A Construção do Argumento

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A construção do argumento

uma ideia sobre essa experiência, convidamos ao leitor a ler esse material da maneira como pedimos aos nossos alunos. Antes de analisar nossa discussão, convém observar como as duas coisas são diferentes e semelhantes, tanto na discussão quanto nas conclusões a que chegam. As conclusões podem então ser usadas para interrogar nossas próprias conclusões sobre os dois argumentos.

Discussão de Leo e Fish parte I: perspectiva teórica

Texto 01 O relativismo cultural deixa algumas pessoas cegas para o mal (John Leo, Universal Press Syndicate, 15/10/2001) O governo episcopal da Igreja Episcopal emitiu uma declaração vergonhosa sobre os ataques terroristas. Depois de estimular os crentes à reconciliação (isto é, a dizer não à guerra), os bispos disseram: “A afluência de nações como a nossa contrasta com outras partes do mundo arruinadas pela esmagadora pobreza que causa a morte de 6.000 crianças durante uma manhã”. O número 6.000 e a referência a uma única manhã, é claro, evocam o dia 11 de setembro em um espírito de equivalência moral. De forma clara, os bispos parecem pensar que os americanos não estão em posição de queixar-se do massacre de Manhattan, já que 6.000 crianças em todo o mundo podem morrer em um único dia. Os bons bispos aparentemente estão dispostos a tolerar 6 mil assassinatos em Nova York2, porque o Ocidente não conseguiu eliminar a pobreza mundial e talvez devesse ser culpado por causá-la. Mas o ataque terrorista não tem nada a ver com a fome ou a doença no mundo. E a declaração dos bispos é um enga-

2. O número de vítimas dos atentados de 11 de setembro não havia ainda sido fixado em 3.000, quando Leo escreveu este texto. 24


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