do esperado, para ele, as dependências estavam com a estrutura ultrapassada e fora das recomendações e das exigências da fiscalização sanitária. De acordo com ele, os hospitais de Maragojipe estão servindo como porta de entrada para a emergência e o complexo hospitalar de Muritiba e Cruz
das Almas estão em crise. A partir destes agravantes, o Estado no seu planejamento estratégico percebeu que um pronto-socorro do porte de Cachoeira precisava de um investimento do SUS. Questionado sobre o número de médicos para atendimento, Luis Antonio disse que quatro a cinco médicos é o suficiente. “Para o porte e indicadores de procura a demanda de médico para a população é mais do que o satisfatória”, completou o gestor.
Pacientes reclamam do atendimento da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira (Fotos: Mario Jorge)
Adrielle Pereira Coutinho Os pacientes da Santa Casa de Misericórdia, principal hospital de Cachoeira, se queixam da falta de atendimento e demora, apesar da reestruturação dos serviços de saúde. “Estou esperando há mais de uma hora para ser atendida, não é a primeira vez
que isso acontece, infelizmente dependo do SUS”, disse Maria Lucia de Almeida, moradora de Capoeiruçu, distrito de Cachoeira. A dona de casa reclamou de descaso, pois, segundo ela, o principal fator para tanta espera é a quantidade de médicos disponível para a demanda diária de pacientes.
A turista de Salvador Adriana Sousa, que estava na sala de espera, apontou algumas falhas, pois apesar de precisar de um atendimento de urgência foi obrigada a esperar. “Acredito que esse hospital atende as necessidades da população, porém, a urgência poderia funcionar corretamente”, disse.
Violência em Cachoeira deixa estudantes em alerta Alissandro Lima Nos últimos meses, os estudantes do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), localizado no centro de Cachoeira, têm sido as principais vítimas de assaltantes na cidade. A violência está fazendo com que os universitários busquem alternativas como morar em cidades vizinhas ou sejam obrigados a até
mesmo abandonar os cursos. Vítima de três assaltos, nos quais sofreu violência física e moral, a estudante M.W. chegou a desistir do curso. Além do prejuízo ocasionado pelo abandono do curso, a estudante desenvolveu a síndrome do pânico - um transtorno de ansiedade no qual ocorrem ataques repetidos de medo intenso de que algo ruim aconteça de forma inesperada. Hoje, ela estuda em outro cur-
so no próprio CAHL, mas faz acompanhamento médico em Salvador para conseguir viver em Cachoeira. Além da insegurança nas ruas, os estudantes estão apreensivos até dentro das suas casas. O estudante J.L. teve a casa em Cachoeira assaltada duas vezes. Em uma das ocasiões, teve que pular de umas das janelas, com uma altura de mais de dois metros, para fugir dos assaltantes.
Providências O prefeito Carlos Pereira se reuniu com secretário de Segurança do Estado, Mauricio Barbosa, para tratar da questão da violência em Cachoeira. Um dos resultados da reunião foi a mudança do batalhão responsável pela segurança na cidade. O policiamento era feito por unidade da PM em Santo Amaro e passou a ser feito pela de Cruz das Almas. Segundo o delegado da cidade, André Alves, a violência em Cachoeira aumentou 28%
no período de janeiro a março de 2013 em relação ao mesmo período de 2012, devido ao tempo em que a cidade ficou sem policiamento, por causa da transferência da polícia. Ele afirmou ainda que a prefeitura já está providenciando 25 câmeras para serem instaladas em diversos pontos da cidade. O monitoramento será feito 24 horas pela Polícia Militar. A Polícia civil, a prefeitura e a universidade estão firmando parcerias para tentar contornar a situação.
