Propriedade: A MÓ · Associação do Vale do Neiva (Cultural, Património e Ambiente) | Barroselas Agosto 2017 | Mensal · Nº40 · Gratuito · Versão digital
Ambiente Vila de Punhe C.A.T.L. Férias de Verão em atividade no rio Neiva P.11
Ambiente Descida do Rio Neiva em canoa P.11
Ana Palma: a Artista Plástica e Professora de Arteso P. 12 PUB.
Neves Festa das Neves em fotos P.7
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t. 963 316 769 · 966 334 363
Durrães e Tregosa Tregosa XXVII Festival de Folclore P.3
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Património
Azenha Caneira, tem nova roda Encontra-se esta azenha no lugar da Foz. Única azenha a moer na zona de Barroselas. Nunca deixou de moer e ainda mói todos os sábados. É pertença da família do Sr. Delfim da Foz “já falecido”. Antigamente, o pôr uma roda numa azenha ou engenho, não era notícia, mas agora nos tempos que correm é coisa rara. E o pior é que já não há quem saiba fazer este tipo de rodas, mas felizmente a família da “Foz” ainda tem seguidores que aprenderam com o Pai. E foi José da Silva Pereira “filho” que deitou mãos à obra e apareceu ao fim de dias uma obra perfeita de um autêntico mestre. Teve a ajuda-lo o seu filho Pedro e o Sr. João de Balugães que é um artista a recuperar todo o material ligado às azenhas. A madeira usada é toda de pinheiro verde, foi serrada, aparelhada e pronta a fazer a roda. Como se disse atrás é toda em madeira, desde as cunhas e tornos, às penas. Mede de diâmetro cerca de 4 metros. Foi levada para o local por 10 homens no dia 31-12.88 às 9horas da manhã. Eram 4 horas da tarde já moía uma fornada do Ti Francisco da “Foz”. E aí está a nova roda pronta a nascer e a fazer parte da bela paisagem do nosso Neiva. In “jornal Vale do Neiva” Janeiro 1989 A Redação
Contactos úteis Viana do Castelo Camara Municipal de Viana do Castelo: 258 809 300 Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo: 258 800 840 Bombeiros Municipais de Viana do Castelo: 258 840 400 Guarda Nacional Republicana: 258 840 470 Polícia de Segurança Pública: 258 809 880 Polícia Marítima: 258 822 168 Unidade de Saúde Local do Alto Minho (ULSAM): 258 802 100 Cruz Vermelha: 258 821 821 Centro de Saúde: 258 829 398 Hospital Particular de Viana do Castelo: 258 808 030 Unidade de Saúde Familiar Gil Eanes: 258 839 200 Interface de Transportes: 258 809 361
Caminhos de Ferro (CP): 258 825 001/808208208 Posto de Turismo de Viana do Castelo: 258 822 620 Turismo do Porto e Norte de Portugal, Entidade Regional: 258 820 270 Viana Welcome Center - Posto Municipal de Turismo: 258 098 415 CIAC - Centro de Informação Autárquico ao Consumidor: 258 780 626/2 Linha de Apoio ao Turista: 808 781 212 Serviço de Estrangeiros: 258 824 375 Defesa do Consumidor: 258 821 083 Posto de Fronteiras do SEF: 258 331 311 Arquivo Municipal de Viana do Castelo: 258 809 307 Centro de Estudos Regionais (Livraria Municipal): 258 828 192 Biblioteca Municipal de Viana do Castelo:
258 809 340 Museu de Artes Decorativas: 258 809/305 Museu do traje - 258 809/306 Teatro Municipal Sá de Miranda: 258 809 382 VianaFestas: 258 809 39
Barcelos Câmara Municipal de Barcelos: 253 809 600 Bombeiros Voluntários de Barcelos: 253 802 050 Hospital Sta. Maria Maior Barcelos: 253 809 200 Centro de Saúde de Barcelos: 253 808 300 PSP Barcelos: 253 823 660 Tribunal Judicial da Comarca de Barcelos: 253 823 773
Ficha técnica | Diretora: Ana Patrícia Lima Vice-diretora: Isabel Queiroga Redação: Domingos Costa · José Miranda · Manuel Lima · José Rafael Soares Colaboradores: Elisabete Gonçalves Design e Paginação: Isabel Queiroga Contacto redação: Rua do Sião, Apartado 20 - Barroselas · redajornalvaledoneiva@gmail.com Periodicidade: Mensal Formato: Digital Distribuição: Gratuita Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores, podendo ou não estar de acordo com as linhas editoriais deste jornal.
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Barroselas e Carvoeiro
Requalificação do Largo da Feira em Barroselas José Miranda No dia 22 de julho pelas 18 horas, tudo se aprontava para a inauguração do largo da Feira em Barroselas. Enquanto as Autoridades não chegavam, a Banda Musical Velha e a Fanfarra do Agrupamento de Escutas ambas de Barroselas, preparavam-se para receber com pompa e circunstancia as diferentes personalidades e, respetivos convidados. Tudo apostos, a Banda e a Fanfarra exibiram-se à frente da tribuna de honra, onde as Autoridades Camarárias e Locais se faziam representar. Seguiram-se os diferentes discursos, tendo todos eles dado a devida importância a esta obra, bem como a outras já concluídas e ainda as que estão em fase de conclusão. O público compareceu mas, no entender de alguns presentes, não foi como se previa, dado a dimensão e importância desta obra. A terminar, foi descerrada a lápide comemorativa desta requalificação que, perpetuará no tempo, como testemunho para os vindouros. Esta intervenção, era necessária a todos os níveis, quer espaços verdes como na pavimentação e arruamento em todo o largo.
O jornal O Vale do Neiva da Mó – Associação do Vale do Neiva, esteve presente e, felicita a Autarquia local pelo empenho nesta obra que, já há muito era desejada, não só pela população local, como pelos próprios feirantes. Barroselas merece mais e melhor.
Durrães e Tregosa
Tregosa XXVII Festival de Folclore José Miranda No dia 22 de Julho, realizou-se em Tregosa o Vigésimo Sétimo festival de Folclore que, a exemplo dos anos anteriores, trouxe a esta localidade muito público oriundo de vários pontos do País. O local, é só por si apelativo, fazendo com que os expetadores se envolvam neste cenário natural onde o sussurrar das águas do rio Neiva, traz tranquilidade e paz de espirito. Atrever-me-ia por dizer que, cenários naturais deste género, são únicos e muito raros. Os grupos presentes, fizeram o seu melhor, cantando e dançando num palco montado sobre as águas do rio Neiva. Grupos presentes neste Festival: · Abertura do Festival com os tradicionais “Arredas” e as “Cantadeiras do vale do Neiva”
· Grupo Folclórico e Etnográfico “As Tecedeiras” de Almalaguês // Coimbra · Grupo FolK de Cinicientos // Madrid – Espanha · Ballet Folklorique kako dou de la Martinique · Grupo Folclórico de Tregosa // Barcelos A Organização, a cargo do Grupo Folclórico de Tregosa, tudo preparou para que o Festival continue a ter o merecido sucesso, superando sem margem para dúvida, muitos festivais de Folclore que se realizam por este País fora. Este evento, terminou com a habitual largada de balões multicolores que, ao subirem para o espaço, davam-nos a sensação de alegria por mais um êxito alcançado pelo Grupo Organizador. O Jornal O Vale do Neiva da Mó, esteve presente neste evento e, agradece toda a informação, prestada pela Organização. Até ao ano.
