Revista mensal da comunidade portuguesa l Ago. 2024 l Nº08
ao volante da paixão pelos carros
Lonni Martins
Vila Nova de Foz Côa Portugal
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Meu querido mês de agosto
Já assim a música de Dino Meira ... “Por ti levo o ano inteiro a sonhar ... Já passaram tantos dias, já passaram tantos meses, e eu ando louco por regressar (...) Meu querido mês de agosto, por ti levo o ano inteiro a sonhar, trago sorrisos no rosto, por que sei que vou voltar”. Agosto é, definitivamente, o mês da peregrinação dos emigrantes às suas terras de origem.
É tempo de matar saudades ... da família, dos amigos, do sol, das praias, da comida ... de casa. Passa-se um ano inteiro à espera deste momento, que o vivem com a maior das emoções, mas que o sentem a passar rápido demais. As aldeias, todo o ano desertas e isoladas do resto do país, enchem-se de pessoas. O país ganha uma nova dinâmica e um novo sentido. Aqueles que são “seus”, estão de regresso.
Fátima é também local de passagem “obrigatório”. É aqui que os emigrantes recorrem para agradecer e pedir acompanhamento para mais um ano de trabalho. Este ano, Fátima acolhe, pela primeira vez, o Festival da Saudade, totalmente dedicados aos nossos emigrantes. Tony Carreira, Mickael Carreira, Herman José, Mariza, Padre Borga e Joana Amendoeira são as principais atrações do evento que vai decorrer no Heliporto de Fátima e que espera atrair milhares de pessoas até ao concelho de Ourém.
Mais do que qualquer coisa, que agosto seja o mês dos afetos e da alegria. Que agosto seja o “mês querido” dos que vêm e dos que recebem
Boas férias e boa leitura!
AO VOLANTE DA PAIXÃO PELOS CARROS
É ao volante que se sente feliz e realizado. E esta paixão começou cedo, quando aos seis anos de idade, por intermédio do pai, conheceu uma pista de Fórmula 1. É filho de pais portugueses, nasceu em Paris em 1990 e hoje, aos 34 anos de idade, divide a sua vida entre a paixão automóvel e a sua empresa, também ligada ao setor automóvel.
Final de junho, Bélgica. Os motores ouviam-se ao longe. As paisagens verdes escondiam um dos mais famosos circuitos automóveis: SPA-Francorchamps. A decorrer, estava a terceira etapa do Campeonato Europeu de GT4.
O que levou o Ponto PT até lá? Lonni Martins, piloto lusodescendente que assume um dos carros da equipa Av Racing, da Porsche. Foi ao volante do Porsche 718 Cayman GT4 RS CS que o piloto nos contou um pouco do seu percurso e da paixão que cresceu por influências familiares.
“Esta paixão começou desde pequeno, quando tinha seis anos. O meu pai antigamente fazia corridas de automóvel e absorvi a paixão dele. É por isso que agora sou apaixonado por esta disciplina, gosto da competição e estou a competir desde os oito anos”, começou por contar. Foi num belo exercício de memória que recordou a sua primeira competição ‘a sério’, como lhe chama: uma corrida de karting em Augerville. Foi precisamente nos karts que tudo começou conduzindo este tipo de veículo até aos 13 anos. Passou para os ditos ‘carros normais’ até aos 18 anos, altura em que a competição começa a surgir de forma séria e intensa. Esteve quatro anos na Porsche, em 2013 foi vice-campeão da Porsche Carrera Cup France e, em 2014, terminou em terceiro lugar a 24 horas Le Mans Support Race – Class A. Esta foi, até momento, a vitória mais especial que alcançou na sua carreira de piloto. “A maioria dos corredores eram profissionais e, perante eles, consegui fazer um excelente resultado”, diz. Depois da Porsche esteve dois anos na Audi e sente que foi uma grande experiência. Posteriormente ingressou na Renault e foi ali que apreciou o trabalho de engenheiros, motoristas, mecânicos e todos os que trabalham para colocar um carro em corrida. Foi em 2017 que começou a correr no campeonato GT4, primeiro com a Porsche, depois com a Audi e, esta época, novamente com a Porsche, através da equipa AV Racing.
A presente época
São seis as etapas que compõem o GT4 European Series, em 2024. Começou em abril no circuito Paul Ricard, em França. Itália acolheu a segunda prova, em Misano. O Ponto PT testemunhou a terceira jornada, no SPA-Francorchamps, na Bélgica. Seguiu-se a Alemanha, em Hockenheim. Por realizar estão as duas últimas etapas, em Monza, na Itália, e na Arábia Saudita, para terminar a época. São 38 equipas a lutar pelos lugares cimeiros da tabela, numa competição feroz que exige o melhor de cada carro, de cada piloto e de cada equipa. “Começamos o campeonato um pouco mal, com algumas dificuldades, principalmente porque tivemos um carro com problemas. Este carro foi construído durante o inverno e agora ainda temos algum trabalho para o colocar no ponto certo. Espero que a partir deste fim de semana o carro possa ficar bom. É verdade que tivemos ainda problemas nas qualificações, mas graças ao trabalho dos engenheiros, que disseram que já está resolvido, já deve andar melhor”.
Lonni Martins divide o carro com Sacha Bottemanne. Da equipa faz ainda parte um outro carro, com os pilotos Noam Abramczyk e Paul Petit. “Vamos tentar marcar o máximo de pontos possíveis. Com a classificação que temos neste momento, vai ser complicado ficar nos três primeiros do campeonato, mas ninguém sabe ... podemos ir no bom sentido ou não. Vamos ver como corre até ao final do ano”, revela.
Habituado a grandes pistas, Lonni Martins assume as dificuldades que se vive no GT4. “Esta categoria é abaixo do GT3, mas tem um nível muito alto. Neste campeonato pode-se ver pilotos da Europa toda, até do mundo porque há pilotos americanos. O nível aqui é tão alto que é a melhor maneira, para mim, de atingir o GT3 novamente. Aos corrermos contra os melhores é que podemos ser melhores”.
Na equipa são 25 pessoas, entre mecânicos, engenheiros, preparadores, cozinheiros, elementos da parte pneumática, pilotos e restante staff. É um trabalho contínuo e constante para tirar o melhor proveito de cada carro. “O que o público não sabe é que num fim de semana como este passamos quase 70% a trabalhar no carro e apenas 30% na pista”.
A paixão pela competição automóvel
Estudou até aos 18 anos e esteve seis anos a trabalhar na empresa do pai, a Transports MRTI. Depois, decidiu abrir a sua própria empresa e tornar-se empresário, com a Trailer Location Service. No meio disto tudo, consegue ser um piloto de sucesso. Já teve nas mãos vários carros, já correu em diferentes pistas e circuitos, já conheceu diferentes contextos. Apesar de não assumir sonhos, revelou um desejo: “há uns anos tive a oportunidade de correr na categoria GT3 e, talvez para o ano, se arranjar os patrocínios necessários para atingir o GT3, terei uma oportunidade com uma equipa nova, para atingir o GT3 novamente e ainda participar nas 24 horas de SPA-Francorchamps”.
Atualmente corre na categoria GT4, e explica as diferenças. “O GT4 é um carro que foi modificado a partir de um carro de origem. Os travões são modificados, a segurança do carro já é diferente, mas a base do carro é de um carro de série. Enquanto no GT3 são carros construídos a partir de uma base de competição”, explica. Apesar da sua experiência, há sempre dificuldades a enfrentar: “é aguentar o calor dentro do carro, porque pode atingir mais de 60 graus. E depois é ficar concentrado, porque a velocidade a que atingimos com este carro pode ser fatal”.
A competir contra muitos pilotos profissionais, Lonni tem trilhado o seu caminho na competição e vai deixando a sua marca por onde passa. Luta, ano após ano, para se manter em competição, muito graças aos patrocínios que vai conseguindo angariar. “São precisos muitos patrocínios para se poder continuar”. E é para continuar. Lonni Martins vai continuar a sua paixão pelas corridas automóveis. “A minha grande paixão sempre foi o desporto automóvel. Sempre andei na minha vida à volta dos carros, da competição, do karting, e espero que ainda vá durar muito mais tempo”.
“Se puder continuar assim, para mim está tudo bem”
Para além do seu pai, Mário Martins, que o influenciou desde criança, Lonni tem uma grande referência. Ayrton Senna é o nome que diz, sem hesitar, ser o seu maior ídolo. “O Senna foi um grande piloto, foi um exemplo não só para mim, mas para todos os pilotos do mundo. E ainda continua a ser”.
Lonni Martins continua a conciliar a sua vida profissional de empresário com o desporto automóvel. “Se puder continuar assim, para mim está tudo bem”
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Conheça Vila Nova de Foz Côa
Localização
O concelho de Vila Nova de Foz Côa fica situado a norte do distrito da Guarda, região Norte e na sub-região do Douro. Está limitado com os concelhos de Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães (a norte), com Mêda e Pinhel (a sul), com Figueira de Castelo Rodrigo (a este) e a oeste com São João da Pesqueira e Penedono.
Possui uma área total de aproximadamente 398,2km², distribuídos pelas suas 14 freguesias. É um concelho com baixa densidade populacional, oscilando entre os sete e oito mil habitantes.
Explorar a Cidade
Visitar Vila Nova de Foz Côa é desvendar arte e cultura ancestrais. É redescobrir um vínculo singular entre o homem e a natureza. Numa das zonas mais quentes e secas de Trás-os-Montes e Alto Douro, pertencente ao distrito da Guarda, esta vila histórica de Portugal, situada no interior, ocupa um planalto rasgado pelos vales do Rio Coa e do Rio Douro.
O que visitar
Castelo Melhor 01
Castelo Velho 02
Circuito Arqueológico Freixo de Numão 03
Complexo Arqueológico do Castelo Velho de Freixo de Numão 04
Gravuras do Parque Arqueológico do Vale do Côa 05
lgreja Matriz de Vila Nova de Foz Côa 06
Miradouro de Na Senhora do Viso 07
Miradouro do Museu do Côa 08
Museu do Côa 09
Passadiços do Côa 10
Pelourinho de Almendra 11
Pelourinho e Caza Municipal de Vila Nova de Foz Côa 12
Embaixada portuguesa
promoveu receção à nova Cônsul-geral em Paris
Mónica Lisboa é a nova Cônsul-geral de Portugal em Paris, em funções desde o dia 8 de julho. Substitui na função Carlos Oliveira e é a primeira mulher Cônsul-Geral de Portugal na capital francesa. A Embaixada de Portugal em França promoveu uma receção de boas-vindas à nova cônsul, convidando algumas personalidades da comunidade portuguesa.
Conteúdo disponível online:
A nova Cônsul-geral de Portugal em Paris, Mónica Lisboa, foi apresentada à comunidade portuguesa numa receção de boas-vindas na Embaixada. Perante meia centena de dirigentes associativos e empresários, o embaixador José Augusto Duarte utilizou um discurso quase familiar para introduzir a sua antiga colaboradora como a primeira mulher a desempenhar as funções de Cônsul-geral na capital francesa, e a quem augura um futuro brilhante na diplomacia do nosso país. “É uma pessoa extremamente competente, zelosa e profissional que leva o trabalho muito a sério. O seu sentido de missão e de dever leva-a a querer fazer as coisas bem, sempre em proximidade, para servir e ser o porta-estandarte da nossa comunidade”. Para o embaixador português a nova cônsul vai saber defender a comunidade portuguesa junto das autoridades francesas.