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CIDADE
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Maria Rita e Hozanita Freitas se disponibilizam a cuidar de animais abandonados Lorena Soares
Há mais de três anos, duas mulheres se sensibilizaram com a situação dos animais abandonados nas ruas de Santo Amaro, a revendedora de produtos de beleza Maria Rita Ribeiro e a professora Hozanita Freitas, mais conhecida como Zane. Diariamente, elas saem com jornais velhos, vasilhas, garrafas plásticas e sacos cheios de ração para alimentar cães e gatos que não têm dono. Muitos felinos se refugiam em um terreno abandonado, alguns já as reconhecem e logo que elas chegam vêm encontrá-las. Todos têm nomes e atendem quando são solicitados. Seja por falta de espaço, condições ou mesmo de carinho, pessoas abandonam animais. Eles são muitos, principalmente gatos que se reproduzem com maior facilidade. Há também cães com problemas de pele e famintos, que vagam pelas ruas à
procura de restos de alimentos e saciam a sede em água de poças, quando chove. Sem apoio Rita e Zane só contam com o apoio de familiares e amigos. “No início, algumas pessoas fizeram campanha, mas depois pararam”, disse Rita. As duas sonham com a criação de uma ONG (Organização Não Governamental) de proteção a esses animais, mas o número de pessoas com esse tipo de preocupação ainda é restrito no município. Além de cuidar dos animais na rua, ambas têm vários animais em casa. Rita, por exemplo, tem duas cadelas e oito gatos. Zane tem um casal de cães e 11 gatos. A maioria desses animais foi encontrada doente ou simplesmente largada. “A gente vê um animal na rua sofrendo, é mesmo que ver uma pessoa que sofre doenças. Quando está com fome, mexe no lixo, é penoso”, disse
Zane. Em meio a tantos animais, Rita lembra-se com emoção de um cachorro que ela criou, de nome Ninão, cujo dono morreu e o cão ficou vagando pelas ruas. Sentido compaixão, ela o adotou. Com o tempo, Ninão foi apresentando sinais de uma doença rara em cães, a sindrome da Anasarca, em que a pele cai sobre os membros dando uma aparência desagradável, além do mau cheiro. “Ele viveu muitos anos, o povo dizia: sacrifica! Eu dizia: não. Precisou fazer uma cirurgia para retirada de um abscesso próximo ao pênis, mas ele não resistiu à anestesia… Num ponto foi bom porque descansou”, contou. A vacinação dos animais é feita por um funcionário da saúde municipal que vai até a residência e aos locais onde ficam os animais. O banho nos cães é dado por quinzena e, em alguns gatos, mensalmente. “A gente troca a água, coloca vasilhas com pó de serra para as necessidades e deixa tudo limpo. O animal em um ambiente limpo, ele se educa”, disse Zane. Segundo Rita, animais castrados são mais fáceis de
serem adotados, sobretudo gatos, que não vão a telhados e nem ficam se reproduzindo tanto. As duas mulheres se juntam para levarem a lugares especializados em Salvador, que conveniados a instituições públicas, realizam o serviço gratuitamente. O procedimento é rápido e os animais são liberados no mesmo dia. Para quem cria e se preocupa com tantos animais existem também privações. “Não dá para viajar, tem que deixar alguém de confiança. Criar bicho tem que ter muito cuidado”, explicou Zane. Mas mesmo abdicando de passeios, ela se sente feliz com o que faz. A despesa é dividida entre as amigas, pois além de alimentação, existem os gastos com higiene e saúde e não há uma instituição local que se responsabilize com esses cuidados. Entretanto, o mais importante é o afeto, coisa que não falta a esses pequenos com duas mães que olham por eles com amor e muita dedicação.
Arquivo Público volta a funcionar em Cachoeira Fechado há mais de cinco anos, o espaço cultural fazia falta a alunos, professores e pesquisadores Samili Cintra Inaugurado há mais de 35 anos, o arquivo público de Cachoeira possui documentos que contêm informações valiosas a respeito da história, cultura e política do Recôncavo da Bahia, alguns deles com dados de até 300 anos. Contudo, não havia como ter acesso a todo o seu conteúdo, já que, há alguns anos, estava fechado ao público. Segundo José Luiz Bernardo, secretário de Cultura do município, as chaves do arquivo foram entregues ao grupo da Idade Preciosa, ligado à Associação Filantrópica Mulheres em Ação, e ele desconhece os motivos. Ele disse que o arquivo estava passando por uma dedetização e houve uma reunião com a Associação para que acontecesse a devolução das chaves. Acessibilidade “Um arquivista foi contratado”, contou Bernardo, e no mês de
março o arquivo voltou a funcionar. inicialmente os planos do secretário são de limitar o acesso público só à parte inferior do prédio, para que haja uma estrutura confortável aos pesquisadores. Preocupado com a acessibilidade, disse que o segundo e terceiro andares funcionariam apenas para a guarda do acervo. Entretanto, mostrou-se apreensivo com o acesso público a esses documentos, pois, por serem frágeis, antigos e importantes, nem todos saberiam como manuseálos. Inclusive, o acervo já sofreu a ação criminosa de pessoas que roubam os documentos, o que acaba prejudicando a população e os pesquisadores interessados nesses arquivos. Rafaela Almeida dos Anjos, professora de história do Colégio Estadual da Cachoeira (CEC), costumava levar os seus alunos para fazer pesquisas no arquivo e contou que isso a ajudava muito. “É difícil, nós nunca mais fizemos um trabalho de pesquisa. Isso é um retrocesso”, desabafou.