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Música e atividades na I Edição do Soundville 2017 em Durrães a 26 de Agosto SOUNDVILLE 2017 | SÁBADO 26 AGOSTO AZENHA DAS PESQUEIRAS | DURRÃES Está aí a primeira edição do Soundville 2017 e o cartaz está fechado. Tudo acontece a partir das 16h de sábado dia 26 de Agosto, na Azenha das Pesqueiras, junto ao rio Neiva, em Durrães. São doze horas de música e mais actividades paralelas pela noite dentro que assentam na construção de vários palcos e espaços orgânicos em harmonia com a espectacular envolvente florestal. Os norte-americanos Jucifer, os espanhóis Boyanka Kostova e Esteban & Manuel e os portugueses A Jigsaw & The Great Moonshiners Band, :Papercutz Ratere e Ângela Polícia estão entre os principais destaques em cartaz. O Soundville é uma iniciativa que resulta de um protocolo de cooperação associativa celebrado entre o Núcleo de Apoio às Artes Musicais e o Futebol Clube Lírio do Neiva, no intuito de dinamizar um espaço de grande valor cultural e paisagístico que faz fronteira entre as freguesias de Durrães e Barroselas e os concelhos de Barcelos e Viana do Castelo. SOUNDVILLE | RIO NEIVA ‘17 | PROGRAMAÇÃO JUCIFER | www.facebook.com/juciferofficial A JIGSAW & THE GREAT MOONSHINERS BAND | www.facebook. com/ajigsaw :PAPERCUTZ | www.facebook.com/papercutz BOYANKA KOSTOVA | www.facebook.com/boyankakostovatrvp RATERE | www.facebook.com/ratere ESTEBAN & MANUEL | www.facebook.com/estebanandmanuel ÂNGELA POLÍCIA | www.facebook.com/angelapolicia TRESOR & BOSXH | www.facebook.com/tresorbosxh EDUARDO MORAIS AKA NUNCHUCK | www.mixcloud.com/nunchuckpt DISC-JOCKEY IDEAL & DJ PIRIKITO | www.facebook.com/suavegeracao UNDJ MMMNNNRRRG | www.facebook.com/chilicomcarne GUM | www.facebook.com/gummusic KLOTZ | www.facebook.com/diogoribeiroklotz “TECLA TÓNICA”, DOCUMENTÁRIO | Eduardo Morais | www.facebook.com/teclatonica “SUSPENSÃO AÉREA”, INSTALAÇÃO | Jorge Maciel | www.facebook.com/cola.forte “SILENT HOUSE”, EXPERIÊNCIA | Pedro Correia | www.facebook. com/pedro.correia.5268750
SOUNDVILLE | RIO NEIVA ‘17 | INFOS localização: Rio Neiva, Azenha das Pesqueiras, Durrães mapa: https://goo.gl/maps/AZdEojsmWgF2 acessos: via Rua de Souto Vilar, Durrães; via Rua Medieval, Barroselas estacionamento: Futebol Clube Lírio do Neiva, Rua de Souto Vilar, Durrães início: 16:00 | fim: 04:00 | ingressos: entrada livre web: www.soundville.naam.pt | www.naam.pt info: 919 895 651 | 961 958 558 | info@naam.pt Organização: Núcleo de Apoio às Artes Musicais | www.naam.pt
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Mujães
VI Encontro de Grupos de Cavaquinhos Foi com muita música e calor humano que decorreu o VI Encontro de Grupos de Cavaquinhos no passado dia 8 de julho, organizado pela Associação Cultural de Mujães. Contando com a presença dos grupos de Cavaquinhos do Louriçal - Pombal, Grupo de Cavaquinhos de Vila Meã – Amarante, Grupo de Cavaquinhos de N. Senhora de Fátima – Viana do Castelo e o Grupo da casa, Grupo de Cavaquinhos da A. C. Mujães, foi possível ouvir músicas tradicionais, popular, pop, fados, tendo como instrumento primordial o cavaquinho, salientando-se a qualidade e diversidade dos grupos presentes. Os grupos tiveram a oportunidade de co-
nhecerem o centro histórico da cidade pela visita guiada que a organização lhes proporcionou, terminando com a visita ao Museu do Traje onde foram recebidos pela vereadora da Cultura. O espetáculo começou pelas 21h30, após um agradável jantar para quem se quis associar, sendo que a adesão da população excedeu as expetativas ultrapassando a presença de quadro centenas de pessoas servidas ao jantar, juntando – se posteriormente mais pessoas para assistirem ao espetáculo. A noite tornou-se “quente” pelo acolhimento proporcionado a todos os presentes, terminando com o bolo e champanhe do 11º aniversário do Grupo de Cavaqui-
nhos da casa. A organização deixa um reconhecimento a todos os que colaboraram para que tudo decorresse de forma tão magnífica, e um agradecimento a toda a população que esteve presente contando com eles para o próximo ano. A Direção Fotos: AJCNovo
6º Passeio BTT Cicloturístico lias que se a eles juntaram foram momentos únicos e certamente para repetir já na próxima edição. Pelo final da tarde o regresso impunha-se e assim aconteceu, atravessando os escassos km até ao centro da vila de Ponte de Lima, foi tempo de embarcar de novo as bicicletas em transporte próprio para regressar a casa e dar assim por terminado mais um passeio, mas, acima de tudo, ficam os momentos partilhados entre todos, a descontração e as amizades geradas. Num ambiente fantástico decorreu o 6º Passeio BTT Cicloturistico organizado pela Associação Cultural de Mujães, no passado dia 23 de julho. Pelo despertar da manhã foram carregando as bicicletas nos locais combinados, seguindo rumo ao ponto de partida do percurso – Ponte de Lima. Pelas 10 h iniciaram o passeio contando com a participação de 30 amantes da mo-
dalidade, que percorreram as margens do rio Lima até Ponte da Barca apreciando os trilhos, as praias fluviais, os moinhos, as searas e cruzando-se com dezenas de outros amantes das caminhadas e das bicicletas. Regressados pelas 13 h, já na localidade da Gemieira, foi hora de almoçar e de recriar até final da tarde. O convívio e a partilha entre todos os participantes e suas famí-
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Neves
“Viana e Neves em festa com o teatro popular” Eixpressões 2017 - 7º Encontro de Teatro Popular do Noroeste Peninsular
Mais um ano, mais uma edição do Eixpressões. Pela 7ª vez consecutiva, os caminhos voltaram a ganhar vida e a levantar poeira para nos levar ao templo do teatro popular, o município de Viana do Castelo. Nos dias 8 e 9 de julho, na cidade de Viana do Castelo, e no 15 de julho, no Largo das Neves, o teatro popular foi rei na cidade de Viana do Castelo. Com uma programação eclética e com seis novidades, o Eixpressões foi uma mostra fidedigna do teatro popular. Mascarados, dança, música e teatro tiveram palco no município vianense, e várias foram as regiões representadas. Destaque para a presença, no sábado, dia 8 de julho, do Baile dos Ferreiros (Penafiel), das Danzas de Belinchón (Cuenca, Castilla
La Mancha), Caretos transmontanos de Ousilhão e Grijó e o Entroido de Ribeirão (Chantada, Lugo). No domingo, dia 9 de julho, foi dia da prata da casa: à tarde o Auto de S. João de Subportela; à noite o Auto da Floripes das Neves. Depois de um fim-de semana mesclado de identidade, tradição, cultura e festa, no passado sábado, dia 15 de julho, foi a vez do Largo das Neves, berço do Auto da Floripes, receber uma jornada repleta de manifestações populares, com realce para as Pauliteiras de Malhadas, o Moro y Cristiano de Mouriscados e a Dança das Espadas e Penlas de Redondela. Uma noite em cheio! Juntando os três dias do evento, foram mais de 400 pessoas que participaram, com orgulho, brio e entusiasmo, no Eix-
pressões através das suas manifestações populares. Foram também muitas as pessoas que assistiram aos espetáculos culturais e que ficaram surpreendidas com as exibições e suas características. O cruzamento de experiências e realidades, bem como o fomento do intercâmbio e o reforço das identidades locais são princípios do Eixpressões que se coadunam com a celebração do património vivo das comunidades, como também com a procura da motivação e da mobilização dos vários agentes ativos associados ao teatro popular. O Eixpressões – Encontro de Teatro Popular do Noroeste Peninsular é um projeto cultural consolidado que, sendo acarinhado pelos seus defensores, contribui significativamente para a divulgação, dinamização e conhecimento do teatro popular do noroeste peninsular, mas também para o reforço dos laços culturais e do intercâmbio entre o Norte de Portugal e a Galiza. Ao cumprir o propósito de um retrato abrangente e fidedigno, o Eixpressões tem consolidado a capacidade de proporcionar um retrato fidedigno da realidade do teatro popular do noroeste peninsular. A Câmara Municipal de Viana do Castelo e o Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto estão de parabéns pela 7ª edição do Eixpressões. A organização
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Em agosto, o largo das Neves recebe o Auto da Floripes O Auto da Floripes é uma representação de teatro popular exibida no dia 5 de agosto pelas 17 horas no Largo das Neves. Está integrado na programação das Festas da Senhora das Neves e é um tributo à padroeira Senhora das Neves. Opondo cristãos e turcos, o Auto da Floripes é um drama de cariz guerreiro que se insere no “Ciclo Carolíngio”, por se inspirar na segunda parte do livro “História de Carlos Magno e dos Doze Pares de França”. Nesta manifestação teatral encontramos vários elementos reunidos: ação, expressão dramática, texto, canto, dança e mímica. Apesar do carácter evangelizador e moralizador na génese, o Auto da Floripes é uma história de ficção que compreende, desde sempre, o seu papel lúdico e revela, entre os vários momentos solenes, ensejos de comédia e sátira. Com uma longevidade assinalável e uma periodicidade anual contínua, distingue-se como um dos poucos sobreviventes do velho teatro popular e afirma-se como uma das referências do teatro popular português. O Auto da Floripes assume-se como património e parte integrante da identidade das comunidades que partilham o Lugar das Neves e manifesta dimensão nacional e internacional no panorama do património cultural imaterial.
