REVISTA ENERGIA

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Educação e sensibilidade O papel de um bom educador na vida da criança autista é primordial para o desenvolvimento de sua aprendizagem. Com afeto e empatia, ele consegue criar um vínculo com a criança, fundamental para o processo de aprendizagem

Texto Heloiza Helena C Zanzotti

B

runo Henrique Ribeiro de Campos, 24, é formado em Pedagogia, especializado em Transtorno Do Espectro Autista e Deficiência Intelectual. Também possui curso de Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo (USP) e História pela Universidade São Francisco (USF). Mas o que ele faz de melhor é fortalecer os laços com crianças autistas. Lembrando que por mais importante que seja inserir a criança autista em sala de aula, é necessário criar meios para que ela permaneça e tenha pleno desenvolvimento. Natural de Pederneiras, Bruno conta que vem de uma família trabalhadora, cujos pais, calçadistas, sempre procuraram oferecer o melhor para os filhos. Ele também ressalta que foi criado a maior parte do tempo em Jaú, sempre morando com seus pais e irmã. ONDE COMEÇOU SUA CARREIRA COMO EDUCADOR? Na Associação de Pais, Amigos e Educadores de Autista de Jaú (Escola do Autista). COMO ACONTECEU SEU INGRESSO NA ESCOLA DO AUTISTA? Estava chegando, há um ano sem emprego, e um dia recebi a ligação de uma tia, Aline Paris, me alertando sobre uma vaga em aberto na escola. Lembro que no dia marcado para a entrevista estava caindo uma chuva intensa e tive a desdita de acabar com a roupa molhada. Tudo mudou ao entrar na escola, onde fui bem acolhido pela diretora Neyde Felippe (in memoriam), que me deu todo suporte e oportunidade de fazer parte da 14 Revista Energia

equipe. Iniciei em 2015 como monitor da sala de informática, devido à minha facilidade na área. Após um período fui transferido para o trabalho com professores em sala de aula, o que despertou meu interesse em iniciar os estudos em pedagogia. QUANDO COMEÇOU SUA CARREIRA COMO PROFESSOR? No ano de 2018 passei a orientador social, fazendo parte da equipe de Assistência - Serviço de Proteção Social Especial a Pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), que atende pessoas com TEA e seus familiares, com idade entre 18 e 59 anos, serviço que visa promover a autonomia, inclusão social e a melhoria da qualidade de vida dos atendidos. Foi um tempo de muitos desafios, pois nunca havia trabalhado diretamente com a família, sabendo com afinco das questões e desejos familiares, pois o que para muitos é o básico, se torna algo delicado e difícil no lar da família com o filho com TEA. Mas foi no início de 2020 que iniciei minha carreira como professor. Confesso que foi uma surpresa receber a notícia, pois era difícil ver a figura masculina atuando na pedagogia, ainda mais atuando na área de Educação Infantil. FEZ ALGUMA ESPECIALIZAÇÃO NA ÁREA? Sim, possuo especialização em Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Deficiência Intelectual (DI).


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