Foto: Paloma Teixeira
Fotos: Alissandro Lima
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Os custos referentes à ração dos animais saem do bolso das responsáveis
O secretário José Luiz Bernardo está preocupado com o acervo
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Fotos:Ilze Melo
Cães e gatos abandonados recebem amor e zelo em Santo Amaro
EDUCAÇÃO
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Fachada do anexo do Colégio Estadual da Cachoeira
O acervo da biblioteca ganhou novos livros
Biblioteca do Colégio Estadual ganha reforma e foi reinaugurada Lorena Bernardes
Com aquisição de novos livros, mesas e estantes, a Biblioteca Professora Iolanda Pereira Gomes do Colégio Estadual da Cachoeira está ganhando uma nova forma. Há dois anos, o acervo funcionava no prédio anexo ao colégio, que fica na Praça Ariston Mascarenhas, mas por causa de problemas com o telhado precisou ser deslocado para uma das salas da escola. De acordo com o diretor Flavius Almeida dos Anjos, ela retornará ao seu espaço original. “Estamos começando uma reforma, principalmente no telhado. Iremos refazer a pintura do prédio e (aqui é mais indicado usar> mas a mudança do acervo já está sendo feita”, explicou o diretor. A Biblioteca Professora. Iolanda Pereira Gomes, nome dado em homenagem àquela que foi diretora da instituição durante mais de 12 anos, contém livros didáticos, literários e científicos, revistas e jornais, adquiridos por meio de licitações do próprio colégio ou programas oficiais de incentivo à leitura, contando também com doações de
outras instituições. O acervo é composto por aproximadamente 7 mil livros, sendo 3. 332 catalogados pela internet. O sistema de informatização na biblioteca foi iniciado em 2010 e está em andamento. Voluntário Anderson Luis de Jesus Pinto, ex-aluno e voluntário do colégio, é um dos responsáveis pela organização do acervo. Ele é atendente da biblioteca do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e a partir de sua experiência na instituição ajudou a inserir o processo de informatização no acervo. Quando ainda era aluno do Colégio Estadual da Cachoeira, Anderson ajudava a funcionária da biblioteca a procurar os livros. Ele afirmou que a organização do acervo facilita a procura e pesquisa dos livros e serve de estímulo à leitura, principalmente, por parte dos alunos. O diretor Flavius Almeida considera pequena a frequência dos estudantes à biblioteca e acredita que “o espaço de certa
forma não estimula a presença deles no ambiente”, disse. Ele reconhece a importância da leitura e pesquisa para a formação dos alunos e avaliou que falta muito a ser feito para que as mudanças ocorram. “Há casos de estudantes no ensino médio que lêem soletrando. O sistema vai empurrando estas pessoas e mais tarde elas serão cobradas. Falta criticidade em relação ao que se está lendo... Considero a leitura fundamental em diversos aspectos da vida, é muito mais que a construção de sentidos”, concluiu o diretor. Com base no Censo Escolar 2011, apenas 27,5% das escolas públicas do Brasil têm bibliotecas. O direito a um acervo de pelo menos um livro por aluno em cada instituição de ensino é garantido pela Lei nº 12.244, editada pelo Governo Federal. Para cumprir esta determinação as redes públicas e privadas do país precisam construir cerca de 130 mil bibliotecas até 2020. O Colégio Estadual da Cachoeira está entre as poucas instituições públicas que possuem biblioteca.
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REPORTAGEM
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Curso de Dança do Ventre traz cultura oriental a Cachoeira Vanessa Araújo A estudante de jornalismo e professora de dança Naiara Moura abriu em Cachoeira uma escola de Dança do Ventre como mais uma opção cultural na cidade. “Na verdade eu não vim trazendo a atividade pela primeira vez. Já havia uma professora aqui, mas a gente veio complementar. Começamos aos poucos e fomos ganhando força gradativamente”, ressaltou. O curso funciona no Espaço de Dança Ághata e oferece aulas para os níveis básico e iniciante, divididas em três momentos. Primeiro, alguns exercícios prévios preparando o corpo para a execução da dança. Naiara contou que, para estes exercícios, sempre faz analogias a movimentos executados no dia-a-dia, assim a memória corporal facilita
Um pouco da história Entre os intervalos, as alunas aprendem sobre a história da Dança do Ventre e dos movimentos. Para encerrar a aula, um cumprimento oriental: Namastê ou Salaam Aleikum, para mixar um pouco com a cultura ocidental. A maioria das alunas se interessa pela Dança do Ventre por sua beleza e sensualidade e pela maneira como trabalha o corpo. Segundo Eliana Leôncio, aluna há dois anos, “a gente passa a conhecer o nosso corpo quando começa a dançar”. Contando um pouco sobre a Dança do Ventre em sua vida, Naiara afirmou: “É um hobby que virou trabalho. Quando eu estou dançando não escuto mais nada. É um momento de entrega, como se fosse outra pessoa dançando”.
