Para sempre sua sylvia day

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Caminhei até a minha mesa e desabei sobre a cadeira. Fiquei com as mãos suadas só de pensar em falar com Brett. Com certeza eu ia gostar de ouvir a voz dele, e também não tinha dúvida de que ia me sentir culpada por isso. Não que eu o quisesse de volta nem nada do tipo, mas nós tínhamos uma história juntos, marcada por uma atração sexual puramente hormonal. Não era algo que eu pudesse controlar, apesar de não ter nenhum interesse em fazer algo a respeito desse desejo. Guardei a bolsa e a sacola com meus tênis de corrida na última gaveta, e bati os olhos na colagem de fotos minhas com Gideon, emoldurada em um porta-retrato em cima da mesa. Era um presente dele para que eu não o esquecesse nem por um momento, como se isso fosse preciso. Eu pensava nele até dormindo. O telefone tocou. A chamada havia sido transferida da recepção. Brett não tinha desistido. Determinada a manter o tom profissional, uma forma de dizer que estava no trabalho e não podia receber ligações pessoais, eu atendi: “Escritório de Mark Garrity. Eva Tramell falando”. “Eva. Encontrei você. É o Brett.” Fechei os olhos para absorver melhor sua voz de sexo com chocolate. Com ela, ele levou sua banda, a Six-Ninths, ao sucesso. Ele tinha sido contratado pela Vidal Records, a gravadora dirigida por Christopher Vidal Sr., que inexplicavelmente também era controlada por seu enteado, Gideon. Por falar em mundo pequeno... “Olá”, eu o cumprimentei. “Como vai a turnê?” “É uma coisa surreal. A ficha ainda não caiu.” “É algo que você sempre quis, e que realmente merece. Aproveita.” “Valeu.” Brett ficou em silêncio por um instante, e enquanto isso, sua imagem surgiu na minha mente. Ele estava lindo na última vez que o vi, com os cabelos espetados com as pontas descoloridas e os olhos verdes brilhando de desejo por mim. Ele era alto e musculoso, mas sem aquela hipertrofia dos homens bombados — seu corpo bem definido estava sempre em forma devido à atividade constante que a vida de um astro do rock exigia. Sua pele bronzeada era coberta de tatuagens, e ele tinha piercings no mamilo com os quais eu brincava com a língua sempre que queria sentir seu pau ficar ainda mais duro dentro de mim... Perto de Gideon, porém, ele não era nada. Como toda mulher de bom senso, eu era capaz de admirar a beleza de Brett, mas Gideon pertencia a uma categoria à parte. “Escuta só”, disse Brett. “Sei que você está trabalhando, por isso não vou tomar muito do seu tempo. Estou voltando pra Nova York, e quero ver você.” Eu cruzei as pernas sob a mesa. “Acho que não é uma boa ideia.”


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