PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE ENTRE RIOS DE MINAS TOMBADO E REGISTRADO
joão marcos el yark
Editorial Quando observamos cidades ou centros históricos, a imagem que nos é apresentada nos leva a refle r sobre qual será a história escrita e contada que sempre fez parte do processo de construção daquele local. A arquitetura histórica tem esse potencial de memorizar e reproduzir as experiências vivenciadas por uma sociedade naquele lugar, incluindo desde a construção social, quanto à economia e à cultura. Se observarmos cidades como São João Del Rei, Tiradentes e tantas outras com grande preservação do Patrimônio Histórico, consequentemente, teremos uma imagem de uma cidade rica em história e cultura, graças à preservação da memória por meio do patrimônio. Os bens edificados se tornam cenários importantes para o resguarde dessas memórias. As potencialidades e a importância da história dos municípios mineiros, sem muitos patrimônios históricos edificados preservados, são, muitas vezes, desconhecidas e, consequentemente, não valorizadas pela própria população local. Entre Rios de Minas possui importantes ves gios do século XVII, XVIII, XIX e XX no percorrer do município, percebidos no patrimônio cultural edificado, nos sí os arqueológicos, nas expressões culturais, na gastronomia, nos fatos históricos e na paisagem do lugar que, um dia, foi trajeto da Coroa Portuguesa. O rico patrimônio cultural histórico de Entre Rios de Minas, com mais de três séculos de existência, é par cipe desta publicação ao oportunizar o reconhecimento do município pela sociedade, a sensibilização pela preservação e a difusão do assunto do patrimônio cultural. Quando um grupo busca o resgate de sua história, ele contribui para a formação de sua iden dade, da autoes ma e sen mento de pertença. Resgata e valoriza as suas raízes, gerando, consequentemente, promoção cultural e econômica para o povo. Facilmente, alguém que conhece e reconhece uma história e a cultura de um dado local vai lutar pela preservação das mesmas. Felipe Resende R. de Oliveira
Sumário Um Fragmento da História da Colonização do Brasil
01
Ruínas da Casa de Pedra
A Grande Herança de Cassiano
03
Hospital Cassiano Campolina
Uma Celebração a Tradição Religiosa e Rural
05
Festa da Colheita
O Centro da Cultura Entrerriana
07
Centro Cultural Ministro João Ribeiro
Um Marco da História de Entre Rios
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Paço Municipal
Obra de Arte
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Capela de Nossa Senhora da Lapa dos Olhos D’água
Cachoeira do Gordo
13
Praças
15 Praça Coronel Joaquim Resende
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Praça Cassiano Campolina
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Praça Senador Ribeiro
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Um Fragmento da História da Colonização do Brasil Nome: Ruínas da Casa de Pedra do Gambá
Localização: Comunidade rural São José das Mercês, Entre Rios de Minas MG
Decreto de Tombamento Decreto n° 801/2000
Data de Tombamento 27 de Novembro de 2000
Em meio à zona rural de Entre Rios de Minas, o aglomerado de pedras é um registro documental da história da colonização do Brasil. O local, conhecido como Ruínas da Casa de Pedra do Gambá, foi palco de narra vas conhecidas nacionalmente, como as disputas entre indígenas e bandeirantes, a busca por preciosidades e a história de ocupação do interior brasileiro. Sendo, portanto, um dos mais importantes elementos arquitetônicos e simbólicos entrerrianos. A edificação em ruínas, com data de construção original, que remonta ao século XVII, é da como o ves gio arquitetônico do período colonial, sendo duas edificações: uma casa principal e um "paiol". Os primeiros registros da história das ruínas remontam a expedição do bandeirante Fernão Dias Paes Leme, que veio às Minas Gerias com o intuito de desbravar o sertão mineiro à procura de riquezas. Em 1674, Fernão Dias Paes Leme saiu de São Paulo à procura de pedras preciosas. No território mineiro, o bandeirante, depois de estabelecer-se em Ibituruna e, por lá passando a estação chuvosa, atravessou as cabeceiras do Rio dos Bois, no município de Passatempo, e, em seguida, rumo às terras do Brumado, através da Serra dos Coelhos, Serra de Pedra de Cevar e Serra do Gambá. Ao chegarem à localidade, ergueram a Casa de Pedra do Gambá, cuja data do início e término das obras ainda encontra-se sem registros. Seus altos e largos paredões de pedra, com portais e vastos muros demonstram uma construção forte e segura, à prova dos ataques dos na vos, animais e intempéries naturais. A construção abrigou bandeirantes que passaram pela região e lutaram contra a população indígena na va. Há registros de que os índios "Cataguá" habitavam a localidade. Conhecidos por serem grandes guerreiros e ar fices, eram denominados também como senhores do sertão - área do centro sul de Minas. O processo de colonização ali apenas foi possível após expedições militares que dizimaram a população originária.