A dança do ventre tem uma origem muito confusa devido à pouca quantidade de registros a respeito. Porém, a teoria que a professora Naiara costuma acolher e divulgar para as alunas é a de uma dança que surge no Oriente Médio e Ásia Meridional para as deusas da fertilidade, e cujas bailarinas eram consideradas semideusas. Após a revolução árabe, passa a ser uma dança executada
sedução, mas há muito mais a ser visto por trás dela, afinal, é uma arte, uma terapia e uma atividade física. Festival de dança de Cachoeira
o aprendizado. Em seguida, as alunas aprendem e praticam a dança do ventre ao som de música árabe e também pop. A intenção é que elas a enxerguem em tudo no seu dia-a-dia. Por fim, alguns exercícios de fortalecimento da musculatura, relaxamento e alongamento da coluna, principalmente.
Fotos: Wiliane Passos
pelas esposas para entretenimento dos seus maridos. Na invasão francesa, em 1798, Napoleão a leva para os cabarés e então há uma vulgarização da Dança do Ventre. Inclusive essa nomenclatura vem do francês, mas originalmente é chamada de Raqs Sharqī, que quer dizer Dança do Leste. No Brasil, ela chega nos anos 70, em São Paulo. Com o tempo foi se popularizando, principalmente após a novela “O Clone”, da TV Globo em 2001. A visibilidade que a novela deu às pessoas é de uma dança de
Em julho deste ano, em data ainda não confirmada, acontecerá em Cachoeira um festival de dança organizado por alguns estudantes da UFRB. As atrações ainda estão sendo fechadas, mas a programação já está elaborada. Ocorrerá em três momentos: Uma mesa redonda com profissionais de dança para um debate, workshops de Jazz, Dança do Ventre, Dança Flamenca e danças populares regionais, e para finalizar o festival, uma amostra de dança com os grupos de Cachoeira, São Félix, Muritiba, Santo Amaro e toda a região. O principal objetivo do evento é promover uma interiorização da dança, mostrando o trabalho que é feito no Recôncavo da Bahia e divulgá-lo pelo Brasil.
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Alunos da UFRB dão aulas de circo para crianças em São Félix Ilze Melo
Namastê
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Estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) formaram o Grupo de Práticas Circenses, que se reúne voluntariamente no Centro de Cultura de São Félix, toda semana, para dar aulas gratuitas de circo para crianças da cidade. Os encontros tiveram início em novembro de 2012, com o interesse apenas de diversão e treinamentos dos atuais professores. O envolvimento das crianças no grupo, que inicialmente era formado apenas por adultos, aconteceu de forma despretensiosa, dentro do próprio centro de cultura, onde já aconteciam outras práticas artísticas, como o teatro, a capoeira e a dança. As crianças que já frequentavam o local se interessaram e hoje fazem parte das aulas de tecido e acrobacias. Com o grande número de crianças interessadas nas aulas de circo, os coordenadores do grupo resolveram criar um projeto que ampliasse as condições para um melhor desenvolvimento das atividades para as crianças. O projeto circense dos alunos da UFRB possui objetivos sociais, dentre eles a reutilização do centro de São Félix como um disseminador de cultura, não apenas de técnicas circenses, mas também da tradição do Recôncavo, estimando uma maior integração da comunidade nas atividades realizadas no local. Recuperação O Centro de Cultura de São Felix já foi considerado um polo de referência cultural, mas durante algum tempo
Fotos: Jaqueline Suzart
houve o declínio da sua utilização. Fábia Pedroso Silva, conhecida como Dona Bibi, coordenadora do local, explicou que existe um projeto de recuperação do espaço através da utilização das práticas artísticas que envolva a comunidade. O grupo circense busca o auxílio da Prefeitura Municipal de São Felix para colocar em prática o projeto para disponibilizar aulas gratuitas para um número maior de crianças. A coordenadora do grupo explicou que o objetivo do projeto é colocar em prática um grande ciclo que envolva a arte do palhaço, as acrobacias, tecido e contorcionismo, um circo tradicional que dialogue com as tradições do Recôncavo e tenha características regionais. O trabalho está sendo desenvolvido sem os recursos necessários, mantendo as aulas voluntárias de tecido e acrobacias, que tem uma maior quantidade de integrantes a cada dia. “Poder fazer parte de um grupo que trabalha com práticas que além de promover o desenvolvimento corporal trabalha com a interação dos jovens, adultos e crianças é gratificante para um profissional”, contou Carlos Roberto, estudante de artes visuais e integrante do Grupo de Práticas Circenses. A coordenadora Fábia Pedrosa anunciou que pretende fazer, no meio do ano, um espetáculo para a comunidade municipal e das cidades vizinhas, onde apresentarão os trabalhos realizados por eles no centro. Esta também será uma forma de divulgação do projeto e convite para a participação e interação da sociedade com o Centro de Cultura de São Félix.