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Vila de Punhe
IV Mostra de Sabores e Artesanato de Vila de Punhe A Junta de Freguesia de Vila de Punhe, em parceria com várias entidades locais, realizou, no dia 15 de Julho, no Largo das Neves, a IV Mostra de Sabores e Artesanato com o intuito de proporcionar um contacto entre os artesãos e a população, permitindo a divulgação e valorização dos produtos locais tais como pão, doces regionais, mel e compotas, fumeiro, vinhos, gastronomia regional, velas aromáticas e bijuteria. Do programa do evento constaram diversificadas atividades: concertinas, fitness, bombos; a representação da peça “Auto da Floripes de Palmo e Meio” (com as crianças do CSPVP); um jantar solidário (rojões com arroz e batata frita, salada e caldo verde) revertendo a receita a favor do Centro Social e Paroquial de Vila de Punhe; e, ainda, variadas manifestações de teatro po-
pular, com a presença de grupos de Espanha (Galiza) (os “Folión Os Viticultores”, de Vilamartin Valdeorra; “Moro Y Cristiano de Mouriscados”, de Mondariz; “Pandereteiras de Mouriscados”; “Dança das Espadas e Penlas de Redondela”, de Pontevedra; “Danzas dos Cobres – Madames y Galáns”, de Cobres – Pontevedra) e de Portugal (as “Pauliteiras de Malhadas”, de Miranda do Douro), incluídas na 7ª edição do Eixpressões – Encontro de Teatro Popular do Noroeste Peninsular, cujo projeto é desenvolvido e implementado pelo Núcleo Promotor do Auto da Floripes com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia.
Comemoração do Dia dos Avós a 26 de Julho das tradições dos tempos da infância dos avós de hoje. Também, os idosos participantes no projeto Idoso+Ativo levaram ao palco deste acontecimento algumas ações de animação, reforçando, desta maneira, o programa do evento. A Junta de Freguesia de Vila de Punhe, promotora das comemorações do Dia dos Avós, criou, desta forma, um momento de convívio intergeracional para todos aqueles que quiseram participar e festejar a efeméride. E, para finalizar o momento, ofertou, aos presentes, o lanche da tarde.
O Dia dos Avós trouxe à comunidade vilapunhense sénior e infantil ofertas para um convívio intergeracional imperdível. Este ano as comemorações da efeméride contou com diversas atividades: - jogos tradicionais, orientados para os mais novos sob orientação dos avós; culinária, atividade destinada às duas gerações; e, muita música tradicional a animar os presentes. Tudo aconteceu no recinto da escola primária. Durante toda a tarde as atividades oferecidas proporcionaram muitos momentos de alegria e de bem-estar, a garantir, assim, o fortalecimento dos laços familiares e a transmissão de conhecimentos acerca
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Sociedade
Fim do “roaming” “Roam like at home” nos Países União Europeia
Já ouviu falar no “roam like at home? O “roam like at home”, que representa o fim do roaming desde 15 de junho de 2017 , é algo que lhe interessa principalmente se costuma viajar em países da União Europeia. Desde 15 de junho de 2017, os consumidores podem fazer chamadas telefónicas, enviar mensagens e navegar na Internet através dos seus equipamentos móveis quando visitam um Estado-Membro da União Europeia pagando o mesmo preço que pagariam se estivessem no seu país de origem. O Estado-Membro de origem é o país de residência do utilizador ou aquele ao qual este tenha ligações estáveis, por exemplo, o país onde trabalha ou estuda. Este é um longo processo iniciado pela Comissão Europeia há cerca de dez anos para reduzir e em última análise eliminar as sobretaxas que os operadores de telecomunicações impunham aos clientes cada vez que estes transpunham uma fronteira e utilizavam o seu dispositivo móvel em férias ou durante as suas viagens de negócios. As situações de “roaming permanente” estão abrangidas? Para evitar situações abusivas as situações de roaming permanente” não estarão abrangidas. Assim, sempre que, com base no balanço entre as comunicações em roaming e as comunicações domésticas ao longo de um período de 4 meses, um operador verifique que o tráfego de comunicações em roaming de um determinado utilizador é maior que o tráfego no respetivo Estado-Membro de origem, este deverá notificá-lo da situação. O utilizador tem então 14 dias para esclarecer a sua situação. Se não o fizer, poderá ser-lhe cobrada uma sobretaxa de utilização do serviço em roaming. Em todo o caso, a larga maioria dos cidadãos europeus viaja para o estrangeiro menos de 30 dias por ano, pelo que se estima que esta sobretaxa afetará apenas 1% dos utilizadores. O que acontece se tiver um tarifário com um determinado volume de tráfego de Internet já incluído ou mesmo com tráfego ilimitado? Alguns operadores oferecem aos clientes um plafond ilimitado ou um limite muito alargado de dados por um preço muito baixo. Nestas situações poderá também usar o seu tarifário em roaming, no entanto, a sua utilização estará sujeita a um limite.
Contacte o seu operador para conhecer qual o limite fixado para a utilização em roaming. O “roam like at home” constitui mais uma etapa na construção do Mercado Único Digital, e mais uma benesse pelo facto de continuar em construção o Mercado Único Europeu que constituiu a maior realização da União Europeia. É um espaço sem fronteiras internas, em que a livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais está, em princípio, assegurada. Foi um longo caminho de negociação até que em 2015, com base numa proposta da Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e o Conselho chegaram a acordo no sentido de pôr termo às taxas de roaming para as pessoas que viajam ocasionalmente na UE. A Comissão Europeia adotou as medidas técnicas necessárias para este efeito, incluindo, em dezembro de 2016,a definição uma política de utilização responsável e um mecanismo de sustentabilidade. A Comissão analisou os mercados grossistas de roaming e na sequencia da sua proposta o Parlamento Europeu e Conselho aprovaram as regras que limitam o valor que os operadores de redes móveis podem cobrar uns aos outros quando alguém faz chamadas, envia mensagens de texto ou navega na Internet noutro país da UE. Esta reforma do mercado grossista de itinerância era o ato legislativo que faltava para que as taxas de roaming pagas pelos consumidores foram abolidas em 15 de junho deste ano. Entretanto há mais novidades no âmbito do Mercado Único Digital. O Parlamento Europeu aprovou novas regras que permitem que as pessoas que compram legalmente conteúdos em linha, como filmes, séries televisivas ou jogos de futebol, no seu Estado-Membro de residência tenham acesso a esses conteúdos quando se encontrem temporariamente noutro país da UE, por exemplo, em férias, viagens de negócios ou estadias de estudantes. Mas, atenção. Estas normas só serão aplicáveis nove meses após a sua publicação, ou seja, no primeiro semestre de 2018. Fontes: Parlamento Europeu, Comissão Europeia e ANACOM
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Saúde
Viver com espondilite anquilosante Dr. Jorge Neves Médico
Atitude Positiva Viver com Espondilite Anquilosante nem sempre é fácil. Terá dias melhores e dias piores. Apesar de ser, por vezes, difícil é importante que tente manter o seu pensamento positivo. Algumas pessoas referem que o stress agrava os seus sintomas. Provavelmente isto acontece porque o stress afeta o seu organismo de várias formas e pode reduzir a resistência à inflamação ou aumentar a tensão muscular. Existem muitas maneiras de lidar com o stress – sentar-se a ler um bom livro, dar um passeio, conversar com um amigo. Também poderá encontrar uma terapêutica de suporte complementar, como a massagem. Encontre uma forma de relaxar e lembre-se de arranjar tempo para o fazer. Além do relaxamento, existem outras formas de se ajudar a si próprio a sentir-se mais otimista e a controlar a sua Espondilite Anquilosante. PROCURE APOIO DE UM PROFISSIONAL Poderá conversar com um terapeuta que conheça bem a Espondilite Anquilosante ou outras doenças crónicas. Poderá também procurar um grupo de apoio onde terá oportunidade de conhecer outras pessoas com Espondilite Anquilosante. Por vezes é útil partilhar os seus sentimentos com alguém que compreende aquilo porque está a passar, mas que não seja um familiar ou um amigo. EDUQUE-SE A SI PRÓPRIO Quanto mais souber sobre a sua Espondilite Anquilosante melhor poderá controlar a sua condição. As ciências médicas estão continuamente a evoluir no tratamento da Espondilite Anquilosante. É importante que esteja a par destes avanços. FORTALEÇA AS SUAS PRÓPRIAS CAPACIDADES Tome uma atitude perante a Espondilite Anquilosante, assumindo-se como o principal defensor da sua saúde. Garanta que está a tomar a sua medicação tal como prescrita e mantenha o seguimento na consulta de reumatologia.
