Para sempre sua sylvia day

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headphone na orelha e o paletó pendurado em um cabide no canto da sala. Ele estava com as mãos na cintura enquanto conversava, movendo os lábios apressadamente com a concentração estampada no rosto. A parede atrás dele era coberta de monitores sintonizados em canais de notícias de todo o mundo. À direita havia um bar com decantadores de cristal colorido em prateleiras de vidro que acrescentavam um pouco de cor à decoração em preto, branco e cinza. Os três ambientes distintos do escritório eram espaços confortáveis para reuniões com menos formalidade. Já a mesa preta de Gideon era um verdadeiro milagre da tecnologia, que servia de controle para todos os aparelhos eletrônicos contidos no local. Cercado de seus caros brinquedinhos eletrônicos, meu marido não parecia nada menos que irresistível. Suas roupas bem cortadas colaboravam para exibir a perfeição de seu corpo, e vê-lo em seu posto de comando, exercendo o poder que havia construído seu império, me levava à loucura. As janelas que iam do chão ao teto e que cobriam as duas paredes laterais proporcionavam uma vista maravilhosa da cidade, mas que de forma alguma ofuscava a beleza dele. Enfiei a mão na bolsa, abri o pequeno compartimento com zíper em que tinha guardado a aliança e a pus de volta no dedo. Só então me aproximei das paredes e da porta dupla que o separavam do restante do pessoal do escritório. Gideon se virou para mim e seu olhar se acendeu quando me viu. Ele apertou um botão em sua mesa, e as portas se abriram automaticamente. Um instante depois, o vidro ficou opaco, o que garantia que ninguém nos veria do lado de fora. Eu entrei. “Concordo”, ele disse para a pessoa do outro lado da linha. “Faça isso e depois me dê um retorno.” Ele tirou o headfone e jogou sobre a mesa, sem tirar os olhos de mim. “Que surpresa agradável, meu anjo. Como foi sua conversa com Giroux?” Eu encolhi os ombros. “Como você sabia que eu estava com ele?” Ele abriu um meio-sorriso e me lançou um olhar como quem diz: Sério mesmo? Você ainda tem dúvida? “Ainda vai demorar pra sair?”, eu quis saber. “Tenho uma teleconferência com o pessoal da filial japonesa daqui a meia hora, e depois disso já posso ir. Podemos sair pra jantar em algum lugar.” “Vamos comprar alguma coisa pra viagem e comer com Cary. Ele vai ser pai.” Gideon ergueu as sobrancelhas. “Como é?” “Bom, existe a possibilidade de ele vir a ser pai.” Eu suspirei. “Ele está preocupadíssimo, e quero estar lá pra oferecer o meu apoio. Além disso, ele precisa começar a se acostumar com a sua presença de novo.” Com um simples olhar, Gideon mostrou que concordava. “Você também está preocupada. Vem cá.” Ele saiu de trás da mesa e abriu os braços. “Vem me dar um abraço.” Deixei minha bolsa cair no chão, tirei os sapatos com os pés e fui até ele. Ele me abraçou e me beijou na testa com seus lábios firmes e quentes.


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