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Promotoria pública de São Félix discute improbidade administrativa
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REGIÃO Pesquisas da UFRB redescobrem Maragojipinho,
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Os caxixis produzidos nas olarias do povoado representam um dos principais patrimônios culturais da Bahia
O agente público (prefeito, governador etc.) que pratica improbidade administrativa pode ser punido com diversos tipos de pena, como o pagamento de multa de até 100 vezes o seu salário, perda dos direitos políticos, devolução do valor desviado, entre outras. Se a ação também for considerada corrupção, a pessoa pode responder igualmente por este crime, cuja pena é prisão de até 12 anos. E a pessoa que exerce função pública sem remuneração (como os mesários, jurados e voluntários)? Ela pode ser punida por improbidade administrativa se violar os deveres de legalidade ou obtiver vantagem indevida no exercício do cargo? “Sim”, assegura Castro. Para ele, “a pessoa também é considerada funcionário público, para efeito de responsabilidades”. Ainda segundo o promotor, até mesmo empregado de empresa privada que preste serviço ao Poder Público é também, segundo a lei, tratado como servidor público.
Foto: Wagner Almeida
Entre os exemplos de improbidade estão a contratação de servidor público sem concurso, o desvio de verbas de um setor para outro sem autorização legal e a realização de despesas em valor superior ao mercado. Mas isso não é corrupção? “Não exatamente”, garante Castro. “A corrupção”, explicou o promotor, “é apenas uma das formas de improbidade administrativa. O gestor público pode estar praticando um ato de improbidade e não ser corrupto. A corrupção ocorre quando se desvia o dinheiro para beneficiar alguém indevidamente”.
Reginaldo Silva
Jeitinho No início de janeiro deste ano, o jornal britânico Financial Times publicou que um estrangeiro, antes de vir para o nosso país, tem que aprender uma palavra: jeitinho. Na definição do jornal, jeitinho brasileiro é “um hábito nacional de contornar regras ou convenções através de táticas criativas e às vezes ilegais”. Mas será que o jeitinho pode ser um ato de improbidade administrativa? “Sim, embora nem todo ato de improbidade seja um jeitinho brasileiro, e nem todo jeitinho brasileiro seja ato de improbidade”, ressaltou o promotor. Ainda segundo ele, o jeitinho brasileiro só pode ser considerado ato de improbidade se for praticado por um servidor público ou agente político no exercício da função. Ele exemplificou com o caso de um fiscal de concurso público que dê um jeitinho para que o amigo saiba antecipadamente o gabarito de uma prova.
São Félix
O promotor Castro há mais de três anos atua na Comarca de São Félix
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comunidade tradicional do Recôncavo
Rodrigo Daniel Silva Improbidade administrativa, você já ouviu esse termo? “Não”, disse a costureira Beatriz Souza. Imagina o que isso significa? “Também não”, ela respondeu rindo. A improbidade administrativa é um termo jurídico usado para definir atos de agentes públicos ou de particulares envolvidos com a Administração Pública que, no exercício da função, desrespeitem a lei de forma grave, conforme esclareceu o promotor de justiça Millen Castro.