Mónica Lisboa agradeceu os elogios e revelou ao Ponto PT que “os primeiros dias têm sido de uma enorme emoção, muito intensos. Queremos aumentar a capacidade de resposta no atendimento consular, porque essa é nossa principal valência, mas também tenho recebido diversos dirigentes associativos para lhes transmitir o apoio que lhes foi dado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros”. Foi através dessas conversas em português que a diplomata teve oportunidade de descobrir novas histórias, estabelecer ligações e começar a pensar em como ser uma mais-valia. Essas instituições “desempenham um papel relevante nos negócios, na academia, na área social, nas tradições e na preservação da memória da emigração. Agora tento descobrir o que posso fazer diferente”. Esta é uma missão muito desejada pessoalmente e pela qual a cônsul batalhou, até pela ligação à cultura francesa que obteve com os estudos no sistema escolar francês em Portugal. “Agora, quero ver do outro lado e aumentar a admiração que já tenho por todos aqueles que tomaram a iniciativa de vir isolados ou com toda a família para o desafio da emigração, que abre sempre novos horizontes”.
Mónica Lisboa
16 de janeiro de 1971
Lisboa
Casada
Dois filhos
Nem tudo será um mar de rosas, com dias bons e dias maus, mas com a equipa eficiente e dedicada que existe no Consulado de Paris será mais fácil corresponder às altas expectativas criadas em torno da nova liderança. “Posso garantir que seremos uma porta aberta de Portugal para toda a área de jurisdição deste consulado. Para isso, conto com todas e todos, todas e todos para criar as pontes necessárias ao bom trabalho”.
Antes do porto de honra com pastel de nata, o Embaixador não perdeu a oportunidade de desejar a Mónica Lisboa “muito sucesso, porque esse sucesso será benéfico para todos nós”
NOTA BIOGRÁFICA
FORMAÇÃO:
• Baccalauréat Letras e Filosofia, Academia de Toulouse, Liceu Francês Charles Lepierre de Lisboa,1989.
• Licenciatura em Relações Internacionais, Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa, 1993.
• Pós-graduação em Estudos Europeus, Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa, 1995.
CARREIRA DIPLOMÁTICA:
• Entrada na carreira diplomática em 1994.
• Adida na Direção da África Subsariana, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lisboa, 1995-1996.
• Adida na Direção dos Assuntos Multilaterais, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lisboa, Portugal, 1997-1998.
• Chefe de Missão Adjunta, Embaixada de Portugal em Nova Deli, Índia, 1998-2000.
• Chefe de Missão Adjunta, Embaixada de Portugal em Berna, Suíça, 2000-2005.
• Chefe de Missão Adjunta, Embaixada de Portugal em Jacarta, Indonésia, 2005-2008.
• Adjunta Principal e a seguir Chefe de Gabinete da Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Lisboa, 2008-2009.
• Chefe de Divisão das Relações Bilaterais com os Países da África Central e Ocidental na Direção da África Subsaariana, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lisboa, 2010.
• Chefe de Divisão dos Países Africanos de Língua Portuguesa na Direção da África Subsariana, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lisboa, 2010.
• Diretora do Cerimonial e Protocolo, Privilégios e Imunidades das Missões Estrangeiras, no Protocolo de Estado, Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lisboa 2011-2012.
• Conselheira política (agosto 2012-agosto 2013) e Chefe de Missão Adjunta (agosto 2013-setembro 2017), Embaixada em Berlim, Alemanha.
• Delegada Nacional no Grupo de Trabalho Encarregado do Alargamento (COELA) e no Grupo de Trabalho Encarregado das Relações com os Balcãs ocidentais (COWEB), Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (2017-2018), Bruxelas, Bélgica.
• Conselheira Mertens, Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia, Bruxelas, Bélgica (2018-2021).
• Conselheira Diplomática do Presidente da República, Presidência da República Portuguesa, Lisboa, Portugal (julho 2021-junho 2024).
• 6 maio 2024: Nomeada Cônsul-Geral de Portugal em Paris.
CHURRASQUEIRA - RÔTISSERIE
Tony Carreira condecorado em Paris como símbolo da diáspora portuguesa
O Presidente da República condecorou o cantor Tony Carreira com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, em Paris, elogiando a sua ligação às comunidades emigrantes e considerando-o um símbolo da diáspora portuguesa.
No discurso que fez nesta cerimónia realizada na Embaixada de Portugal em Paris, Marcelo Rebelo de Sousa enquadrou-a como uma “homenagem à comunidade portuguesa em França”, através de “um símbolo” e de “um grande da comunidade”, mas que “está presente nas comunidades portuguesas em todo o mundo”. “Tony Carreira tem a sua vida, tem a sua obra, tem a sua carreira – tem a sua carreira, até o nome é bem escolhido – e desperta, por onde há portugueses, um afeto, uma proximidade, de alguma maneira uma empatia que naturalmente ultrapassa apenas aquilo que são as suas ligações a esta comunidade”, afirmou.
Segundo o chefe de Estado, é de louvar “o que ele tem significado para a comunidade, para a diáspora espalhada pelo mundo, mas nesta em particular”, junto da qual “alinhou numa série de obras sociais” e “testemunhos de solidariedade”, mantendo-se “leal em relação aos seus amigos e companheiros de percurso ao longo de décadas”.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, “isso não tem preço” e “bastava isso para merecer um Infante D. Henrique”, figura histórica que simboliza a “projeção universal” de Portugal, hoje representado em altos cargos como os de secretário-geral das Nações Unidas e presidente do Conselho Europeu. “Como é que o país tem esta projeção? Tem pela força das suas gentes, por este ser plataforma. Ora, nessa plataforma de afetos, temos este homem que é um símbolo da plataforma de afetos. E essa é a dimensão que me sensibiliza mais. Não é que eu não goste de o ouvir, não goste de o acompanhar noutras facetas da sua vida”, acrescentou.
“E aqui estou para, junto dos seus e dos nossos, prestar essa homenagem, agradecer-lhe, dizendo que, para além de tudo o resto que tenha sido, venha ser e há de ser a sua vida, esta faceta implicava que fosse aqui dada a condecoração. Tinha de ser aqui”, concluiu.
Em seguida, Tony Carreira agradeceu ao Presidente da República pela condecoração, aos seus amigos, ao seu público e “aos portugueses em geral, estejam eles onde estiverem, tanto em Portugal, como fora de Portugal”. “A cada dia que passa da minha vida eu sinto que os portugueses, gostem ou não das minhas canções, têm por mim e pela minha família um carinho muito, muito especial, um carinho que eu agradeço. Muito obrigado, mais uma vez por esta condecoração”, declarou. O cantor concordou que “faz todo o sentido” receber esta condecoração em França, onde viveu “durante 30 anos”, e que as suas ações têm mais importância do que a música: “num dia que eu não esteja cá fisicamente quero acreditar que são mais importantes as ações e as coisas que eu fiz por cá do que a minha própria música”. O Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, esteve presente nesta cerimónia.
Tony Carreira, nome artístico de António Manuel Mateus Antunes, nascido em 1963 no concelho da Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, assinalou 30 anos de carreira em 2018. Começou a cantar em França, para a comunidade portuguesa, numa banda constituída com os irmãos, Irmãos 5. A subida ao palco do Casino Peninsular da Figueira da Foz, a 5 de março de 1988, é considerada o início do seu percurso musical. Nesse ano, depois da participação no Festival da Canção da Figueira da Foz, editou o primeiro ‘single’, já a solo. O primeiro álbum do cantor, “Não vou deixar de te amar”, é de 1991. Ao longo da carreira, gravou 28 álbuns, 20 dos quais de originais, e quatro DVD, nos quais ficaram registados, entre outros, concertos no Olympia, em Paris, e na Altice Arena, em Lisboa. Em 2016 foi distinguido em França com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras
Crèmerie
Traiteur
Epicerie
Empresários Mário Martins e Fernando Costa condecorados pelo Presidente
da República
A Embaixada de Portugal em Paris voltou a abrir as suas portas para mais uma cerimónia de condecorações. Desta vez, dois empresários portugueses residentes em França há vários anos. Mário Martins com uma empresa de transportes, e Fernando Costa com uma empresa na área da eletricidade.
Amigos de longa data, juntaram-se em vários projetos solidários e, no final de julho, foram reconhecidos pelas suas contribuições notáveis à comunidade portuguesa. Um dos pontos principais das suas iniciativas solidárias é o programa de batismos de voo para crianças com deficiência que tem causado um impacto significativo na vida de muitas crianças e famílias.
A cerimónia contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do Embaixador José augusto Duarte e, em representação do Governo, o Ministro dos Assuntos Parlamentares Pedro Duarte. Após uma breve introdução, o Presidente da República alterou os planos originalmente previstos para a cerimónia. Alteração essa devido ao grau de condecoração inicialmente proposto. Marcelo explicou que a atribuição da ordem de mérito era justa, mas que o grau merecia o melhor. Sendo assim, o grau inicial inicialmente proposto foi elevado pelo Presidente da República para o grau de Comendador. Marcelo salientou que estavam condecorados, mas que as famílias e amigos teriam de esperar mais um pouco para verem as insígnias. Entrega essa que será desta vez realizada em Portugal, no dia 5 de outubro. Este ajuste demonstra o elevado apreço e reconhecimento por parte da República Portuguesa pelo impacto positivo e pela dedicação contínua destes dois empresários.
No final, Fernando Costa revelou-se emocionado com o momento. “É uma honra, um orgulho muito grande e nunca imaginei que fosse possível isto acontecer”. O empresário português chegou a França aos quatro anos de idade. Já Mário Martins emigrou de Santa Comba, Vila Nova de Foz Côa com 10 anos de idade, rumo a Paris. Com 23 anos criou a sua própria empresa, a MRTI, que ainda hoje mantém, com presença física em Paris, Lyon, Bordéus e Porto. Ambos partilham um espírito solidário e de entreajuda muito grande, características que permitiram esta distinção.
“É uma homenagem aos portugueses que aqui representam a pátria e constroem Portugal todos os dias em território francês, há muitos anos, há muitas décadas. E é impressionante ver como têm influência na sociedade francesa. Homenageei Tony Carreira, não tanto pela carreira artística, mas pelo lado humano. E hoje são duas personalidades pelo lado humano também, da solidariedade, da força da comunidade”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Ministro dos Assuntos Parlamentares Pedro Duarte disse ser “um momento de reconhecimento muito justo, pela obra feita por estes condecorados, mas por muitos outros que foram condecorados antes e outros que ainda serão, e que muitas vezes não são lembrados, mas que, no seu dia a dia, fazem um trabalho notável em prol das comunidades locais, nomeadamente aqui em França, mas também em prol das comunidades portuguesas no mundo. É com humildade que eu reconheço e que congratulo não só os que estão aqui a ser homenageados, que merecem, mas toda a comunidade portuguesa pelo trabalho fantástico que tem feito aqui em França, que tem dignificado e honrado o nome de Portugal”
Museu de Aristides de Sousa Mendes
foi inaugurado e é “lição para o futuro”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que o legado de Aristides de Sousa Mendes, personalidade “única do século XX”, deixa um legado para o futuro e, também por isso, o museu é universal.
“Ao visitar a casa pude ver de uma forma museologicamente espetacular como era esta família e esta casa no século XIX, princípio do século XX. A vida e carreira de Aristides, o que ele foi e o que ele fez como personalidade única no século XX”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente discursava, entre o português e o inglês, na cerimónia de inauguração do Museu de Aristides de Sousa Mendes, antiga casa da família do cônsul, em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, no distrito de Viseu, que reuniu centenas de convidados. “Este museu é uma lição para o futuro. Todos os museus deviam ser, mas este é especial. Não tivemos no século XX, em Portugal, tantos heróis assim como Aristides de Sousa Mendes”, defendeu o chefe de Estado.
