Cultura Viva, Políticas Públicas e Cultura de Paz

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criada, o artista, mas no homem em sua plenitude. Para isso, é necessário virar o mundo de cabeça para baixo. Inverter a proposição de que ser é ter. Buscar o lúdico no cotidiano. Olhar o mundo com espanto. O espanto de estar vivo, tão misterioso quanto o não-ser. Seguindo esta linha de reflexão podemos imaginar uma concepção de cultura da paz através da arte tendo, como ação, um processo educativo que pode ser abordado sob vários ângulos, um deles – que nos interessa particularmente neste texto – é aprender a conviver. O que significa o reconhecimento da diversidade e o respeito aos valores do pluralismo. A escola e os diversos espaços educativos precisam criar condições para reconhecer e dialogar com as diferenças. Entendemos como cultura de paz a consciência permanente de valores da não violência. O que não significa eliminar os conflitos, mas tentar resolvê-los através da não violência, o que contraria os paradigmas que dão sustentação ao atual modelo civilizatório. Ninguém melhor do que Mahatma Gandhi para exprimir o sentido da cultura da paz, que não significa passividade nem renúncia à luta contra o mal. Recusando o preceito do “olho por olho, dente por dente”, ele inverte este processo, que eterniza a violência, por uma atitude exemplar de não violência. Uma outra forma de luta, mais ativa na busca da paz, e mais difícil de conceber em uma sociedade que cultua a violência e a vê como uma forma de dirimir conflitos pela lei do mais forte. Cultura Viva, Políticas Públicas e Cultura de Paz

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