Aprendizagem no ritmo do forró de Zé Barros

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Na manhã seguinte preparamos um espaço acolhedor e convidamos as crianças para o pátio da instituição. E qual não foi a surpresa do homenageado, quando todas as crianças o reconheceram e de imediato gritaram em coro: “- É Zé Barros!”, que ficou emocionado com a receptividade e fez questão de abraçar a todos que dele se aproximaram, pois as crianças estavam eufóricas esperando pela chegada do convidado ilustre. Cantamos juntos muitas de suas canções. Nós, as crianças, Zé Barros e seu violão, a quem ele carinhosamente chamou de enxada (referência ao fato de considerá-lo uma ferramenta de trabalho que o ajuda a sustentar a família). Nesse mesmo encontro, estendemos a proposta: almoçar junto com as crianças. No cardápio, uma deliciosa feijoada com farofa e laranja. Zé Barros aceitou e as crianças ficaram muito contentes de tê-lo á mesa, e, aos poucos, foram perguntando sobre algumas curiosidades que tinham a seu respeito. Percebemos o espanto, ou mesmo o encanto, de algumas crianças ao perceber que Zé Barros “não parece ser cego”. Seus olhos são limpos e enquanto gesticula costuma olhar na direção de quem está falando. Tamanha habilidade confundia alguns que estavam esperando um homem de olhos fechados (crianças com menos de cinco anos ainda não conseguem discernir este tipo de atitude e acabam imaginando que ser cego é ter olhos fechados ou com manchas). As atividades e ensaios continuaram de “vento em popa”, pois o dia da nossa culminância estava chegando. No dia da festa dava pra perceber a riqueza das experiências vivenciadas pelas crianças no resultado das atividades, expostas nos espaços do CMEI, e nas apresentações das turmas, que deram vida às músicas de Zé Barros, ao som da voz do próprio Filho da Terra.


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