E “só não foi ele sozinho”, como sugeriu um familiar ali sentado, porque, no entender de Marcelo Rebelo de Sousa “sua mulher e a sua família sempre o apoiaram”, mas, “mesmo que fosse sozinho, foi um herói, único e singular”. “E queremos que esse exemplo passe a crianças como o João e a Joana”, afirmou, referindo-se a dois descendentes da família de Aristides de Sousa Mendes que o acompanharam na visita ao museu no dia em que se vive “um momento histórico”.
O Presidente contou que viu e apontou para as crianças, no decorrer da visita, para lhes dizer “o que era uma ditadura, o que foi o nazismo, o que foi Portugal durante a ditadura, o que era resistir à ditadura, o que foi salvar judeus que tentavam lutar pela liberdade fora dos seus países”.
Marcelo Rebelo de Sousa contou que ouviu “histórias únicas” de filhos e netos que viveram na casa, agora museu, e destacou a de uma neta que “só percebeu a história da família quando abriu uma mala, com recordações da família”.
Isto é um museu, que não é local, nem regional, nem nacional. É universal
Este museu diz-nos a todos nós, que aqui estamos, que a luta de Aristides de Sousa Mendes não terminou, começa todos os dias e essa é a lição que ele nos deixa”, defendeu.
Marcelo Rebelo de Sousa citou ainda as mensagens ouvidas anteriormente do Papa Francisco e do secretário-geral da ONU, António Guterres, que diziam para “todos os dias construir a paz em vez da guerra”. “Respeitar a dignidade humana, conviver com todos, ser tolerante, praticar o diálogo, ser contra tudo o que é racismo, intolerância, xenofobia, ódio, aceitar que não há povos eleitos, não há personalidades eleitas, somos todos igualmente seres humanos, esta é a mensagem”, terminou.
No seu entender, “Aristides de Sousa Mendes colocou Portugal no mundo”. “O seu exemplo deveria ser sempre o nosso exemplo. Viva Aristides de Sousa Mendes, viva Portugal, viva para além de Portugal a mensagem universal de Aristides de Sousa Mendes, viva o diálogo, a tolerância, viva a não-discriminação, viva a justiça, viva a fraternidade, viva a paz, viva um mundo melhor”, terminou já debaixo de palmas.
No início da sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu ainda ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, em nome da “linhagem [socialista] que representa”, lembrando Mário Soares, Maria Barroso, Jaime Gama “e muitos outros”, pela “luta constante pela memória de Aristides de Sousa Mendes e pelo seu reconhecimento nacional e internacional”.
A cerimónia contou com a presença da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, entre as centenas de convidados de todo o mundo, desde descendentes do diplomata e dos refugiados salvos por ele.
Também marcaram presença embaixadores de França, Luxemburgo, Estados Unidos da América (EUA), Bélgica, Áustria, Alemanha e Israel, assim como representantes de câmaras de cidades onde Aristides de Sousa Mendes foi cônsul.
Familiares emocionam-se na inauguração
Familiares de Aristides Sousa Mendes e de refugiados da Segunda Guerra Mundial, a quem o Cônsul de Bordéus passou vistos, emocionaram-se com a nova “vida” dada à Casa do Passal, depois de anos em ruínas. “É uma felicidade olhar para todos vós, aqui participantes, e ver uma multidão tão parecida como aquela que o nosso avô terá encontrado, repetidas vezes, em 1940, diante do seu consulado, em Bordéus: as pessoas que estavam à espera de um visto salvador. É como se esta multidão, 85 anos depois, estivesse aqui a dizer obrigado senhor Cônsul”, destacou António Moncada, neto de Aristides de Sousa Mendes.
A Casa do Passal, onde há 139 anos nasceu Aristides de Sousa Mendes, o Cônsul que ajudou a salvar milhares de refugiados na II Guerra Mundial, foi inaugurada, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O neto do diplomata, António Moncada, recordou o esquecimento e a “morte lenta” a que ficou entregue “o cônsul desobediente”, durante 14 anos, depois de muito protesto e resistência. “Ficou sozinho no esquecimento, lembro-me muito bem. Só os irmãos e os primos de Mangualde e da região falavam com ele”, lamentou.
Segundo António Moncada, Aristides Sousa Mendes deixou-lhes “a mais bela das heranças, que vale mais do que qualquer fortuna”, evidenciando que recusaram o esquecimento, que culmina com a abertura da Casa Museu com o nome do diplomata. Outro dos netos, Gerald Sousa Mendes, recordou os anos em que a Casa do Passal esteve em ruínas até ganhar nova “vida”, aproveitando ainda a ocasião para ler a mensagem da sua tia Maria Rosa, a filha mais nova de Aristides de Sousa Mendes, a única dos 14 filhos ainda viva. “É para mim uma enorme felicidade partilhar este momento excecional, que constitui a inauguração do Museu de Aristides Sousa Mendes. Tornar a dar vida ao Passal, criando um lugar de memória e cultura, permite imortalizar o ato de coragem do meu pai”, referiu a filha do diplomata, que reside no sul de França.
Também Silvério Sousa Mendes, deixou emocionado a sua gratidão para com os seus avós, Aristides e Angelina, pelo legado que deixam ao mundo e pelo exemplo de abnegação, “sacrificando interesses pessoais, familiares e profissionais”. “Que este museu sirva de exemplo para a humanidade, permanecendo como pedaço de história viva que engrandece Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, Portugal, o mundo e também a humanidade”, afirmou.
O presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal, Paulo Catalino, frisou que a inauguração da Casa Museu de Aristides Sousa Mendes é “o justo momento de reposição da dignidade e da memória de um homem que teve a lucidez, arrojo e coragem de salvar vidas”. “Com esse gesto, teve a plena noção que, da sua decisão a vida dos seus mais diretos muito sofreria, deixando-nos seguramente um dos mais belos exemplos de altruísmo e humanidade do século XX”, acrescentou.
No seu entender, o dia foi, muito provavelmente, um dos mais importantes e marcantes da história do seu concelho, do país e da história do século XXI.
Melhor homenagem é criar condições para a mais objetiva história do Cônsul de Bordéus
A ministra da Cultura defendeu que a melhor homenagem que se pode prestar a Aristides de Sousa Mendes, depois da inauguração da Casa do Passal, passa por criar condições para “fazer a sua história o mais objetivamente possível”. “A reconstrução da Casa do Passal, com toda a sua dimensão arquitetónica e simbolismo de respeito pela sua vida e coragem, deverá concretizar um programa que favoreça a investigação, crie bolsas, faça desenvolver os recursos documentais e os instrumentos de prova”, destacou Dalila Rodrigues.
Na cerimónia de inauguração da Casa Museu de Aristides Sousa Mendes, Dalila Rodrigues sublinhou que só assim será possível chegar às “melhores interpretações, procurando estabelecer comparações e determinando quais os regimes de heroicidade mais relevantes para compreender” o cônsul de Bordéus. “Dotar a Casa do Passal de recursos documentais e bibliográficos que permitam transformá-la em lugar de memória e de formação de cidadãos responsáveis e conscientes da barbárie dos massacres racistas que foi o Holocausto, muito em especial num país que julga ter permanecido à margem da Shoah, é um imperativo que esta homenagem a Aristides Sousa Mendes, estou em crer, vai permitir e consolidar”, sustentou.
Papa diz que legado de Aristides é “para beber”
Ao longo da sua intervenção, a ministra da Cultura recordou que Aristides de Sousa Mendes salvou milhares de vidas, num contexto e circunstâncias que “engrandecem ainda mais a sua coragem e a sua desobediência iluminada a uma ordem dos homens, para obedecer a um imperativo maior”. “O seu legado não é apenas o seu exemplo, é tudo aquilo que ele tornou possível. A sua história e a história das vidas que salvou mostram-nos o valor inestimável da resistência face ao horror: está nas nossas mãos garantir que, até nos lugares mais violentos e nos momentos mais difíceis, a cultura e a humanidade sobrevivem”, apontou.
De Aristides de Sousa Mendes, “um homem singular”, evidenciou a sua empatia e sentido de solidariedade, em maio e junho de 1940, que lhe “valeram o estatuto de herói”.
“O Museu Aristides de Sousa Mendes é, a partir de agora, um espaço singular do património nacional e um lugar de grande relevância cultural, social e histórica para o nosso país. A Casa do Passal é um símbolo da memória de Aristides de Sousa Mendes e da nobreza da sua ação heroica que, num dos capítulos mais negros da história da humanidade, salvou a vida a milhares”, concluiu.
O Papa Francisco disse que o legado de Aristides de Sousa Mendes é “para beber”, escreveu o sumo Pontífice numa carta lida na inauguração do Museu dedicado ao Cônsul que salvou milhares de vidas. “É com alegria (…) que me uno de coração, não apenas para homenagear, mas para beber o legado de um homem perito em humanidade, justo entre as nações”, escreveu na carta lida pelo porta-voz João Crisóstomo.
Na missiva, o Papa Francisco diz que há quatro anos, numa audiência geral, recordou Aristides de Sousa Mendes e “o quanto ele fez em prol da vida de milhares de judeus e outras pessoas perseguidas”.
Nesse sentido, assumiu que “é reconfortante fazer memória da liberdade da sua consciência bem formada, alicerçada na defesa da dignidade da pessoa humana”. Nos dias de hoje, referiu, “são testemunhos de fraternidade como deste diplomata português” que “encorajam” e não deixam perder a esperança”.
“Na verdade, também diante de nós se continuam a abrir sendas de resgate e caminhos de salvação. Queira Deus que não nos falte a coragem de os percorrer, sobretudo se se revelarem insuficientes as vias de encontro e os trilhos de diálogo”, desejou.
O Papa Francisco terminou a carta “agradecendo ao Senhor e juiz da história os luminosos sinais de cada homem e mulher e boa vontade” e a “implorar do céu abundantes graças divinas sobre todos os participantes” na inauguração do Museu.
A mensagem do Papa Francisco foi lida na cerimónia de inauguração do Museu de Aristides de Sousa Mendes
Cap Magellan e Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
unem-se para salvar vidas neste verão
A Cap Magellan uniu-se à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para realizar mais uma edição da “Sécur’Été
24 - verão em Portugal”. No último fim de semana de julho, a associação marcou presença nas fronteiras de Vilar Formoso, Chaves e Valença, para dar as boas-vindas aos emigrantes e alertar para os perigos na estrada.
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A Cap Magellan é a principal associação de jovens lusodescendentes de França e este ano está a promover a 21ª edição da “Sécur’Été 24 - verão em Portugal”, uma campanha de segurança rodoviária que tem como objetivo sensibilizar para os perigos das viagens longas e as precauções a ter.
Nesse sentido, dinamizou uma grande ação nos dias 27 e 28 de julho, que consistiu em receber os automobilistas, especialmente portugueses residentes no estrangeiro, nas fronteiras de Vilar Formoso, Chaves e Valença. Lurdes Abreu, presidente da Cap Magellan, explicou em conversa com o Ponto PT, que se tratou de “um fim de semana em que estivemos a distribuir o nosso guia de verão, que é o nosso suporte da campanha de segurança rodoviária, e aproveitámos para relembrar aos emigrantes que já chegaram a Portugal que o mais complicado já passou, mas que ainda há duas, três horas pela frente para chegar à cidade de origem”.
ANSR e Cap Magellan celebram protocolo de colaboração
A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) recentemente celebrou um protocolo de colaboração com a associação de jovens. No âmbito desta missão de salvar vidas na estrada, Rui Ribeiro, presidente da ANSR, conta-nos que “esta é uma altura delicada do ano, porque há muito mais gente nas estradas. As pessoas que conduzem para Portugal vêm muitas vezes já cansadas. Têm de descansar pelo caminho. É fundamental fazer pausas de duas em duas horas”.
