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T ó p i c o E s p ec i a l

Critérios para o diagnóstico e tratamento estável da mordida aberta anterior Alderico Artese*, Stephanie Drummond**, Juliana Mendes do Nascimento***, Flavia Artese****

Resumo Introdução: dentre as más oclusões, a mordida aberta anterior é considerada uma das ano-

malias de mais difícil correção, sobretudo no que se refere à sua estabilidade. A literatura possui inúmeros trabalhos sobre o tema, porém com informações controversas e conflitantes. As discordâncias ocorrem desde a definição do que é a mordida aberta, passando por seus fatores etiológicos, até os possíveis tipos de tratamentos. Provavelmente, a falta de consenso sobre a etiologia da mordida aberta anterior originou tratamentos diversificados, o que pode explicar o alto índice de instabilidade pós-tratamento dessa má oclusão. Objetivo: rever os conceitos de etiologia, tratamento e estabilidade da mordida aberta anterior e apresentar critérios para o diagnóstico e tratamento dessa má oclusão, baseados em sua etiologia, e exemplificados por casos tratados e estáveis em longo prazo. Palavras-chave: Mordida aberta. Etiologia. Tratamento. Estabilidade.

INTRODUÇÃO O termo “mordida aberta” foi utilizado pela primeira vez por Caravelli, em 1842, como uma classificação distinta de má oclusão1, a qual pode ser definida de formas diferentes2. Alguns autores consideram mordida aberta, ou tendência à mordida aberta, quando a sobremordida é menor do que aquela considerada normal. Outros consideram mordida aberta as relações incisais de topo. Outros, ainda, especificam que há necessidade de falta de contato incisal para se diagnosticar uma mordida aberta. Por uma questão semântica, e por estar de acordo com o maior número de definições na literatura2,3,4,5, consideramos a mordida aberta

anterior (MAA) como a ausência de contato incisal dos dentes anteriores em relação cêntrica. Devido a essas diferentes definições para a MAA, a sua prevalência varia consideravelmente entre estudos, dependendo da definição escolhida pelo autor. A prevalência na população varia entre 1,5% e 11%6. O fator idade, no entanto, afeta essa prevalência, uma vez que os hábitos de sucção diminuem com a idade, assim como há um amadurecimento da função oral. Aos 6 anos de idade, 4,2% apresentam MAA, enquanto que aos 14 anos, a prevalência diminui para 2,5%2. Em americanos, observou-se diferenças de prevalência de acordo com a etnia, sendo de 3,5%

Como citar este artigo: Artese A, Drummond S, Nascimento JM, Artese F. Critérios para o diagnóstico e tratamento estável da mordida aberta anterior. Dental Press J Orthod. 2011 May-June;16(3):136-61.

* MSc em Ortodontia pela University of Washington, Professor Adjunto de Ortodontia da UFRJ (Aposentado). ** Especialista e Mestranda em Ortodontia pela UERJ. *** Especialista em Ortodontia pela UERJ. **** Mestre e Doutora em Ortodontia pela UFRJ. Professora Adjunta de Ortodontia da UERJ. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

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