MANTENHA UM PESO SAUDÁVEL Manter um peso saudável irá reduzir o esforço adicional da sua coluna vertebral e outras articulações. É essencial manter uma dieta equilibrada para a sua saúde geral e vitalidade. Consulte sempre o seu médico antes de começar uma nova dieta. TENHA UMA VIDA ATIVA Qualquer atividade que aumente a sua frequência cardíaca poderá ter um efeito calmante. Mesmo o exercício físico moderado ajudará a aliviar o stress através da libertação de endorfinas no seu organismo. Pensa-se que as endorfinas promovem uma sensação de bem-estar e poderão aliviar temporariamente a dor. Consulte o seu médico antes de começar qualquer programa de exercícios. ESTABELEÇA AS SUAS PRIORIDADES Estabelecer prioridades e gerir o seu tempo de uma forma sábia poderão ajudá-lo a reduzir o stress do dia-a-dia e melhorar a sua atitude. Pergunte a si próprio o que é efectivamente importante Identifique aquilo que não tem interesse Se acha que faz demasiadas coisas, avalie de forma honesta onde é que pode reduzir compromissos Aprenda a dizer “não” em algumas ocasiões Realize as tarefas mais difíceis quando tiver mais energia ou quando tiver ajuda Lembre-se de pedir ajuda Planeie momentos de diversão diários RESPIRE Respirar fundo, fazer alongamentos suaves ou, simplesmente, pensar em coisas agradáveis, poderá ajudá-lo quando se sentir tenso. Se sentir que está a ficar ansioso numa determinada situação, tire um momento para se abstrair e relaxar. LEMBRE-SE DE RIR O riso pode fazer com que tudo pareça menos importante, dando ao seu otimismo um novo alento. Ligue a um amigo divertido e converse sobre assuntos triviais ou alugue um filme engraçado. Pode parecer um cliché mas uma gargalhada pode mesmo ser o melhor remédio. FALAR SOBRE A SUA ESPONDILITE ANQUILOSANTE Irá lidar de forma positiva com a sua Espondilite Anquilosante se for capaz de falar sobre ela com os outros, ou seja, o seu
médico, a sua família e amigos ou os seus colegas. Não fique constrangido. A Espondilite Anquilosante é uma doença crónica e as pessoas que o rodeiam precisam de saber como é que a doença o afeta e como é que poderão ajudar. FALAR COM OS SEUS MÉDICOS Poderá ter de consultar o seu reumatologista várias vezes antes de ter a confirmação do diagnóstico e, posteriormente ter de regressar para avaliação regular do seu estado. Por isso, é importante que construa uma boa relação com o seu médico, o que significa ser capaz de conversar com ele sobre a sua doença. A comunicação é a chave para conseguir o melhor tratamento possível, por isso tente: Ser honesto com o seu reumatologista sobre a sua doença. Conte-lhe os seus reais hábitos de exercício e se está a cumprir o plano de tratamento que lhe foi proposto. Conte-lhe também se está a passar por alguma situação de stress no trabalho ou na sua vida pessoal. Informar-se sobre a Espondilite Anquilosante para que possa colocar questões relevantes ao seu médico. Preparar cada consulta levando uma lista com as questões a colocar. Tomar notas sobre as informações importantes da consulta ou pedir ao seu reumatologista para as registar. Se necessário levar um familiar ou um amigo consigo para o ajudar a lembrar-se daquilo que foi combinado. Se não compreendeu alguma coisa, não tenha medo de pedir ao seu reumatologista para voltar a explicar ou para anotar num papel. FALAR COM A SUA FAMÍLIA E AMIGOS As pessoas com doenças crónicas precisam do apoio da família e dos amigos. Por essa razão é importante que fale com eles sobre a sua Espondilite Anquilosante e sobre a forma como a doença o afeta. Muitas pessoas não conhecem a Espondilite Anquilosante ou têm ideias erradas sobre esta doença. Educar a sua família e amigos permitir-lhes-á serem membros ativos da sua equipa de apoio. Se for honesto sobre os seus sentimentos e sobre aquilo por que está a passar, a sua família e os seus amigos compreenderão que o seu apoio é necessário e reconhecido. Se sentir que não consegue falar com os
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seus amigos e com a sua família sobre a sua Espondilite Anquilosante, porque não indicar-lhes este site? FALAR COM OS SEUS COLEGAS Muitas pessoas tentam esconder a sua doença do seu patrão ou professor, dos seus colegas de trabalho ou colegas de escola. No entanto, educar as pessoas com quem trabalha ou estuda poderá ajudá-lo a obter o apoio que precisa.
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Seja honesto sobre a sua doença e peça uma dispensa ao trabalho se achar que precisa. Poderá precisar de ter a flexibilidade de trabalhar ou estudar a partir de casa em algumas ocasiões, ou talvez necessitar de uma cadeira especial para a sua secretária. Não tenha medo de pedir aquilo que precisa. O seu patrão ou o seu professor sentir-se-ão satisfeitos por poderem contribuir para o seu conforto.
Ambiente
Vila de Punhe C.A.T.L. Férias de Verão em atividade no rio Neiva Manuel Lima m.l.valedoneiva@gmail.com A Mó Associação do Vale do Neiva colaborou com o Centro Social e Paroquial de Vila de Punhe nas férias de Verão dos mais novos. A secção ambiental da Mó “EcoNeiva” promoveu uma atividade no rio Neiva em Tregosa junto à Ponte Velha, colocando um barco no rio para delícia dos mais pequenos. No final da atividade entregamos um miminho a todos. Também nos presentearam com uma tela por eles pintada, alusiva ao rio Neiva, gostamos muito. Estaremos sempre disponíveis.
