Edição Gazeta do Oeste 2188

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:: GAZETA DO OESTE :: DIVINÓPOLIS - TERÇA-FEIRA, 29/10/13

Governo estadual não cumpre promessa de reajuste para professores, diz sindicato Aumento de 5% deveria ser aplicado a salário de novembro Simião Castro

Simião Castro

simiaocastro@gazetaoeste.com.br

Indignação é a palavra que define o que sentem os professores da rede pública estadual depois de se verem mais uma vez enganados pelo governo. É o que diz a coordenadora do Departamento de Políticas Sociais e Imprensa do Sindicado Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte), Maria Catarina Vale. Isso porque, segundo ela, um reajuste salarial, prometido pelo governo, não foi concedido. Maria afirma que o governador, Antônio Anastasia, anunciou para este mês um reajuste de 5% no contracheque da categoria. Entretanto, segundo ela, nenhum centavo a mais foi concedido nos holerites impressos para o mês. Outro, e talvez o principal problema apontado pela coordenadora, é que o governo não paga o piso salarial da categoria, mas assume uma “política remuneratória” chamada de subsídio. A política foi instituída em 2010

através de uma lei estadual aprovada, segundo Maria, de maneira desleal pelos deputados da base governista. “Esse subsídio foi empurrado goela abaixo. Nós havíamos feito um trabalho [em] que o profissional que não quisesse assinou e protocolou um documento [afirmando isso]. Quer dizer, ele [o governo] não respeitou nem isso”, protesta. A insatisfação se dá também porque a forma de correção salarial que o governo utiliza diverge da prevista em lei federal. “O Piso Salarial Profissional do magistério público da educação básica será atualizado, anualmente, no mês de janeiro, a partir de 2009”, diz o texto da lei 11.738, de 2008. Diferente do que adota o governo estadual ao prometer reajuste para novembro. Em parágrafo único consta que “a atualização (...) será calculada utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do Ensino Fundamental”, o chamado “custo aluno. Este é outro ponto

em que, segundo o sindicato, as políticas nacional e estadual divergem. Em informativo publicado pelo órgão de classe, consta que em 2011, o reajuste de acordo com o piso estipulado pelo Ministério da Educação (MEC) foi de 15,84%. Em Minas não houve reajuste. No ano seguinte, pela tabela do MEC, o aumento que deveria ser de 22,22%, foi de 5% no estado. E este ano, conforme anunciado, o reajuste mineiro seria de 5%, e não dos 7,97%, de acordo com o MEC. A reportagem da Gazeta tentou contato com a Secretaria de Estado da Educação, porém como é ponto facultativo pelo Dia do Servidor Público, não obtivemos resposta. Quanto ganha? Hoje, um professor que ingresse pela primeira vez na rede estadual, com licenciatura plena – curso superior completo e licenciado para ensinar uma disciplina específica, como geografia, por exemplo – está enquadrado em

Festival de Teatro do Neac promove apresentações Bianca Damas

bianca.damas@gazetaoeste.com.br

Apreciadores do teatro e curiosos desfrutarão de espetáculos que atraem crianças e adultos. A partir do dia 8 de novembro, o Festival de Teatro Neac realiza apresentações de 11 espetáculos, que variam entre o drama e peças infantis. O conteúdo foi escolhido especialmente para comemorar os 20 anos da Escola Livre de Teatro Neac. Para a entrada em algumas peças é necessário apenas uma caixa de leite. “Neste aniversário, a proposta é fazer um trabalho denso, com conteúdo artístico forte e dar de presente para nossa plateia que é ativa e a cada dia aumenta mais. (...) Serão apresentadas peças antigas e recentes. O elenco também será composto por atores novos e por aqueles que já estudaram há muito tempo no Neac”, relata o diretor Markus Marques. O festival tem início no dia 8 de novembro, às 20h, com o drama “Cartas portuguesas”. No dia 9, a comédia “Dona Margarida”, que versa sobre a ditadura militar, será apresentada às 17h e a comédia “Pequenas Vinganças, Grandes Resultados”, às 20h. No dia 10, a peça infantil “O fantasma do ipê amarelo” será às 16h e a comédia romântica “O amor

de Lisbela”, uma adaptação de um filme brasileiro, será às 20h. No dia 15 de novembro, o evento retorna, com a apresentação de cenas curtas “Almas Enclausuradas”, às 20h. No dia 16, às 20h, o teatro e dança “Ritmo quente (footloose)” será apresentado. O espetáculo infantil “Coração de Brinquedo”, às 16h e “Grease - Nos tempos da brilhantina”, às 20h fecharão o dia 17. No dia 20, às 20h, o drama “O beijo no asfalto” marcará o penúltimo dia. No dia 21, a comédia “As batidas de Molière” encerra o festival, às 20h. Os atores receberão certificados de participação no evento. “Gosto muito (do festival), porque é gratificante ensaiar no grupo de teatro, ter apoio dos outros atores e esperar um efeito que vemos que surgiu sobre a plateia e para nós mesmos. Até porque nos damos ao personagem”, afirma a atriz Mariana Freitas. A atriz estuda há dois anos no Neac e participou de três festivais. Neste ano fará parte do elenco de sete peças e aposta em “Cartas portuguesas”. “Sempre gostei de comédia, mas acho que o drama sensibiliza mais a plateia e os atores. A narrativa é baseada em uma história real de uma freira. São quatro atrizes interpretando um texto maravilhoso. É um desafio também, pois requer