Planear a viagem cuidadosamente e evitar comportamentos de risco são essenciais para a diminuição das infrações na estrada. Como relata o presidente da ANSR, “a velocidade é a mãe de todos os problemas na estrada, porque qualquer coisa que podemos fazer que resulte num desastre, se for numa velocidade elevada, as consequências acabarão por ser mais gravosas. E há outras infrações que nos preocupam grandemente, que são o uso do telemóvel a conduzir e a condução sob o efeito de álcool ou substâncias psicotrópicas”.
Lurdes Abreu
Rui Ribeiro
Iniciativas de sensibilização após as saídas noturnas
As saídas noturnas durante as férias são também preocupações da Cap Magellan. Por isso, a associação marca presença em discotecas e festivais de música, direcionadas aos jovens, para alertar para os perigos da condução sob o efeito do álcool e de estupefacientes.
Lurdes Abreu elucida que os voluntários da associação vão também a esses espaços e atividades de diversão noturna “para terem um discurso pedagógico e recordar que não é só a vida do condutor que está em risco, mas também das pessoas que confiaram nele e que vão entrar no carro. Nesse aspeto, conseguimos sempre mudar as ideias. Chamar o pai ou a mãe para conduzir, chamar um táxi, dormir no carro: há muitas soluções, o que importa é não deixar o perigo chegar”.
Todo o cuidado é pouco, e nunca é demais sublinhar as prioridades, na altura de regresso a Portugal: “conduzam na estrada pensando que querem chegar ao vosso destino, e não que querem lá estar o mais rápido possível. Na verdade, não se ganha muito tempo”, frisa Rui Ribeiro. Já a presidente da Cap Magellan aproveitou ainda para deixar uma mensagem final: “não podemos desperdiçar aqueles meses de saudade da família por um disparate. Basta um segundo para um desastre acontecer”
Emigrantes recebidos em Vilar Formoso
Os emigrantes que entraram em Portugal pela fronteira de Vilar Formoso, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, foram recebidos com conselhos sobre segurança rodoviária e incêndios florestais.
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Em Vilar Formoso decorreu a 21ª edição da campanha anual de segurança rodoviária “Sécur’été 2024 – Verão em Portugal”, promovida pela associação de jovens lusodescendentes Cap Magellan, destinada aos emigrantes que se deslocam de carro a Portugal durante as férias de verão.
A iniciativa realizada na principal fronteira terrestre de Portugal contou com a participação do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, do secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro e do presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Rui Ribeiro, entre outros responsáveis.
Na abordagem aos emigrantes, os dois membros do Governo deixaram palavras de acolhimento e reforçaram conselhos. “Cuidado com a estrada. Vão descansando para terminarem a viagem e aproveitem bem as férias”, desejou José Cesário a um casal oriundo da zona de Paris, em França, e com destino a Viana do Castelo.
O condutor contou que a viagem tem sido feita com tranquilidade. “Faço esta estrada quase há 60 anos. Passei aqui pela primeira vez com 17 anos”, recordou o emigrante.
Para o secretário de Estado das Comunidades é importante dar uma mensagem de boas-vindas e de agradecimento. “Damos as boas-vindas a esta gente que faz questão de continuar a vir a Portugal, que adora Portugal. Temos de lhes agradecer tudo o que fazem por Portugal e pela divulgação dos nossos valores. Temos de lhes dizer que são bem-vindos e também obrigado por tudo isso que eles fazem”, referiu aos jornalistas.
No contacto com as famílias que passavam, o governante assinalou a emoção com que chegam a Portugal. “Basta olhar para os seus olhos e para as suas palavras. Vêm ansiosos, vêm com uma alegria enorme para reencontrar os amigos e as famílias. Eles adoram Portugal e quem participa numa festa de emigrantes em qualquer parte do mundo percebe muito bem a adoração e o amor que têm a Portugal”, assinalou.
José Cesário admitiu que o desejo é que regressem e que o ideal seria que nenhum português saísse de Portugal. “O desejo é que eles venham e que o país se desenvolva de forma a podermos ter cada vez mais pessoas a regressar e a fixar os jovens”, assinalou aos jornalistas.
O secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, destacou a importância de se passar também uma mensagem sobre a segurança rodoviária. “É importante recordar aos nossos emigrantes a necessidade de adotar comportamentos responsáveis na estrada procurando, com isso, que as suas férias sejam o mais agradáveis possíveis”, disse o governante.
Paulo Simões Ribeiro apelou ao sentido de responsabilidade, com a necessidade de fazer pausa, sem manobras perigosas, sem velocidade excessiva e a não usar o telemóvel.
À passagem pela fronteira os emigrantes são também alertados para os cuidados a ter com o uso do fogo para evitar incêndios florestais no âmbito da campanha “Portugal Chama”.
Este ano, a campanha da Cap Magellan teve como novidade o fato de decorrer também uma ação na primeira estação de serviço em Portugal na A25 para abordar os emigrantes que não passam na fronteira. Com a ligação direta da A25 à A62 em Espanha muitos dos emigrantes já não entram em Vilar Formoso.
A presidente da associação, Lurdes Abreu, confirmou que há uma quebra de emigrantes, mas que muitos mantêm a tradição de fazer o desvio para Vilar Formoso “por uma ligação emocional”, aproveitando para descansar, comer e tirar fotos. A ação decorreu também nas fronteiras de Chaves e Valença
Pombal homenageou os seus emigrantes com
Dia da Diáspora
Foi no último dia das Festas do Bodo que o município de Pombal celebrou o Dia da Diáspora, que se afirmou como uma verdadeira homenagem aos emigrantes e às tradições da região. Música, comida e muita animação não faltaram neste evento feito de reencontros e partilha.
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No final de julho, a Praça Marquês de Pombal vestiu-se de festa para celebrar o Dia da Diáspora, com várias barraquinhas a representar tanto os produtos locais, como as associações da cidade. Inserida nas Festas do Bodo, um dos pontos altos do calendário de festividades do município, esta homenagem foi motivo de reencontro e de convívio entre residentes e emigrantes. “Nós temos um tecido emigrante muito forte em Pombal, espalhado pelo mundo inteiro, e o Bodo é sempre um ponto de encontro com a sua terra natal. Criámos este dia para dedicar aos nossos emigrantes, num gesto de agradecimento e de reconhecimento, por parte da nossa comunidade”, explicou ao Ponto PT Pedro Pimpão, presidente da Câmara Municipal de Pombal.
Estamos a falar de milhares de emigrantes em França, Suíça, Luxemburgo, e uma nova geração de emigrantes que elegeram os Estados Unidos e o Reino Unido também
conta-nos Pedro Pimpão, sublinhando que “escolhem precisamente a altura das Festas do Bodo para marcarem as suas férias” e, dessa forma, para regressarem. “Isso é extraordinário e nós temos de agradecer, porque uma comunidade é feita de quem gosta de Pombal e que mantém vivas as suas raízes”.
A Confraria do Bodo
A Confraria do Bodo é das poucas confrarias imateriais do país e assume-se como embaixadora do concelho de Pombal, pretendendo “representar um modo de estar e de ser”, como explica Carla Longo, Mordoma-mor da confraria. “Somos a confraria da partilha e estamos hoje a dinamizar a praça”, num dia de “homenagem à nossa diáspora, a todos aqueles que tiveram de sair para procurar uma vida melhor e que voltam sempre”. Esta iniciativa serve para “dignificar todo o trabalho que os nossos emigrantes têm feito. Cada vez que vamos ao estrangeiro, vemos realmente que a nossa comunidade tem um gosto enorme em apresentar lá fora tudo aquilo que são as suas tradições”, além de manter “um carinho imenso pela sua zona de origem”, acrescenta.
O evento contou com a atuação das concertinas e, ao longo da tarde, a animação musical ficou a cargo do artista Graciano Ricardo, que desafiou miúdos e graúdos a dançarem no centro da praça.
As Festas do Bodo, em devoção à Nossa Senhora do Cardal, são seculares. Com uma forte adesão da população, neste ano, decorreram de 25 a 30 de julho, e contaram com exposições, concursos, procissões, e diversos espetáculos, como foi o caso dos concertos de nomes bem conhecidos, como Rui Veloso, Toy e Fernando Daniel
AGRAFr:
uma associação para acolher e integrar
A AGRAFr é a Associação dos Graduados Portugueses em França, criada na cidade de Paris em 2013 com caráter independente e sem fins lucrativos. É assumido o compromisso de incentivar o sucesso da comunidade e a promoção da imagem de Portugal em França.
O Ponto PT conversou com a tesoureira Inês Pinheiro, que chegou a França em 2014 para fazer o pós-doutoramento, sobre os objetivos desta associação que representa portugueses e lusodescendentes a residirem neste país. “A ideia tomou forma depois da participação de vários membros fundadores no Fórum dos Portugueses Graduados no Estrangeiro e que se realiza anualmente em Portugal. Partilhamos valores e objetivos comuns como plataforma de encontro para unir as pessoas, criando assim uma rede no seio da comunidade de estudantes, de investigadores, de trabalhadores qualificados e de empreendedores das mais diversas áreas”.
Como agente de relações bilaterais, as atividades da AGRAFr concentram-se à volta desta troca de experiências, do contínuo apoio à plena integração na sociedade francesa e à manutenção das ligações com Portugal.
É uma associação sediada em Paris, com uma antena em Lyon e com o desejo de abrir outras antenas no país. “O projeto está aberto a todos, desde que falem português e residam em França. A atividade mais recorrente é a dos encontros informais ‘AfterWork’ e ‘Um Copo Com…’ que se realizam mensalmente durante a semana no fim de um dia de trabalho. Nalguns casos poderão ser ao fim de semana com o intuito de congregar também os familiares. Já para ‘Um Copo Com…’ há um convidado e um tema pré-designado”.
Partilhamos valores e objetivos comuns como plataforma de encontro para unir as pessoas
A principal realização prende-se com o Encontro Anual de Cientistas que explora o mundo das variadas áreas do conhecimento científico e visa discutir temas transversais a essas áreas, “não se concentra numa temática específica, mas sim em variantes comuns, seja no domínio das ciências da vida, biomédicas, exatas ou das ciências sociais e humanas. O último decorreu sob a forma de mesa-redonda e o mote foi o da presença dos cientistas nas redes sociais e descobrir quais as vantagens e desvantagens de o fazer”, esclareceu a dirigente.
Uma das atividades com mais sucesso da AGRAFr é o ‘Conto Contigo’. É uma iniciativa onde se promove a leitura de contos em português para as crianças, mas onde o público juvenil é bem-vindo e bem recebido.
Em ocasiões esporádicas “organizamos outro tipo de eventos para o público geral, tal como as sessões de esclarecimento para divulgação do Programa Regressar do Governo português, onde conseguimos encher os salões dos consulados de Paris e de Lyon. É uma iniciativa do Instituto do Emprego e Formação Profissional que apoia o regresso dos emigrantes a Portugal que queiram criar o próprio emprego ou desenvolver a sua atividade por conta de outrem. Apoiámos o documentário Lá Em Baixo, realizado pela Ana Isabel Freitas e que retrata a realidade dos grupos folclóricos portugueses em França, e também estivemos envolvidos na programação da Temporada Portugal/França de 2022, onde entrevistámos mulheres cientista”, concluiu.
A Associação dos Graduados Portugueses em França tem diversas parcerias com entidades públicas e privadas, francesas e portuguesas. Os interessados em associar-se gratuitamente à AGRAFr podem fazê-lo através do e-mail: agrafr@gmail.com
A RELEVÂNCIA GLOBAL
O Museu Aristides de Sousa Mendes/Casa do Passal foi, finalmente, inaugurado, em Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal. Foi um momento solene, de grande importância e com grande impacto. Houve alegria, muita emoção e a satisfação de ver um projeto concretizado. E para este momento histórico, vieram pessoas dos quatro cantos do mundo. Este era um museu que tinha de ser criado, por imperativo moral, pelo seu imenso significado para tantas pessoas, por ser um lugar de memória e um sinal de esperança de um mundo mais humano e justo. Por isso, na sua intervenção, o Presidente da República disse que o museu não é local, nem regional, nem nacional:
É UNIVERSAL.