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Todas as fachadas, das duas edificações, demonstram simplicidade, uma vez que, na época de sua construção, a prioridade era a segurança de seus ocupantes perante os na vos. Os úl mos registros visuais da casa demonstram que o imóvel era de apenas um pavimento, com cobertura em quatro águas e telhas francesas. Seu reves mento de argamassa feita a par r do barro foi totalmente perdido devido à ação do tempo. Seus altos e largos paredões de pedra, com espessura das paredes que variam entre 50 cm e 100 cm, contam com portais lavrados e ainda há alguns ves gios dos muros que circundavam o forte.
Curiosidade 1 Devido à construção ter sido feita na mesma época em que os caminhos dos sertões de Minas eram abertos, pressupõe-se que o material u lizado na construção fora encontrado no local ou nas proximidades. Os resquícios das fachadas indicam que a verga dos vãos era reta e simples, apesar de não haver mais nenhuma vedação destas, o que deixou a construção com caracterís ca peculiar, como um palácio entre as matas da região.
Curiosidade 2 O relato oficial mais an go sobre a Casa de Pedra do Gambá é de 1912. Álvaro A. da Silveira, engenheiro chefe da Comissão Geográfica e Geológica de Minas Gerais, descreveu o estado de conservação e os aspectos constru vos da casa observados por ele em visita feita em 1912.
Curiosidade 3 A Casa Ruína de Pedra do Gambá é o exemplar mais an go de construção de Entre Rios de Minas e região, configurando-se como relevante estrutura arquitetônica da história de Minas Gerais.
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A Grande Herança de Cassiano Nome: Hospital Cassiano Campolina
Localização: Praça Cassiano Campolina, 821 Centro, Entre Rios de Minas MG
Decreto de Tombamento Decreto n° 704/1998
Data de Tombamento 29 de Abril de 1998
Com singular importância em termos arquitetônicos e de prestação de serviços à sociedade, localiza-se, na área central de Entre Rios de Minas, o imponente prédio do Hospital Cassiano Campolina. Fundado em 1904, sua história confunde-se com a própria história de Entre Rios de Minas, considerando seu processo de urbanização. A obra, iniciada em 1904, como dito anteriormente, foi inaugurada em 1910 e, até hoje, é referência regional, enquanto ins tuição e elemento arquitetônico e urbanís co. O prédio, cujo projeto é de Edgar Nascentes Coelho e pinturas ornamentais de Francisco Tamie , é um exemplar de arquitetura eclé ca e do po hospitalar pavilhonar em Minas Gerais do princípio do século XX, sendo considerado Patrimônio Cultural Material do Município, tombado em 29 de abril de 1998, enquanto Estruturas Arquitetônicas e Urbanís cas (EAU). Conforme informações do Dossiê de Tombamento do Hospital, a ideia de fundação do local par u do então juiz da Comarca de Entre Rios, Dr. Arthur Ribeiro de Oliveira, o qual sugeriu ao Coronel Joaquim Pacheco de Resende que pedisse ao grande fazendeiro Cassiano Campolina uma verba testamenteira para a realização do projeto com o seguinte argumento "assim ele pra caria um ato meritório de filantropia e caridade e perpetuaria o seu nome" (RESENDE, 2010, p.10). O pedido foi aceito com algumas condições, dentre elas que pessoas reconhecidamente pobres vessem tratamento gratuito e os cuidados fossem sem fins lucra vos. Assim, surgiu o Hospital. Outra condição foi denominar a ins tuição com nome de seu provedor: Cassiano Campolina. Nascido no an go distrito de São Brás do Suaçuí, em 10 de julho de 1836, Campolina foi um aficionado por cavalos e encenações das Cavalhadas, tornando-se conhecido por possuir os melhores animais da região. No contexto de crescimento e urbanização do município, o Hospital foi o responsável direto e indireto por levar e aprimorar serviços de infraestrutura a Entre Rios de Minas, tais como: o abastecimento de água potável e energia elétrica. Levando-se em conta o contexto histórico e a população entrerriana, o centro de saúde é a representação da tradição agropecuária e religiosa do município, sendo múl plos os valores e significados do bem cultural. Como pedido por Cassiano Campolina, o Hospital é, até hoje, referência regional no tratamento de enfermos e atende gratuitamente pessoas de Entre Rios de Minas e cidades vizinhas como São Brás do Suaçuí, Desterro de Entre Rios, Piedade dos Gerais, entre outras.
