Vol 1 o ladrã£o de raios[1]

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O diretor do acampamento deu as cartas. Grover se encolhia a cada vez que uma caía na sua pilha. Quíron sorriu para mim de um modo compreensivo, como costumava fazer na aula de latim, como para me dizer que qualquer que fosse minha nota, eu era seu aluno mais importante. Ele esperava que eu tivesse a resposta certa. – Percy – disse ele –, sua mãe não lhe contou nada? – Ela disse... – Lembrei-me dos seus olhos tristes, olhando para o mar. – Ela me contou que tinha medo de me mandar para cá, embora meu pai quisesse que ela fizesse isso. Disse que, uma vez aqui, provavelmente não poderia sair. Queria me manter perto dela. – Típico – disse o Sr. D – É assim que eles normalmente são mortos. Rapazinho, você vai fazer um lance ou não vai? – O quê? – perguntei. Ele explicou, impacientemente, como se faz um lance em pinoche, e eu fiz. – Lamento, mas há coisas demais a contar – disse Quíron. – Receio que nosso filme de orientação não seja suficiente. – Filme de orientação? – perguntei. – Não – concluiu Quíron. – Bem, Percy. Você sabe que seu amigo Grover é um sátiro. Você sabe – ele apontou para o chifre na caixa de sapatos – que você matou o Minotauro. E não é um pequeno feito, rapaz. O que você pode não saber é que grandes forças estão em ação na sua vida. Os deuses – as forças que você chama de deuses gregos – estão muito vivos. Olhei para os outros em volta da mesa. Aguardei que alguém gritasse, Não! Mas tudo o que ouvi foi o Sr. D gritando: – Oh, um casamento real. Truco! Truco! – Ele gargalhou enquanto contava os pontos. – Sr. D – perguntou Grover timidamente –, se não for comê-la, posso ficar com sua lata de Diet Coke? – Hein? Ah, está bem. Grover mordeu um grande pedaço da lata de alumínio vazia e mastigou tristemente. – Espere – eu disse a Quíron –, está me dizendo que existe algo como Deus.


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