Que melhor prova pode haver da imensa importância e profundo significado da inauguração do museu do que os ilustres intervenientes que marcaram presença, fisicamente ou por mensagem. Estiveram presentes várias centenas de pessoas que vieram de todo o país e de várias partes do mundo, entre elas muitos descendentes do ex-Cônsul de Bordéus e de refugiados que foram salvos pelos vistos passados ininterruptamente durante três dias e três noites, para salvar tantas vidas quanto possível, sobretudo dos milhares de judeus que fugiam da barbárie nazi que avançava imparável.
Falaram três dos netos do diplomata, António Moncada Sousa Mendes, Gerald Sousa Mendes e Silvério Sousa Mendes.
Falou de forma muito emocionada o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Paulo Catalino, que abraçou o projeto de concluir o museu como uma das grandes prioridades dos seus mandatos.
Falou o Presidente da República, que exaltou a importância do exemplo moral de Aristides de Sousa Mendes, que de forma consciente decidiu desobedecer ao ditador Salazar, sabendo que a sua vida e a sua carreira seriam destruídas e a sua família prejudicada.
Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu também ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que esteve presente,
“em nome da linhagem socialista que representa, com Mário Soares, Maria Barroso e Jaime Gama e muitos outros, pela luta constante pela memória de Aristides de Sousa Mendes e pelo seu reconhecimento nacional e internacional”.
Que prova mais seria preciso para pôr em destaque a importância do museu que o envio de mensagens por parte do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e do Papa Francisco, que homenageou “um homem perito em humanidade”.
Além de toda a emoção que percorreu a cerimónia, houve um momento carregado de significado, quando um dos netos que interveio, Silvério Sousa Mendes, disse que era importante os presentes terem a noção do que ali se estava a viver. Pediu então que os descendentes de Sousa Mendes se levantassem. E foi impressionante ver cerca de seis dezenas de pessoas levantarem-se. E depois pediu para que se levantassem os descendentes de pessoas que foram salvas pelo visto passado em Bordéus pelo diplomata português. E novamente algumas dezenas de pessoas levantaram-se, testemunhando a importância de um gesto que se perpetua através de gerações.
Pelo seu exemplo moral e universal, pela rejeição das guerras e pelo respeito por todas as raças, origens e religiões, pela
mensagem de tolerância num mundo cada vez mais frio e egoísta, este é um museu obrigatório e necessário.
Este é um museu que glorifica um gesto que criou uma diáspora de pessoas que se espalharam pelo mundo, projetando assim também o nome de Portugal. Milhares de pessoas de todo o mundo visitarão o museu, por agradecimento, por ligação familiar e afetiva, por curiosidade, por devoção, por inspiração.
O processo para a criação do museu foi longo e difícil, desde que em 1988 se iniciou a reabilitação do ex-cônsul, através de um Projeto de Lei da autoria do deputado socialista Jaime Gama. A Casa do Passal, um solar imponente e senhorial onde no passado a numerosa família de Sousa Mendes viveu, esteve durante várias décadas em ruínas e com o destino incerto. Ver agora a sua recuperação impecável e de grande beleza arquitetónica é verdadeiramente a melhor homenagem que se pode fazer a Aristides de Sousa Mendes, ao significado do seu exemplo para o mundo, um justo entre as nações
transportou Chama Olímpica em Paris
A campeã olímpica portuguesa Rosa Mota dedicou aos portugueses o momento de ter transportado a Chama dos Jogos Olímpicos Paris2024, que percorreu as ruas da capital francesa.
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Rosa Mota
Rosa Mota, de 66 anos, que conquistou a medalha de ouro na maratona dos Jogos de Seul1988, participou pela terceira vez na cerimónia de transporte da Chama, a qual recebeu junto à Torre Eiffel, numa cerimónia presenciada por muitos emigrantes portugueses. “Este é um momento que nos diz muito. Aos atletas, a não-atletas, é a emoção de transportar a Chama Olímpica. De todos os símbolos olímpicos, a Chama é aquilo que mais me fascina, e poder partilhar com todos os portugueses essa Chama é algo que vai ser inesquecível para mim e para quem esteve aqui comigo”, afirmou a campeã olímpica, que dedicou ainda o momento a todos os portugueses:
Aproveito também para dedicar ao nosso querido país, num momento que é de união
A atleta olímpica portuguesa, medalha de ouro na maratona nos Jogos Olímpicos Seul 1988 e bronze em Los Angeles 1984, fez a travessia da ponte de Bir-Hakeim, com vista para a Torre Eiffel. Ao receber a Chama Olímpica de Paris 2024, Rosa Mota aproveitou para dedicar «ao nosso querido país» um momento que «é de união» e declarou ser «inesquecível para mim e para quem esteve aqui comigo».
Rosa Mota tinha já participado no percurso da Chama Olímpica dos Jogos de Atenas 2004 e Rio de Janeiro 2016.
Nascida a 29 de junho de 1958 no Porto, Rosa Mota é uma maratonista que fez história em Portugal e no mundo. Vencedora do bronze em 1984 nos jogos de Los Angeles, Rosa Mota conquistou o ouro em 1988 nos Jogos Olímpicos de Seul e em 1990, realizou um novo feito, conquistando pela terceira vez o título europeu (que já tinha ganho por duas vezes na década anterior)
FUTEBOL Vai começar
Futebol SAD
Cidade: Vila das Aves
Presidente: Rubens Parreira
Treinador: Vítor Campelos
Treinador: Cristiano Bacci AVS
BOAVISTA FUTEBOL CLUBE
Futebol, SAD
Cidade: Porto
Presidente: Vitor Murta
CASA PIA ATLÉTICO CLUBE
Futebol SDUQ, Lda
Cidade: Lisboa
Presidente: Vítor Franco
Treinador: João Pereira
ESTORIL PRAIA
Futebol, SAD
Cidade: Estoril
Presidente: Rui Paulo Costa
Treinador: Ian Cathro
FUTEBOL CLUBE DE AROUCA
Futebol, SDUQ, Lda
Cidade: Arouca
Presidente: Carlos Pinho
Treinador: Gonzalo García
FUTEBOL CLUBE DO PORTO
Futebol, SAD
Cidade: Porto
Presidente: André Villas-Boas
Treinador: Vítor Bruno
CLUBE DESPORTIVO NACIONAL
Futebol, SAD
Cidade: Funchal
Presidente: Rui Alves
Treinador: Tiago Margarido
CFEA
Club Football Estrela, SAD
Cidade: Amadora
Presidente: Paulo Lopo
Treinador: Filipe Martins
FUTEBOL CLUBE DE FAMALICÃO
Futebol, SAD
Cidade: Famalicão
Presidente: José Ferreira
Treinador: Armando Evangelista
GIL VICENTE FUTEBOL CLUBE
Futebol, SDUQ, Lda
Cidade: Barcelos
Presidente: Rui Silva
Treinador: Ainda por revelar
RIO AVE FUTEBOL CLUBE
Futebol, SAD
Cidade: Vila do Conde
Presidente: Alexandrina Cruz
Treinador: Luís Freire
SPORTING
CLUBE DE BRAGA
Futebol, SAD
Cidade: Braga
Presidente: António Salvador
Treinador: Daniel Sousa
SPORT LISBOA E BENFICA
Futebol, SAD
Cidade: Lisboa
Presidente: Rui Costa
Treinador: Roger Schmidt
VITÓRIA SPORT CLUBE
Futebol, SAD
Cidade: Guimarães
Presidente: António Cardoso
Treinador: Rui Borges
SANTA CLARA AÇORES
Futebol, SAD
Cidade: Ponta Delgada
Presidente: Ricardo Pacheco
Treinador: Vasco Matos
SPORTING CLUBE FARENSE
Algarve Futebol, SAD
Cidade: Faro
Presidente: João Rodrigues
Treinador: José Mota
SPORTING CLUBE DE PORTUGAL
Futebol, SAD
Cidade: Lisboa
Presidente: Frederico Varandas
Treinador: Rúben Amorim
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Advogado em França e Portugal
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Na precedente crónica expusemos o regime tributário relativo à tributação das mais-valias imobiliárias auferidas em Portugal pelas pessoas singulares não residentes no dito país. Tal regime também tinha vocação a aplicar-se às entidades societárias, quer civis quer comerciais, que não possuem estabelecimento estável em Portugal por força do artigo 56° do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC). Com efeito o n° 1 do artigo supracitado dispõe que “Os rendimentos não imputáveis a estabelecimento estável situado em território português, obtidos por sociedades e outras entidades não residentes, são determinados de acordo com as regras estabelecidas para as categorias correspondentes para efeitos de IRS”. Outrossim dito, as regras de apuramento das mais-valias das pessoas coletivas não residentes e sem estabelecimento estável em Portugal deveriam pautar-se pelas regras das pessoas singulares, como por exemplo a tributação limitada à 50% da mais-valia prevista pela alínea b) do n°2 do artigo 43° do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS). No entanto, tal interpretação não era pacífica e algumas repartições da administração tributária recusavam aplicar tal limitação à incidência tributável em matéria de pessoas coletivas.
O Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo n°8/2024 do 24 de janeiro 2024 vem uniformizar a jurisprudência exigindo que a tributação da matéria coletável das mais-valias realizadas na venda de imóvel localizado no país, por parte de sociedade não residente e sem estabelecimento estável em Portugal, incida sobre a sua totalidade, não sendo aplicável a redução de 50% prevista no artigo 43° do CIRS. Tal decisão foi mormente proferida no intuito de manter uma equidade entre as sociedades residente e não residentes e assim não criar uma discriminação injustificada. Contudo, o acórdão em apreço não extingue exaustivamente a questão da possível aplicação da alínea b) do n°2 do artigo 43 do CIRS às entidades coletivas. É de notar que o acórdão é relativo a uma sociedade de responsabilidade limitada não residente. Daí resulta que a questão da aplicação do dito artigo 43° do CIRS às sociedades transparentes não residentes e sem estabelecimento estável fica em aberto. Tais sociedades não são tributadas diretamente. São os sócios que estão sujeitos ao imposto na categoria e na quota parte de lucros que lhe compete. Por conseguinte, o sócio pessoa singular de uma sociedade transparente não residente deveria poder pretender à limitação da matéria coletável em sede de imposto sobre as mais-valias imobiliárias. Falta saber qual será a posição da administração tributária e do Supremo Tribunal Administrativo em tal situação fática. Qual quer que seja a resposta, uma sociedade não residente sem estabelecimento em Portugal deve acatar a sua obrigação declarativa em matéria de mais-valias imobiliárias. Podemos salientar o parecer técnico da Ordem dos contabilistas (PT27080 - julho de 2022) que relembra as obrigações tributárias de determinada empresa sediada na Europa que tem um imóvel em Portugal que pretende vender.