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Curiosidade 1 Os anos 1918 e 1919 foram dois anos de destaque na história do Hospital Cassiano Campolina, quando a ins tuição prestou serviços nos atendimentos aos acome dos pela Gripe Espanhola e pela varíola.
Curiosidade 2 Archimedes de Souza Resende, prefeito de Entre Rios de Minas em 1966, ins tuiu, naquele ano, como sendo o Dia do Hospital Cassiano Campolina a data de 15 de setembro, em reconhecimento ao seu legado para Entre Rios de Minas e região.
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Uma Celebração à Tradição Religiosa e Rural Nome: Festa da Colheita
Localização: Entre Rios de Minas - MG
Decreto de Registro Decreto n° 2.132/2018
Data de Registro 17 de Outubro de 2018
O ano era 1960, quando por inicia va de Dom Oscar de Oliveira e Dom José Belvino, na época, arcebispo de Mariana e pároco entrerriano, respec vamente, iniciou-se a tradicional Festa da Colheita de Entre Rios de Minas. A ideia surgiu para agradecer a colheita do ano, celebrar os produtores rurais e, ademais, por seu caráter religioso, es mular a devoção à padroeira da cidade, Nossa Senhora das Brotas. Desde as primeiras edições, a Festa da Colheita é realizada na úl ma semana do mês de julho. A princípio, a festa religiosa nha na programação missas e pregações seguidas de jogos de recreação, rodeios, filmes instru vos, leilões, desfiles de carros de boi e dos famosos cavalos campolinas. Também, já no primeiro evento, iniciaram-se a tradicional Bênção das Sementes, durante a Missa Campal, em frente ao Hospital Cassiano Campolina, e o "Grande Desfile", em que os moradores, com seus carros, jipes, carroças e animais enfeitados, percorriam as estreitas ruas de Entre Rios de Minas. Durante o desfile, alguns fiéis traziam, em seus carros de bois enfeitados, espigas de milho e alegorias para receber a bênção das sementes que serviriam ao próximo plan o. A tradição é realizada até os dias atuais. Em 2020, ocorreria a 61ª edição da Festa que, pela primeira vez na história, foi interrompida devido à pandemia da COVID 19. Nesses longos anos, a Festa da Colheita passou por diversas fases. Sua história, que começou no Bairro Santa Efigênia, como um evento puramente religioso, tomou um novo rumo em 1978, quando a pedido de Dom Belvino, um grupo de pessoas se uniram em busca de um novo local para a festa e fundaram o Parque da Pecuária, ao lado do cemitério local. No mesmo ano, a festa foi realizada no novo espaço, trazendo de volta os rodeios, concursos, dinâmicas e animação do povo. No ano seguinte, o grupo de pessoas tornou-se uma comissão, que se reuniu novamente e, com o intuito de assegurar o Parque da Pecuária, bem como a Festa da Colheita, fundou a Sociedade do Parque da Pecuária, cuja responsabilidade era a manutenção do parque de exposições e a organização da Festa da Colheita. Nesse mesmo ano, aconteceu a 1ª Exposição Agropecuária de Entre Rios de Minas e a 20ª Edição da Festa da Colheita. A festa, até então, nha caracterís cas mais simples e um envolvimento maior do público local e das proximidades, porém começou a se expandir e atrair diversas pessoas e turistas de todo Brasil. Com esse crescimento, a festa passou a ter um maior envolvimento de profissionais, sendo contratados grandes shows musicais e equipes de rodeios com peões profissionais.