concentração”, destaca. “É emoção e uma adrenalina muito boa quando estamos no palco e o reconhecimento é muito importante. Os musicais e drama despertarão a atenção do público, mas todas as peças estão ótimas”, afirma o ator Felipe Daniel da Silva, que participa também há dois anos do Neac. “Este é o único festival da cidade e o trabalho do Neac é rebuscado, afinal somos uma escola que passa conhecimentos e técnicas teatrais. Por esse fato, fazemos um trabalho diversificado. Os atores dançam, cantam dublam e interpretam”, destaca Markus. Além disso, segundo o diretor, a força do festival está na “cara e coragem”, devido à falta de incentivo que ainda existe para este setor cultural. Para assistir aos espetáculos “Cartas portuguesas”, “Dona Margarida”, “O beijo no Asfalto” e “As batidas de Molière” basta levar uma caixa de leite para o teatro. Os ingressos dos demais serão vendidos a preço promocional de meia entrada para todos. A compra dos bilhetes e mais informações podem ser adquiridas pelos telefones: (37) 3212-8435 e (37) 8801-8102. O Neac funciona no período da noite, na rua Pernambuco, nº 461, no terceiro andar, Centro.

nível A, de uma escala que vai até P. O salário correspondente a esse profissional, conforme a chamada Lei do Subsídio, é de R$ 1320. Já o professor com a mesma formação, mas em nível P, recebe R$ 1865,13. “Essa letra A significa o tempo de trabalho. Para você chegar à letra P do subsídio, são 45 anos de trabalho”, revela Maria, para uma diferença de R$ 545,13. A discrepância fica ainda maior quando se vê o salário inicial de um professor com doutorado. Hoje, o professor com esse título recebe R$ 1932,61. Os dados foram retirados de cartilha publicada pelo SindUte. Reajuste De acordo com os dados da cartilha, o primeiro caso citado receberia, se fosse concedido o reajuste, um aumento de R$ 66. “O pessoal [os professores] está em prantos, porque todo mundo aguardava essa miséria aí”, lamenta. O sindicato tenta agora a impressão de uma nova folha de pagamento com o valor devido do reajuste.

Maria Catarina Vale declara que categoria reivindica piso salarial e plano de carreira correspondente com a profissão.

Espetáculo “Acredite, um espírito baixou em mim” retorna à Divinópolis Divulgação

Bianca Damas

bianca.damas@gazetaoeste.com.br

São 15 anos de sucesso comemorados pelo elenco de “Acredite, Um Espírito Baixou Em Mim”. Neste fim de semana os divinopolitanos terão a oportunidade de assistir ao espetáculo apresentado em diversas partes do país. A peça terá três exibições no Teatro Municipal Usina Gravatá, no sábado, às 19h e às 21h e no domingo, às 19h. De acordo com o grupo, que realizou temporadas no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, mais de um milhão e setecentas mil pessoas já viram o espetáculo. O texto de Ronaldo Ciambroni narra a história de um homossexual assumido, que não aceita a própria morte e foge do céu para viver novas experiências. Ao incorporar em um machista radical provoca uma grande confusão. A comédia tem a direção de Sandra Pêra e a interpretação dos atores mineiros Ilvio Amaral e Maurício Canguçu. “Não existe a fórmula, mas acredito que a peça faz sucesso porque tem um texto bem escrito, uma direção bem feita e a atuação de comediantes experientes, que desempenham o trabalho com afinco. O espetáculo, apesar de reapresentado diversas vezes traz um frescor como se fosse a primeira vez”, destaca Ilvio. Ainda, segundo Ilvio, o espetáculo aborda o preconceito de uma forma suave, sem o objetivo de doutrinar o público. “As pessoas

A peça “Acredite, Um Espírito Baixou em Mim” foi representada mais de duas mil vezes.

ficam vidradas com as mágicas que fazemos no palco, como atravessar paredes. Elas ficam alucinadas, pois veem efeitos de mágicas no teatro”, completa. O ator pretende garantir uma grande plateia e recordar da recepção que tiveram há aproximadamente dez anos, quando se apresentaram no Cine Alhambra. O êxito da peça garantiu sua transformação em longa metragem. O filme foi gravado em Belo Horizonte, no final de 2002, com participações especiais de atores do contexto nacional, como Marília Pêra, Arlete Sales, Suely Franco, Gorete Milagres, Benvindo Siqueira, Cláudia Mauro, Nelson Freitas e Cássio Scapin. A classificação é de 10 anos. O ingresso está à venda antecipadamente na Boutique do Livro, pelo preço único de R$ R$15,00. Na hora do espetáculo, na bilheteria

do Teatro Gravatá, a inteira será R$40 e a meia, R$20. Narrativa: Lolô, personagem de Ilvio Amaral morre durante um acidente de carro. Sem acreditar na própria morte, ele se nega a ficar no céu e volta a terra. Aos poucos, ele vai descobrindo seus poderes e fazendo uma série de trapalhadas até incorporar em um machista noivo de uma “perua” ciumenta. A dupla personalidade do noivo vai abalar o romance e ainda revelar a homossexualidade do cunhado. Maurício Canguçu interpreta Vicente, o machista noivo de Normanda, irmã de Lucas, que se vê em dúvida da própria sexualidade após as interferências espirituais de Lolô. O guardião do céu, por sua vez, vem acabar com a festa de Lolô na terra, disfarçado de eletricista.


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