Os rendimentos obtidos por tais entidades são, normalmente, tributados à taxa de IRC de 25 por cento, seja por retenção na fonte segundo o n.º 4 do artigo 94.º do CIRC ou por autoliquidação em conformidade com o n.º 4 do artigo 87.º do CIRC. Caso se trate de rendimentos com mais-valias por transmissões onerosas de imóveis, a entidade é obrigada a entregar uma declaração de início de atividade, e a entregar a declaração de rendimentos modelo 22, o mais tardar até 30 dias após a data da transmissão, para proceder à respetiva autoliquidação de IRC, conforme está preceituado na alínea b) do n.º 5 do artigo 120.º do CIRC. A entidade deve ainda proceder à entrega do anexo E da IES até ao dia 15 de julho do ano seguinte ao período em que foi obtida a mais-valia, com o objetivo de determinar o apuramento desse rendimento. Ou seja, nesta situação, o sujeito passivo tem de submeter a declaração modelo 22 e o anexo E da IES. De notar que as menos-valias têm também de ser declaradas no anexo E da IES, porém, não havendo apuramento de matéria coletável não há lugar à submissão da declaração modelo 22. Por serem desconhecidas, as obrigações supra indicadas deveriam ser sistematicamente recordadas as entidades não residentes e sem estabelecimento estável em Portugal que adquirem um imóvel
O artesanato em Portugal
O artesanato português é das artes mais apreciadas em todo o mundo. Cada região tem o seu artesanato próprio e reflete a sua cultura.
O artesanato português sempre teve uma grande importância a nível nacional e até internacional. Trata-se de uma atividade que consiste na produção manual de objetos utilitários ou decorativos. Em Portugal, é muito diversificado de região para região, fazendo-se neste país tão pequeno coisas únicas e riquíssimas. O artesanato acaba por estar muito ligado à cultura popular, sendo no meio rural onde se concentram a maioria dos artesãos. São tradições que ainda se tentam manter e passar de geração em geração, apesar da atual difícil continuidade de algumas artes. Ainda assim, é um artesanato que está nas raízes das suas gentes e que, com muito orgulho, o tentam manter. Podemos destacar os bordados, as rendas, a tapeçaria, a tecelagem, a joalharia, a cestaria, a cerâmica pintada, entre muitas outras. Muitas destas artes são consideradas luxo em Portugal, com uma altíssima qualidade e uma experiência de quem as executa.
SER ARTESÃO
Todos gostamos de apreciar as belas criações que fazem os artesãos. Sabemos que é preciso arte e engenho, que nem todos possuem. E há artes para todos os gostos. Definimos, por natureza, que o artesão é a pessoa que faz de forma manual peças ou produtos ... pode ser cerâmica, olaria, carpintaria, tecido e muito mais. No fundo, é o trabalho com as mãos que define o ofício de artesão. Estes profissionais fazem peças de forma totalmente manual ou com a ajuda de ferramentas artesanais. Mas ... ser artesão profissional implica viver da atividade, vendendo as peças manufaturadas. Será fácil ser-se artesão em Portugal? Será uma profissão atrativa para jovens talentosos?
Foi na Feira de Artesanato da Maia, que se realiza há 26 anos, que o Ponto PT foi perceber melhor a realidade do artesanato em Portugal. A feira, no norte do país, é um espaço onde é possível ver, conhecer e promover o artesanato nacional. “Temos cerca de 120 stands, repartidos entre gastronomia e artesanato. Este é já um local de passagem obrigatório não só de muitos maiatos, mas também de muitas pessoas da região que nos visitam por esta altura”, explicou o vereador Paulo Ramalho, do Município da Maia. Da mesma opinião foi Lúcia Fernandes, que aproveitou o certame para expor as suas criações de bonecas de trapos: “estes certames servem para mostrar e divulgar o nosso trabalho e a nossa marca”.
Falamos de hobby ou profissão a tempo a inteiro? Ser artesão em Portugal é hoje uma profissão arriscada, dito pelos próprios. “Só é artesão quem não puder ser outra coisa. Neste momento, do artesanato dificilmente alguém vive, apenas sobrevivem. Isto vai-se aguentando com reformados, com quem tiver outra atividade paralela”, explicou Júlio Ferreira, mestre em ferro forjado. Divide o seu stand com a esposa, Maria Ferreira, especialista em bordados manuais em crivo. “Não aconselho nenhum jovem a ser só artesão. Ou é um artista muito bom ou então que esqueça porque não consegue sobreviver”, acrescentou Júlio.
Pode ser uma profissão pouco atrativa para jovens, mas ainda há quem arrisque seguir a paixão. “Nos últimos tempos tenho-me apercebido que muita gente está a procurar a costura. Há muitas pessoas à procura, ou porque estão cansadas de outras atividades e encontram na costura um espaço de relaxamento e de calma. É isso que a costura me transmite”, disse Lúcia Fernandes.
Lúcia Fernandes
O Ponto PT encontrou ainda quem seja artesão desde sempre. Trata-se de Jorge Pereira, artesão profissional há 40 anos e lida com os mais variados materiais. “Faço artesanato há 40 anos, sou artesão profissional, trabalho a tempo inteiro nisto. Não posso dizer que é fácil nem difícil, porque isto é uma escolha. Eu sou artesão porque decidi há 40 anos que queria ter um trabalho que me desse alguma possibilidade de ser criativo e que me desse alguma autossuficiência”, sublinhou, acrescentando ainda que “defino o meu artesanato como uma profissão que devia ter um estatuto e regulamento próprio. A carta de artesão já está criada, mas defendo que o artesão e, principalmente os que trabalham de forma individual, deviam ter estatuto de autoempregado”.
Jorge Pereira
Júlio Ferreira
Feira Artesanato da Maia
Foram várias as atividades e ofícios em exposição, com a ânsia de valorizar a sua arte. O Município da Maia tem-se colocado ao lado dos artesãos com o mesmo objetivo. “O objetivo é, essencialmente, promover o artesanato, mas também percebemos que para trazer mais público para o artesanato precisamos de ir buscar a gastronomia e a música. Estes dois complementos ajudam os artesãos a fazer negócio e a mostrar a sua arte. Temos obrigação de fazer isso. Os municípios têm feito muito bom trabalho nessa área”, acrescentou o vereador. Ainda durante a visita do Ponto PT, um encontro com Luís Pedro Martins, presidente do Turismo Porto e Norte, que nos explicou as mais-valias de certames como a Feira de Artesanato da Maia. “O artesanato move o turismo, seja nacional ou internacional. Os nacionais gostam bastante deste tipo de atividades, porque lhes faz um apelo às memórias, mas é sempre um momento de reencontro de amigos e compras de alguns produtos que só se conseguem encontrar nestas feiras. Os internacionais porque encontram aqui aquilo que procuram em Portugal, que é autenticidade e genuinidade. Estas feiras conseguem ser uma excelente montra daquele que é o Portugal mais genuíno”.
O artesanato pressupõe a combinação entre a tradição e o contemporâneo, a transmissão de conhecimentos entre gerações, mas, também, uma importância económica para o país
Maia vibrou aos ritmos de outros continentes no
Moreira Folkfest
Ouvem-se ritmos de vários continentes, vêm-se roupas coloridas, melodias distintas e passos de dança capazes de hipnotizar qualquer um que esteja a assistir. Assim foi a 16ª edição do Moreira Folkfest, que encheu a Praça do Município, na Maia, com centenas de pessoas que riram e sorriram, cantaram, dançaram e saíram encantadas do festival, que juntou Portugal, Brasil, Colômbia, México, Polónia e Roménia no mesmo palco, dando início à Gala Lidador. Juntou-se, ainda, Taiwan, que completou o grupo.
Apesar de o festival já estar na 16ª edição, este foi um ano inédito. A organização, que coube ao Grupo Regional de Moreira da Maia, decidiu apostar num evento que durou uma semana inteira quando, em anos anteriores, a festa era feita em apenas um dia.
Os sete grupos que foram as estrelas do Moreira Folkfest estiveram hospedados na cidade da Maia durante mais de uma semana, em que do convívio saíram muitas amizades, várias parcerias, um grande acréscimo de conhecimento e, acima de tudo, muita felicidade.
O Grupo Regional de Moreira da Maia foi o anfitrião e representou Portugal, partilhando tradição, cultura e muita dança e cantoria com o Grupo Folclórico “Vaiangá”, do Brasil, com o Raices Danzas Folcloricas, da Colômbia, com o Ballet Folklorico Del Potosí, do México, com os membros do Swierczkowiacy Song and Dance Ensemble, da Polónia, com o grupo romeno Ansamblul Somesana e, ainda com o Joy Dance, Culture and Art Group, de Taiwan.
Grupo Regional de Moreira da Maia faz 90 anos e celebra com “um festival da paz”
Lucília Santos é a presidente do Grupo Regional Moreira da Maia e define todo o Moreira Folkfest como um “festival da paz, da amizade e da alegria”. É um festival de todos os povos, que querem e merecem fraternizar na cidade da Maia, “que é tão bonita e também merece recebê-los”.
Referindo-se aos preparativos da semana que levou a Maia a estar em festa, a presidente refere que o Moreira Folkfest já se realiza há 16 anos, mas que este ano o grupo decidiu que tinha de “realizar um festival nosso, na Maia, durante oito dias” e, mesmo com “muito sacrifício”, foi possível concretizar este sonho e “um festival que tanto ansiamos ao longo dos 90 anos de história em que o Grupo Regional de Moreira da Maia existe”. “Neste momento, gostaria imenso de chegar aos 100 anos do grupo”, comenta, entre risos a presidente Lucília Santos. Conta que também já estão a trabalhar no festival de 2025 e que não param de chegar convites para levar o Grupo Regional de Moreira da Maia ao estrangeiro, mas também muitos são os países e grupos que se mostram interessados em participar no próximo festival em terras maiatas. No entanto, neste momento, a prioridade do grupo é “trazer à Maia” mais e mais pessoas e povos.
O presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago mostrou-se extremamente “orgulhoso” pelo facto de “na Maia existirem pessoas com tanta capacidade de fazer eventos culturais com este nível” e refere que muitas pessoas lhe deram “os parabéns” pelo grande evento. No entanto, o autarca sublinha que não fez “quase nada” e que a ele, apenas lhe coube dar algum “apoio financeiro” ao grupo. Assim, refere que quem merece ser parabenizado é o Grupo Regional de Moreira da Maia, que deu tudo de si para proporcionar a todos uma experiência incrível.
Os 90 anos de história refletem-se em cultura e tradição popular
Estes 90 anos de história com que já conta o Grupo Regional de Moreira da Maia já levou os membros “a muitos lugares” e, principalmente a “aprender o que os nossos antepassados nos deixaram”, conta a presidente. As danças, os cantares, os trajes e, até a maneira de viver e de cozinhar são um legado que nunca deixarão para trás. Os vários eventos que o grupo realiza, como a desfolhada, o festival da primavera e, até o cantar dos reis são legados que os membros insistem em manter.
A presidente Lucília Santos não deixou de agradecer principalmente “aos jovens” que ajudaram em toda a realização do festival e que puseram “mãos à obra”, agarrando esta iniciativa como se deles fosse. “Penso que estamos todos de parabéns e merecemos este festival incrível”, termina Lucília Santos.
“Estar aqui é como estar em casa”
Apesar da diferença cultural, a verdade é que todos os grupos presentes têm algo em comum: o amor pelo folclore regional. Portugal mostra os trajes tradicionais das lavradeiras e lavradores da Maia e, através das músicas que fazem referência a eventos importantes na cultura da cidade, mostram a essência e a alegria que o folclore português transmite e onde é afirmado que “mesmo com pouco” a música e a dança alegram a vida de qualquer um.
O grupo brasileiro não deixou ninguém indiferente com as cores vibrantes que trazia vestido. Um dos membros, Bruno Jorge, não deixou de dizer que “estar aqui é como estar em casa” e que todos os grupos têm sentido “um grande calor por parte de Portugal”. A animação, a folia e a felicidade não escaparam durante o Moreira Folkfest.
O ballet mexicano contagiou todos os presentes. Ao som dos mariachis, que dançaram com chapéus tradicionais e com a companhia das parceiras de dança, trajadas a rigor com vestidos coloridos, o grupo deu um “espetáculo e tanto” e pôs todos a dançar.