Descida do Rio Neiva em canoa Manuel Lima m.l.valedoneiva@gmail.com Sábado 22 de Julho 2017, com tempo muito nublado e alguma chuva à mistura, não demoveram aqueles que iam descer o rio Neiva em canoas. Saída por volta das 9h, canoas ao rio em Panque e começa assim a descida. Uma primeira parte muito difícil, com pouca água, e ainda muitas arvores tombadas no leito. Almoço, levado pela nossa equipa de apoio à Ponte das Tábuas em Balugães, 13h o sol já raiava para satisfação dos participantes, uns mergulhos e toca a encher a barriga. Terminando a primeira parte da descida em Barroselas. Sábado 29 de Julho, inicio da segunda parte da descida também com tempo muito farrusco e alguma chuva, é caso para dizer, que já não existe a estação do verão, mas sim clima tropical. Um percurso mais agradável com melhores condições de rio, mas com alguns obstáculos na passagem. As levadas ou açudes muito degradados, não ajudam à contenção da água, provocando áreas secas em alguns pontos do rio. Urge limpar as zonas balneares mais frequentadas ao longo do rio, algumas com afluência significativa. O Poder Local, as
Instituições, os confinantes do rio e as populações, poderiam fazer algo muito interessante em prol do rio Neiva, essa junção de interesses, daria frutos a médio e longo prazo, sensibilização precisa-se. Com maré a subir Obrigado à chegamos á foz em Castelo de Neiva, fomos abraçar o mar mais uma vez e assim terminou mais uma descida. Participaram Jorge Guia, Serafim, Marco, Tiago, Gil, Marco Aurélio, Hugo e Manuel Lima, foi fascinante pura nossa equipa adrenalina. de apoio são fundamentais.
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Entrevista
Ana Palma: a Artista Plástica e Professora de Artes
À conversa, a partir de Londres, fomos conhecer o trabalho que nossa conterrânea Ana Palma se encontra a desenvolver. “Viver numa cidade com a dinâmica cultural que Londres tem, é extremamente estimulante, o que me leva a querer retirar o máximo partido enquanto artista plástica e docente.” Nome completo: Ana Isabel Lima Palma Naturalidade: Portuguesa Residência: Londres
Human Nature – Notting Hill – Londres
Descendência: Portuguesa Profissão: Artista Plástica | Professora de artes Todos temos ao longo da vida, bons e maus momentos, mencione um bom e outro mau: Bom: Todas as viagens que fiz até hoje! Sou feliz a viajar e a explorar novos mundos e culturas. Mau: Qualquer momento em que algum elemento do meu núcleo familiar tenha
sofrido. Os maus momentos dos que mais amo são, para mim, sempre mais difíceis de suportar do que os meus. Livro de mesinha de cabeceira: Tenho sempre! Neste momento estou a terminar ‘Creativity: Flow and the Psychology of Discovery and Invention’ do psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi. Personalidade notável de referência: Paula Rego. Entre outras coisas, pelo percurso artístico notável, por ter sobrevivido e resistido a uma sociedade que a queria limitar ao mundo doméstico e da maternidade. Local de férias preferida: Qualquer sítio do mundo, mas locais com mar fazem-me muito bem. Sinto falta do mar! Lema da vida: Tenho várias, depende da fase pela qual esteja a passar. Li há pouco: ‘Fear is boring’ e achei mesmo graça. O medo obriga-nos a fazer aquilo que nos faz sentir mais confortáveis e cómodos, impedindo-nos de agarrar novos desafios e explorar e desenvolver as nossas capacidades. Para mim, a seguir ao conforto vem sempre o tédio. E é possível morrer-se de tédio! Habito diário: Retirando aqueles básicos de sobrevivência, diria: criatividade, música e leitura (não sou capaz de escolher apenas um). Pensamento: O ensaio “Um quarto só para si” de Virginia Woolf é todo ele uma sucessão de raciocínios interessantes e pertinentes acerca do papel da mulher criativa na sociedade da época, ainda muito actuais nos dias de hoje. Escola inesquecível: Por razões distintas tenho boas memórias, e muito presentes, de todas as escolas onde passei. Talvez por ser uma das fases mais determinantes da vida académica, escolheria a escola primária da igreja, Barroselas. A professora Diana ensinou-me, mais do que qualquer disciplina,a gostar de aprender. Havia uma componente humana, que ia muito além do que o Curriculum Nacional manda, e agora percebo o quanto isso me marcou. Uma personagem justa: Qualquer cidadão comum que tenha a coragem de, no seu dia-a-dia, não apon-
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tar apenas o dedo ao que está errado mas que tenha uma postura proactiva e de mudança. Um bom Português: Não sei o que implica o conceito de ‘bom’, portanto, respondo apenas a ‘Um português’: José Saramago, uma das personalidades de referência do nosso país. A visão crua e autêntica que tem do mundo fascina-me. Acho-o um pensador brilhante e aprecio a coragem que sempre teve para dizer exactamente o que pensava por mais que isso pudesse ferir susceptibilidades. Uma data: Uma memória: “Giselle”! Um bailado coreografado por Akram Khan para a companhia de Ballet Nacional Inglês com orquestra ao vivo. Um dos espectáculos mais intensos e, visualmente interessantes que já vi, em que o clássico se funde com o contemporâneo. Senti-me uma privilegiada! Exerce alguma profissão de momento? Neste momento, encontro-me a desempenhar funções professora de artes numa escola Montessori ao mesmo tempo que desenvolvo o meu trabalho artístico e criativo. Balanço profissional até ao presente. Fui docente a tempo inteiro durante cerca de sete anos, é um trabalho gratificante mas que exige muito tempo e dedicação. O que sou hoje enquanto professora e artista devo-o muito a esse período da minha vida. Contudo, viver em Londres permitiu-me conciliar as duas áreas que mais me apaixonam e que são essenciais para a minha realização pessoal e profissional. Que projetos tem para o futuro? Viver numa cidade com a dinâmica cultural que Londres tem, é extremamente estimulante, o que me leva a querer re-
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tirar o máximo partido enquanto artista plástica e docente. A aprendizagem ao nível pessoal e profissional, foi imensa desde que cá cheguei e, por essa razão, quero continuar esse percurso. No entanto, mesmo sendo este o meu pouso actual, pretendo expor e colaborar com projectos artísticos e educativos tanto aqui como além fronteiras. Qual a sua relação visão de Portugal estando a viver fora? Tenho muito orgulho no meu país, na minha cultura e raízes. Sinto muita falta de Portugal e dos que mais amo, mas a cultura e as artes visuais em Portugal ainda são vistos como algo desnecessário e supérfluo. O Ministério da Educação vê o ensino das artes visuais como uma disciplina para entreter meninos, e que convém reduzir ao máximo o número de horas semanais. Mas como dizia aos meus alunos: “Olhem à vossa volta! Excepto o mundo natural, tudo o que os vossos olhos alcançam teve que um dia ser desenhado por artistas: a sala de aula, a cadeira onde estão sentados, os carros, a vossa roupa, TUDO! As artes estão tão presentes no nosso dia-a-dia que nem nos apercebemos do quanto nos fazem falta. O mundo sem todas as Artes seria um mundo sem música, sem objectos estéticos, sem livros, sem séries, sem cinema, etc. Isto não é supérfluo! Tive e tenho vergonha da fase em que Portugal não tinha Ministério da Cultura, penso que isso foi sinal de um estado de pobreza extrema, não financeira, mas de espírito. Admiro os que sobreviveram a esse período e que não desistem de transformar o nosso país num país que não aprecie (porque isso já o faz), mas que valorize a cultura e quem a produz (‘por amor à camisola’ na maioria das vezes).
