Volta às Aulas “Vale”substitui
VOL 2 ABR MAI JUN 09
kit escolar
n Vale Educação, criado no interior paulista, é exemplo para valorizar papelarias
U
Lucro certo - Ana Maria da Popstyl faz a venda com o vale
ma iniciativa envolvendo papelarias de Bariri (SP), associação comercial e prefeitura, deu um grande impulso ao setor na cidade do interior paulista. Foi criado o Vale Educação, que substitui os tradicionais kits de material escolar distribuídos pelo município. No caso, cerca de 4,5 mil alunos da rede municipal recebem entre R$ 50 e R$ 70 para gastar nas papelarias locais. A prefeitura de Bariri diz que é uma nova proposta de distribuição de material escolar para as escolas municipais. Apresentado a papeleiros e membros da Associação Comercial e Industrial de Bariri (Acib), a ideia foi aprovada. Em vez de destinar kits aos alunos, o poder público entrega o vale aos pais, que podem escolher empresas cadastradas pela Acib, fazendo com que o dinheiro circule na cidade. Dois clientes da Reval cadastrados no programa aprovaram a iniciativa e sugerem que papelarias de outras cidades do país se mobilizem para trocarem os kits prontos pelos vales em suas localidades. “Os clientes têm gostado. Com o vale dá para escolher o material”, comenta José Daniel Moço, proprietário da Papelaria Nota 10. Para ele, a tendência é aumentar o faturamento das papelarias, mas por ser a primeira vez que o Vale Educação foi distribuído e os resultados foram alcançados. “Vai ser muito bom para o comércio da cidade”, garante. “Os consumidores escolheram o que precisavam, o material é de qualidade, melhor do que costumava vir no kit do município.” Daniel Moço diz que outras cidades poderiam adotar o vale, uma vez que o “kit atrapalha muito o comércio”. Em Bariri, a proposta teve apoio dos vereadores e o prefeito Benedito Mazotti, que a colocou em prática. Antes,
Vale Educação em
números
Alunos municipais: 4,5 mil Vale ensino infantil: R$ 50 l Vale ensino fundamental 1: R$ 60 l Vale ensino fundamental 2: R$ 70 l Total distribuído: R$ 300 mil l Papelarias cadastradas: 6 l l
Fonte: www.bariri.sp.gov.br
a cidade fazia licitações e, algumas vezes, distribuidores até de outros estados ganhavam a concorrência. O vale foi usado apenas na compra de material escolar, uma vez que a rede municipal oferece ensino apostilado e não existe despesa com a compra de livros. O kit entregue pelo estado para a rede de ensino estadual continua sendo entregue. Articulação - A papeleira Ana Maria Stevanato Jacob, da Popstyl, foi uma das articuladoras para criar o Vale Educação. Foi atrás, conversou com a Associação Comercial e com o poder público e hoje colhe o resultado. Ela diz que a iniciativa de propor o vale foi do prefeito e isso estimulou as papelarias a Acib tinha apenas duas filiadas e passou a ter seis. “Todo ano éramos contra a licitação. Comprava-se de qualquer estado via pregão eletrônico”, diz Ana. “Os pais estão contentes. A gente está contente. O dinheiro vai ficar na cidade e reverter em mais impostos.” A iniciativa também gerou mais empregos à cidade.
Modelo - “A iniciativa de Bariri deve servir de modelo para todas as prefeituras do país, pois garante que a verba fique no próprio município. A Reval sempre defendeu esse formato, até mesmo para o kit distribuído pelos governos estaduais”, comenta o gerente de vendas da Reval, André Rodrigues. Projeto como o Vale Educação evita a concentração dos recursos públicos em uma ou outra empresa, permitindo que todo o comércio municipal saia beneficiado. André Rodrigues garante que se algo igual fosse adotado em todo o Brasil, milhares de pequenas papelarias seriam beneficiadas. André sugere ao segmento que se mobilize em suas cidades e busque representação política para defender os interesses do setor de forma clara e objetiva. ”Além de esquentar o mercado papeleiro, promove um aumento de vagas de emprego”, diz Fábio Meira, representante comercial autônomo da Reval em Ganho - Daniel Moço, da Nota 10, comemora iniciativa Bariri e região.
15