A Colômbia trouxe meninas com saias esvoaçantes e bailarinos com o ritmo na ponta do pé. Com trajes típicos passavam de uma música calma para uma mexida de um segundo para o outro e, outra coisa notória, foi o grande sorriso no rosto de cada membro.
O grupo da Roménia apresentou-se com roupas vibrantes e danças extremamente ritmadas, onde homens e mulheres fundiam os passos de dança numa simbiose tão perfeita que não era possível ver “nem um cabelo” fora do sítio.
Por fim, os polacos dançaram num estilo mais romântico, onde a dança era feita em pares. As senhoras, trajadas a rigor não deixavam escapar a beleza natural e os homens possuíam um charme e uma graça em que era impossível não reparar.
Moreira Folkfest termina numa simbiose de culturas
Um dos momentos mais bonitos deste grande festival é quando todas as culturas se unem numa só e mostram que, realmente, todos os países conseguem “falar” a língua da música e da dança. Durante a semana cada país ensinou aos outros um pouco da sua cultura e, no final, todos os membros saíram mais ricos e “levaram para casa” um pouco de cada cultura com quem se cruzaram.
Onde é que já se imaginou ver o tradicional rancho português ser dançado por um mariachi, por uma senhora romena trajada a rigor, ou até com as roupas estampadas e coloridas do grupo brasileiro? Pode não acontecer todos os dias, mas durante o Moreira Folkfest a fusão de culturas não se deixa indiferente.
O desejo de todos é que, para o ano, o festival volte, ainda com mais força e que nunca morra a vontade e o desejo de exaltar a cultura tradicional, seja esta de que país for
SONHAVA SER CANTOR E RIAM DE MIM
Já tem mais anos de Portugal do que do Brasil. Marcus é hoje um nome reconhecido no panorama musical nacional. Nasceu em 1968, em Cornélio Procópio, uma pequena cidade do estado do Paraná, sul do Brasil. Cedo se apaixonou pela música e, com 20 anos, decidiu atravessar o oceano à procura da conquista do seu sonho: ser cantor. Aquilo que seria uma viagem de três meses converteu-se numa vida e carreira construída em Portugal.
Quem é o Marcus António Machado?
É complicado falar de mim, é muita coisa, já são muitos anos. Estou a brincar, não é nada complicado. Estou em Portugal, para quem não me conhece, desde 1988, e comecei em Lisboa. A minha intenção, quando cheguei a Portugal, não era ficar aqui a minha vida toda, era fazer um tour. Tinha 20 anos de idade, era aventureiro. Então a minha ideia era pegar na viola e sair por Portugal, Espanha, França, tocar na rua, ganhar uns trocos e passado três meses voltar para o Brasil. Mas deu tudo ao contrário.
Passado dois dias de ter chegado, uma senhora em Lisboa conheceu-me na rua e convidou-me para tocar no bar dela, em Cascais. Alugou lá um apartamento, era um estúdio e ali fui cantando todos os dias. Foi ali que tudo começou. Depois, passado um mês de estar nesse bar, apareceu lá um cantor de música angolana, que era muito conhecido naquela época, o Raul Indipwo, do Duo Ouro Negro, e levou-me para a televisão porque gostou do meu trabalho. Na altura eu tocava viola, cantava já alguns temas originais, ele achou interessante e eu fui ao programa do Victor Espadinha, que havia na altura. Isto foi ainda em 1988. A partir daí, a partir desse programa, nunca mais parei, porque depois o telefone começou a tocar, eu comecei a expandir mais e comecei a tocar todos os dias. Tocava cada dia num bar diferente e a minha carreira começou a crescer cada vez mais. Um dia eu vim ao Porto, porque tive um contrato para fazer, com um mês de espetáculos, mas estou nesta cidade até hoje. Nunca mais saí do Porto. Foi amor à primeira vista. Senti uma grande sintonia. Em Lisboa as pessoas gostavam do meu trabalho também, mas era um público mais educado, mais disciplinado e eu tinha de ter cuidado com o que tocava. Havia lugares em que eles não gostavam que eu cantasse música brasileira. Contratavam, mas queriam que eu cantasse músicas espanholas, músicas em inglês. E eu cantava, tinha era que trabalhar, mas no Brasil estamos habituados a fazer de tudo. Eu vim cantar no Porto e foi logo uma loucura.
Na altura estava na moda os Gipsy Kings, as lambadas, eu cantava isso tudo e foi festa logo na primeira noite. Passado uma semana, o dono do bar Duque da Ribeira, o senhor Manuel Cardoso, quis fechar um contrato comigo para eu tocar o ano todo, todos os dias, e ao domingo tinha matinê – tarde e noite. Eu com 22 aninhos aqui no Porto ... foi a loucura. As pessoas aqui foram mais acolhedoras. Não é que em Lisboa tenha sido mau, mas aqui levavam-me para todos os sítios, ia almoçar na casa de pessoas, ia à aldeia. Como estava sozinho, na altura, foi uma maravilha. Estou aqui até hoje e amo cada vez mais este lugar.
A verdade é que se passaram 36 anos desde que chegou a Portugal ...
São 36 anos de Portugal, e vinha só para três meses. Foi algo que aconteceu, não somos donos do nosso destino. E na minha vida aconteceu muita coisa engraçada, que não foi planeada. Por vezes aquelas coisas que queremos planear, não sai como queremos. Nós só temos de jogar a semente, ir regando e alguma coisa vai surgir. Nunca podemos é deixar de trabalhar. Isso nunca. Mas o que vai acontecer ... Deus é que sabe. Eu falo isso porque a vida para mim foi assim, e deve ser para muita gente também. Todas as minhas músicas que tiveram sucesso, eu nunca imaginei que elas iam fazer, e aquelas que eu pensava que iam fazer sucesso, que investi forte, não aconteceu.
O ‘Bara Bara’, música que eu nunca pensava que ia ser sucesso, explodiu. A ‘boa noite para quem é de boa noite’, foi a primeira de tudo. Gravei essa música sem acreditar e a música foi um sucesso. E eu sou muito grato por tudo, pelos portugueses que são fantásticos e me acolheram sempre. Continuam-me a apoiar nas festas. Todas as comunidades que eu vou é sempre aquela alegria e eu gosto disso. Gosto de chegar e estar no meio das pessoas e conviver. Eu sou uma pessoa muito simples, não gosto de ficar escondido no camarim. Gosto de chegar, fazer barulho, estar no meio das pessoas que assam frangos, vou à cozinha, dar
beijinhos nas senhoras. Isso é conviver, isso é viver de verdade. Respeito quem fica no seu canto, mas eu não sou assim. Eu gosto de estar no meio das pessoas. Sempre que posso gosto de ir para a aldeia, estar no meio do mato, de pé no chão, na natureza e isso ajuda-me muito.
Como nasceu a paixão pela música?
A música vem naturalmente. Eu não tinha ninguém na família que fosse músico. A minha família era toda de agricultores. Os meus avós tinham uma pequena quinta no interior. O meu avô era português, casado com uma brasileira. Onde eu morava nem luz elétrica tínhamos. Então nós só ouvíamos a rádio no fim de semana. Colocava lá as pilhas para só no final de semana nós ouvirmos a rádio. Mas, ao mesmo tempo, tinha muitos bailes, muitas festas, aquelas coisas populares ali em volta. E isso sempre me cativou muito. O Brasil é muito rico em música, o pessoal adora música. E a minha paixão veio daí. Desde sempre eu cantava. Até na agricultura eu estava sempre a cantar. Eu dizia que ia sair da aldeia e ia cantar, e eles riam de mim, era até engraçado. Depois chegou uma época em que eu parei de falar que ia ser cantor ou que ia sair de lá, porque o pessoal ria muito de mim. Guardava esse sonho só para mim. E quanto mais uma pessoa me dizia que não, quanto mais desafio, mais eu gosto. O difícil é que é bom. É o desafio que me estimula. Eu tenho de ultrapassar aquele objetivo, e trabalhava para ultrapassar.
Eu lembro quando eu comecei a aprender a tocar viola, eu era um chato. Atualmente é fácil aprender, está tudo na internet. Na minha época não era assim, não tinha internet, não tinha nada. Então quando tinha alguém que tocava um bocadinho bem, tentávamos aprender com eles. A gente ia treinando em casa e fazia à nossa maneira. Mas eu lembro-me que quando via aqueles músicos tocando bem já num palco ali eu falava: eu quero aprender, quero tocar igual àquela pessoa.
Na minha cidade tinha um rapaz que tocava muito e dançava. Eu falei: eu vou aprender a tocar que nem ele. E foi. A gente tem de se espelhar em certas pessoas e correr atrás e não desistir. Eu lembro que eu ficava horas em cima da viola, o meu tempo livre era praticar viola. Era treino, treino, treino, porque tudo o que a gente quer na nossa vida, seja na música, seja o que for, é treino. É ficar em cima daquilo e dedicar-se para valer. Tudo é treino, depois o nosso cérebro vai lá e aprende, ficando automático. Depois fazemos aquilo com o pé nas costas.
Foi sentindo o apoio da família neste processo?
A minha família nunca me apoiou muito, porque queriam que eu estudasse como toda a gente. Quando eu desisti dos estudo para me dedicar à música, a minha mãe ficou muito chateada, ficou sem falar comigo. Mas eu entendo o medo dela. A música tem esse lado bonito que é a arte, mas também é um caminho perigoso. Tem muita droga no meio, tem muita coisa estranha. É um mundo estranho. Eu agora entendo o medo dela, só que graças a Deus eu nunca me contaminei com isso, porque eu sempre fui focado no meu objetivo. Todo mundo pensa que eu sou muito doido. Mas eu respeito muito o meu público. Se eu estou aqui hoje, com 56 anos de idade, é porque eu me cuido. Cuido da minha saúde física e mental, que é o principal. Devemos estar bem connosco mesmo, estar centrados, ter uma certa espiritualidade, estar em contato com a natureza, com tudo. Temos de estar no foco, porque se não acabamos com a nossa vida e acabamos com a vida das pessoas que estão à nossa volta: família, filhos, mulher, tudo.
Então temos de estar centrados no nosso objetivo. Não interessa o que os outros fazem. O que eu sei é o que eu quero para mim. E a maior parte das pessoas vivem focando em certas coisas negativas, mas devem é seguir exemplos positivos. Eu sempre fui focado, e o berço familiar é muito importante. Sou de uma família muito humilde, de agricultores. As pessoas na aldeia têm outra menta-
lidade, havia o respeito por todos, pelo ser humano, pela natureza, por tudo. E eu sempre fui criado assim. Eu agradeço tanto ter nascido naquela família. Uma família simples, mas com uma riqueza de valores incrível. Para mim, isso é que é a verdadeira riqueza, porque atualmente já não se ensina. Atualmente os pais colocam os filhos na escola e os professores é que têm de educar os filhos. A educação tem de vir de casa, o pai e a mãe têm de ser exemplo. Nessa época eu tinha um chinelo, eu andava descalço, o meu sapato era um chinelo havaiana. Eu sabia de cor as roupas que tinha, e todo mundo era feliz, muito feliz.
Essa base foi muito importante para todo o percurso?
Não só como profissional, mas como pessoa. Porque se você não for uma pessoa equilibrada, você não vai ser um bom profissional, seja na música, seja no que for. É a minha maneira de ser e pensar.
Depois da carreira que construiu, o medo da mãe passou a orgulho?