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Em 21 de fevereiro de 2006, a par r da Lei 1.462, na sua 46ª edição, a Festa da Colheita foi municipalizada, visto a importância sociocultural que nha para o município e passou a ser realizada pela Prefeitura Municipal de Entre Rios de Minas. Em 2013, o município de Entre Rios de Minas ganhou um Parque de Exposições próprio, no Bairro Sassafrás, o que ajudou na expansão da festa.
Curiosidades Na busca de fortalecer a agricultura familiar e enaltecer o verdadeiro "dono da festa", em 2017, 100% das barracas da Praça de Alimentação passaram a contar com associações e empreendedores do município, os quais foram incen vados a u lizar, no preparo dos alimentos, ingredientes dos produtores rurais locais. Foi inserido na programação o Almoço da Colheita no domingo, antes do Tradicional Desfile, com 100% da alimentação fornecida através da produção rural local.
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O Centro da Cultura Entrerriana Nome: Centro Cultural Ministro João Ribeiro
Localização: Rua Suassuí, nº 103 - Entre Rios de Minas - MG
Decreto de Tombamento Decreto n° 847/2002
Data de Tombamento 21 de Março de 2002
Desde sua origem, Entre Rios de Minas tem a arte e a cultura como referência em sua história. Grande parte desse "perfil ar s co" deve-se ao Centro Cultural Ministro João Ribeiro, um local des nado, exclusivamente, às manifestações culturais no município. Nos anos 60, um grupo de amigos entrerrianos resolveu criar uma sociedade em prol do lazer e da diversão: a SAER - Sociedade dos Amigos de Entre Rios. Assim, deu-se a história do imóvel que viria a se tornar o Centro Cultural Ministro João Ribeiro. Os amigos realizaram reuniões fes vas, promoveram encontros e a vidades socioculturais. Durante a época de construção da Ferrovia do Aço, o prédio foi alugado para uma empreiteira construtora que fez mudanças significa vas na sua construção original. Já em 1984, outro elemento fundamental na história do local surge: o Centro Regional de Artesanato - CERARTE. O Centro, cujo intuito era fomentar o artesanato da cidade, passou a funcionar no prédio, em 1989, quando o Prefeito Municipal da época, Arnaldo de Oliveira Resende, comprou o edi cio para a Prefeitura. O CERARTE ocupou o local até meados dos anos 90, quando, a par r de então, o prédio foi pra camente abandonado. No ano de 1997, uma mudança polí ca trouxe uma nova perspec va ao local. A Prefeitura Municipal criou uma Secretaria Municipal de Cultura, descentralizando as ações e promovendo, assim, grandes mudanças polí cas, sociais e, principalmente, culturais. Assim, no ano seguinte, a Secretaria Municipal de Cultura fez um projeto de aproveitamento do prédio em desuso para que ali se tornasse uma escola ar s ca e cultural. No dia 22 de junho de 1998, através do Decreto nº847, fundou-se o Centro Cultural Ministro João Ribeiro. O nome foi uma homenagem a João Ribeiro de Oliveira e Sousa, um ilustre entrerriano, nascido no fim do século XIX. Formado em jornalismo e direito, João foi um dos fundadores do jornal "Diário de Minas", além de exercer por alguns anos o cargo de Promotor de Jus ça, no município de Queluz, hoje, Conselheiro Lafaiete. O entrerriano se destacou também na área bancária, par cipando da idealização e fundação do Banco de Crédito Real de Minas Gerais e do Banco Mercan l do Brasil, existentes até hoje. Além disso, foi presidente do Banco do Brasil por quase uma década. No ano de 1919, João Ribeiro foi designado como Ministro da Fazenda pelo então Presidente da República, Delfim Moreira.