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O Ministério Público, como defensor dos direitos da coletividade, possui a função de combater a im-
probidade administrativa, por meio de investigações que poderão resultar em ações civis públicas contra os agentes públicos desonestos, conforme o promotor Millen Castro. Ainda segundo ele, na Comarca de São Felix, onde atua há mais de três anos, foram instaurados inquéritos civis (que são investigações feitas pelo Ministério Público) referentes a atos de improbidade administrativa praticados por agentes públicos de gestões anteriores, como contratações de funcionários sem concurso e suspeita de desvios de recursos.
A criação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em 2006 possibilitou a diversas comunidades tradicionais da região a chance de resgatar elementos de suas culturas há muito esquecidas, inclusive pelos entes de governo. Um exemplo é o povoado de Maragojipinho, distrito da cidade de Aratuipe, que passou a ser também muito procurado para servir de base para inúmeras pesquisas de estudantes e professores dos centros de ensino da universidade. Maragojipinho é um povoado que gira em torno da produção dos artefatos de barro nas dezenas de olarias espalhadas pelo lugar, que abriga uma população simples, mas que com sua atividade artesanal conseguiu transformá-lo um dos pontos mais visitados do Estado e o maior pólo cerâmico da América Latina. Esses aspectos sócio-culturais atraíram imediatamente os
O que nem todo mundo sabe é que qualquer cidadão pode denunciar atos de improbidade administrativa. É preciso, entretanto, ter fatos e indícios concretos e levá-los até a promotoria. “Eu não sabia disso não, se eu soubesse, ave-maria”, brincou Beatriz Souza. “A maioria das investigações se inicia a partir de relatos feitos por cidadãos que procuram a promotoria. Essa denúncia, contudo, deve ter fundamento e apontar provas; não pode ser vaga”, concluiu o promotor Castro.
Oleiros são entrevistados na visita
Fotos: Thacio Machado
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ARTIGO
Estudantes da universidade visitam as olarias em Maragojipinho
pesquisadores da UFRB, principalmente oriundos do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), sediado em Cachoeira e de onde estudantes e professores convergem constantemente para proceder às pesquisas. Os próprios moradores confirmam que a criação da universidade aumentou o interesse pela comunidade. “Essas visitas ampliaram o conhecimento que já se tinha da comunidade”, afirmou Marijose Pinto dos Santos, presidente da Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragojipinho (Aamom). Primeira artesã a presidir a associação, Jose, como é conhecida entre os oleiros, disse que a presença da universidade contribui para o fortalecimento da cultura local ao passo que divulga as tradições do povoado. A opinião da representante legal é partilhada entre os oleiros mais tradicionais de Maragojipinho, a exemplo de Almerentino Macário de Souza, 78 anos, o mais velho artesão em atividade
no povoado. Para ele, a presença dos estudantes não só fortalece a cultura local como contribui em nível de negócio, já que é da tradição de produzir os caxixis e outras peças de barro que a maioria dos moradores retira os recursos para o sustenta das famílias. “Para mim a vinda dos estudantes aqui é uma graça de Deus porque vocês podem mostrar o que nós produzimos”, ressaltou. Além de divulgarem o que Maragojipinho tem para mostrar aos turistas, os oleiros afirmaram que os estudantes da UFRB – e de outras universidades que também visitam o local – influenciam na criação de novas peças que passam a ser inseridas no “portfólio” dos artesãos. Mas tornar o trabalho ainda mais conhecido é um dos principais objetivos dos oleiros. “Mesmo tendo consciência de que Maragojipinho é conhecida mundialmente, a divulgação do trabalho é o que nos interessa”, afirmou Marijose dos Santos.
rio Emanoel Cardoso. Apesar da tradição como espaço produtor dos artefatos de barro, Maragojipinho nunca contou com um suporte institucional da cidade de Aratuipe, já que não existia a Secretaria de Cultura, que foi criada pela atual gestora do município, a prefeita Sandra Lago, e que tem como uma das prioridades exatamente ampliar a divulgação dos trabalhos produzidos em Maragojipinho. “Como está embrionária a secretaria a gente tem atentado para ter o contato com o maior patrimônio que a gente tem aqui que são eles, são os oleiros”, afirmou o secretário. Primeiro secretário de Cultura
Retorno O reconhecimento de que a presença dos estudantes e professores da UFRB tem contribuído com o desenvolvimento da comunidade devido à maior divulgação da cultura de Maragojipinho é notório entre os artesãos, mas eles têm uma crítica unânime quanto aos trabalhos elaborados a partir das pesquisas. Segundo os oleiros, não há um feedback por parte dos estudantes quanto aos resultados obtidos nas pesquisas. A crítica é feita pela Aamom, que já levou a demanda à recém criada Secretaria de Cultura do município. “São feitas aqui entrevistas, toda a parte institucional colocada pelos alunos, e depois nãwo há o retorno e a apresentação do material produzido pelos estudantes para que outras instituições ao vir já tenham também esta referência”, alertou o secretá-
Presidente da associação elogiou as visitas da UFRB
de Aratuipe, Emanoel Cardoso disse que considera de relevância o trabalho que a universidade tem realizado em Maragojipinho. “A gente agradece, pois infelizmente o município não havia atentado para o potencial da riqueza que temos aqui, mas algumas instituições (como a UFRB) notaram isso e vem tentando divulgar de certa forma o trabalho da gente”, ressaltou.