Sim, é claro que sim. Eu entendi perfeitamente o medo dela. Mas eu quis mostrar o contrário. Só depois de vir para Portugal é que comecei a ajudar a minha família, todos os meses mandava 100 dólares para eles. Eu tinha três irmãos pequenos. Era uma época de muita crise no Brasil. O meu pai tinha tido um acidente e não podia trabalhar. Então eu ajudei muito a minha família. Dois anos depois de cá estar já tinha a minha vida bem estruturada e organizada e consegui trazer cá a minha mãe. Mandava o bilhete e todos os anos ela vinha. Ela começou a ver o carinho que as pessoas tinham comigo aqui a adorou Portugal. Quem é que não gosta? Viu a vida que eu levava aqui e aí sim sentiu muito orgulho. E eu me orgulho deles porque fizeram muito sacrifício para me dar tudo o que eu precisava. Eu lembro-me quando pedi uma viola à minha mãe. Eu tinha 12 anos de idade quando quis aprender a tocar. Foi difícil arranjar aquele dinheiro para comprar a viola, e mesmo assim
foi da pior que havia, a mais foleira que existia. Quando eu cheguei com a viola em casa, ela disse: atenção, viu o sacrifício que eu fiz para comprar essa viola?
Se não aprenderes a tocar essa viola, eu rebento-a na tua cabeça (risos).
Graças a Deus deu tudo certo e nunca podemos ter medo de nada. É o conselho que eu dou para todo mundo: o medo atrapalha a nossa vida, seja no que for. Eu tenho de dar testemunho... se as pessoas têm um sonho, devem correr atrás dele, porque se não viverem esse sonho, vão estar a jogar a sua vida no lixo. A maior parte das pessoas são infelizes porque estão num emprego que não gostam, às vezes num relacionamento que não gostam, só porque aquilo é confortável, entre aspas. Mas a vida não é isso. Temos de ser felizes, e depois tudo acontece.
Eu quando dizia que ia cantar, duvidavam de mim. Se olharmos para o lado negativo que todo mundo diz, nunca se faz nada, temos de ver o lado positivo das coisas e, a partir da certeza daquilo que quer, lute. Vemos tantos portugueses, pessoas que saíram daqui e que estão lá fora, que trabalharam duro, são grandes empresários, são grandes pessoas. Eu conheço muitos, que estão em Paris, que estão na Suíça, que estão na América. Quantos portugueses que eu conheço que são vencedores e saem daqui com nada, com pouco, mas tiveram o objetivo de lutar. Eu tenho muitos exemplos e tenho tanto orgulho dessas pessoas. Mas também conheço o contrário. Eu conheço pessoas que nascem em berço de ouro, que os pais deixaram fortuna, não fizeram nada e perderam tudo. É assim ... quando trabalhamos, quando queremos, quando temos força e lutamos, tudo está bom, tudo floresce. E mesmo quando uma coisa dá mal, temos capacidade de dar a volta por cima.
O Marcus veio atrás do sonho de ser cantor. Mas que cantor é que queria ser?
Eu sempre gostei de música e gosto de todo o tipo de música. Eu canto um pouco de quase todo o tipo de música. As pessoas é que não têm ideia disso. Nós, no Brasil, quando começamos a cantar nos bares, temos de cantar todos os estilos, de tudo um pouco, porque temos de tentar agradar todo mundo. Uma das coisas que me ensinaram, quando eu comecei a cantar, é que tinha de cantar as músicas atuais, aquelas que estão na rádio, as que estão na cabeça das pessoas, mas também as antigas, aquelas da época dos avós. Quando tocamos uma música dessas, as pessoas voltam no tempo. São músicas que as pessoas já não escutam na rádio, não escutam em lado nenhum. E se conseguirmos reviver isso, vamos conseguir mexer no coração dessas pessoas. E é isso que eu tenho feito. Tenho tentado fazer de tudo um pouco. E tem dado certo.
Mas se tivesse de se definir como artista, o que diria?
Talvez um pop, porque eu vou a todas. Eu posso cantar músicas em inglês, uma ciganada, música brasileira, em vários estilos. Eu canto, vou nessa praia toda.
Eu acho que aqui, em Portugal, habituei as pessoas mais numa linguagem. Mas se as pessoas entrarem no meu Spotify, percebem que os meus discos têm várias sonoridades. Este ano eu lancei três discos diferentes. Eu lancei um pela País Real, que é aquela coisa mais comercial, que as pessoas gostam de ouvir para dançar. Depois lancei um disco romântico, aquelas que eu gosto, músicas eu já tinha feito há muito tempo. E agora, com as plataformas, posso lançar à vontade. E lancei um disco espiritual. Um disco assim, mais espiritual tipo gospel. É uma forma também de eu agradecer a Deus tudo o que eu tenho recebido esses anos todos. Essas músicas eu não contava fazer. Vinham ideias e escrevia, quando dei por isso já tinha um disco. É importante para mim e sei que vai atingir o coração das pessoas. Não são músicas
para fazer sucesso, não são músicas para ganhar dinheiro. O disco chama-se ‘Eu Sou Feliz’, também está no Spotfy, e são músicas que vão fazer bem.
Já tem 39 anos de carreira, cerca de 20 trabalhos editados... Como se sente cada vez que regressa ao Brasil, já com uma carreira consagrada?
Muito feliz, e por isso eu agradeço todos os dias. Eu nas minhas orações nunca peço nada, eu só agradeço. Eu só digo sempre obrigado, e é por isso que eu recebo tanto.
Qual é aquela música que nunca pode faltar num concerto do Marcus?
A ‘mulher solteira’, o ‘bara bara’, ‘chora me liga’, agora tem a ‘mulher portuguesa’ a fazer muito sucesso. Fizemos esse ano, está a correr muito bem. Tem muitas, tem muitas.
Tem muitos espetáculos pelas comunidades portuguesas. Que tipo de público é?
Vou a muitas comunidades. Esse ano já fui umas dez vezes ao estrangeiro. É um público acolhedor, que tem muita saudade da terra e que valoriza muito a sua cultura. Se calhar valorizam mais do quem está cá.
Vamos àqueles festivais, de rancho folclórico, e é maravilhoso. As pessoas vão de longe, aquela comunidade convive e eu gosto disso. Estamos ali, almoçamos com eles, jantamos com eles, vamos para a festa, reúne-se toda a gente. Isso é maravilhoso.
Valorizam a cultura e, às vezes, no próprio país as pessoas não dão valor. O português jovem da grande cidade não liga nenhuma à cultura, não está nem aí para o rancho folclórico. Para ele é vergonha e não devia ser. Dizem que é pimba e não presta.
Não tenho nada contra a música estrangeira, mas não podemos esquecer as raízes. Podemos gostar de música
internacional, mas devemos gostar da nossa cultura, de ver o Tony Carreira também, o José Malhoa, o Quim Barreiros, o Pedro Abrunhosa, tudo. Vamos viver a diversidade. O brasileiro tem amor à cultura no Brasil. Gostamos de todo o tipo de música, seja ela brega, seja ela foleira, seja ela boa. E nós temos música que é do melhor que há, que é a Bossa Nova, temos aqueles cantores que são venerados no mundo inteiro, mas também tem aquela coisa mais simples que é o sertanejo e lá o pessoal curte na boa. É gostoso para se divertir e soltar a franga (risos).
Em setembro volta à comunidade portuguesa em Paris, certo?
Vou atuar num festival, em Pierrelaye, onde vão estar muitos cantores portugueses. Será dia 15 de setembro. É um baile de final das férias, será o retorno das férias para matar saudades da festança, vai ser para entrar em Paris com energia.
Que sonhos e objetivos ainda gostava de conseguir alcançar?
Eu agora só quero viver a vida, porque essa coisa de sucesso, tudo o que eu pensava quando tinha 20 anos, eu consegui. Eu quero viver a vida fazendo o meu trabalho, cantar.
Se for cantar ali na aldeia é na aldeia, se vou cantar no lugar top, eu vou. Se for numa casinha, ou num casamento, eu vou. Mas quero trabalhar cada vez menos e viver cada vez mais. Quero viajar, aproveitar Portugal e ir para a aldeia sempre que posso. O meu sonho agora é ter um lugarzinho na aldeia, uma casinha para sentir a natureza. Em qualquer lugar no Norte, eu estou bem. No verão, as festas é tudo por aqui, então não precisamos ir para muito longe. Eu gosto muito do que é verde, das serras, das montanhas, dos rios, adoro a natureza. Gosto de plantar, de ver as plantas, as frutas, as flores ... e gosto de viajar.
Eu tenho uma filha que tem 28 anos, já tem a vida dela. Por isso, agora é viver a vida o melhor possível e passar minha a experiência para os outros, para quem está a começar. Para quem tem alguns medos, eu digo: não tenha medo, porque se Deus te deu o talento é porque você tem capacidade ... então vá, não tenha medo. Medo é uma coisa que atrapalha demais a nossa vida. Medo é uma coisa que as pessoas têm que deixar.
Quer deixar uma mensagem final para o seu público?
Meus amigos, eu só tenho de agradecer a vocês, pois são incríveis. Então eu desejo tudo de bom. A gente vai-se encontrando por aí e sempre quando a gente se encontra, é muita festa, muita alegria, muito sorriso, muita diversão e saímos com a alma leve. Um grande beijo para todos vocês. Que Deus abençoe todas as famílias
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POSTAL DA DIÁSPORA III
QUANDO SE PERTENCE A LUGAR NENHUM...
Os meus pais criaram-me com uma cultura dentro e outra fora de casa. Apesar de estar em Portugal há quase cinco anos, a minha mãe só́ cozinha comida peruana. No Peru há mais de dois mil tipos de batatas e não se pode errar na escolha porque senão estraga-se a receita toda...
No Brasil nunca me senti diferente na escola. Mas, em criança e até à adolescência, não contava aos colegas de onde vinha. Eles faziam piadas com o nome da terra, por ser a mesma de um perú, e isso incomodava-me. As crises de identidade de uma criança criada em duas culturas podem influenciar até a maneira como vemos os próprios familiares.
Deixámos ambos os países para procurar novas oportunidades e experimentar outra cultura. Aos 18 anos, uma vantagem para mim foi o facto de comunicar em português e dominar o espanhol.
Quem mora na América do Sul e nunca saiu de lá, vê a Europa como um lugar inalcançável, de pessoas com muito dinheiro e classe. Mas, apesar do poder de compra ser maior em Portugal, a vida também é difícil aqui. O que imaginamos, ou vemos pela televisão, nem sempre existe e nem tudo é sobre luxos ou materialismos.
Apesar da minha timidez, aqui sempre procurei mostrar o meu lado mais caloroso. Quando se está conectada com muitas culturas, temos a mente aberta para novos hábitos e costumes»
Por Camila Rupay
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EVENTOS
França
Jogos Paralímpicos
28 de agosto a 8 de setembro
Paris
Portugal
Feira de São Mateus
1 de agosto a 8 de setembro
Viseu
Feira de São Bartolomeu
9 a 18 de agosto
Trancoso
Vodafone Paredes de Coura
14 a 17 de agosto
Paredes de Coura
Festas Santa Comba Dão
14 a 18 de agosto
Santa Comba Dão
Romaria Sra. da Agonia
14 a 22 de agosto
Viana do Castelo
Festival da Saudade
15 e 16 de agosto
Fátima
Festas de São Bernardo
16 a 20 de agosto
Sátão
Festival de Vilar de Mouros
21 a 24 de agosto
Vilar de Mouros
Senhora dos Remédios
22 de agosto a 9 de setembro
Lamego
Festa da Broa
23 de agosto a 1 de setembro
Avintes
Festival do Crato
28 a 31 de agosto
Crato
Festa das Vindimas
29 de agosto a 3 de setembro
Palmela
Festa Pombalina
30 de agosto a 1 de setembro
São João da Pesqueira
Nós temos sido escolhidos por familias que têm morado cá durante gerações, pessoas como você que têm vindo a conhecer e a confiar em nós ao longo dos últimos 40 anos.
As nossas raízes continuam aqui na comunidade e nós continuaremos a ser
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