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A Prefeitura Municipal realizou a reforma do imóvel e, em novembro de 1998, com a entrega da Medalha Cassiano Campolina a personalidades que se destacaram na região, inaugurouse o Centro Cultural Ministro João Ribeiro.
Curiosidade A construção original era pica para um pequeno clube onde a finalidade era de reuniões e eventos ocasionais. Prevalecem as técnicas de construção, usando materiais de baixo custo e de tendência para linhas definidas e retas. Seu tombamento deu-se pelo caráter afe vo do local.
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Um Marco da História de Entre Rios Nome: Paço Municipal
Local: Praça Cel. Joaquim Resende, nº 69 - Entre Rios de Minas MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 846/2002
Data de Tombamento 03 de Abril de 2002
Erguido há quase dois séculos, o prédio do an go Paço Municipal sobreviveu às mudanças polí cas, às crises financeiras e aos novos tempos, sem perder, contudo, suas caracterís cas arquitetônicas. O local remonta ao passado de Entre Rios de Minas, representando significa vo referencial histórico, arquitetônico e polí co. O edi cio de dois pavimentos, implantado na esquina da Praça Cel. Joaquim Resende, cons tui-se de simetria harmoniosa das proporções. Apresenta, na fachada principal, duas portas de entrada e duas janelas na sua parte inferior, além de um ornato na forma de pilastra embu da que dá origem à sacada do segundo piso. No andar superior, quatro janelas, que se dispõem, simetricamente, em relação a uma janela central, que se abre para a sacada, dando mais beleza à construção. Conforme informações do Dossiê de Tombamento, a história do prédio começa em 28 de outubro de 1878, ano de instalação do município pela posse da Câmara. Foi, a par r daquele ano, que o local passou a ter a maior importância no aspecto polí co e social do município, funcionando como sede da administração municipal. Durante a administração pública, a repar ção foi inúmeras vezes reformada, sofrendo intervenção no seu interior. No ano de 1986, sofreu um acréscimo em sua lateral esquerda para maior adequação de seu uso, com a criação de três salas no piso térreo e cobertura de laje, visando um jardim suspenso. Em 1998, o prefeito na época, transferiu todo setor administra vo da Prefeitura para um outro imóvel, deixando em a vidade apenas a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Educação. Em 2002, o Prefeito Hugo Bernardes de Moura, para preservar a arquitetura e memória do local, providenciou o tombamento do an go "Paço Municipal". Por se tratar de uma obra an ga, o prédio foi desa vado em 2013 e, em 2017, foi solicitada uma intervenção financeira emergencial para o Governo Estadual, com o intuito de reformar e preservar a estrutura do prédio.
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Curiosidade 1 Em 1905, foi aprovado pela Câmara Municipal o Projeto de "Como medida econômica" ceder o primeiro andar do Paço Municipal para funcionar a Agência dos Correios e Telégrafos.
Curiosidade 2 Em julho de 2017, durante a 58ª Festa da Colheita, ocorreu no Paço Municipal o "Museu da Colheita": com exposições de fotos das Festas da Colheita anteriores, objetos do Museu dos Tropeiros e Exposições de Artesanatos locais.
Curiosidade 3 O piso do primeiro andar, originalmente, fora construído com a madeira Pinus Sylvestris, conhecida também como pinha de riga, somente encontrada no Leste Europeu.