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Instalação de termelétricas mobiliza população de Governador Mangabeira Thacio Machado Como uma das obras da segunda etapa Programa de Aceleração Crescimento (PAC 2), uma termelétrica movida a óleo está prevista, desde 2008, para a cidade de Governador Mangabeira, com um orçamento que ultrapassa os R$ 300 milhões. No entanto, a iniciativa só veio ao conhecimento da população no final do ano passado, quando membros da empresa entraram em contato com as comunidades próximas ao local onde a usina vai ser instalada. “A empresa esteve no local pegando documentos das pessoas, escrituras, identidade, CPF. Sem dizer do que se tratava a visita. Chegaram até perguntar a quantidade de terra que cada dispunha”, afirmou Davi da Mangueira, vereador do município e morador da localidade. Parte da população se uniu contra a instalação, por meio do movimento Recôncavo Limpo que declarou buscar debater a possível instalação. Algumas reuniões foram realizadas na cidade
para mostrar, segundo eles, os riscos que uma usina deste porte traria. A Prefeitura Municipal de Governador Mangabeira também realizou, em 20 de dezembro de 2012, uma reunião para dar esclarecimentos à população, no clube cultural da cidade, com a participação de técnicos da Petrobrás.
Impacto ambiental Para Luis Antonio Lima, professor mestrando em Gestão de políticas públicas e um dos líderes do Recôncavo Limpo, “o movimento está contra a implantação das termelétricas porque o estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto ambiental de algumas usinas apontam que estas devem estar a uma distância mínima de 30 km de qualquer aglomeração humana”, esclareceu. Segundo ele, porém, não existe documento nenhum que comprove a instalação da termelétrica a gás. Para Albano Fonseca, vereador
Território onde será instalada, no povoado de Governador Mangabeira.
e líder da oposição, “o único documento que se tem notícia é um que foi lido na reunião do clube cultural, porém nenhuma cópia foi repassada para os presentes”. O vereador também afirmou que “isso pode ser uma manobra deles, em lançar uma usina a óleo, que é mais prejudicial, Foto: Naiara Moura impactando a população. Depois mudar para gás o que supostamente seria menos nocivo. No entanto, pelo que eu venho pesquisando, a diferença de poluição entre essas duas usinas é algo muito pequeno”. Fotos: Naiara Moura Segundo o presidente da Câmara de Vereadores, Edgard Hen- O vereador Albano Fonseca manifesta-se contra a instalação. rique, que também O que é uma Termelétrica era o secretário de governo na gestão passada, ”a prefeitura já entrou em contato com empresa, É uma usina em que a geração de eleporém todo contato pessoal que tive- tricidade feita a partir da energia libemos foi com a Petrobrás, que apenas rada em forma de calor, normalmente reconhece a instalação da termelétrica por meio da combustão de algum tipo a gás. No entanto, até o dia 20 de de- de combustível renovável ou não renovázembro do ano passado, quando ainda vel. Existem diversos tipos de termelétriera secretário de governo, a prefeitura cas, que se diferenciam de acordo com o não tinha recibo toda relação do estu- que é queimado para produzir a energia: do de impacto ambiental”, esclareceu. usinas a gás, óleo, carvão e nucleares. O vereador Edgard também alegou A liberação de dióxido de carbono (Co2) que “a termelétrica a óleo não vem aumenta o efeito estufa e contribui para mais ao município”. O poder do Le- formação de chuvas ácidas. A água utiligislativo e Prefeitura Municipal de zada no processo é liberada ainda quente Governador Mangabeira não foram nos rios e mares, gerando uma série de problemas para a biodiversidade do loformalmente notificados, “por isso cal. Além das cinzas que são liberadas qualquer medida do poder legislativo pela chaminé, que poluem rios, florestas ou da prefeitura dependerá dessa fore cidades na redondeza. malidade do governo federal”, reforçou.
