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Pernambuco, com produção prevista de até 250 mil automóveis por ano e geração inicial de 3,5 mil empregos diretos, que já atrai trabalhadores de cidades da Paraíba. A Fiat está investindo entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões na nova unidade fabril com inauguração prevista para o início de 2014. Marcelo considera que a economia nordestina é ainda concentrada, mas acredita que essa tendência tenha sido reduzida nos últimos anos. Ele aguarda dados mais recentes da economia regional. “Ainda não é possível estabelecer com clareza como as microrregiões estão se desenvolvendo, mas a percepção geral é de que está havendo desconcentração. Ele menciona, entre outras, as regiões de Balsas, no Maranhão, de Petrolina e Juazeiro, na divisa entre Pernambuco e Bahia, o Vale do Açu, no Rio Grande do Norte, os vários polos industriais nas regiões metropolitanas das capitais e o Porto de Suape, a 30 km do Recife. Entre os setores industriais que mais crescem na região, Marcelo destaca o automobilístico e motociclístico, o de bebidas e alimentos, o de móveis e também o atacado e varejo. O recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias em Pernambuco cresceu 22,5% em 2010 e mais 18,5% em 2011, informa ele.

Junho / 2012 • Nº 584

Ao todo, famílias nordestinas vão gastar R$ 482 bilhões até dezembro. Em 2012, o consumo total das famílias brasileiras deve totalizar R$ 2,7 trilhões em compras de bens e serviços, com um crescimento nominal superior a 11% sobre 2011 consumidor paulista, por exemplo. Há, entre os nordestinos, um toque de leveza no processo de consumo.” Outra diferença marcante, no entendimento de Ana Paula, é a relação dos consumidores do Nordeste com os preços dos bens e serviços a eles oferecidos. “De uma forma geral, o consumidor do Sudeste paga com muito mais facilidade pelo serviço adjunto ao produto. Isso já não acontece em outras regiões e no Nordeste menos ainda. O nordestino considera isso algo automático, que já está embutido no preço do produto, decorrente de uma relação amistosa entre o consumidor e o vendedor, de amizade mesmo, no restaurante, na loja, no supermercado, e isso não deve ser cobrado. Por isso, trata-se de uma dica valiosa: não basta ser eficiente para vender ao nordestino; é preciso ser

amigável e não se pode cobrar por isso”, diz ela, sublinhando a importância de tudo ser verdadeiro e natural na relação consumidor-vendedor. “Como tudo é muito mais emocional nas relações de consumo no Nordeste, é relativamente fácil o consumidor desenvolver simpatia ou antipatia pelo estabelecimento e espalhar este sentimento para os conhecidos.” Outro aspecto que, segundo ela, precisa ser destacado e devidamente levado em conta: o nordestino é intelectualizado, principalmente aqueles de renda mais alta. “São pessoas que gostam de manifestações artísticas de todos os gêneros. A imagem que me vem à cabeça para comprovar o que digo é a de Ariano Suassuna. Ele é um intelectual de nível internacional mas sem frescuras, que gosta de usar sandália e está sempre brincando. É preciso

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