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Obra de Arte Nome: Capela de Nossa Senhora da Lapa de Olhos D'água
Local: Comunidade rural Olhos D'água, Entre Rios de Minas MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 800/2000
Data de Tombamento 27 de Novembro de 2000
Entre as montanhas mineiras, uma edificação de arquitetura simples e elegante vem presentear os olhos de quem ali passa: a Capela de Nossa Senhora da Lapa dos Olhos d'Água, também chamada de Capela dos Olhos d'Água. Exis ndo desde o século XVII, a Capela pertence à primeira fase da arte colonial mineira e é uma das mais an gas de Minas Gerais. Curiosamente, seu nome é originário de uma lapa (pedra) que havia no local, onde brotava uma mina d'água que retorna à terra. A história da Capela de Nossa Senhora da Lapa dos Olhos D'Água remonta ao período colonial e, posteriormente, ao período do ciclo do ouro, quando os bandeirantes e desbravadores, à procura de riquezas, construíram uma casa de pedra para se protegerem dos índios e dos perigos naturais. Mais tarde, a casa foi destruída e erguida a capela em seu lugar. Conforme informações do Dossiê de Tombamento, a Capela dos Olhos d'Água é uma das mais an gas do Estado. Os registros evidenciam que sua construção se deu por provisão episcopal do Bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei Antônio de Guadalupe, em 07 de junho de 1733. Primeiramente, pertencia à velha freguesia de Prados, então, passou a integrar a freguesia de Lagoa Dourada, quando foi construída a paróquia, em 14 de julho de 1832. Por pouco tempo, a capela ficou anexada à nova paróquia, visto que, nos livros paroquiais da freguesia do Brumado, há o registro do Padre Gonçalo Ferreira da Fonseca, ba zando nela, a par r de 1839, como auxiliar do Vigário do Brumado. Conforme a diferença existente entre os materiais e qualidade das pedras u lizadas na edificação, acredita-se que a Capela tenha sido erguida em duas etapas. O projeto arquitetônico, elaborado com simplicidade, atesta a entrada da linguagem barroca no município. A Capela dos Olhos d'Água configura-se em importante patrimônio cultural, sua importância vai além do âmbito municipal, extrapolando suas fronteiras e revelando uma influência na cultura regional.
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Curiosidade 1 Ao lado da capela exis u uma lendária gameleira de mais de três metros quadrados, formada por várias árvores unidas entre si, como um círculo, cujo centro cabiam até 20 pessoas. Nela era costume as noivas trocarem de roupa para a cerimônia de casamento e, à sua sombra, conversarem.
Curiosidade 2 A Capela dos Olhos d'Água tem como padroeira Nossa Senhora da Lapa, cuja imagem entalhada em pedra sabão, que ficava no altar-mor da capela, fora roubada na década de 80.
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Cachoeira do Gordo Nome: Sí o Natural Cachoeira do Gordo
Local: Comunidade rural Bom Jardim dos Coelhos - Entre Rios de Minas - MG
Decreto de Tombamento: Decreto nº 1051/2006
Data de Tombamento 24 de Fevereiro de 2006
Conhecida por sua água cristalina, forte correnteza, mata ciliar exuberante e amplo espaço para a vidade de camping, o Sí o Natural Cachoeira do Gordo é um curso de água decorrente do córrego São José que, por sua vez, faz parte da bacia hidrográfica do Rio São Francisco, e deságua em meio a aglomerações rochosas, formando uma linda queda d'água de, aproximadamente, 200 metros de comprimento e 40 metros de altura. A cachoeira do Gordo é um bem natural situado próximo à Comunidade Bom Jardim dos Coelhos, localizada a 18 km da Igreja Matriz Nossa Senhora das Brotas, na estrada de terra que liga Entre Rios de Minas ao município vizinho de Resende Costa. Ao longo do tempo, o local se tornou ponto turís co e passou a receber pessoas de todas as cidades da região que vinham se banhar, pescar ou mesmo acampar, aproveitando o grande espaço gramado ao lado do curso do rio. Seu nome peculiar se dá pelo alto volume de água na época das cheias, que "engorda" o rio. Logo, o local tornou-se popularmente conhecido como "Cachoeira do Gordo". A Cachoeira do Gordo pertence à Prefeitura Municipal de Entre Rios de Minas. Curiosamente, o bem foi adquirido, inicialmente, pela Câmara Municipal, em 1917, com o intuito de aproveitar a força das águas para geração de energia elétrica. Até então, o local pertencia a Francisco Teixeira de Carvalho, proprietário da Fazenda Tapera. Porém, a ideia de desenvolver uma usina hidrelétrica não ocorreu, pois, em 1919, foi inaugurada a geração de energia elétrica na cidade, com a Usina hidroelétrica assentada sobre o Rio Camapuã.