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Jaqueline Suzarte
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Felipão
O POVO FALA
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Geraldino Pereira Santana (Tião), 57, mestre de capoeira
Depois de 11 anos do título de pentacampeão mundial na Copa do Mundo com o técnico Luiz Felipe Scolari, a seleção brasileira se prepara mais uma vez para a competição com Felipão no comando. Após os primeiros amistosos disputados, o povo solta voz e diz se Scolari é o melhor técnico para comandar a seleção.
“Acho uma boa. Ele está precisando trocar algumas peças, umas peças como Neymar. Esse negócio de só ficar jogando o tempo todo, tinha que tirar ele para dar espaço para outros jovens que precisa mais. O esquema tático foi bom, mais ofensivo e está segurando. Realmente o melhor nome, bem escolhido.”
Fábio Gomes dos Santos, 35, técnico em segurança do trabalho “Vimos lá os técnicos que passaram na seleção e praticamente não surtiram efeito algum. Só a seleção perdendo, perdendo e nada de chegar um êxito. Está agradando o povo brasileiro. Com certeza, é uma fase de experiência para quando chegar à copa. Com certeza, ele vai preparar a seleção para 2014. Melhor nome indicado. Ele vem convocando o time certo, porque o Brasil é um país seleto de jogadores”.
Paulo da Silva Pinto, 77, aposentado “É ruim, bom era Zagalo. Não está valendo nada, por mim ele sai. Não está trei- Erivaldo Nascimento, 33, microemprenando os jogadores como pode treinar. sário de São Félix O esquema tático está errado. Não está bom, não. O melhor que tem ali é Kaká.”. “Não acompanho muito futebol, mas acho que está bom, está melhor do que o outro, do que Mano Menezes. Bem melhor! Falta agora só fazer algumas modificações. Tem que mudar o esquema dele, se não, não vai conseguir nada.
Edlangela Carvalho Gonçalves, 36, vendedora de sorvete “Para mim até agora foi um nome bem escolhido, porque já ganhou. No momento é ele mesmo. Vamos ver os jogadores, não é só ele, depende também dos jogadores”.
Sérgio Roberto Costa Lima, 29, Comentarista Esportivo da Magnífica FM
Maria Alves, 46, camelô em Feira de Santana “Não tinha outro melhor, então tinha que ser ele mesmo. Com certeza, tem tudo para melhorar ainda mais e ganhar uma copa”.
“É um cara que está fazendo um bom trabalho. Na verdade ele já começou a tirar aquela marra que tinha e mostrando para gente que está conseguindo fazer Neymar jogar para o grupo. Já mudou a cara da seleção. Felipão já tem certa experiência e pelo que eu entendo e vejo de futebol, a seleção já esta chegando no caminho que gostamos de ver, jogando um futebol para cima, um futebol alegre, que é o futebol brasileiro”.
Eike Dheime, 14, estudante “Ele está um pouquinho bom, mas precisa melhorar. Está dando pouca chance aos que jogam mais e muita a alguns jogadores de menos qualidade. Ele precisava colocar mais uns jogadores de time do interior. Ele poderia chamar para jogar esse Sheik. A gente consegue vencer”.
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É hora de escolher o melhor do inverno
Jenypher Pereira A temporada de inverno se aproxima e é chegada a hora de atualizar o guarda-roupa. Para a próxima estação, aposte no estilo militar, com casacos pesados e variações de verde-oliva. Para quem não abre mão do preto, a tendência gótica é uma boa. Com referências na idade média, os crucifixos e transparências tomam conta do cenário, juntamente com o folk, uma mistura dos estilos indígena, hippie e country. Peças com tons do terra ao vermelho-tomate, miçangas, franjas e as famosas ankle boots também são bons investimentos no momento das compras. O veludo está de volta, assim como o xadrez e o estilo grunge dos anos 90. O couro, por sua vez, sempre tem seu lugar na temporada mais fria do ano. Já para os adeptos da simplicidade, basta livrar-se dos excessos ao apostar nos looks mais enxutos, com linhas e formas geométricas. A boa notícia é que, com tantas opções, não é preciso muito esforço para andar na moda. Basta inserir algumas peças-chave na produção e adaptar as tendências que melhor se encaixam ao seu corpo e estilo.
Fotos: Larissa Molina
Vitrines já exibem as tendências para o inverno dos tons em vermelho e o couro
Tendências podem ser utilizadas também em looks mais frescos
Botas de couro remetem ao estilo folk e barroco