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arquitetura e liberdade A liberdade do artista foi sempre “individual”, mas a verdadeira liberdade só pode ser coletiva.

——BARDI, 1976 IN: RUBINO; GRINOVER, 2009: 138

Lina fala sobre liberdade ao reafirmar o papel da arte como prática política, perante um processo exógeno de implementação, no Brasil, de já contraditórios mecanismos industriais aplicados à arquitetura e ao design. Traz a importância de um planejamento do ambiente em diversas escalas, embebido da cultura e das reais necessidades locais, para que possibilite efetivamente um caminho à liberdade coletiva, à revelia de uma pressuposta liberdade estética. Podemos abstrair a trajetória da arquitetura no Brasil a dois planos, paralelos e pouco oscilantes, que por alguns momentos experimentam um balanço capaz de fazê-los tocarem-se e intersectarem-se. O primeiro é o plano formal, que representa uma pequena parte da construção das cidades, vinculada aos fluxos financeiros e estilísticos, locais e globais. O segundo, plano informal, é autoconstruído, precede a existência do plano formal e das cidades: é simultaneamente margem e maioria. Quanto mais as regulações urbanas e o controle dos recursos - e consequentemente dos meios produtivos foram se direcionando ao plano formal, maiores as distâncias entre os planos, em forma e em significado. Assim, por mais que oscilem, são cada vez mais difíceis as chances de interseção, por serem mais complexos os mecanismos que os regem.


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