Jornal Anunciai - Abril 2013

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Abril/2013 “Eis o dia que o Senhor fez, seja para nós dia de alegria e vitória” (Sl 118).

A Palavra do Arcebispo

Queridos irmãos e irmãs “Para ti as trevas não são trevas e a noite se faz clara como o dia”. Esta palavra do salmo 139 é retomada pela Igreja latina no anúncio da Páscoa (Exsultet) e aparece em muitos poemas litúrgicos orientais para louvar a noite de vigília que Santo Agostinho chamava de “mãe de todas as vigílias da Igreja”. Hoje, podemos pensar que ela não é somente a mãe das vigílias cristãs, mas é também resumo e expressão de todas as vigílias da humanidade, desde a noite que uma mãe passa acordada a cuidar do filhinho com febre até os tantos empregos que exigem dos profissionais passarem a noite acordados para ganhar o sustento para suas vidas. Até mesmo jovens e adultos que avançam madrugada adentro, em sadio lazer e descontração, no mais profundo do coração, buscam uma notícia alegre que dê sentido a um novo dia. Para nós, cristãos, essa boa nova dada por Deus é a Páscoa. Ela diz à nossa fé que Jesus ressuscitou e que nos chama a ressuscitar com ele, desde agora, através de uma forma nova de viver. Assim, podemos celebrar essa Páscoa como algo que acontece não somente a Jesus, mas a nós todos/as. Recebemos de Deus essa oferta: a ressurreição aqui e agora não apenas no sentido da imortalidade da alma, mas de nos converter e nos transformar em pessoas de comunhão e testemunhas fiéis do projeto divino no mundo, o reino de Deus. Em todas as tradições religiosas, a espiritualidade consiste nas pessoas se tornarem capazes de superar toda forma de egocentrismo e de fechamentos em sua própria cultura e visão do mundo e se tornarem irmãos e irmãs universais, como testemunhas do Espírito divino que “abarca toda criatura e preenche todo o universo” (Cf. Sb 1, 7). Só assim poderemos dizer como São Paulo: “Já não sou eu que vivo. É o Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Na proximidade dessa Páscoa, a Igreja Católica recebeu um novo papa. Para nós é significativo não tanto o fato dele ser latino-americano, mas de ter querido se chamar Francisco, de ter se apresentado ao mundo, em primeiro lugar, como bispo de Roma e de frequentemente insistir no cuidado com os pobres e pequeninos, preferidos de Deus. A nossa Igreja de Olinda e Recife tem uma história e uma responsabilidade com relação a isso. Que Deus a torne cada vez mais uma Igreja pascal, isso é, não fechada em si mesma, não restrita a seus ritos e costumes, mas peregrina e livre, sempre capaz de evoluir, de dialogar com as pessoas do mundo de hoje, como espaço de comunhão para todos os irmãos e irmãs da humanidade. Assim, ela poderá ser testemunha das “coisas que os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram no coração humano e constituem o que Deus preparou para as pessoas que o amam” (1 Cor 2, 9). Considero evento pascal o seminário sobre “convivência com o semiárido”, que tivemos a graça de promover recentemente, em parceria com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape) e Cáritas regional. O auditório, cedido pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), ficou pequeno para a realização da terceira etapa da campanha “Tem gente com sede de solidariedade”. As diretrizes propostas e entregues aos representantes do governo federal e estadual, frutos de longa reflexão de pessoas ligadas à Igreja e às várias organizações sociais, representam sinais de esperança para nossos irmãos/ãs que sofrem as consequências da estiagem prolongada, nas regiões do sertão e do agreste nordestino. Nessas celebrações pascais, na Missa do Crisma da 5ª feira santa, renovarei com o clero e com todos os/as agentes de Pastoral e colaboradores/as da nossa missão pascal, o compromisso de viver pessoalmente isso que pregamos e de testemunhar que Jesus ressuscitou não só por nossas palavras, mas por uma forma de agir amorosa, dialogante e aberta para tudo o que “o Espírito diz hoje às Igrejas” (Ap 2, 5). Feliz Páscoa para todos/as! Deus os/as abençoe!

Liturgia

O Círio Pascal

o símbolo mais destacado do Tempo Pascal. A palavra "círio" vem do latim "cereus", de cera. O produto das abelhas. O círio mais importante é o que é aceso na vigília Pascual como símbolo de Cristo - Luz, e que fica sobre uma elegante coluna ou candelabro enfeitado. O Círio Pascal é já desde os primeiros séculos um dos símbolos mais expressivos da vigília. Em meio à escuridão (toda a celebração é feita de noite e começa com as luzes apagadas), de uma fogueira previamente preparada se acende o Círio, que tem uma inscrição em forma de cruz, acompanhada da data do ano e das letras Alfa e Omega, a primeira e a última do alfabeto grego, para indicar que a Páscoa do Senhor Jesus, princípio e fim do tempo e da eternidade, nos alcança com força sempre nova no ano concreto em que vivemos. O Círio Pascal tem em sua cera incrustado cinco cravos de incenso simbolizando as cinco chagas santas e gloriosas do Senhor da Cruz. Na procissão de entrada da Vigília se canta por três vezes a aclamação ao Cristo: "Luz de Cristo. Demos graças a Deus", enquanto progressivamente vão se acendendo as velas do presentes e as luzes da Igreja. Depois o círio é colocado na coluna ou candelabro que vai ser seu suporte, e se proclama em torno à ele, depois de incensá-lo, o solene Pregão Pascal. Além do simbolismo da luz, o Círio Pascal tem também o da oferenda, como cera que se consome em honra a Deus, espalhando sua Luz: "aceita, Pai Santo, o sacrifício vespertino desta chama, que a santa Igreja te oferece na solene oferenda deste círio, trabalho das abelhas. Sabemos já o que anuncia esta coluna de fogo, ardendo em chama viva para glória de Deus... Rogamos-te que este Círio, consagrado a teu nome, para destruir a escuridão desta noite". O Círio Pascal ficará aceso em todas as celebrações durante as sete semanas do tempo pascal, ao lado do ambão da Palavra, ate´a tarde do domingo de Pentecostes. Uma vez concluído o tempo Pascal, convém que o Círio seja dignamente conservado no batistério. O Círio Pascal também é usado durante os batismos e as exéquias, quer dizer no princípio e o término da vida temporal, para simbolizar que um cristão participa da luz de Cristo ao longo de todo seu caminho terreno, como garantia de sua incorporação definitiva à Luz da vida eterna. Fonte: acidigital.com

É


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