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Curiosidade O fluxo turís co na Cachoeira do Gordo aumentou significa vamente a par r de 1996, quando foi aberta a estrada que dá acesso à cachoeira. Antes, o único meio de se banhar nas águas do local era através de caminhadas por cerca de três quilômetros de estrada de terra a pé, em meio a uma trilha.
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Praças As praças são espaços livres públicos, cole vos e de múl plos significados. São locais da vida urbana, onde ocorrem diversos processos de construção de iden dade local, promoção da memória, significados, reconhecimento pessoal e, principalmente, interações entre os moradores e a cidade. Cons tuem-se importantes obras históricas, urbanís cas, arquitetônicas e paisagís cas. Porém, sua finalidade é, antes de tudo, ser do povo e para o povo.
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Praça Coronel Joaquim Resende A história da Praça Coronel Joaquim Resende vem desde os primeiros passos da fundação de Entre Rios de Minas. Ao redor do local, encontravam-se as principais ins tuições da região, como fórum, a delegacia, o correio/telégrafo e a prefeitura, assumindo assim um papel de aglomeração regional. Nas décadas de 30, 40 e 50 era denominada "Praça Presidente Getúlio Vargas". Em 12 de abril de 1956 passou a se chamar "Praça Coronel Joaquim Resende" - por meio da Lei Municipal Nº165, sancionada pelo Prefeito Archimedes de Sousa Resende. A mudança de nome foi uma homenagem a Joaquim Rezende, filho de Joaquim Pacheco de Resende, herdeiro do testamento de Cassiano Antônio da Silva Campolina, e ex-prefeito de Entre Rios de Minas.
Nome: Praça Coronel Joaquim Resende
Local: Centro, Entre Rios de Minas MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 793/2000
Data de Tombamento 28 de Agosto de 2000
Curiosidade 1 Na praça há uma estátua em homenagem à Manoelina Maria de Jesus, “a Santa dos Coqueiros”, construída em 2019, no dia 14 de Março, dia de “Santa Manoelina”.
Curiosidade 2 O outro busto existente no centro da Praça, foi colocado no dia do centenário de emancipação polí ca do município, em 07 de janeiro de 1975, homenageando o então arcebispo metropolitano de Mariana Dom Oscar de Oliveira, filho da terra.
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Praça Cassiano Campolina Nome: Praça Cassiano Campolina
Local: Centro, Entre Rios de Minas MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 793/2000
Data de Tombamento 28 de Agosto de 2000
Curiosidade No centro da Praça Cassiano Campolina, encontra-se instalado um coreto, construído em 1987, pelo Prefeito Municipal Hugo Bernardes de Moura.
