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Li, Gostei e Recomendo! | Por Patrícia Fonseca Fanaya*

Redes

sociais digitais A cognição conectiva do Twitter

Lucia Santaella é uma das mais influentes pesquisadoras brasileiras nas áreas de comunicação e semiótica. Autora de aproximadamente quarenta livros em português e incontáveis artigos publicados em periódicos de grande prestígio no Brasil e no exterior, é dona de grande capacidade intelectual e de um repertório sofisticado como poucos. Renata Lemos é especialista em cultura digital, com formação transdisciplinar em arte, ciência e tecnologia. Desse encontro nasceu Redes sociais digitais — A cognição conectiva do Twitter (2010), publicado pela PAULUS.

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ode se enganar quem, numa apressada olhadela, pensar que Redes sociais digitais — A cognição conectiva do Twitter é um livro apenas sobre o Twitter. Definitivamente, não: o microblog apresenta-se apenas, segundo os dizeres das autoras na introdução, como “um mirante privilegiado para pensar as questões teóricas, críticas e práticas que as redes digitais estão trazendo”. A obra é exatamente isto: um panorama teórico e crítico cuidadoso do recente fenômeno das redes sociais na Internet e suas complexas características, implicações e efeitos práticos, os quais têm despertado o interesse de áreas tão diversas — e que há muito caminham separadas na academia — como a das ciências, da tecnologia, da comunicação e da arte, para citar apenas algumas. Quem não está habituado, ou mesmo não aprecia o linguajar próprio e cheio de particularidades da academia, não precisa se preocupar: o texto é fluido e acessível a todos aqueles que se interessarem pelo assunto. 32 Páginas Abertas

No primeiro capítulo, denominado “Redes e Sistemas”, as autoras apresentam ao leitor, de forma sucinta e a título de contextualização, a teoria das redes no contexto dos agenciamentos e complexidade social, de Manuel DeLanda (2006), e a teoria sistemática da sociedade da informação e dos efeitos da tecnologia informacional na sociedade contemporânea, de Manuel Castells (1996, 1997, 1998, Castells et al., 2007). A segunda metade do capítulo é dedicada aos sistemas complexos adaptativos e às redes sociais da Internet. As autoras exploram as características dos sistemas adaptativos complexos e também dos acentrados, além de esclarecerem o conceito de inteligência coletiva, apresentado, no contexto da cultura digital, por Pierre Lévy. O segundo capítulo é, talvez, o mais complexo do livro para os não iniciados em filosofia, por se destinar à apresentação da Teoria Ator–Rede (TAR), de Bruno Latour, Michel Callon e John Law. As autoras não só se debruçam sobre a TAR, mas também esclarecem os leitores


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