Biblioteca Municipal de Barcelos
Hecoarte - Esposende
Human Nature – Notting Hill – Londres
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Opinião
Ordenação Presbiteral na Diocese de Viana do Castelo Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com
A Diocese de Viana do Castelo, celebrou no dia 23 de Julho de 2017, mais uma Ordenação Presbiteral. O Ordenado Padre, foi Vítor Manuel Rodrigues Gonçalves Rocha, natural da paróquia de São Pedro e São Paulo de Serreleis. A partir de agora, a Diocese conta com mais um Pastor ao serviço da humanidade. Este novo Padre estagiou na Paróquia de Barroselas e Carvoeiro. Às 15h30, deu entrada o corpo Eclesiástico na Catedral de Viana do Castelo, cantando: Eu cuidarei das minhas ovelhas. A cerimónia prosseguiu com Glórias a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados. A Liturgia da Palavra, incidiu sobre o Livro da Sabedoria, da sua ligação com o poder, e “…que o poder é o princípio da justiça”. O Salmo Responsorial, sensibilizou os crentes: “Senhor, sois um Deus clemente e compassivo. Vós, Senhor, sois bom e indulgente, cheio de misericórdia para com todos os que Vos invocam. Ouvi Senhor, a minha oração, atendei a voz da minha súplica…” O Sr. Bispo Dom Anacleto, falou da “Paciência”, e da sua importância, porque, indelevelmente interfere no amor, respeito, bondade, e, da sua ligação à Misericórdia, Compaixão e Fidelidade. Também falou, da “Parábola” da boa semente lançada à terra. Lembrando que, nessa noite o inimigo lançou – também à terra - o joio para que crescesse aquando o trigo. Porém, o dono, ao ser informado do sucedido, deu ordens para só arrancarem o joio na altura da colheita e queima-lo. Só depois, tirar o trigo e guarda-lo no celeiro. Esta Parábola, traça sucintamente o mundo e o seu fim. Esse fim, concretiza-se com os Anjos como ceifeiros na colheita. O mesmo dizer, “…separar os bons dos escandalosos”, bem como, “…os inquinados pela prática da iniquidade”. De seguida dá-se uma conversação entre o Reitor do Seminário e Dom Anacleto sobre a veracidade da dignidade e vocação do es-
perançoso Presbítero para a sua ordenação. Concluída positivamente a conversa, Dom Anacleto procede de imediato a diversas perguntas, relativas à sua absoluta convicção, para que a ordenação que se avizinha seja determinante como mensageiro de Deus e servir a humanidade. Interrogatório concluído com sucesso ao ainda Diácono, seguidamente, deita-se no chão em frente do Sr. Bispo, como sinal de profunda humildade e docilidade em relação à grandeza de Deus. Os presentes, levantam-se a convite do Sr. Bispo para rezar: “Oremos, irmãos caríssimos, a Deus Pai todo-poderoso, para que conceda a abundância dos dons celestes a este seu servo que Se dignou escolher para o ministério do presbiterado”. Após o canto das ladainhas, o Sr. Bispo diz: “Senhor Nosso Deus, ouvi as nossas preces: concedei a este vosso servo que Vos apresentamos para ser consagrado, a bênção do Espirito Santo e o poder da graça sacerdotal, e favorecei-o sempre com a riqueza dos vossos dons” Findado este ato, o eleito a presbítero ajoelha-se e o Sr. Bispo e todos os presbíteros de estola, um de cada vez, impõem as mãos na sua cabeça. Depois o Sr. Bispo diz a Oração de Ordenação. A Ordenação a Presbítero é consumada com Unção das mãos e entrega do pão e do vinho. Por isso, o Ordenado, coloca a estola à maneira Presbiteral, bem como as respetivas vestes, e, ajoelha-se perante o Sr. Bispo para ser ungido com o santo crisma nas palmas das mãos. O Sr. Bispo diz: “O Senhor Jesus Cristo, a quem o Pai ungiu pelo Espirito Santo e seu poder, te guarde para santi-
ficares o povo cristão e ofereceres a Deus o sacrifício”. A finalizar sucede o lava mãos, e o Sr. Bispo entrega ao novo Presbítero o ósculo da paz, dizendo: “A paz esteja contigo”. Deus, acolheu o eleito no seu regaço, indicando-lhe o início do longo e tortuoso caminho Apóstolo a seguir. Rezemos por ele.
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Bodas de ouro de sacerdócio do Pe. Manuel Costa Pereira Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com
No dia 9 de Julho de 2017, o Sr. Pe. Manuel da Costa Pereira celebrou as Bodas de Ouro Sacerdotais. O programa constou, da concelebração de uma Missa da parte da manhã presidida pelo Sr. Bispo Dom Anacleto. Da parte da tarde, foi concelebrada mais uma Missa presidida pelo Sr. Bispo Emérito, Dom José Pedreiro. É de crer que, o Pároco da freguesia, deve, sentir-se feliz, pela forma aconchegante e carinhosa como a organização preparou a festividade em sua homenagem. Por isso, é justo e pertinente que haja uma palavra de apreço a todas as pessoas envolvidas – que foram muitas -, bem como a espontânea disponibilidade de toda a população de Mujães, que, de forma – merecedora - presencial festejaram com o seu Pároco este grande dia. Foi, desta forma, que o Pároco teve um aniversário próximo do justo, porque, crer-se, compatível com a grandeza da
sua alma, era de facto impossível. Dir-se-á então, que, em face da importância do ato, do mútuo carinho entre o Pastor da Igreja e população, ou seja, pela
proximidade reciproca entre as partes, também a organização, foi meticulosa ao planear ao pormenor, o delineado programa, agraciando meritoriamente o Pe. Manuel Costa Pereira. Na cerimónia religiosa, foi proferido, vezes sem conta pelos múltiplos interlocutores, palavras - integradas em textos - dirigidas ao Pároco em epígrafe: humildade, amor, partilha, ajuda, disponibilidade, ternura, afeto, fé, respeito, e, outras palavras, tão valiosas como estas. São, de fato, cinquenta anos - que o Sr. Pe. Manuel Costa Pereira - de Missão Evangélica e amor a Deus e ao próximo, que o leva a ser fiel a si próprio, a Deus e à humanidade. Finalizo dizendo que, quando é proporcionado uma sociabilidade premiada em amor, alegria, carinho e, sobretudo por louvor a Deus, tudo se torna fácil. Foi, este o percurso, do Sr. Pe. Manuel Costa Pereira nos seus 50 anos de evangelização.
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Os Caminhos de Ferro (Número 23) Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com
Ao cabo de um ano de atividade dos comboios de passageiros entre Lisboa e Virtudes, as estações a nível de conforto, infelizmente não garantiam confiança para todas as classes de passageiros, especialmente os utentes da 3ª. Classe, sendo esta classe, a de maior número. A 1 de Novembro de 1858, o Administrador Geral Interino, envia ofício ao Governo, sobre um tremor de terra e fortes chuvadas registadas no dia 11 desse mesmo mês, da intempérie resultou abusivas inundações na via-férrea. Mesmo assim, com precaução, a circulação de comboios efetuou-se. Porém as chuvadas haveriam de continuar, e, no dia 15, originou estragos de alguma monta na via-férrea e em pontes. Imediatamente foram improvisados meios para reparar os estragos. Mais uma vez,1 é importante realçar, a atempada e oportuna atenção que Sua Majestade El-Rei teve, num seu ofício dirigido ao Administrador Geral e empregados dos caminhos-de-ferro, enaltecendo o zeloso trabalho desenvolvido na reparação dos estragos acima referidos. Considero importante referir, que inicialmente, surgiram muitos contratempos nas negociações e arranque dos trabalhos. Depois, houve um regular desempenho, até porque, o Governo e Sua Majestade El-Rei, enviaram felicitações pelos bons serviços prestados. Todavia, 2 - embora com as boas relações em alta -, mais uma vez surgiu o impasse. O Sr. Morton Petto não cumpriu as exigências pré estabelecidas. Simultaneamente, deu-se a crise ministerial que originou novo governo. Pelo fato, a 16 de Março de 1859, foi nomeado novo executivo, encabeçado pelo Duque de Terceira, como Presidente do Concelho; Fontes Pereira de Mello, com Ministro do Reino; Casal Ribeiro, como Ministro da Fazenda; António de Serpa Pimentel, Ministro das Obras Públicas; Martens Ferrão, Ministro da Justiça e Guilherme Ferreri, Ministro da Marinha. Em face do imbróglio, - através de portaria, - fixou-se o dia 31 de Maio de 1859, como “termo final da prorrogação do prazo de que trata (…) o contrato com Sir Morton Petto.” Sem perda de tempo, é emitido, a 6 de Junho, um decreto “…rescindindo o contrato de 28 de Agosto de 1857, com Sir Samuel Morton Petto relativo ao caminho-de-fer-
ro de Lisboa ao Porto”. A razão consistia em não cumprir o prazo de 6 meses para formar empresa, - exigência estabelecida no contrato -, como também não serem aceites as alterações propostas por ele na camara dos deputados, relativamente à construção do caminho-de-ferro de Lisboa ao Porto. Com a demissão do Duque de Loulé, caberia, agora, a António de Serpa Pimentel assinar a rescisão de contrato por incumprimento com Petto. Como verificaram, o homem de confiança de todos, sucumbiu. Para o seu lugar, foi negociado e celebrado contrato com D. José de Salamanca, que mais tarde chamou-se Marquês de Salamanca. A saída de Sir 2Samuel Morton Petto, -
como já referido - deu-se devido ao incumprimento do acordo estabelecido entre as partes. Todavia, sem perda de tempo, uniram esforços para que fosse lavrado um novo contrato com o Empreiteiro D. José de Salamanca. O qual, inspirou de imediato confiança, dado ter currículo reconhecido, pois, tinha construído e concluído diversas linhas em Itália e Espanha. PS: - As fotografias são do arquivo da CP (1) Pág. 564 e 568, e 597 a 602 do livro Compilação de Diversos Documentos de 1844 a 1860. (2) Pág. 64 a 69, do livro de Legislação e Disposições Regulamentares de 1883.
