Mídias e Mediações Culturais

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RELIGIOSIDADE, CULTURA E IDENTIDADE NA FESTIVIDADE DE SÃO BRÁS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO JACAREQUARA Antonio Edson Farias (SEDUC-UFPA)

Introdução O século XXI traz-nos, como todo início de época, e, neste caso, as perspectivas se ampliam por entrarmos, também, no terceiro milênio, novos olhares e percepções acerca dos saberes e representações culturais da humanidade. Para nosso contento e para as nossas inquietações as primeiras décadas trouxeram um perspicaz e produtivo olhar sobre a região amazônica e, neste caso, sobre a escravidão negra e seus desdobramentos, como, por exemplo, as comunidades quilombolas e suas representações culturais. Muitos autores têm contribuído para o conhecimento ou esclarecimento destas questões que vão desde os trabalhos do prof. Vicente Salles: O Negro na Formação da Sociedade Paraense, O Negro no Pará: sob o regime da escravidão, perpassando pela obra de José Maia Bezerra Neto: Escravidão Negra no Grão-Pará – sécs. XVII-XIX, ambos pela Paka-Tatu, bebendo nas fontes da religiosidade apresentadas por Raymundo Heraldo Maués, dentre outros. Estas pesquisas tem contribuído grandemente para o conhecer e o entender acerca da escravidão na Amazônia e suas resistências, principalmente através das pesquisas de comunidades quilombolas com suas múltiplas especificidades. Alessandra Schmitt, Mª Cecília M. Turatti e Mª Celina P. de Carvalho em seu artigo sobre A atualização do conceito de quilombo: identidade e território nas definições teóricas dão-nos uma contribuição ao discutirem a atualização do conceito de quilombo, perpassando pelo Art. 68 das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988, que traz o seguinte: “Aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas ter-

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