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A Praça Cassiano Campolina, localizada em frente ao Hospital Cassiano Campolina, tem seu nome em homenagem ao legado de Cassiano Antônio da Silva Campolina, patriarca do Cavalo Campolina, que deixou, em testamento, todos os recursos para construção do hospital. Anteriormente à construção da praça, o local era o cemitério da cidade. Entretanto, com a demolição do an go cemitério, os restos mortais de Cassiano Campolina foram trasladados para o jardim do hospital, e construída a Praça Cassiano Campolina, abrigando um memorial para o grande benfeitor "Cassiano Campolina". Local de encontros múl plos, a "Praça do Hospital" como ficou conhecida, é marcada principalmente pela "Missa da Colheita" e o "Desfile da Colheita", que acontecem todo ano durante a Festa da Colheita, sempre aos domingos. Os fiéis lotam a praça para rezar e agradecer e, é dali que tem início o tradicional desfile pelas ruas do centro da cidade.
Praça Senador Ribeiro A história da Praça Senador Ribeiro de Oliveira vem desde a fundação de Entre Rios de Minas. A princípio, comerciantes, tropeiros e viajantes faziam do local um lugar de negócios. Depois, com a construção da Matriz e o crescimento da população, passou a ser o ponto de encontro dos habitantes, cujo papel foi de grande importância no desenvolvimento econômico, cultural, religioso, social e polí co do município e região. O nome da praça é uma homenagem a Francisco Ribeiro de Oliveira, nascido em Entre Rios de Minas, em 08 de novembro de 1860. Tornou-se um ilustre polí co, sendo Deputado Estadual na legislação de 1886 e Senador do Estado no período de 1922 a 1926. No século XIX, destacava o Paço da Igreja Matriz, já calçado com pedras roliças, bem como o caminho para o cemitério (atual rua Dr. João Vaz), parcialmente calçado. A par r de então, houve diversas reformas. Em 1999, foi construído no canteiro suspenso na parte frontal da Rua Dr. João Vaz, um monumento em homenagem ao "Ministro Carlos Velloso", além da mudança do trânsito de veículos da cidade, ação que ajudou significa vamente para a conservação da praça, que no mesmo ano foi inventariada historicamente no IEPHA/MG e na Secretaria Municipal de Cultura.
Nome: Praça Senador Ribeiro de Oliveira
Local: Centro, Entre Rios de Minas MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 793/2000
Data de Tombamento 28 de Agosto de 2000
Curiosidade A "Praça da Matriz", como é popularmente conhecida, se tornou local de diversas expressões da iden dade entrerriana ao longo dos anos. No local, desde o início dos anos 2.000 acontece a Feira dos Produtores Rurais, sempre aos sábados. Para além disso, sempre foi um ponto de encontro da população desde sempre: apresentações teatrais e musicais, desfiles cívicos e religiosos e festas populares como o carnaval aconteceram sempre no entorno da praça, no coração da cidade.
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Referências Bibliográficas Expediente
Dossiê de Tombamento da Cachoeira do Gordo, Entre Rios de Minas, 2006.
Texto
Dossiê de Tombamento Capela de Nossa Senhora da Lapa de Olhos D’água, Entre Rios de Minas, 2000.
João Marcos ElYark e Nayana Carvalho
Revisão Marieta Cris na Morais Mendes
Pesquisa João Marcos ElYark
Design Gráfico
Dossiê de Tombamento do Centro Cultural “Ministro João Ribeiro”, Entre Rios de Minas, 2002. Dossiê de Registro da Festa da Colheita, Entre Rios de Minas, 2018
.
Dossiê de Tombamento do Hospital Cassiano Campolina, Entre Rios de Minas, 2002.
Milton Ribeiro
Dossiê de Tombamento do Paço Municipal, Entre Rios de Minas, 2002.
Fotos an gas
Dossiê de Tombamento das Praças Municipais, Entre Rios de Minas, 2000.
Acervo do arquivo de tombamento da Secretaria de Cultura de Entre Rios de Minas
Tiragem 100 Exemplares
Dossiê de Tombamento das Ruínas da Casa de Pedra do Gambá, Entre Rios de Minas, 2000. Resende, Elson de Oliveira. Memorial Hospital Cassiano Campolina – Edição Centenária. Logos Editora, Belo Horizonte, 2010.
entre rios de minas 2021 Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo de Entre Rios de Minas