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Extratos da vida da Irmã Maria da Conceição Pinto da Rocha (nº. 9) Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com
Digníssimo leitor, em todos os artigos que anteriormente publiquei sobre este tema, determinadas palavras foram obrigatoriamente repetidas – talvez, para muitos – em forma exagerada. Todavia, a verdade é que, não as escrevi por mero acaso, deveria até escrever mais vezes. Confesso até, que vontade não me faltou. Porque, a devoção, o amor, a paixão, a remissão, a reconciliação e o se sacrificar, para que Deus seja mais amado, era, o seu lema de vida. Maria da Conceição, a nossa Serva de Deus, como refere o livro, frequentemente se apoiava na sua célebre frase - “ dor e amor, amor e dor” – nas suas cartas, em escritos pessoais, na autobiografia e ainda noutros documentos, o seu desígnio e a sua intrínseca vontade espiritual, era exigente no amor e estimulante no sentido de anunciar às suas discípulas, e, também ao comum leitor. Já referi, que a Serva de Deus, era possuidora de um total e infinito amor. A sua história de vida terrena – é narrada de forma singela - diz que ela não sabia fazer outra coisa, que não fosse amar. Dir-se-á então, que, o seu lema ao ser amar sempre com
amor puro e amor sem reservas, gere “… amor trinitário, que é amor-perfeito com três pétalas: Pai, Filho e Espírito Santo”. O não descuidado humano, sabe que, todos nascem para amar. Essa matriz, a todos acompanha a partir do nascimento. Então, todos nascemos santos. Mas, com o decorrer dos anos, a santidade vai desvanecendo até à extinção total. É pena. Deus, não pede este desfecho. Deus quer a felicidade. Aquela que tem, como resultado, a Santidade. Foi o amor-perfeito, o amar com todas as forças da sua alma, que, a Serva de Deus, ao longo da sua vida sempre caminhou lado-a-lado com a santidade. A sua inclinação vocacional esteve sempre com muito amor junto “…dos pobres, dos doentes, dos pecadores, os da sua família, todos os que se abeiravam dela, ou aqueles que ela, por amor, procurava, buscava como bom pastor que busca a ovelha perdida. Viveu amando todos, procurando imitar o amor do Coração de Jesus”. Maria da Conceição a apaixonada e fiel a Deus, generosamente honrava-O de amor cada vez mais puro e profundo, para que, a sua felicidade, contribui-se para felicidade de Deus. É por isso que, Maria da Conceição ao não sossegar, não parar, não se cansar em fazer apostolado, para que o amor mais in-
tenso seja mais amado, levou a que, fosse detonado um clique milagroso para amar mais Deus. Foi, o lançamento de uma Congregação, de uma Obra, de um mensageiro de Deus. É de notar que “O amor quanto mais puro e intenso for, o sofrimento é maior”. Maria da Conceição harmonizava perfeitamente a anterior frase, sofria muito, sofria quando via alguém sofrer, muitas vezes sem poder ajudar. Sofria por “…não poder aliviar as dores, matar a fome, por não poder converter os pecadores, unir famílias desavindas, os que andam por maus caminhos, socorrer necessidades materiais e espirituais, ensinar a viver a fé e os sacramentos, de aliviar as dores da alma, do coração, sofre por não poder amar mais e, ver sofrer e não poder aliviar a dor do próximo, é a minha maior dor.” Que palavras confortantes para nós eternos pecadores. Devíamos meditar, sobretudo nas suas proféticas palavras. Ainda será dever pensar, que Maria da Conceição também sofre com uma dor profunda, porque, vê que Deus não é amado pela humanidade, mas sim ofendido, blasfemado, perseguido, desprezado e magoado pelos pecados cometidos. “Daí nasce, em Maria da Conceição, o desejo de reparação, para na dor amar o Amor ofendido, desprezado e insultado.”
Conferência da Congregação das Irmãs Missionárias Reparadoras da Santa Face Domingos Costa domingoscunhacosta@gmail.com
Estimados leitores, mais uma vez fui convidado para participar na Conferência realizada no dia 2 de Julho pela Congregação das Irmãs Missionárias Reparadoras da Santa Face. Pensei, e, com mais tempo decidi, voltar a relatar o tema da Conferência, tendo como orador - e habitual - o Sr. Padre Armando Dias. Decidi, porque, o tema era a “Santidade de
Deus”, é um tema premente e aconselhável, para, também, neste jornal ser difundido. Ainda antes de divulgar a mensagem proferida pelo Conferencista, pretendo dizer, que, em face de já ter entrado a uns anitos bons na terceira idade, tenho alguma dificuldade em captar todo o sumo Evangélico oferecido pelo orador ao auditório. Assim sendo, aviso o prezado leitor, que, em essência, a minha mensagem é limitada. O Sr. Pe. Armando com a sua invejável tese oratória, iniciou por dizer, que, a vivência da humanidade pode ou não obter
sucesso. Contudo, a Santidade está acima de tudo isso. De seguida, teve o condão e cuidado de sublinhar que rezando, é servir Deus; simultaneamente respeitar o semelhante amando-o, como Deus nos ama. Portanto, é seguro que, a Santidade não pode aliar-se à ambição desmedida, à luxúria, opressão desgarrada, bem como todas as coisas mundanas. Também sublinhou, que é muito importante saber amar, mesmo em situações adversas, porque os contratempos sucedem-se sem razão aparente, bem como,
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saber viver com ausência da inveja, sem ciúmes e, em comunhão global. Viver, amando, como Jesus. Sintetizou que, quando nascemos, somos o que Deus deseja: Santos. E, é, com essa Santidade, que Deus gostaria que houvesse uma fidelidade intensa e sagrada, garantindo indefinidamente a perfeição no Mundo. Ao estar enquadrado nos supracitados critérios religiosos, - viver com a graça de Deus -, sobretudo de forma incessante; conduz inequivocamente à Santidade. Foi claro ao dizer, que, Jesus, quando veio ao Mundo, sabia ao que vinha. Acompanhava-o um projeto. Um projeto - audacioso -, conforme o desígnio de Deus. O qual, foi respeitado na íntegra. Sabe-se que, antes de Jesus vir ao Mundo, Deus, era quase como temível e distante. Todavia, chegado, as mentes foram transformadas. Deus passou a ser acessível, mais próximo, amigo, amigo íntimo e companheiro permanente na vivência humana. O Sr. Pe. Armando Dias, adiantou que Deus ao ser audível, é familiar e ternurento com a humanidade, conduzindo-a a uma proximidade sem precedentes. Solicitou para rezar, recordando que, a oração, é necessária e surge de forma fulgurante e inequívoca. Dir-se-á: o rezar, permite uma intimidade – e Piedade - perfeita
com Deus. Tocou ainda num ponto muito sensível: PERDOAR. Ao perdoar, os erros dos outros nunca são menosprezados, nem condenáveis. Por isso, é importante saber perdoar, perdoar com ternura e amor, de forma a reconhecer com lucidez e decência todos os erros. Deu como exemplo o procedimento que temos com as maleitas corporais. Quando as temos, recorremos a médicos. A nível espiritual existe a Igreja e conselheiros responsáveis e idóneos para nos aconselhar e aliviar das dúvidas e males instalados. Finalizo, com uma mensagem da Serva de Deus, oferecida no fim da conferência: “Quem me dera poder consolar-Vos do abandono que sofreis em tantos tabernáculos do mundo”.
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Vamos à água? Ana Sofia Portela Enfermeira
No Verão sabe bem ir à piscina, praia e rio. Não só para apanhar Sol, mas também para refrescar na água, surgindo assim um belo dia de diversão. Mas, todos os anos há pessoas que morrem afogadas em piscinas, praias e rios, sendo muitos delas crianças e jovens. Nestas faixas etárias, é uma das principais causas de morte, depois dos acidentes de viação. A morte por afogamento é rápida e silenciosa. Por isso, para que a sua ida a banhos decorra sem imprevistos, deixo aqui alguns conselhos da Direção-Geral de Saúde. Cumprir as regras de segurança na praia
e nas piscinas, quer sejam públicas ou privadas; Em piscinas privadas, colocar uma vedação à volta e um trinco de fecho automático, de forma a impedir o acesso das crianças à água; Em espaços desconhecidos, inspecione o local e tape poços, tanques e depósitos de armazenamento de água com redes pesadas; Vigiar as crianças sempre que se encontrem perto da água, estar atento às brincadeiras e colocar braçadeiras ou coletes àquelas que não sabem nadar; Nunca deixar uma criança que ainda não é autónoma sozinha durante o banho, em casa, na praia ou na piscina; Na prática de desportos aquáticos e de atividades de recreio, usar sempre o colete de salvação e outros dispositivos de segurança; Aulas de natação ajudam as crianças a saber nadar, boiar e a identificar situa-
ções perigosas. Ainda assim os adultos devem estar sempre vigilantes; Não confiar a segurança de uma criança pequena a outra criança mais velha; Frequentar praias vigiadas é muito mais seguro por terem os sinais das bandeiras e as instruções dos Nadadores Salvadores que são de respeitar; Não entrar de repente na água após longos períodos de exposição ao sol; Evitar nadar sozinho, não se afastando demasiado e nunca nadar contra a corrente; Se tiver uma cãibra, fora de pé, respire fundo, coloque-se de costas e bóie até que possa nadar para a margem; Ao identificar um caso de afogamento, não tente ser herói! Chame por socorro! O cuidado com estes aspetos pode fazer a diferença entre a vida e a morte. Por isso, aproveite o mês de agosto para ir a banhos, mas seja prudente consigo e com ou outros!
Saída de menores para o estrangeiro Sónia Grilo Solicitadora
Estamos num período de férias dos mais pequenos. Muitos são os casos em que estes saem para o estrangeiro, tanto acompanhados pelos pais, como por familiares ou amigos. Nestes termos, convém acautelar estas saídas. Nos termos da lei, um menor, com nacionalidade portuguesa que saia do país sem a companhia dos pais, deve possuir uma autorização de saída, assinada pelos pais ou por quem exerce as responsabilidades parentais e deve ser devidamente certificada (por um solicitador). O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) alerta: “De acordo com a legislação em vigor em Território Nacional, os menores nacionais e os menores estrangeiros residentes legais em Portugal que pretendam ausentar-se do país e viajem desacompanhados de ambos os progenitores, deverão exibir uma autorização de saída emitida por quem exerça a responsabilidade parental, legalmente certificada.
Sendo a autorização de saída necessária, alerta-se para o facto de, em matéria de controlo de fronteira, às viagens realizadas entre Estados parte do Acordo de Schengen se aplicarem as regras constantes do mesmo. A autorização de saída deve constar de documento escrito, datado e com a assinatura de quem exerce a responsabilidade parental legalmente certificada, conferindo ainda poderes de acompanhamento por parte de terceiros devidamente identificados. Face à diversidade de relações familiares que se repercutem na determinação de quem exerce a responsabilidade parental, informamos a definição de algumas situações:” Filho de pais casados entre si: se nenhum dos progenitores acompanhar a crian-
ça, basta um deles assinar a autorização. Caso viaje com um dos pais, não é necessário documento, desde que o outro não se oponha. Filho de pais divorciados: terá que ser autorizada pelo progenitor detentor das responsabilidades parentais. Nos casos de responsabilidade parental conjunta, caso o menor saia com algum dos progenitores, pode faze-lo desde que o outro não se oponha. Quando a filiação é apenas reconhecida quanto a um dos progenitores, a autorização é dada por este. Caso o menor vá sair do país na companhia de terceira pessoa / familiar / estabelecimento de ensino, a autorização deve ser prestada pelos progenitores. Tenham uma boa viagem!
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As crianças e a comunicação Cristiana Félix Psicóloga
No desenvolvimento das crianças a comunicação acaba por ser fundamental a intervenção dos familiares. Existem várias formas de contribuir para o desenvolvimento da linguagem e das estratégias de comunicação das crianças. Lidar com as crianças requer uma boa capacidade de comunicação, dado que estas nem sempre percebem o que realmente lhe queremos dizer, pelo que se torna fundamental certificarmo-nos o que a criança percebeu e o que realmente pretendemos explicar. Existe um conjunto de palavras que fazem toda a diferença no desenvolvimento da linguagem na relação com as crianças, entre as quais destacamos as seguintes: O Sim – Esta palavra é muito importante e constitui um fator determinante na construção da personalidade da criança, o sim corresponde a uma resposta de validação face à atitude da criança, assim como a importância da sua resposta perante uma tomada de decisão. Não – Esta palavra corresponde normalmente a uma atitude desagradável, no entanto, é tão importante como a anterior na medida em que permite às crianças compreender os seus limites orientando-o no sentido de formar os seus comportamentos e as suas opiniões.
Permite o conhecimento do bem e do mal assim como o que se espera que seja o comportamento da criança. Permite ainda aprender a lidar com a frustração de não poder ter determinada atitude perante os comportamentos. Dentro do não destaca-se também a palavra não sei, esta é fundamental porque permite às crianças perceberem que nem sempre os pais sabem tudo e ao mesmo tempo eles próprios compreendem que não precisam de saber tudo, ou seja, há momentos em que não temos de ter vergonha por não saber dar determinada resposta. Validando assim a atitude de que nem sempre se consegue responder de forma positiva perante as questões. Desculpa – É importante ensinar as crianças a pedir desculpa, pelo que podemos começar por dar o exemplo, e ser mos os primeiros a pedir desculpa quando erramos perante um determinado comportamento. Este comportamento permite a criança compreender a importância de pedir desculpa. Aprender a pedir ajuda – É fundamental que as crianças compreendam a importância de pedir ajuda sempre que não conseguir resolver alguma questão, no entanto, deve ser reforçada a importância de persistir na tarefa até conseguir e só posteriormente pedir ajuda para assim aprenda a persistir nas tarefas. Esta tarefa permite assim reconhecer as suas capacidades e ao mesmo tempo as suas competências. Aprender a dizer obrigada – Esta palavra permite à criança sentir-se útil e ao mesmo tempo promover a sua autoconfiança nas
suas capacidades, assim como a sensação de que é útil. Pedir opinião das crianças - Sempre que possível é importante fazer com que as crianças se sintam importantes valorizando e estimulando assim as capacidades de comunicação e a promoção da opinião. Dar várias opções às crianças – É importante que as crianças se sintam confortáveis e importantes em dar a sua opinião na escolha das várias opções. Isto fará com que a criança se sinta útil e do mesmo modo fundamente a sua opinião critica relativamente aos vários temas. Estas são algumas das palavras mais importantes que podemos utilizar na formação da personalidade das crianças permitindo assim que ela cresça de forma saudável e do mesmo modo se sinta útil e importante para o seu crescimento. Além destas palavras é importante certificar-se que as crianças mantêm a atenção direcionada para a conversa que estão a ter, fale pausadamente para se certificar que as crianças estão a compreender perfeitamente o que lhe está a ser transmitido. Durante o discurso use palavras simples, sem enfatizar as palavras infantilizadas, usando assim frases curtas e construídas de forma correta. Incentive a expressão dos sentimentos e das emoções por parte das crianças, respondendo de forma positiva às intervenções das crianças. Estas são algumas das estratégias que podem ser utilizadas no processo de desenvolvimento das crianças potenciando as suas capacidades.